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MÓDULO DE: 
 
LEGISLAÇÃO E POLÍTICA PÚBLICA DA EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
 
AUTORIA: 
 
Ma. GERUZA NEY ALVARENGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Módulo de: Legislação E Política Pública Da Educação 
 
 
Autoria: Ma. Geruza Ney Alvarenga 
 
Primeira edição: 2007 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todos os direitos desta edição reservados à 
ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA 
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Av. Santa Leopoldina, nº 840/07 
Bairro Itaparica – Vila Velha, ES 
CEP: 29102-040 
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SUMÁRIO 
UNIDADE 1 .................................................................................................. 5 
LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL ...................................................................... 5 
UNIDADE 2 .................................................................................................. 8 
Constituição .............................................................................................. 8 
UNIDADE 3 ................................................................................................ 13 
Direito à Educação .................................................................................. 13 
UNIDADE 4 ................................................................................................ 18 
A Educação na Ordem Constitucional ....................................................... 18 
UNIDADE 5 ................................................................................................ 25 
A Constituição de 1988 ............................................................................ 25 
UNIDADE 6 ................................................................................................ 31 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional......................................... 31 
UNIDADE 7 ................................................................................................ 34 
A Educação como Direito Social ............................................................... 34 
UNIDADE 8 ................................................................................................ 38 
Direito Público Subjetivo a ser Efetivado pelo Estado. ................................ 38 
UNIDADE 9 ................................................................................................ 42 
Educação Brasileira ................................................................................. 42 
UNIDADE 10 .............................................................................................. 46 
Composição da Educação Básica .............................................................. 46 
UNIDADE 11 .............................................................................................. 50 
Educação Infantil, Ensino Fundamental E Ensino Médio. ............................ 50 
UNIDADE 12 .............................................................................................. 55 
Modalidades da Educação Escolar ............................................................ 55 
Educação de Jovens e Adultos ................................................................. 55 
UNIDADE 13 .............................................................................................. 59 
A Educação de Adultos Passou a Ser “(EJA)”. ............................................ 59 
UNIDADE 14 .............................................................................................. 69 
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ..................................................................... 69 
UNIDADE 15 .............................................................................................. 74 
Educação Escolar Indígena ...................................................................... 74 
UNIDADE 16 .............................................................................................. 79 
Educação à Distância............................................................................... 79 
UNIDADE 17 .............................................................................................. 86 
Educação Superior na Modalidade a Distância ........................................... 86 
UNIDADE 18 .............................................................................................. 89 
Plano de Desenvolvimento da Educação ................................................... 89 
UNIDADE 19 .............................................................................................. 94 
Competências Exclusivas da União ........................................................... 94 
UNIDADE 20 .............................................................................................. 99 
A Organização da Educação Sob a Forma de Sistemas de Ensino. .............. 99 
UNIDADE 21 ............................................................................................. 102 
Organização da Educação Nacional e o papel dos Conselhos de Educação . 102 
 
 
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UNIDADE 22 ............................................................................................. 107 
Competências entre as três esferas administrativas .................................. 107 
UNIDADE 23 ............................................................................................. 112 
O FUNDEF e o FUNDEB .......................................................................... 112 
UNIDADE 24 ............................................................................................. 116 
A Distribuição dos Recursos do FUNDEB .................................................. 116 
UNIDADE 25 ............................................................................................. 121 
A Educação como Prioridade Social ......................................................... 121 
UNIDADE 26 ............................................................................................. 127 
Gestão Democrática da Escola e os Sistemas de Ensino ............................ 127 
UNIDADE 27 ............................................................................................. 131 
Gestão Financeira Descentralizada .......................................................... 131 
UNIDADE 28 ............................................................................................. 136 
Reforma Educacional dos Anos 90 ........................................................... 136 
UNIDADE 29 ............................................................................................. 141 
Parâmetros Curriculares Nacionais e de Diretrizes Curriculares Nacionais para 
a Educação Básica.................................................................................. 141 
UNIDADE 30 ............................................................................................. 149 
Tendências e Perspectivas da Educação .................................................. 149 
GLOSSÁRIO .............................................................................................. 155 
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 158 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 1 
Objetivo: Apropriar-se dos conhecimentos sobre a Legislação Educacional 
vigente em nosso país tratando-a não só como um instrumento de 
conhecimentocomo também de promoção da cidadania. 
 
LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL 
Nesta unidade será estudada a Legislação Educacional e as constituições 
brasileiras, sua aplicabilidade e impacto nas instituições de ensino. A legislação 
da Educação pode ser considerada como um conjunto de leis referentes à 
Educação seja ela estritamente voltada ao ensino ou às questões da matéria 
educacional. A partir da nova ordem geral da Educação Nacional, decorrente 
da Lei 9.394/96, podemos ainda utilizar a expressão Legislação Educacional ou 
Legislação da Educação para nos referirmos à legislação que trata da 
Educação escolar, nos níveis de Educação (básica e superior). Segundo 
Vicente Martins, legislação educacional pode ser assim definida: 
 ‘’É um complexo de leis cujo destinatário é o homem trabalhador ou o homem 
consumidor. A legislação educacional pode ter uma acepção ampla, isto é, 
pode significar as leis da Educação, que brotam das constituições nacionais, 
como a Constituição Federal, considerada a Lei Maior do ordenamento jurídico 
do país, às leis aprovadas pelo Congresso Nacional e sancionadas pelo 
Presidente da República’’. 
A Legislação pode ser de natureza reguladora ou regulamentadora. 
A legislação pode compreender os decretos presidenciais, as portarias 
ministeriais e interministeriais, as resoluções e pareceres dos órgãos 
ministeriais ou da administração superior da Educação Brasileira. A legislação 
reguladora estabelece a regra geral, a norma jurídica fundamental. Daí, o 
processo regulatório voltar-se sempre aos princípios gerais e à disposição da 
Educação como direito, seja social ou público subjetivo. 
 
 
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A legislação regulamentadora, ao contrário da legislação reguladora, não é 
descritiva, mas prescritiva, volta-se à própria práxis da Educação. A 
regulamentação não cria direito porque se limita a instituir normas sobre a 
execução da lei, tomando as providências indispensáveis para o funcionamento 
dos serviços educacionais. A estrutura política e jurídica da Educação, contida 
na Constituição Federal e nas leis federais regula a estrutura da Educação 
enquanto os decretos, as portarias, as resoluções, os pareceres, as instruções, 
enfim, prescrevem a forma de funcionamento do serviço educacional. 
O Estado e a Educação 
Antes de estabelecermos uma relação entre o Estado e a Educação, torna-se 
necessário um esclarecimento acerca dos termos Estado e Governo, 
comumente confundidos em sua essência. 
O termo “Estado” refere-se àquele setor da sociedade criado por documentos 
legais chamados constituições, que é responsável pelo bem comum de todos 
os cidadãos que optam por morar e conviver no seu território como membro da 
sociedade civil, seja em nível de maior abrangência (âmbito Federal), menor 
abrangência (Municipal) ou intermediário (Estadual). Já o termo “Governo”, 
refere-se ao grupo ou associação de grupos de indivíduos, organizados em 
partidos políticos (alguns alinhados ideologicamente mais com a direita, outros 
com a esquerda ou com o centro) que, quando eleitos, democraticamente ou 
não, assumem os poderes: executivo e legislativo, durante um período 
temporário, fixo e curto, normalmente de quatro anos, podendo ou não ser 
reconduzidos. 
A herança portuguesa deixada no Brasil é a de um Estado forte, centralizador e 
patriarcal, que acaba sufocando nosso próprio sistema educacional. Desta 
forma, concebe-se o papel do Estado por meio de uma visão anacrônica como 
nos tempos da Monarquia, onde o controle da nação concentra-se nos 
participantes do Governo que entram e saem a cada quatro anos, 
independente da variação partidária. Contudo, ocorre que a complexidade da 
sociedade contemporânea, com suas necessidades de adaptação a novas e 
constantes circunstâncias e contingências, eliminam qualquer possibilidade de 
 
 
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manter um Estado centralizador, pesado ao se movimentar ou tomar decisões 
e retrógrado na sua visão de sociedade. 
No período que abrange as três últimas décadas do século XX, a crise do 
Estado, o questionamento de seu papel e sua reforma, constitui elementos de 
grande relevância no contexto político brasileiro, uma vez que interferem 
profundamente nas diretrizes políticas, econômicas e sociais do país. 
Especificamente quanto à Educação, as políticas implementadas acabam por 
refletir este quadro. Diante deste contexto de reformas, na década de 80 a 
ênfase na Educação passa a ser a eficiência do funcionamento das instituições 
escolares e a qualidade de seus resultados. 
 
Ressaltante desta, marcante influência de organizações internacionais no 
estabelecimento destas diretrizes; estabelecidas para o aparelho de Estado 
como um todo, em seu processo de reforma. Esta tendência permanece na 
década de 90, em que “o Estado procurará imprimir maior racionalidade à 
gestão da Educação pública, buscando cumprir seus objetivos, equacionar 
seus problemas e otimizar seus recursos, adotando em muitos casos o 
planejamento por objetivos e metas” (Oliveira, 2000 p.100). 
 
A Educação passa por reformas em sua estrutura e orientações, destacando-
se as seguintes: redistribuição de recursos; descentralização da execução do 
gasto; reforço da progressividade e redistribuição dos recursos; reequilíbrio 
regional da alocação; descentralização; desconcentração dos recursos e 
funções; participações dos pais; parcerias com a sociedade civil; modernização 
dos conteúdos; diversificação das carreiras; criação de sistemas nacionais de 
capacitação docente; criação de um sistema nacional integrado de avaliação 
educacional (Draibe, 1999). Mediante este quadro de reformas que permeia 
tanto o Estado quanto a Educação, ambos influenciados pelo sistema 
neoliberal de economia globalizada, a Educação assume um papel de 
relevância na formação dos cidadãos que estarão interagindo nesta sociedade. 
 
 
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UNIDADE 2 
Objetivo: Reconhecer na constituição os direitos e os deveres dos cidadãos, o 
que ela dispõe sobre a Educação e sobre a forma de concretizá-la. 
Constituição 
 
A Constituição determina a vida social, política e jurídica do Brasil, 
organizando o Estado. 
A Constituição é o instrumento primeiro que, ao determinar os direitos e os 
deveres dos cidadãos, estabelece também o modo como o Estado deve agir 
em termos do cumprimento e do resguardo dos direitos de cidadania. É desta 
perspectiva que Cury (2006), afirma: A Constituição determina a vida social, 
política e jurídica do Brasil, organizando o Estado. Ao ordenar a sociedade e o 
Estado, a Constituição também dispõe sobre a Educação e sobre a forma de 
concretizá-la. Assim, quando se buscam as bases do Direito Educacional, o 
ponto de partida deve estar na Constituição, naqueles princípios abrangentes, 
capazes de multiplicar-se em muitos direitos, em muitas garantias e muitos 
deveres. Mas não é somente a Constituição que estabelece, no nosso País, o 
direito à Educação, particularmente à Educação escolarizada. De acordo com 
Jamil Cury, as leis fazem parte substantiva de um complexo jurídico que media, 
pelo Direito, permanentemente, as relações entre Estado e sociedade. 
Considerando-se o contorno legal como o indicador de determinados limites 
nos quais o indivíduo atua, a aplicação da lei se apresenta, como um fato 
constante e indispensável nas sociedades, afinal, um mínimo de organização 
para efeito da existência social é fundamental e implica a existência, o 
conhecimento e obediência aos códigos democráticos. O autor aponta como 
sendo importantíssimo a qualquer educador ou profissional envolvido no setor 
educativo, o conhecimento do capítulo que se refere à Educação contida na 
ConstituiçãoFederal, posto que neste, pode - se verificar a legislação fundante 
e fundamental de toda ordem jurídica relativa à Educação existente no país, 
 
 
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estando firmados deveres e direitos; delimitadas competências e 
incumbências, definidas restrições. 
A Constituição Federal de 1988, além de alargar os dispositivos constantes em 
constituições anteriores, estipula outros princípios como o do pluralismo, da 
liberdade e gestão democrática. No que tange mais especificamente à 
legislação voltada à estrutura e funcionamento do ensino no Brasil, cabe o 
conhecimento por parte dos profissionais envolvidos em Educação, da Lei 
9.394/96 (Diretrizes e Bases da Educação Nacional), que aponta a flexibilidade 
e a avaliação como novos eixos da Educação brasileira e onde se faz notória 
uma significativa mudança no próprio papel do Estado, que recua de sua 
posição histórica de um sujeito docente com ação direta no sistema de ensino, 
para uma posição de árbitro e de coordenador que, pela avaliação, pretende, 
ao final, expor o processo à consideração da sociedade. 
 
Como todos os direitos humanos, o direito à Educação é uma conquista 
histórica da humanidade resultante de conflitos, lutas e acordos, cujo 
reconhecimento e institucionalização vêm se processando de modo gradual, 
conforme as especificidades de cada país. Suas origens remontam à 
Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, votada pela Assembleia 
Nacional Francesa, em 1789. No artigo XXII desta Declaração, registra-se que: 
“a instrução é necessidade de todos”. A sociedade deve favorecer com todo o 
seu poder o progresso da inteligência pública e colocar a instrução ao alcance 
de todos os cidadãos. Mas, no Brasil, não é somente a Constituição que 
estabelece o direito à Educação, particularmente à Educação escolarizada. 
Dentre o conjunto de legislação e normas existentes, podemos citar a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN), O Estatuto da Criança e do 
Adolescente (ECA), o Plano Nacional de Educação, além das Constituições 
dos estados federados e das leis orgânicas dos municípios. 
 
 
 
 
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O Conceito Constitucional 
A constituição contém determinações, de organização jurídica, fundamentais 
para um Estado. As normas constitucionais vigoram como supralegais, uma 
vez que têm eficácia sobre as demais. A estrutura constitucional é escalonada 
e as normas legais e infralegais devem estar compatíveis com a ordem 
constitucional. 
Assim, o conceito constitucional pode ter os seguintes aspectos: 
-Sociológico quando a constituição é o resultado da soma de fatores concretos 
de poder; 
-Político quando a constituição é o resultado da soma de decisões políticas; 
-Jurídico quando a constituição é o resultado da soma de normas, podendo ter 
o sentido lógico-jurídico de norma fundamental hipotética ou sentido jurídico-
positivo de norma fundamental escrita. 
Contextualizando 
Proclamada a Independência do Brasil, tornou-se indispensável dar contextura 
política ao nosso País. Para isso, foi outorgada, no dia 25 de março de 1824, a 
Primeira Constituição do Brasil, que trouxe em seu bojo dispositivo de ordem 
político - eleitoral. Apesar de ser antidemocrática, a primeira Constituição do 
Brasil foi a que mais tempo durou. Por ela, o voto era Censitário: só podia votar 
quem tivesse uma renda mínima de cem mil réis anuais. Para ser votado, a 
renda era maior ainda, excluindo o trabalhador desse processo. 
O Poder Legislativo era formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado 
Vitalício (o senador era escolhido pelo Imperador e ficava no cargo até morrer). 
O Poder Judiciário, os juízes dos tribunais eram nomeados pelo Imperador. O 
Poder Executivo era exercido pelo Imperador. Tinha ainda, o Poder Moderador, 
que dava ao Imperador o direito de fechar a Assembleia Geral, demitir juízes 
do Supremo Tribunal e convocar tropas, quando se sentisse prejudicado. 
 
 
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Nesta Constituição, a Igreja Católica foi oficializada através do Padroado: os 
bispos passaram a ser pagos pelo Imperador, que também os nomeava. 
A Constituição do Império do Brasil pode, assim, ser considerada o marco 
inicial da evolução do Direito Eleitoral do país. A primeira instrução eleitoral foi 
baixada por decreto e, a rigor, deve ser considerada como a primeira lei 
eleitoral do Brasil. Entrou em vigor um dia após a outorga da Constituição e 
vigorou por mais de vinte anos. 
Aspectos Jurídicos Constitucionais 
A Educação, como norma jurídica, não é, propriamente, matéria de 
Constituição. A primeira destinação de uma Constituição é a de ser norma que 
proclama o titular do poder. A Constituição é uma espécie de certidão de 
nascimento do Estado. Daí, a ciência Política definir Estado como sociedade 
política e, juridicamente, organizado. Mas, na medida em que esse Estado 
passa a formalizar os anseios da Nação, que é seu organismo psíquico e 
social reflete, nos seus documentos, ordenamentos, normas e leis, os ideais 
sociais, as utopias do homem. 
 Assim o Estado evoluiu de patriarcal para patrimonial, de individual para social, 
incorporando, nos seus ordenamentos jurídicos, as aspirações nacionais. O 
Brasil, a partir da sua independência política, em 1822, ficou sob a influência de 
um Estado de Direito cuja referência externa estava na Revolução Francesa de 
1789. Surgindo no país um regime liberal e a passagem da condição individual 
e servil de súditos da Coroa Portuguesa, marca do nosso Colonialismo, para a 
de cidadãos do Império. O Estado de Direito será, sobretudo, o resguardo das 
liberdades, garantias individuais e os direitos de cidadania; reforço também das 
proclamações liberais, entre as quais a da Educação fundamental e gratuita, 
discurso, no século XIX, transcrito nos ordenamentos jurídicos das nações 
emancipadas. A inserção da Educação, nos textos constitucionais, assinala do 
ponto de vista formal, a passagem do Estado Individual para o Estado Social. 
 A primeira Constituição brasileira registra a Educação, como norma 
constitucional, no âmbito de seus elementos orgânicos, ou melhor, no conjunto 
 
 
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dos artigos que tratam substancialmente dos princípios normativos e essenciais 
relativos à forma de Estado, à organização e a funções dos poderes públicos, e 
aos direitos e deveres dos cidadãos. Não é, rigorosamente, ainda matéria 
exigida pelo Estado. Não houve uma grande mudança no modelo educacional 
no Brasil. No campo da Educação escolar, enquanto a legislação, seguindo 
tendências modernas dos países mais desenvolvidos, evolui no sentido da 
escola pública’’ única gratuita e democrática’’, aberta a todos, a atuação pratica 
dos poderes públicos mostrou-se bem diferente. 
Continuamos a ter dois tipos de escola: Uma para as classes dominantes, que 
conduz a Universidade; outras para os pobres que em geral, limita-se aos 
primeiros anos do Ensino Fundamental. As leis são feitas, mas não são 
providenciados recursos para que sejam cumpridas. No Brasil, desde o começo 
de nossa historia, temos a forte tradição de uma escola para poucos. Essa 
situação começaria a mudar só no século XX, depois da Proclamação da 
República. Ainda assim, por muito tempo, a escola exerceu (em alguns lugares 
ainda exerce) uma função social excludente, ou seja: a escola atendia apenas 
uma pequena parcela da camada mais rica da população. Esta situação, 
porém, só veio a mudar a partir do século XXI. 
 
 
Para melhor compreensão do assunto estudado, recomenda-se que você 
faça uma leitura e redija uma síntese do texto de Frei Betto:“Educação 
em Direitos Humanos. 
 
 
Texto adaptado do site: www.dhnet.org.br/educar/redeedh/bib/betto.htm 
 
 
 
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UNIDADE 3 
 Objetivo: Compreender, historicamente, a trajetória da conquista do direito à 
Educação. 
Direito à Educação 
 
Direito à Educação é uma Conquista Histórica da Humanidade 
 Como todos os direitos humanos, o direito à Educação é uma conquista 
histórica da humanidade resultante de conflitos, lutas e acordos, cujo 
reconhecimento e institucionalização vêm se processando de modo gradual, 
conforme as especificidades de cada país. Suas origens remontam à 
Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, votada pela Assembleia 
Nacional Francesa, em 1789. No artigo XXII desta Declaração, registra-se que 
“a instrução é necessidade de todos’’. A sociedade deve favorecer com todo o 
seu poder o progresso da inteligência pública e colocar a instrução ao alcance 
de todos os cidadãos”. Independentemente de suas modificações, no decorrer 
da história, a Escola foi a instituição que a humanidade criou para socializar o 
saber sistematizado. Isto significa dizer que é o lugar onde, por principio, é 
veiculado o conhecimento que a sociedade julga necessário transmitir às novas 
gerações. Nenhuma outra forma de organização até hoje foi capaz de substitui-
la. Para cumprir seu papel, de contribuir para o pleno desenvolvimento da 
pessoa, prepará-la para cidadania e qualificá-la para o trabalho, como definem 
a constituição e a LDB, é necessário que suas incumbências sejam exercidas 
plenamente. 
No contexto da sociedade brasileira no século XVIII, o Brasil era colônia de 
Portugal, com o regime de trabalho escravo, representado pela escravização 
dos negros africanos, cuja força de trabalho produzia os bens primários 
destinados ao mercado europeu. A Educação no Brasil era privilégio das elites 
latifundiárias o escravo não era considerado gente e sim “coisa”. O Brasil não 
tinha povo e muito menos cidadãos, para lutarem por direitos. 
 
 
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Essa situação começaria a mudar no século XX, depois da Proclamação da 
República. Ainda assim, por muito tempo, a escola exerceu (em alguns lugares 
ainda exerce) uma função social excludente, ou seja: a escola atendia apenas 
uma pequena parcela – a camada mais rica - da população. 
A escola para criança e jovens, como hoje a conhecemos, tem presença 
recente na história da humanidade. É verdade que, desde um passado bem 
remoto, existia a tarefa de transmitir às novas gerações o conhecimento 
sistematizado e as normas de convivência consideradas necessárias aos mais 
jovens. Na Antiguidade, tanto em Roma como na Grécia, a preocupação com a 
formação cultural daqueles que iriam constituir as camadas dirigentes estava 
presente. A Educação dos meninos para a convivência publica e para a guerra 
era objeto de muita atenção. O ensino organizado em instituição própria, 
todavia, começou pelas universidades. Eram poucos os que tinham acesso às 
primeiras letras e formas elementares de aprendizagem, preparatórias para as 
universidades. Quando existia, a escola destinava-se apenas aos filhos das 
camadas mais ricas da população. 
 Foi apenas há cerca de 200 anos, com os ideais da Revolução Francesa e da 
democracia americana, que a escola passou a ser compreendida como uma 
instituição importante, não apenas para os filhos das elites como para filhos 
das camadas trabalhadoras. Tanto a Revolução Francesa como o movimento 
pela independência dos Estados Unidos representou mudanças na natureza 
dos processos de participação popular, rompendo com o modelo aristocrático 
anterior. A partir desses importantes marcos políticos a busca pela democracia 
intensificou-se, nos dois países, portanto, Há uma ligação muito próxima entre 
escola e democracia. 
 Por isso, costuma-se dizer que foi a partir de então que começou a longa luta 
para transformar a escola para poucos em escola para todos. Enquanto em 
outros países, tanto na Europa (França, Inglaterra) quanto, na própria América 
Latina, a exemplo da Argentina, a escola se expandia e o Ensino Fundamental 
atendia amplas camadas da população, as coisas no Brasil se davam de forma 
muito diferente. Aqui, a Educação permanecia como privilégio de poucos, muito 
 
 
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poucos. As escolas, quando existiam, abrigavam os filhos das elites, de 
preferência os homens, As mulheres mal apareciam na cena social. 
Tobias Barreto defensor, no passado, da Educação feminina, argumentava que 
as mulheres de famílias de elite (as únicas que tinham acesso à instrução 
formal) recebiam alguma iniciação em desenho e música e, quando muito, 
sabiam “gaguejar uma ou duas línguas estrangeiras e ler as bagatelas literárias 
do dia”, como disse em um ensaio sobre “A alma da mulher”. Hoje as coisas 
mudaram. Dados do instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 
1996, mostravam que, se até os anos 80 os homens estavam em vantagem em 
termos de média de anos de estudo, essa posição se inverteu nos anos 90. No 
período de 1990 a 1996, a média de anos de estudo aumentou de 5,1 para 5,7, 
entre os homens; e de 4,9 a 6,0 para as mulheres – o que significa que elas 
deram um salto de aproximadamente um ano, enquanto eles avançavam meio 
ano. 
A Constituição do Império Brasileiro (Constituição de 1824) em seu artigo 179 
garantiu a todos os cidadãos [...] “a instrução primária e gratuita, os colégios e 
universidades onde serão ensinados os elementos das ciências, belas artes e 
letras”. A Constituição de 1824 definiu quem seria cidadão e, portanto, sujeito 
de direitos, os princípios liberais foram utilizados para legitimar a própria 
escravidão. Cidadãos plenos ou ativos eram apenas os indivíduos que 
dispusessem de um determinado montante de renda líquida anual. Os 
escravos foram excluídos dos direitos, exceto os criados, da Casa Imperial de 
maior categoria, os primeiros caixeiros das casas de comércio e os 
administradores das fazendas rurais e de fábricas. Nas condições históricas 
em que a Constituição de 1824 reconheceu a Educação como um direito, 
porém esse direito não era destinado a todos. Mesmo no cenário mundial 
demorou mais de séculos para que a Educação, como direito, fosse assumida. 
Isto só aconteceu no contexto da Declaração Universal dos Direitos do 
Homem, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1948, onde o 
direito à Educação, como um direito internacional, passou a ser reconhecido 
como tal. 
 
 
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Após a Segunda Guerra Mundial, vários países passaram a integrar a 
Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) que reconheceu a 
impropriedade da ideia da existência de uma raça superior, classe social, 
cultura ou religião em relação às demais existentes. Revigorando os ideais da 
Revolução Francesa, a Declaração significou a manifestação histórica de que 
se constituíra, no plano mundial, o reconhecimento da igualdade, da liberdade 
e da fraternidade entre os homens como valores supremos (COMPARATO, 
2006). 
Declaração Universal dos Direitos Humanos 
No artigo XXVI da Declaração, no que se refere especificamente à Educação, 
encontramos registrados que: 
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo 
menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será 
obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a 
instrução superior, esta baseada no mérito. 
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da 
personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos 
e pelas liberdades fundamentais.A instrução promoverá a compreensão, a 
tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e 
coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. 
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será 
ministrada aos seus filhos. Desde a Declaração Universal dos Direitos do 
Homem, a ONU, por meio de seus distintos organismos, tem velado pela 
reafirmação da Educação como direito de todos os povos, conforme a 
Declaração dos Direitos da Criança (1959), o documento da Convenção 
Relativa à Luta contra as Discriminações na Esfera do Ensino (1960), o Pacto 
Internacional Relativo aos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966). 
Além disto, não podemos esquecer a Declaração Mundial de Educação para 
Todos de 1990, quando 155 governos nacionais se comprometeram, através 
de adesão ao protocolo concernente, com a erradicação do analfabetismo em 
 
 
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seus territórios e com a oferta da Educação básica para todos até o ano 2000. 
Tanto a Conferência de Jomtien, no início de 1990, onde foi aprovada a 
Declaração Mundial de Educação para Todos, quanto o Marco de Ação de 
Dacar, representam na história da Educação mundial um verdadeiro divisor de 
águas, pois não se contentaram apenas com a universalização do acesso, 
como também com a qualidade e a democratização educacionais. Ambos os 
compromissos traduzem a vontade dos países - membros da UNESCO com 
uma Educação Básica de qualidade para todos. 
Há alguns anos, o Brasil entrou em sintonia com a meta de Educação de 
qualidade para todos. Nas três instâncias da administração educacional 
brasileira - União, Estados e Municípios - trava-se uma luta incessante para 
não deixar nenhuma criança sem escola. O resultado dessa política está à vista 
e se expressa por quase 97% de crianças brasileiras inseridas no processo de 
escolarização obrigatória. Sobressai agora o desafio da qualidade que 
constitui, sem dúvida, o mais difícil dos obstáculos. 
Apesar dos significativos avanços da ciência e da tecnologia, na década de 
1990, aquele compromisso não só deixou de ser cumprido, como aumentou o 
número absoluto de analfabetos, sobretudo no Sul da Ásia e na África. Em 
consequência, no ano de 2000, 185 governos participaram da Conferência de 
Educação, realizada em Dakar (Senegal), ocasião em que foram reafirmados 
os compromissos com uma Educação para Todos, até o ano de 2015. 
 
 
PRIMEIRA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA – 1824 
 
DOCUMENTO PARA CONSULTA 
 
 
 
 
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UNIDADE 4 
Objetivo: Contextualizar a Educação brasileira na ordem constitucional bem 
como a sua aplicabilidade em cada constituição do país. 
A Educação na Ordem Constitucional 
 
Breve Histórico 
O Estado brasileiro, enquanto sociedade política tem se revelado no âmbito de 
suas Constituições, como o grande interlocutor das políticas educacionais 
desenvolvidas no País. Em uma sociedade de classes, como no Brasil, só o 
Estado é capaz de garantir, de forma positiva, no seu ordenamento jurídico, a 
Educação como direito social. "Todo poder emana do povo, que o exerce por 
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos dessa 
Constituição". – Fundamento declarado no primeiro artigo da Constituição, 
parágrafo único. 
A Constituição Federal do Brasil é a lei fundamental da nação, um conjunto de 
normas jurídicas que regem as relações entre governantes e governados, não 
havendo qualquer outro ordenamento superior a este. A Constituição existe 
para regular o exercício do Estado, visando proteger os Direitos e Garantias 
Fundamentais dos cidadãos. 
A Constituição de 1.824 tratava de princípios gerais sobre instrução primária 
‘’gratuita a todos os cidadãos’’ art.179, XXXII, com referências genéricas a 
respeito de colégios e universidades que ministravam Ciências, Belas Artes e 
Letras. Em 15 de novembro de 1.827, foi publicada a primeira Lei Orgânica do 
Ensino no Brasil, entretanto, tornou-se praticamente inexequível, por não haver 
professores para efetivarem seus dispositivos. Em 1827, foram instituídos pelo 
Decreto Imperial de 11 de agosto, os primeiros cursos jurídicos; um em São 
Paulo (Faculdade de Direito São Francisco) e outro em Olinda. 
 
 
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Em 1.834, mesmo com o fortalecimento das assembleias provinciais para 
legislarem sobre a instrução pública, ou ainda as reformas Couto Ferraz 
(1.854) e Leôncio Correia (1.879), poucas mudanças ocorreram na estrutura 
educacional durante o Império. 
O problema é que não existiam estabelecimentos nos quais tal instrução era 
oferecida, até porque, os mesmos eram praticamente inexistentes. A lei de 
1827 determinava a criação de escolas de primeiras letras em todas as 
cidades, vilas e lugarejos, o que não ocorreu. A situação se repetiu no artigo 
179, XXXIII, em relação à criação de universidades. Apesar de todas as 
discussões a criação das universidades brasileiras só tornou-se fato no século 
XX. 
A Carta de 1824 assegurava: ‘’[...] inviolabilidade dos direitos civis e políticos 
dos cidadãos brasileiros [...]’’ e uma das maneiras dessa inviolabilidade se 
concretizar seria a instrução primária gratuita. A Educação era inscrita, assim, 
como direito civil e como dever moral de esclarecimento para os indivíduos que 
assim desejassem. Todavia, eram considerados cidadãos aptos a usufruir os 
direitos civis e políticos apenas as elites representadas pelo latifúndio e pelas 
oligarquias agrárias e escravistas. Dessa forma, foi assegurada a gratuidade 
sem a correspondente ideia de responsabilidade estatal ou social, até porque 
os filhos desses ‘’cidadãos’’ tinham sua instrução elementar ministrada em 
casa. 
A Constituição de 1.891: Não afirmava sequer a gratuidade, restringindo-se a 
estabelecer que o ensino ministrado nos estabelecimentos públicos fosse leigo. 
A exigência de alfabetização limitava a participação política, ao trazer implícita 
a distinção entre cidadãos ativos que possuíam direitos civis e políticos – e 
cidadãos passivos – que possuíam (em tese) somente os direitos civis. 
Ademais, a Constituição de 1891, ao mesmo tempo em que excluía os 
analfabetos do direito de votar, desobrigava o Estado de proporcionar instrução 
básica (obrigação esta prevista Carta Republicana). Facultou, em seus artigos, 
atribuições aos Estados brasileiros para que organizassem seus sistemas 
educacionais, dentro das normas constitucionais previstas, cabendo à União 
 
 
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poderes específicos para legislar sobre a organização municipal do Distrito 
Federal, bem como, sobre o ensino superior. 
Ao Congresso foi atribuído, mas não privativamente, a criação de instituições 
de ensino secundário nos Estados e a competência de prover sobre a instrução 
secundária no Distrito Federal. Em decorrência dessa atribuição concedida aos 
Estados, a partir de 1.920 tiveram início, em várias unidades da federação, 
movimentos de renovação educacional inspirados na escola nova europeia, 
sendo os mais significativos, a reforma Lourenço Filho no Ceará, em 1.923; 
reforma Anísio Teixeira, na Bahia, em 1.925; reforma Fernando de Azevedo, no 
Distrito Federal, em 1.927 e a reforma Francisco Campos, em Minas Gerais, 
em 1.928. Criação do Ministério da Educação e Saúde. 
A Revolução de 1.930 provoca um grande anseio de renovação que se refletiu 
no âmbito educacional, com a criação, ainda naquele ano, do Ministério da 
Educação e Saúde. Sob inspiração do então ministro Francisco Campos 
aconteceram duas reformas: a do ensino secundário e a do ensino superior, 
por meio de dois estatutos,ambos de 11 de abril de 1.931: o decreto-lei 18.951 
- Estatuto das Universidades Brasileiras - e o Decreto 18.952, que reorganizou 
a Universidade do Rio de Janeiro. 
A Constituição de 1.934 acolheu no capítulo V "da família, da Educação e da 
cultura" - o inciso II, destinado a regular especificamente a Educação, 
considerada direito de todos, devendo ser ministrada pela família e pelos 
poderes públicos. A Constituição de 34 estabeleceu a competência da União 
para, entre outras atribuições, fixar o Plano Nacional de Educação, abrangendo 
todos os graus e ramos, comuns e especializados, com poderes de coordenar, 
fiscalizar, exercer ação supletiva onde fosse necessário e estimular a atividade 
educacional em todo o país. 
 
Assim, competia aos Estados e ao Distrito Federal organizar e manter os 
sistemas educativos em seus territórios, respeitando as diretrizes estabelecidas 
pela União. Ao Conselho Nacional de Educação - a ser organizado na forma da 
 
 
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lei ordinária, cabia elaborar o Plano Nacional de Educação, dependente do 
poder legislativo. Durante os três anos de vigência da Constituição, cuidou-se 
da elaboração do Plano Nacional da Educação, apresentado ao Congresso 
Nacional, sem, no entanto, ter sido por ele votado. 
 
Apenas em 1934 a gratuidade foi restituída ao texto constitucional e, pela 
primeira vez foi associada com a obrigatoriedade para o Ensino Primário, que 
correspondia aos quatros primeiros anos de escolarização. Entretanto, apesar 
da Constituição de 1934 proclamar que a Educação deveria ser ministrada pela 
família e pelos poderes públicos, não houve uma definição explicita da 
obrigatoriedade/responsabilidade do Estado em oferecê-la, sendo esta 
caracterizada muito mais como a obrigatoriedade de frequência, pois a didática 
do estabelecimento ou aos mecanismos de seleção para o ingresso, além de 
não haver prescrição de sanção, caso os poderes públicos não oferecessem ou 
oferecessem de forma irregular a etapa obrigatória de escolarização. 
O Estado como “colaborador” 
A Constituição de 1937, inspirada em princípios centralizadores, restringiu a 
autonomia dos Estados, dando ênfase ao Ensino pré-vocacional e ao 
profissional, considerando, em matéria de Educação, o primeiro dever do 
Estado, sobretudo, às classes menos favorecidas. O Ministério da Educação e 
Saúde expandiu-se, criando o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos 
(INEP), por meio do qual firmava convênios para auxiliar os estados, no campo 
do Ensino Primário, integrado, em 1.942, ao Fundo Nacional do Ensino 
Primário. 
 
 Em 9 de abril de 1942, na gestão do Ministro Gustavo Capanema, foi 
promulgada a Lei Orgânica do Ensino Secundário - conhecida como Reforma 
Capanema, que instituiu o primeiro ciclo secundário de quatro anos, ou Curso 
Ginasial, e um segundo ciclo, de três anos, apresentando duas opções: Curso 
Clássico ou Científico. Nos novos currículos previstos nesta Lei, predominavam 
 
 
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o enciclopedismo e a valorização da cultura geral e humanística. Por influência 
da Segunda Guerra, esta Lei instituiu também a Educação Militar, somente 
para alunos do sexo masculino. Se para os demais direitos sociais, 
principalmente os trabalhistas, não houve ruptura expressiva com o Estado 
Novo, para a Educação há uma inflexão considerável. 
A Constituição outorgada de 1937 definiu o Estado como “colaborador” do 
dever da família em educar os seus filhos. O Ensino Primário foi declarado 
obrigatório e gratuito, mas essa gratuidade previa a contribuição para o “Caixa 
Escolar” para os que não pudessem provar condições de pobreza. 
A Constituição de 1946 reflete o processo de redemocratização do país, após a 
queda da ditadura de Vargas. Em oposição a Constituição, outorgada, de 1937, 
os ‘’Pioneiros da Educação’’retomam a luta pelos valores já defendidos em 
1934. A Constituição de 1946 deu competência à União para legislar sobre as 
diretrizes e bases da Educação Nacional, mantendo o capítulo da Educação e 
da Cultura, da Constituição de 1934. Os Estados voltam a ter maior autonomia 
para organizar seus sistemas educacionais, mantendo os dispositivos sobre o 
Ensino Primário obrigatório, oficial e gratuito. 
 Em 1948, o ministro Clemente Mariani apresenta o anteprojeto da LDB, 
baseado em trabalhos de educadores orientados por Lourenço Filho. O 
percurso desse projeto foi tumultuado e se estendeu até 1961, data de sua 
promulgação. Com o fim do Estado Novo, a Educação voltou a figurar no texto 
constitucional de 1946 como direito de todos sendo ministrada “no lar e na 
escola”. O Ensino Primário foi declarado gratuito e obrigatório, nos moldes da 
Carta de 1934, a obrigatoriedade/responsabilidade foi explicitada para o 
indivíduo e para a família e não para o Estado. Reforçando esta tendência 
temos o Código Penal que estabeleceu que os pais ou responsáveis que não 
matriculassem os filhos ou pupilos na escola incorreriam em crime de 
abandono intelectual podendo sofrer penas que iriam desde o pagamento de 
uma multa à prisão 
A Lei 4.024, de 20 de dezembro de 1961, criada com base em dispositivo 
constitucional, que regula a competência da União, entendeu que a função de 
 
 
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legislar sobre diretrizes e bases da Educação Nacional deveria constar de um 
texto legal único. Assim, o poder executivo, em 1948, encaminhou ao 
Congresso um Projeto de Lei que originou muitos debates entre diferentes 
correntes educacionais, resultando na Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional de nº 4.024/61, a primeira a tratar especificamente da Educação 
Nacional, após 15 anos da promulgação da Constituição de 1946. No entanto, 
quando essa lei foi publicada, em 1961, ela já estava ultrapassada; embora 
fosse uma proposta avançada para a época da apresentação do anteprojeto. 
Envelheceu no confronto de interesses e debates. 
A Constituição de 1967, também conhecida como Emenda Constitucional nº. 1, 
de 17 de outubro de 1969, manteve a atribuição da União de legislar sobre 
diretrizes e bases da Educação Nacional. Assim, em 1971, o Congresso 
Nacional propõe alterações no Ensino de 1º e 2º graus e a LDB vigente, nº. 
4.024/61. 
A Constituição de 1967, outorgada durante o Regime Militar, manteve a 
Educação como direito, mas esse direito tinha limites: ele era obrigatório para 
todos (os indivíduos, as famílias) e gratuito nos estabelecimentos públicos. Por 
mais paradoxal que pareça, foi apenas com a Emenda Constitucional de 1969 
que a Educação foi explicitada como direito de todos e dever do Estado. 
Apesar dessa declaração formal, o Ensino obrigatório continuava restringindo 
pela idade (dos 7 aos 14 anos), desconsiderando etapa obrigatória de 
escolarização o 2º grau e excluindo, portanto, os jovens e adultos que não 
tiveram a oportunidade de frequentar a Escola no período determinado pela lei. 
A Lei 5.692/71, de 11 de agosto de 1971. As alterações propostas têm início 
em maio de 1971 quando, na Faculdade de Educação da Universidade de 
Brasília, numeroso grupo representante de diferentes estâncias educacionais 
de todo o Brasil, convidado pelo então Ministro Jarbas Passarinho do Ministério 
da Educação e Cultura, participa do "Curso de Especialização sobre o Ensino 
de 1º e ª 2º graus", com a finalidade de se elaborar um anteprojeto da lei de 
reforma do ensino, que após sua implantação ficou conhecida como "Reforma 
Passarinho". Segundo seus autores essa lei resolveria todos os problemas da 
 
 
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Educação brasileira, promovendo o que se chamou na época de ‘’Revolução 
pela Educação’’.Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 25 
 
UNIDADE 5 
Objetivo: Reconhecer, na Constituição, as principais determinações gerais 
sobre Educação. 
Aspectos relevantes na Constituição de 1988 para a Educação. 
A Constituição de 1988 
A legislação brasileira, na área educacional, a rigor, apresentou um grande 
avanço com a promulgação da Constituição de 1988. O capítulo da Educação, 
nela inserido, deu os rumos a legislações posteriores, seja no âmbito dos 
estados, dos municípios e do Distrito Federal. A partir daí surgem novas leis 
para regulamentar os artigos constitucionais e estabelecer diretrizes para 
Educação no Brasil. 
A Constituição de 1988 dedicou toda uma seção ao direito à Educação, sendo 
integrada pelos Arts. 205 a 214. Cada um dos entes federativos deve 
comprometer, anualmente, um percentual mínimo da receita resultante de 
impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e 
desenvolvimento do Ensino: a União, dezoito por cento e os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, no mínimo, vinte e cinco por cento. O sistema atual 
atribuiu aos Municípios a atuação prioritária no Ensino Fundamental e Infantil e 
aos Estados e ao Distrito Federal, também de forma prioritária, a manutenção 
do Ensino Fundamental e Médio. 
Destacamos alguns pontos importantes da nova Constituição: Gratuidade do 
Ensino Público, em estabelecimentos oficiais; Ensino Fundamental obrigatório 
e gratuito; Extensão do Ensino obrigatório e gratuito, progressivamente, ao 
Ensino Médio; Atendimento em creches e pré-escola as crianças de zero a seis 
anos; Acesso ao Ensino, obrigatório e gratuito, como direito publico subjetivo, 
ou seja, o seu não oferecimento pelo poder público, importa responsabilidade 
da autoridade competente; Valorização dos profissionais do ensino, com planos 
de carreira para o magistério público; Autonomia universitária; Aplicação anual 
pela União de nunca menos de 18%, e os estados, Distrito Federal e os 
 
 
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municípios 25%, no mínimo da receita resultante de impostos; Distribuição dos 
recursos públicos assegurando prioridade ao atendimento das necessidades do 
Ensino obrigatório nos termos do Plano Nacional de Educação; Recursos 
públicos destinados às escolas públicas podem ser dirigidos a escolas 
comunitárias confessionais ou filantrópicas desde que comprovada finalidade 
não lucrativa; Plano Nacional de Educação visando à articulação e ao 
desenvolvimento do Ensino em seus diversos níveis e a integração das ações 
do poder público que conduzam a erradicação do analfabetismo; 
Universalização do atendimento escolar; Melhoria da qualidade de Ensino; 
Formação para o trabalho; Promoção humanística, científica e tecnológica do 
país. 
A Constituição Federal de 1988 tende, no quesito educacional, à 
descentralização política; aqui, se expressa na distribuição de poder de legislar 
entre os níveis de governo. Trata-se de uma descentralização referente às 
relações intergovernamentais. A lei complementar, ao fixar a cooperação entre 
as entidades federativas, caracteriza o grau de centralização do sistema de 
execução de serviço na área de competência sociocultural (acesso à cultura, à 
Educação e à ciência). Prevalece, decerto, a lei de coordenação e não a de 
subordinação política, técnica e financeira dos Estados, Municípios e Distrito 
Federal frente ao governo federal com tendência histórica à centralização. Uma 
política pública da Educação que tem, em perspectiva, uma política social de 
acesso à Educação, à cultura e à ciência passa, necessariamente, por um 
aparato financeiro e técnico-administrativo, o que pode levar as entidades 
subnacionais, se não amparadas por um dispositivo constitucional, a uma 
situação ou relação de subordinação e de dependência federal. Assim, 
observa-se, no artigo 23 da Constituição Federal de l988, uma 
descentralização financeira alternativa onde os Estados e os Municípios 
recuperam sua posição de agentes de governo e dos serviços educacionais. 
Outra compreensão que poderíamos fazer do artigo 23, inciso V, entre os doze 
serviços a serem executados, em comum, pelas entidades governamentais, é a 
de não exclusividade da União, portanto, a não exclusão das entidades 
federativas no cumprimento do preceito legal. Há uma corresponsabilidade, um 
 
 
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compartilhamento da União com as demais entidades federativas na execução 
das tarefas. Certamente, tal repartição de ação comum não se fará de forma 
linear, com sobrecarga para a entidade mais débil financeiramente, mas uma 
ação onde todos estão envolvidos e viabilizam, no social e no regional, o 
preceito constitucional. A política de acesso à cultura, à Educação e à ciência é 
uma política social, que envolve todo o complexo estrutural da Federação. 
A Educação, direito de todos e dever do Estado e da Família. 
Segundo o artigo 205 da Constituição Federal de 1988: “A Educação, direito de 
todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a 
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu 
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho". 
Para entender o alcance da Educação como direito de todos: A Educação é a 
prerrogativa que todas as pessoas possuem de exigir do Estado atenção na 
concessão dos serviços escolares. Como direito de todos, a Educação traduz 
muito da exigência social de se propiciar escolas e condições de acesso para 
todos em idade escolar e, mesmo para os jovens e adultos que, em época 
própria, não tiveram vagas disponíveis para o estudo. A Educação, como 
direito de todos, aparece pela primeira vez como norma legal na Constituição 
de 1934, em seu artigo 149, que assim se pronunciava: 
"A educação é direito de todos e deve ser ministrado pela família e pelos 
poderes públicos, cumprindo a estes proporcioná-la a brasileiros e a 
estrangeiros domiciliados no país, de modo que possibilite eficientes fatores da 
vida moral e econômica da Nação, e desenvolver no espírito brasileiro a 
consciência da solidariedade humana".* 
* Trecho transcrito na íntegra. 
 
 
 
 
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Na Constituição de 1946, a Educação também é definida como direito de todos: 
“A educação é direito de todos e será dada no lar e na escola". 
Na Constituição de 1969, em seu artigo 176, assim se pronuncia sobre: “A 
educação, inspirada no princípio da unidade nacional e nos ideais de liberdade 
e solidariedade humana, é direito de todos e dever do Estado, e será dada no 
lar e na escola". 
O direito de todos à Educação é na verdade o direito social à Educação direito 
esse, que aos cidadãos o gozo da Educação como serviço público. 
A garantia da Educação como direito de todos é feita através do dever do 
Estado em ofertá-la. É incumbência do poder público o serviço educacional. 
Em seguida, a família é corresponsabilizada pela tarefa de educar seus filhos. 
O fato novo, na Constituição Federal de 1988, é que, anteriormente, à família é 
dada a incumbência de "ministrar" a educação (1946, Artigo 149) ou a 
educação é tarefa a ser "dada no lar". (1937; artigo 128; 1969; artigo 176). 
A partir de 1934, a Educação é vista como um processo de socialização e a 
aprendizagem encaminhada ao desenvolvimento intelectual e ética de uma 
pessoa. O fato novo, na Constituição Federal de 1988, é a colaboração da 
família, através da promoção e do incentivo, no processo educativo. O termo 
colaboração indica o reconhecimento por parte do Estado da enorme tarefa 
que cabe à sociedade, especialmente a civil organizada, na formação dos 
educandos. Nada impede, portanto, que a sociedade civil organizada,representada por associações comunitárias religiosas e organizações não 
governamentais, possa, em conjunto com o Estado, realizar o trabalho em 
comum de educar as pessoas. 
A partir de 1934, a Educação é vista como um processo de socialização e 
aprendizagem encaminhada ao desenvolvimento intelectual e ético de uma 
pessoa, essa a maior contribuição dos parlamentares na fase Republicana: a 
socialização do conhecimento formal. A Carta de 1824 ou mesmo a 
Constituição de 1891 parecem ter indicado a Educação apenas como instrução 
 
 
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por meio da ação docente e não como instrumento a favor da cidadania e da 
produção. 
O artigo 206 - da Constituição Federal (artigo 206, inciso I) e na LDB (artigo 3º, 
inciso I) como mero princípio do ensino, o Estatuto assegura à criança e ao 
adolescente a igualdade de condições para o acesso e a permanência na 
escola. Vale dizer que o Direito à Educação da criança e do adolescente impõe 
ao sistema educacional, considerado o seu todo ou em relação a qualquer uma 
de suas instituições de ensino em particular, a eliminação de todas as formas 
de discriminação para a matrícula e permanência na escola. 
O Artigo. 214 - A lei estabelecerá o plano de Educação, de duração plurianual, 
visando a articulação e o desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e 
a integração das ações do Poder Público que conduza: 
I - Erradicação do analfabetismo; II - Universalização do atendimento escolar; 
III- melhoria da qualidade de ensino; IV - formação para o trabalho; V - 
promoção humanística, científica e tecnológica do país 
Além da Constituição Federal e das respectivas constituições estaduais e 
municipais (leis orgânicas dos Municípios), importa, ao estudo da exigibilidade 
do Direito à Educação, o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federal 
nº8. 069, de 13 de julho de 1990), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional – LDB (Lei Federal nº9. 394, de 20 de dezembro de 1996), a Lei da 
Ação Civil Pública (Lei Federal nº7. 347, de 24 de julho de 1985), a Lei da 
Probidade Administrativa (Lei Federal nº 8.429, de 02 de junho de 1992) e as 
leis de responsabilidade (Lei Federal nº1. 079, de 10 de abril de 1950, e 
Decreto-Lei nº 201, de 27 de fevereiro de 1967), além das normas 
procedimentais do Código de Processo Civil, do Mandado de Segurança e da 
Ação Popular. Especificamente, está no Estatuto da Criança e do Adolescente 
o detalhamento do conteúdo material do direito à Educação escolar, já que a 
LDB concentra-se em tratar da oferta, especialmente pela regulação dos 
respectivos sistemas de ensino. 
 
 
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Todo cidadão tem o dever e a obrigação de conhecer as legislações do 
seu país e todo profissional tem a obrigação de conhecer as legislações 
que regulamentam e tratam os temas referentes a sua profissão, 
portanto, tenha sempre em mãos a Constituição Federal e a LDB, para 
que você possa compreender melhor a Educação na Ordem 
Constitucional, a garantia dos seus direitos e os seus deveres 
constitucionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 6 
Objetivo: Entender a lei que regulariza, em âmbito nacional, a base comum do 
currículo, a carga horária, frequência, formas de promoção de série e os 
valores nos quais se assentam a Educação e a Escola, bem como os planos, 
programas, projetos que a elas se vinculam, a partir de uma perspectiva de 
produção do conhecimento 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
 
LEI. 9396, DE 20/12/96 - Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDB). 
A LDB – Regulariza, em âmbito nacional, a base comum do currículo, a carga 
horária, frequência mínima em aula e as formas de promoção de série, 
cabendo aos estados, municípios, e até mesmo às escolas a normatização das 
peculiaridades regionais e locais, curriculares e de calendário, de promoção de 
série e a expedição da documentação escolar de cada aluno da Educação 
Básica. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, mencionada pela 
primeira vez na história da Educação do país, pela Constituição de 1934, tem 
por objetivo possibilitar aos sistemas de ensino a aplicação dos princípios 
educacionais constantes da Constituição Federal. 
 
 A LDB é, portanto, uma lei que rege os sistemas de ensino e sempre que uma 
nova Constituição é promulgada e redefine as bases da Educação nacional, 
faz-se necessário à elaboração de uma nova LDB. 
Com a promulgação da Constituição de 1988, tornaram-se obsoletas as leis de 
diretrizes e bases anteriores (1961; 1968; 1971), pois as demandas de 
formação e escolaridade da população são diferentes. A partir desse fato, no 
mesmo ano, após amplo e longo processo de debate em torno das prioridades 
 
 
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educacionais a constarem em Lei, que acabou resultando na LDB 9396/96, 
promulgada pelo Presidente da República em dezembro de 1996. 
A LDB de 1996, ainda que tenha suscitado muita polêmica, pela primeira vez 
na história da Educação do Brasil, é uma lei de fundo democrático, revelando 
as contradições e interesses de diversas parcelas da sociedade civil. Baseada 
no princípio do direito universal, à Educação para todos; a LDB de 1996 trouxe 
muitos avanços, em relação à lei anterior, alguns dos quais estão elencados 
abaixo: como a inclusão da Educação Infantil (creches e pré-escolas) como 
primeira etapa da Educação Básica. Promove a descentralização e a 
autonomia das escolas e universidades, além de permitir a criação de um 
processo regular de avaliação do ensino brasileiro. 
A LDB promove a autonomia também, dos sistemas de ensino e a valorização 
do magistério. 
Aumento do número mínimo de dias letivos, implicando maior tempo de 
permanência na escola, fato que permite a melhoria do atendimento 
pedagógico de qualidade; Flexibilização da forma de organização do tempo, 
reclassificação dos alunos, definição do calendário, critérios de promoção e 
ordenação curricular. 
Inclusão da Educação Infantil, em creches e pré-escolas, como primeira etapa 
da Educação Básica, consequência do direito da criança pequena à Educação 
e não apenas direito da mulher trabalhadora. 
 Valorização do Ensino profissional e técnico, enfatizando a necessidade de 
uma maior articulação entre estudos teóricos e práticos; Revalorização da 
formação do Magistério. 
Gestão democrática do ensino público e progressiva autonomia pedagógica e 
administrativa das unidades escolares (art. 3 e 15). 
Ensino Fundamental obrigatório e gratuito (art. 4) Carga horária mínima de 
oitocentas horas distribuídas em duzentos dias letivos, na Educação Básica 
(art. 24). 
 
 
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Prevê um núcleo comum para o currículo do Ensino Fundamental e Médio e 
uma parte diversificada em função das peculiaridades locais (art. 26). 
Formação de docentes para atuar na Educação Básica em curso de nível 
superior, sendo aceito para a Educação Infantil e as quatro primeiras séries do 
fundamental, formação em curso Normal do ensino médio (art. 62). 
 Formação dos especialistas da Educação em curso superior de Pedagogia ou 
pós-graduação (art. 64). 
 A União deve gastar, no mínimo, 18% e os estados e municípios, no mínimo, 
25% de seus respectivos orçamentos na manutenção e desenvolvimento do 
ensino público (art. 69); Dinheiro público pode financiar escolas comunitárias, 
confessionais ou filantrópicas (art. 77). 
Prevê a criação do Plano Nacional de Educação (art. 87) O Plano Nacional de 
Educação estabelece metas decenaispara todos os níveis e etapas da 
Educação, apontando para que estados e municípios criem e estabeleçam 
planos semelhantes compatíveis com as metas nacionais. A SEB conta com o 
Programa de Avaliação e acompanhamento do PNE e dos Planos Decenais 
correspondentes que realiza a avaliação do PNE e estimula estados e 
municípios a criarem seus planos correspondentes e avaliarem-no a cada cinco 
anos, de acordo com a própria lei. 
Em 24 de abril de 2007, foi lançado o Plano de Metas Compromisso Todos 
pela Educação, pela União Federal, em regime de colaboração com 
Municípios, Distrito Federal e Estados, e conta com a participação das famílias 
e da comunidade, mediante programas e ações de assistência técnica e 
financeira, visando a mobilização social pela melhoria da qualidade da 
Educação Básica. O Plano foi lançado por meio do decreto nº 6.094, publicado 
no Diário Oficial da União, em 25 de abril de 2007. 
 
 
 
 
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UNIDADE 7 
Objetivo: Compreender Educação como direito social e a necessidade da 
intervenção ativa do Estado no cumprimento desse direito, que concerne nos 
aspectos de garantir a oportunidade de acesso e a possibilidade de 
permanência. 
A Educação como Direito Social 
 
Acesso e a Possibilidade de Permanência 
A fundamentalidade recebida do texto constitucional e de inúmeras convenções 
internacionais se associa o fato de o direito à Educação estar diretamente 
relacionado aos princípios fundamentais da República Federativa do Brasil, em 
especial com o da dignidade da pessoa humana. Parece-nos claro que a 
efetividade do direito à Educação é um dos instrumentos necessários à 
construção de uma sociedade livre, justa e solidária; à garantia do 
desenvolvimento nacional; à erradicação da pobreza e da marginalização, com 
a redução das desigualdades sociais e regionais; e à promoção do bem de 
todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação. 
A Educação, assim, não obstante considerada um direito social, é 
imprescindível à salvaguarda de um direito que, sob um prisma lógico-
evolutivo, o antecede na formação do Estado de Direito: a liberdade. 
A afirmação da Educação como direito social suscitou e necessidade da 
intervenção ativa do Estado no sentido programático, ou seja, não apenas na 
garantia das liberdades civis, mas também na organização (política), por meio 
da organização tributária, administrativa e jurídica para prover a população dos 
chamados serviços públicos, dentre eles, a Educação (COSTA, 1998). Num 
Estado democrático, a organização dessas políticas deve focalizar aqueles que 
 
 
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serão beneficiados e é por isso que e importante participação de todos no 
debate sobre a Educação como direito no Brasil. 
Entender como a Educação foi se configurando como direito e quais são os 
desafios a serem enfrentados na construção da história do direito a Educação 
no Brasil é uma chave importante para consolidação da cidadania dos milhões 
de brasileiros que, neste momento estão: nos transportes, nos hospitais, nas 
vias e nas escolas públicas a procura de dignidade e respeito. E todos nós 
temos um papel importante nisso, pois como afirmar Marilena Chauí: ``[...] se 
as democracias fizeram um caminho histórico, isto se deve justamente às lutas 
populares pelos direitos que, uma vez tendo sido declarados, precisam ser 
reconhecidos e respeitados. “A luta popular pelos direitos e pela criação de 
novos direitos tem sido a historia da democracia moderna” (CHAUÍ, 1989, P.33) 
Assim, esse documento, mais do que proposta e encaminhamentos formais e 
burocráticos é um convite para cuidarmos da nossa parte, no caminho histórico 
da afirmação da Educação como direito. 
 
Aspectos do Direito à Educação 
O direito á Educação consiste basicamente em dois aspectos: a oportunidade 
de acesso e a possibilidade de permanência. O direito á Educação traz uma 
potencialidade emancipadora e inclusiva, visto que a sua afirmação parte do 
pressuposto de que a escolarização é niveladora nas desigualdades do ponto 
de partida. (Com base nisso, a partir de 1917, a escolarização foi transformada 
em obrigação pela maioria dos países mediante inscrição em textos 
constitucionais SACRISTÁN, 2000). 
Não se pode confundir a existência de escolas públicas com o direito a 
Educação. O direito á Educação pressupõe o papel ativo e responsável do 
Poder Publico, tanto na formulação de políticas para a sua efetivação, quanto 
na obrigação de oferecer ensino com iguais possibilidades para todos. Desde 
que o Estado brasileiro foi constituído, com o processo de independência, a 
gratuidade da instrução foi declarada como direito do cidadão. Contudo, ao 
 
 
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mesmo tempo em que sempre houve um suposto reconhecimento da 
Educação escolar como fator importante para o desenvolvimento econômico e 
social, ou seja, como projeto civilizador, o direito ao acesso e a permanência na 
escola elementar foi negado, tanto pelas leis quanto pelas práticas escolares 
excludentes. O que deixava milhões de brasileiros sem a garantia dos seus 
direitos efetivos de cidadania. 
Só a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988 é que o direito a 
Educação correspondeu à obrigatoriedade do Estado e só recentemente o 
Brasil atingiu índices de escolarização obrigatória alcançados por muitos 
países europeus desde o início da segunda metade do século XX. Assim, 
apesar de o direito a Educação se fazer presente em textos constitucionais, há 
tempos, à distância entre o proclamado e o realizado sempre foi muito grande. 
Na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 206, que se refere à igualdade 
de condições para o acesso e a permanência na escola, a partir da leitura do 
inciso I, pode-se deduzir que a igualdade de condições se dá por duas vias: 
 Igualdade de acesso à escola; 
 Igualdade de permanência na escola. 
O inciso I, do artigo 206, volta-se para o princípio de igualdade com equidade 
sem o qual crianças que vivem fora das sedes municipais tenderão; se não 
houver intervenção do poder público, a se isolarem da escola por encontrar 
dificuldade de acesso e de permanência. Daí um programa de transporte 
escolar ser importante para garantir o acesso à escola e o programa de 
merenda escolar ser, por sua vez, de igual importância, para assegurar a 
permanência da criança na escola. 
A igualdade para acesso e permanência na escola é na verdade uma igualdade 
moral, isto se entendemos que a Educação é um direito de todos e dever do 
Estado. Torna-se incumbência moral do Estado reconhecer que as crianças, 
marginalizadas social e economicamente, são, juridicamente, portadores dos 
mesmos direitos que proveem do Poder Público e que definem sua dignidade 
como pessoa humana. A igualdade de acesso à escola é a principal garantia, 
dada pelo poder público, de ingresso ou de reingresso das crianças e 
 
 
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adolescentes no sistema escolar. O princípio de acessibilidade parece ser na 
nova ordem jurídica a grande tarefa do Poder Público. Mas o simples acesso, 
materializado através da matrícula escolar, é apenas ponto de chegada à 
escola, já que é o princípio de permanência que dá garantia da saída do 
educando. O acesso está para o ingresso assim como a permanência é a 
garantia do educando se tornar egresso. 
 
 
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UNIDADE 8 
Objetivo: Compreender historicamente a Educação como um bem 
indispensável para o exercício democrático garantido na Lei de Diretrizes eBases da Educação Brasileira. 
Direito Público Subjetivo a ser Efetivado pelo Estado. 
 
A Educação como um bem Indispensável para exercício democrático. 
Com a abertura política em meados da década de 1980 e a convocação de 
uma Assembleia Constituinte para realizar o desmonte jurídico e institucional 
do regime militar, a Educação foi entendida como um bem indispensável para o 
exercício democrático e o Ensino Fundamental foi proclamado como direito 
público subjetivo a ser efetivado pelo Estado. Nesse sentido, o direito à 
Educação passou a ser identificado com a obrigatoriedade/responsabilidade 
tanto da família, em enviar os seus filhos para a escola, quanto do Estado em 
oferecer vagas em número suficiente para atender a demanda por matrículas 
no Ensino Fundamental. 
A grande inovação consiste em que, doravante, o cidadão é considerado titular 
do direito à Educação e tem a possibilidade de acionar dispositivos jurídicos 
para que o Estado cumpra o seu dever de efetivá-lo, cabendo a 
responsabilidade da autoridade competente, caso a prerrogativa do direito não 
se concretize. Assim, após mais de um século de história constitucional, é que 
o país terá, no âmbito dos valores proclamados, o direito à Educação inscrita a 
partir de uma lógica mais universalista fazendo frente ao longo trajeto de 
iniquidades e privilégios na oferta da instrução elementar. De 1824 até 1988, as 
inscrições do direito à Educação nos textos constitucionais eram assinaladas 
por uma concepção de que o mínimo era o bastante. 
 
 
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Apesar desses avanços, há ainda grandes desafios para assegurar a 
Educação como direito do cidadão brasileiro, tais como: a garantia do acesso à 
etapa obrigatória de escolarização de todas as crianças (hoje a matrícula no 
Ensino Fundamental está em torno de 98%); a garantia de permanência na 
escola, fazendo frente a problemas ligados às gritantes desigualdades sociais, 
raciais, regionais e de renda do país; a definição de padrões mínimos de 
qualidade para o ensino ministrado nos estabelecimentos públicos, com os 
necessários insumos e aporte financeiro; o atendimento a jovens e adultos que 
não tiveram a oportunidade de frequentar a escola na etapa obrigatória de 
escolarização e a ampliação do direito à Educação para as crianças da 
Educação Infantil e para os jovens do Ensino Médio, constituindo efetivamente 
a Educação Básica a que todo cidadão brasileiro deve ter direito. 
Além desses desafios no campo das políticas públicas na área de Educação, 
existem também os relativos às práticas do cotidiano escolar. Com efeito, ao 
lado do tardio surgimento de uma concepção mais universalista do direito à 
Educação nos textos constitucionais, a dinâmica de expansão da escolarização 
obrigatória foi refreada, até a década de 1960, por mecanismos de seleção nas 
instituições escolares. Mantinha-se uma Escola “de” e “para” as elites que 
tinham objetivos convergentes com os da escola: buscava-se prestígios, 
inserção no mercado de trabalho e ascensão social. 
 Desafios no Campo das Políticas Públicas na Área da Educação. 
O acesso à Educação é fator de diferença social, pois mediante rigorosos 
mecanismos de seleção e ensino propedêutico, voltado para o acesso a níveis 
superiores de Educação ou para os postos mais elevados no mercado de 
trabalho eram “eleitos” aqueles que seriam incluídos nos demais direitos de 
cidadania. O crescimento da população urbana e a industrialização do país, a 
partir da década de 1940, contribuíram para o aumento das pressões sociais 
por expansão das oportunidades de escolarização. Essas demandas por 
ampliação das oportunidades de escolarização, ainda que atendidas de forma 
precárias nos marcos do populismo, interferiram na ação estatal no sentido da 
efetivação do princípio da igualdade de oportunidade para o acesso nas 
décadas seguintes, contudo, foi entre as décadas de 1970 e 1990 que houve 
 
 
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um aumento expressivo no número de matrículas na etapa obrigatória de 
escolarização. 
Mas outras formas de exclusão assumiram a posição central no processo de 
escolarização nas décadas de 1970 e 1980: os próprios procedimentos 
internos da escola, sua estrutura e funcionamento, que conduziam à elitização 
do ensino, não mais por falta de vagas ou mecanismo de seleção, mas 
mediante a produção do fracasso escolar (repetência, evasão), como fator de 
diferenciação entre os merecedores e os não merecedores do acesso ao saber 
historicamente construído. Na década de 1990, assistiu-se a um processo de 
expansão das oportunidades de escolarização, no qual esses mecanismos 
internos de exclusão, por parte da escola, foram amenizados 
(democraticamente ou não) por políticas de regularização do fluxo (ciclos, 
progressão continuada, aceleração da aprendizagem). 
 
Porém, novamente, “estratégias” de exclusão foram criadas pela dinâmica 
interna da escola: os alunos percorrem todas as séries ou todos os ciclos do 
Ensino Fundamental sem se apropriar de um instrumental mínimo necessário 
para a inserção social. Esses mecanismos internos de exclusão, criados no 
interior das práticas educativas, precisam ser superados e, os principais 
sujeitos desse processo de superação são os educadores uma vez que a 
defesa da Educação, como direito, requer concepções de mundo e de 
sociedade pautadas pelos princípios da justiça igualitária dos estudantes 
brasileiros. 
Isso exige um compromisso ético e político, uma vez que assumir o trabalho 
pedagógico a partir das desigualdades para alcançar a igualdade democrática, 
requer responsabilidade pela função social e histórica da escola como lócus 
não único, mas privilegiado, de inclusão social. Dessa forma, é necessária uma 
reflexão profunda sobre práticas docentes pautadas, por exemplo, nos 
discursos que “aluno pobre não aprende, que os alunos não querem nada, que 
a família é a grande responsável pelo fracasso do aluno, que não adianta 
ensinar mais coisa porque os alunos não vão mesmo passar no vestibular, que 
 
 
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as coisas estão assim porque não pode reprovar e, já que não se reprova, não 
é preciso ensinar”. 
Já os movimentos sociais têm o papel fundamental de contribuir para que as 
concepções e as práticas da Educação como direito tenham impacto social. A 
defesa do direito à Educação passa pela divulgação e amplo debate sobre os 
mecanismos jurídicos que assegurem não só vagas, mas também a 
permanência com qualidade de ensino nas escolas públicas. Enfim, garantir a 
Educação como direito nos marcos dos avanços constitucionais de 1988 é uma 
tarefa conjunta dos Poderes Públicos, dos educadores e educadoras e da 
sociedade. 
 
 
 
 A Educação ao longo da vida 
 
 
 
 
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UNIDADE 9 
Objetivo - Compreender historicamente as circunstâncias da criação da 
primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Lei nº 4.024, de 20 dezembro 
de 1961. 
Educação Brasileira 
Breve Histórico 
Durante os três primeiros séculos iniciais da colonização brasileira, as 
principais iniciativas educacionais, embora atreladas ao objetivo de catequese, 
foram desenvolvidas pelos jesuítas, por intermédio da Companhia de Jesus. 
Expulsos os jesuítas, o Marquês de Pombal implantou em 1772 o ensino 
público oficial. Não atingiu os objetivos desejados. 
A chegada da família real portuguesa em 1808 favoreceu a educação e a 
cultura no Brasil Colonial. No mesmo ano, criou-se a Imprensa Régia. Em 
1810, fundou-se uma biblioteca com cerca de 60 mil volumes, trazidos por dom 
João VI, aberta ao público em 1814, transformada posteriormente na Biblioteca

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