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ENFERMIDADES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO PARTE 1 17/09/2020 -Não há mto o que fazer no sistema respiratório (pensando em exame físico), apenas algumas coisas que acabamos observando, não é como o sistema digestório (que tem bastante coisa). No sistema respiratório não tem mtas enfermidades, a maioria das afecções é mto rara. Veremos as mais comuns (sendo uma das mais comuns as pneumonias, e temos variadas causas de pneumonias). Terminologias e revisão: A eficiência funcional do sistema respiratório depende da sua capacidade de oxigenar e remover CO2 do sangue, à medida que o mesmo passa pela circulação respiratória. -O sistema respiratório tem que ser bastante eficiente, o corpo tem que remover o CO2 que ele produziu e aquela capacidade de absorção de oxigênio (O2). Mensuramos a quantidade de O2 e CO2 que um animal tem no sangue através de exame de hemogasometria, tomar cuidado pois o sangue arterial é diferente do sangue venoso (onde tem diferença na proporção dos gases )2 e CO2). Padrão- ouro para os animais (onde a quantidade de CO2 e O2 são especificadas) é através do sangue arterial. Coletamos sangue arterial dos animais: as opções de coleta arterial são na orelha tem uma artéria (local mais fácil para coletar em grandes e em pequenos animais), tenho que separar qual é a artéria e coleto o sangue. Se não tiver outra opção e o animal não deixa encostar na orelha, aí coleto sangue venoso. Mas tomar cuidado pq a proporção de CO2 e de O2 no sangue venoso é mais baixa (ex: sangue venoso com 70% de O2, o animal não está morrendo. A saturação dele/o normal desse sangue pode estar em 92-89%, em comparação ao sangue arterial). Cuidado ao interpretar hemogasometria. -O exame que usamos para determinar que é mais fiel é a hemogasometria (por mais que utilizemos a capnometria e que eu coloco sensores na língua do animal e nas extremidades, mas nos ruminantes não tem como colocar nas extremidades por conta dos cascos, coloco na língua ou orelha, não é tão fiel pq é sensor infra-vermelho). TERMINOLOGIAS E REVISÃO -Anóxia ou hipóxia: é a falta de suprimento adequado de oxigênio para os tecidos. Quando o animal entra em hipóxia, está faltando oxigênio para suprir e isso tem consequências. -Hipercapnia: é o acumulo de CO2, por algum motivo o animal está acumulando CO2 na corrente sg (seja por uma falha no pulmão em expirar o ar). -Epistaxe: é o sangramento pelas narinas, o animal sangra penas narinas (seja por uma hemorragia pulmonar, por trauma na face do animal) -Hemoptise: é quando tem a eliminação (que não é tão contínua) que é através da tosse, de origem pulmonar (o sangue vem do pulmão, em tds os níveis pulmonares. Já não é mais do trato respiratório superior). Acabamos no início chamando de epistaxe pq não sei a origem do sangramento, e dps mudo o termo para hemoptise quando eu descobrir que com essa tosse a hemorragia está vindo lá do pulmão. -Sempre tentar diferenciar epistaxe de hemoptise. Enfermidades do sistema respiratório: -A maioria das sintomatologias/sintomas de uma doença respiratória, um dos principais sintomas é o corrimento nasal (por mais que às vezes não seja uma causa infecciosa) temos a produção um pouco maior/exagerada de seroma e conteúdo muco- purulento, temos salivação e posição ortopneica dos animais (animal com a língua de fora tentando respirar), a sintomatologia envolve dificuldade respiratória e secreção nasal. SINUSITE “A sinusite é um processo inflamatório dos seios paranasais causada por organismos virais, bacterianos e fúngicos”. ETIOLOGIA • Pós descorna • Arcanobacterium pyogenes • Problemas odontológicos • Pasteurella multocida • Oestrus ovis • Fraturas • Rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR) - é a primeira das enfermidades e é uma das mais comuns. Nos grandes animais temos a sinusite como um processo inflamatório dos seios paranasais. Vimos a anatomia da cabeça dos animais, tem uma compartimentalização dos seios paranasais (tem o seio frontal, seio lacrimal, seio maxilar, seio nasal), e uma característica dos animais que possuem cornos é o divertículo cornual (no corno, chamamos de chifre erroneamente, temos uma ligação direta entre o seio frontal- que é o maior seio que os animais tem- e o divertículo cornual, existe um recesso que tem uma ligação mto grande do divertículo cornual com o corno, ligando o corno com o seio frontal). Essa compartimentalização tem trabéculas, que facilita com que ocorra um processo infeccioso e inflamatório (pq as bacts se acumulam aqui, e por mais que se faça uma trepanação e abra o seio nasal, para conseguir lavar toda a região e retire o filme bacteriano é complicado). A sinusite é um processo inflamatório, essa inflamação é causada por microorganismso virais, bacterianos ou fungicos (podendo ter sinusite viral, bacteriana ou fungica, mas geralmente são sinusites bacterianas). Nos ruminantes é mais comum de ter o seio frontal e o seio maxilar afetados, no seio maxilar tem uma subdivisão. -Etiologia: ela é mais comum de ocorrer podemos ter uma sinusite por penetração ascendente de um microorganismo (mas isso é mto difícil de ocorrer, através desse microorganismo entrado pela narina ele conseguir desenvolver uma infecção no seio paranasal), pq os ruminantes tem mecanismos de defesa. Ela é mais comum de acontecer geralmente pós- processo cirúrgico de descorna, pq quando descornamos esses animais essa região do divertículo cornual tem que ser retirada e nos animais mais velhos o divertículo é bem grande, então quando retiramos essa região estamos acessando o seio, e mtas vezes esse local de trabalho ou material está contaminado, ou mesmo uma contaminação ascendente naquele local no pós-cirurgico é o suficiente para que uma bactéria/vírus/fungo consiga penetrar no seio frontal, e isso é o suficiente para desenvolver um processo inflamatório e infeccioso naquele local. Geralmente temo a bact. arcanobacterium pyogenes envoldida (com pus), vamos ter descarga nasal nesses animais. Outras causas de sinusite são os problemas odontológicos, aonde geralmente vamos ter o envolvimento da pasteurella multocida. Tem uma pequena distancia entre o seio lacrimal e maxilar e os dentes molares e pré-molares, então a distancia dos alvéolos desses dentes para o seio maxilar e para o lacrimal (mais atrás) é mto curta, então qualquer infecção/abscesso apical pode ascender e conseguir chegar ao seio de forma bem rápida. Nos ovinos tem uma particularidade que é a oestrus ovis, que é uma mosca que coloca os ovos na narina dos ovinos, e a larva vai aumentando de tamanho e penetra na cavidade nasal dos animais, causando destruição do seio nasal nos animais. Ele entra pelo focinho, consegue ascender ao seio nasal e causa destruição e mta irritação desses animais, eles acabam se automutilando na tentativa de tirar aquela larva de dentro do seio nasal. Outra forma seriam as fraturas (por briga ou por outro motivo que possa predispor uma infecção naquele local, mas geralmente é trauma). E temos a rinotraqueite infecciosa bovina, que é uma doença mto importante. SINTOMATOLOGIA • Descorna – sinais agudos ou semanas/ meses • Uni ou bilateral • Sintomas não específicos: anorexia, letargia, relutância em andar e febre • Específicos: edema na região frontal e descarga mucopurulenta -Exs de sinusite: podemos ter desde um aumento de volume, assimetria facial (animais com sinusite, reparto a face dele em 2 e olho a assimetria facial), presença de conteúdo muco- purulento. Em pós- descorna abriu os pontos (a cirurgia não foi mto bem realizada), e vemos o seio frontal. No ovino não foi pós-descorna, mas animal acometido por oestrus ovis em que tem a presença de sangue e pus, que é o suficiente para causar uma porta de entrada e para os animais desenvolverem sinusite. -Sintomatologia: pós-descorna ou pós-trauma temos a sintomatologia, mas vai depender do tipo de microorganismo,vai depender se realizei antibiótico naquele animal ou não (se tentei conter aquela infecção ou não), mas geralmente nas descornas os sinais são agudos (descarga nasal, o animal vai ter hipertermia, e isso pode acontecer em semanas ou meses). A bactéria pode ficar naquele local sem causar grandes danos e de uma hora para outra ela resolve causar sinusite, não significa que tenha que existir uma ferida cirúrgica para ter uma sinusite pós-descorna, a ferida pode até estar em processo de cicatrização (que é só dps de 6 meses) ou eu nem vejo mais ela, mas o animal desenvolve sinusite. Isso é para sinusite e orquiectomias (animal castrado/realizaram orquiectomia 10 anos atrás, desenvolveu abscesso pela orquiectomia 10 anos dps). Essa sintomatologia por conta do septo (dividindo os seios paranasais temos um septo, temos o seio frontal direito e o esquerdo), o septo impede que essa bact. ascenda e vá para o outro lado, por isso a sintomatologia pode ser unilateral ou bilateral. E os sintomas podem ser não específicos geralmente no início, e vou ter anorexia, letargia, relutância em andar, hipertermia nos animais. Dps isso evolui para sintomatologia específica, que é o edema na região frontal ou edema na região maxilar, o sintoma mais clássico que é onde geralmente o proprietário vai perceber que o animal não está bem (ele percebe que o anima vem emagrecendo, mas não aferiu a temperatura, só nota que o animal está estranho) e de repente começa um edema seguido de descarga nasal muco-purulenta, que seria a fase final do processo de sinusite. • Pós descorna: deiscência de suturas e drenagem de conteúdo; • Crônicos: descarga nasal fétida, drenagem nasal mucopurulenta uni ou bilateral, ruído estridor, deficiência na passagem de ar; • Posições anormais de cabeça • Exoftalmia • Sintomatologia neurológica: infecção bacteriana ascendente -Podemos ter no caso da pós-descorna, ao retirar os pontos do animal abriu os pontos e tinha conteúdo purulento, pode não drenar conteúdo na narina ainda, mas já tem conteúdo purulento na região e os pontos abriram. Houve deiscência de suturas, o que é comum. Nos casos mais crônicos a descarga nasal passa a ser muco-purulenta e um pouco mais densa (começa serosa e evolui para muco-purulenta), nos casos bem crônicos a descarga nasal é mto fétida, em que chegando perto do animal já consigo sentir o odor pútrido/podre ou de material em decomposição. Lembrando que podemos ter o acometimento somente unilateral daquele seio e um ruído estridor (pq está ocorrendo obstrução na passagem de ar unilateral ou bilateral- o seio nasal é todo particulado e serve para aerar e filtrar essas partículas de ar, ele está todo repleto de pus, por isso o ruído estridor é comum e é audível quando se chega perto dos animais). Os animis por conseguirem respirar começam a colocar a cabeça em posições anormais (opistotono ou ortopneica, começa a esticar o pescoço), temos uma sintomatologia em casos mais avançados. Quando temos um aumento da pressão daquele sio frontal é comum termos exoftalmia, temos uma pressão intra-craniana (pressão dentro do seio frontal ou seio lacrimal ou seio maxilar, que vai causar uma pressão no globo ocular, fazendo com que ele fique mais externo/para fora). Caso a infecção bacteriana consiga ascender a placa cribiforme (quando vamos realizar uma descorna, dependendo do tamanho do divertículo cornual consigo observar uma capa de osso do cérebro/encéfalo desses animais, e aquela placa tem sobre ela o que chamamos de placa cribiforme, então qualquer lesão eu não posso enfiar uma pinça e tentar cutucar lá- por mais que seja uma área óssea e rígida, pq é o suficiente para que microorganismos consigam penetrar naquela placa e causar uma encefalite bacteriana). Nesses casos mais avançados ou no desenvolvimento de uma cepa bacteriana bem agressiva temos uma sintomatologia neurológica, e além da dificuldade respiratória podemos ter lesão vestibular ou head tilt no animal, variadas formas e posições da cabeça nas lesões neurológicas (que podem ocorrer). Ex: descorna realizada a ferro quente em bezerros que ainda não tinham o divertículo cornual tão desenvolvido, não foi feita nem descorna cirúrgica, e que perderam quase todos os animais por conta de um clostridium que estava no ferro da descorna quente, mesmo com o calor o clostridium não morreu, e houve infecção bacteriana e não um quadro neurológico, quase 70% dos animais vieram à óbito. Exoftalmia é o olho saindo para fora e notamos um aumento no seio frontal (repleto de pus, causou pressão no globo ocular, fazendo com que ocorra exoftalmia), notamos assimetria e secreção (o que indica que provavelmente a secreção ocorreu pós-descorna no animal adulto, pois está saindo pus da região do seio. Se fosse uma sinusite 5 anos dps, a não ser que tenha ocorrido uma fístula nós não teríamos pus saindo para fora, seria só o aumento de volume. DIAGNÓSTICO • Histórico • Exame físico: • Secreção mucopurulenta • Percussão dos sinus • Palpação de fraturas do frontal e maxilar • Exame da cavidade oral (dentes) • Sinocentese ou sinoscopia • Cultura e histologia • RX Vemos uma exoftalmia exagerada, o animal está com aumento da pressão ocular mto grande. Observando a simetria da face do animal, notamos assimetria do lado direito e do esquerdo. E no outro animal pós-descorna se nota assimetria facial. Pode iniciar com secreção mto serosa evoluindo para muco-purulenta. Nos bovinos é normal ter secreção serosa fluida mas em pouca quantidade, mas quando ela muda de tom para secreção purulenta isso não é normal. -Diagnóstico: é pelo histórico (de trauma/fratura, dente ou hálito ruim de podridão, em que extrai o dente dele, ou de descorna), e tb é pelo exame físico (onde observo incialmente onde posso ver a secreção muco-purulenta ou não, pq tem casos mais avançados ou no inicio do caso que não tem secreção, ou casos mto avaçados que essa secreção é tão densa que não sai mais no seio nasal. Nesse caso tenho que abrir o seio e retirar aquele conteúdo purulento pq não saía). Faço a percussão dos sinos (sinos tem que ter som oco, de viscera oca- som submaciço, não é som timpânico pq não é tecido mole), é uma percussão submaciço, e quando esse seio está repleto teremos som maciço (é como se estivesse num local que está repleto de liquido). Importante palpar a face do animal procurando assimetria ou aumento de volume que não seja visível, mas que possa estar se iniciando. Sempre palpar fraturas principalmente no seio frontal e no seio maxilar (posso palpar externamente alguma fratura, sentindo algum degrau ou falta de dentes nos animais),sempre que possível associar aqui o exame da cav. oral (olhar a boca dos animais, colocar especulo bucal, posso sedar os animais que nesse caso não tem problema), e outras formas diagnósticas mais avançadas temos a sinocentese ou sinoscopia que seriam puncionar esses sinos/seios e aspirar conteúdo para fazer cultura (que é o ideal a ser feito para saber qual microorganismos que estamos lidando), fazer histologia para tentar identificar o microorganismo e a celularidade do local. A sinocentese e sinoscopia seriam fazer um pequeno orofício/buraco que eu consiga introduzir uma câmera para observar o que está asontecendo dentro do seio, mas na sinocentese já tenho uma boa noção do que está acontecendo e ela é um pouco menos invasiva). E o rx, existe grande dificuldade nas técnicas de imagem para bovinos adultos, um ovino e caprino consigo fazer rx de cabeça e analisar tds os seios tranquilamente, mas um bovino adulto ou animal europeu que tem mta massa ali naquela região tem a cabeça mto grande ai é difícil, mas podemos tentar pq não é impossível. TRATAMENTO • Cirúrgico trepanação e lavagem dos seios • Repulsão dos dentes acometidos • Terapia antimicrobiana: • Penicilina associação (22.000 UI/Kg, IM, 48h) • Oxitetraciclina (20 mg/kg,IV, 72h) • Cura em 10-14 dias ou mais!! -Imagem: do início do processo infeccioso no seio frontal direito noto perda da radiopacidade desse tecido, e do lado esquerdo está normal, esse é um processo bastante avançado em que não enxergo mais o seio frontal direito pq ele está todo repleto de pus. O que chama atenção é que isso provavelmente foi pós-descorna pq ainda ficou um pedaço de osso que deveria ter sido retirado, sendo que o correto seria realizar a descorna em outra posição, o animal ficou com uma cabeça quadrada pela descorna mal feita. A sinoscopia mostrando a aparência interna dos sinos, então é difícil fazer com que um antibiótico chegue até aqui ou conseguir retirar o pus que já está bastante denso e que não sai via nasal, é difícil conseguir lavar, e o tratamento dessa sinusite é mto prolongado. -Tratamento: pode ser cirúrgico, com trepanação e lavagem dos seios. Ou se for um dente fazer a repulsão ou extração intra-oral desses dentes acometidos. Sempre associo, independentemente do tipo de tratamento (cirúrgico ou conservativo) entro com terapia antimicrobiana, que uso penicilina ou oxitetraciclina. A vantagem da oxitetraciclina é que nos casos em que temos conteúdo purulento ou tem capsulas, ela tem maior poder de penetração do que a penicilina. Por isso damos preferência para as oxitetraciclinas, na dose de 20mg/kg. A recomendação da bula não é IV, mas ela pode ser realizada IV a cada 72h (faz 1 dia, pula 2 dias, e faz um 3° dia). *Deixar claro para o proprietário que o tratamento é demorado, pode ser de 10 dias a 2 semanas, posso ficar talvez 1 mês tratando o animal, vai depender do grau de acometimento (explicar, pq o proprietário acha que isso dura 1 semana, mas pode levar um tempo). • Reavaliar constantemente • Tratamento demorado PREVENÇÃO • Descornar animais jovens • Avaliação odontológica • Curativos -Tratamento sinusite: sempre reavaliar os animais de forma constante (a cada 4-5 dias, toda semana), deixar claro a questão do tratamento demorado. Foi realizada trepanação e a lavagem no seio frontal, onde coloca-se um foley (?) e no seio maxilar se joga uma solução com iodo mto diluído a 0,5%, coloco a solução e ela sai no seio maxilar, vou lavando repetidamente (2x ao dia) na tentativa de diluir o conteúdo purulento e matar as bacts). A 1° coisa seria apenas o tratamento conservativo apenas com antibiótico, mas se eu já tenho uma descarga nasal mto densa ou tentei o tratamento com atb e não resolveu, o animal está piorando, aí o tratamento é cirúrgico (com acessos). Temos como prevenir a sinusite, lembrando que pode existir tratamento conservativo com uso de antibióticos (além do cirúrgico), a prevenção é descornar animais jovens- fazer descorna a ferro quente, evito a contaminação do seio, sempre avaliar os animais de forma periódica (faço isso nos equino 1x ao ano, mas é difícil propriedades fazerem isso em bovinos, ovinos e caprinos), sempre que realizar a descorna fazer curativos diários. Ex: o vet pode ter feito a descorna o mais asseptica possível,mas no pos-operatorio não foi feito cum curativo direito ou contaminou a ferida no pós-cirurgico e isso pode ser porta de entrada para um microorganismo e para o desenvolvimento de sinusite. RINITE • Inflamação da mucosa do trato respiratório • Pouca importância patológica • Etiologia: bacteriana, viral – febre catarral maligna, fungica, alérgica • Sintomatologia: corrimento nasal • Diagnóstico: clínico, swab, endoscopia • Tratamento: causa primária (atb, AINE, anti-histamínico, antifúngico, descongestionante). -Rinite: ela entra mais como uma sintomatologia, não tem tanta importância patológica assim já que ela é uma inflamação da mucosa do trato respiratório. A etiologia pode ser bacteriana, por febre catarral maligna, fungica ou alérgica (geralmente ela é alérgica). Sintomatologia: corrimento nasal que pode ser mais purulento (geralmente é bem adensado) com um pouco de pus. Ela é toda aquela inflamação do trato superior de toda a mucosa. Ela pode entrar como um diferencial nos casos iniciais de sinusite em que temos uma alteração bem sutil do corrimento nasal. A sintomatologia é esse corrimento nasal excessivo, um pouco purulento mas não tão denso quanto nas sinusites. Diagnóstico: é clínico, através de swab e endoscopia, que vamos observar essa mucosa irritada e avermelhada, posso fazer swab para encontrar alguma bactéria, mas é difícil de conseguir diagnosticar rinite nesses animais. Tratamento: descobrir o que causou aquela inflamação, se foi de causa alérgica entro com anti-histaminico, e se for de causa bacteriana entro com atb. Geralmente entro com anti-histaminico ou com antinflamatório quando consigo realmente fechar um diagnóstico de rinite, e posso entrar com descongestionante tb. Só instituo um tratamento específico para rinite quando tenho endoscopia, quando realmente fecho por uma endoscopia e vejo que está tudo irritado. Faço swab para identificar se é uma bact. ou algum fungo e entro com tratamento mais específico, do contrário é difícil olhar o animal e falar que é rinite. LARINGITE, TRAQUEÍTE E BRONQUITE • Inflamação das vias aéreas envolve em geral todos os níveis; • Etiologia: bacteriana e viral • Sintomatologia: tosse inspiração ruidosa e certo grau de dificuldade respiratória (obstrução parcial) • Diagnóstico: laringoscópio e endoscópio • Tratamento: resolução espontânea (viral), AIE, AINES, Atb, traqueostomia. -Laringite, traqueite, bronquite: são as inflamações da via aérea, temos o envolvimento em tds os níveis (de laringe, traqueia, e a nível dos brônquios), não consigo diferenciar uma da outra a não ser por endoscopia. Etiologia é bacteriana e viral, sintomatologia é tosse, inspiração ruidosa, e um pouco de obstrução respiratória (o animal tem uma leve dificuldade respiratória), não é algo absurdo como uma obstrução traqueal, mas ele tem um pouco de dificuldade respiratória. O diagnóstico definitivo é através do laringoscópio, onde eu consigo observar a laringe, mas pensando em traqueia e a nível pulmonar só consigo isso através do endoscópio. Tratamento: a maioria tem resolução espontânea, geralmente acontece pós- infecção viral, mas podemos associar e quando diagnosticada através de um laringoscópio- vimos que esses animais tem um tônus na língua mto grande, então não conseguimos observar a garganta desses animais por mto tempo- podemos caso não consiga fechar ou não tenha acesso a um endoscópio para introduzir na boca dos ruminantes (eles tem dentes bem afiados, por isso é difícil introduzir o endoscópio na boca deles e isso pode estragar a câmera do endoscópio). Nesses casos em que fechamos o diagnóstico o tratamento é AIE ou AINEs, lembrar da questão dos AINEs para os ruminantes no caso das úlceras abomasais, tomar cuidado. Se quiser realizar swab do local para fechar o que está acontecendo, ou citologia para ver celularidade e falar que é bacteriano ou inflamatório, e entrar com atbs específicos, em último caso para as laringites em que isso possa causar obstrução do segmento impossibilitando o animal de respirar, nesses casos posso realizar traqueostomia. Na dúvida entre fazer ou não a traqueostomia, fazer. Se eu pensei que o animal precisa de uma traqueostomia, fazer (se ficar relutante e demorar para fazer, o animal pode vir à óbito). Não consigo fazer massagem cardíaca em bovino/equino adulto, em ovino e caprino até consigo, mas raramente esses animais dps de parada respiratória seguida de parada cardíaca voltam, não é como nos pequenos animais que massageando voltam, em grandes animais é difícil. -Rinotraqueite infecciosa bovina (IBR): tb chamada de red nose (pq ela causa placas e lesões naquela mucosa nasal dos animais, em que vou ver o nariz um pouco avermelhado-vejo nos animais que tem despigmentação da mucosa), ou BHV1 (pelo vírus que causa a IBR). É uma doença viral causadapelo vírus BoHV (por isso o BHV1) da família herperviridae, subfamília alphaer pesviridae, gênero varicelovirus, e tem 2 cepas diferentes (BoHV1 ou BoHV2). Afeta única e exclusivamente os bovinos. RINOTRAQUEÍTE INFECCIOSA BOVINA • Perdas econômicas substanciais • Distribuição mundial • Aborto • Trato respiratório e urinário • 50-80% animais no Brasil possuem Ac -Vai causar dentro do rebanho perdas econômicas bastante substanciais, que envolve o gasto com tratamento e a enfermidade causando sintomatologia no animal (ex; se temos uma infecção que vai causar uma lesão no trato respiratório desse animal, ele não respira direito e não vai comer tanto assim como deveria, o animal de corte não vai engodar o quanto deveria e o animal leiteiro vai perder peso tb e produção leiteira). Quando falamos em perda econômica substancial estamos nos referindo a isso. De 50-80% de todo o nosso rebanho nacional possui anticorpos contra a IBR (quase 80% do nosso rebanho provavelmente já entrou em contato com uma das cepas de IBR, se pensarmos que quase tds os animais já sofreram da sintomatologia da doença isso é uma perda econômica mto importante). A distribuição dela é mundial (ela é bastante disseminada no Br,mas tem em outros países), além da sintomatologia respiratória e o que ajuda a piorar as perdas econômicas é que a IBR causa aborto (ex, posso ter gastado com aquele animal durante a estação de monta e fiz todo um protocolo de sincronização, transferência de embrião, fertilização in vitro antes disso, e aí essa vaca ou ovelha/cabra acaba abortando), temos o envolvimento do trato urinário, trato reprodutor e tb do trato respiratório. -Etiologia: o animal portador (80% do rebanho possui anticorpos, portanto já entraram em contato com o vírus) através de contato direto com os outros animais, esse contato direto é que durante a fase de replicação viral esses animais tem secreção nasal e secreção ocular, que é a sintomatologia clínica bastante característica, observo nos animais secreção nasal e ocular (olho remelado é mto característico de IBR), o animal está em um período de virulência em que ele está expelindo o vírus e ele é fonte de contaminação para os outros. Dps que ele passar esse processo ele já não é mais uma fonte de contaminação para os outros animais, então tem um período de virulência (ele pega a doença viral, transmite por um período e dps de um tempo para de transmitir), ou através da reprodução/cópula esses animais tb conseguem contaminar os outros, ou através de contato indireto (animal comeu no mesmo cocho que o outro animal comeu com uma secreção nasal), ou através de partículas aerossolizadas (que são provenientes do espirro ou saliva, a saliva pode ser aerossolizada desde que ela seja mto pequena, quando falamos em aerossol pensando em spray no ar- a partícula é tão leve que ela não vai para o solo, ela fica no ar), e o animal acaba inalando aquela partícula viral aerossolizada. A porta de entrada pode ser nasal ou pode ser através do trato reprodutivo, mas geralmente é pela via nasal e quando ela entra pela via nasal ocorre uma replicação na mucosa epitelial na entrada da narina e vamos ter o red nose (pq vamos ter algumas placas diftéricas nessa região). Ao olhar a narina desses animais tem algumas elevações como se fosse herpes na narina dos animais por toda a via aérea superior (que são as placas diftéficas), e por conta da replicação na mucosa podemos ter dps disso (dps do período de incubação e de replicação) os animais não apresentando sintomatologia alguma (que é a forma subclínica da IBR). Ou uma disseminação via hematógena e linfática em que através dessa disseminação nós podemos ter o quadro de rinite, laringite e traqueite, uma irritação de todo esse trato respiratório superior, ou podemos ter o acometimento através da disseminação hematógena e linfática do SNC (aí tem meningoencefalite, mas é raro ocorrer). E dps os casos de rinite, traqueite e laringite, que pode evoluir para a forma subclínica e dps evoluir para a cura. Se pensarmos que 80% dos animais tem anticorpos, então em algum momento da vida eles entraram em contato, não desenvolveram sintomas, mas possuem anticorpos (pq qualquer doença viral possuímos anticorpos, por mais que dps haja uma mutação desses vírus temos anticorpos bem efetivos contra esse tipo de enfermidade). Então são 2 vias, e que podemos ter o desenvolvimento de um quadro neurológico por conta da disseminação da ação hematógena e linfática. SINTOMATOLOGIA • Período de incubação de 10-20 dias • Febre • Secreção serosa ocular e nasal (0-72h) • Salivação • Anorexia • Hiperemia da mucosa nasal e feridas • Tosse, abortos • Malformações congênitas – cegueira, musculo-esqueléticas • Animais fracos • Infecção bacteriana 2 – pneumonia • Queda da produção leiteira • Podendo os sintomas ser todos juntos ou separados -Sintomatologia: vai ocorrer de 10 a 20 dias pós- exposiçao (fomite, partícula aerossolizada ou mesmo o contato direto com o animal) e temos durante esse período de viremia pós- incubação temos o aumento da temperatura (hipertermia), e o mais comum de acontecer em IBR é a ocorrência de secreção serosa ocular ou secreção serosa nasal. Nos casos de aborto, se ocorrer dentro de uma propriedade mtos casos de aborto pensar que a IBR é um dos diagnósticos para o aborto-IBR causa aborto (entra dps que causam aborto tb a leptospirose, brucelose e etc). Pode causar tb por conta da irritação e de uma dificuldade na deglutição desses animais (pensando em faringite e laringite), causando salivação (que seria uma deficiência na deglutição da saliva), os animais podem apresentar anorexia por conta da hipertermia e de toda essa lesão. E quando eles tem uma mucosa um pouco mais rósea é comum mesmo nos animais com mucosa pigmentada possuírem a mucosa nasal interna rósea, é comum notarmos uma hiperemia dessa mucosa nasal ou algumas feridas (que são essas placas diftéricas) pq é nesse local que o vírus está se replicando. -Podemos ter tb por conta dessa irritação (pela laringite e traqueite) tosse, lembrando do aborto, podem ocorrer mal formações congênitas (cegueira mal formações musculo esqueléticas), pode produzir crias/animais fracos, posso encontrar aquele bovino mais fraco e apático pq ele parou de comer por conta daquela irritação. Toda e qualquer irritação no trato respiratório superior ou inferior quebra tds os mecanismos de proteção do trato respiratório, ela quebra e favorece com que um microorganismo que antes chegava ali naquele local e era desrtruído com que esse microorg não seja destruído e consiga chegar até o pulmão. Então pode acontecer e é mto comum pós-rinotraqueite infecciosa um quadro de pneumonia (após quadros de laringite, traqueite e bronquite tb) pode favorecer com que o microorg consiga chegar até o pulmão. Lembrando que se pensarmos em animais de carne, seria uma queda no ganho de peso ou uma perda de peso e nos animais de aptidão leiteira (pensando em bovs, ovs e caprs) vamos ter uma redução na produção leiteira. Essa sintomatologia pode ocorrer de forma separada (só tosse), como tb pode acontecer múltipla (em que vai ter tosse, aborto, mal formações, animais fracos e pneumonia). -Ex: animais morrendo em quadro respiratório, 2 animais vieram à óbito, já descartamos tuberculose (que é a 1° coisa que pensamos), ainda não conseguimos fechar um diagnóstico definitivo. Os animais tem uma infecção bacteriana no pulmão mto grande, começam com tosse, e de repente começam com dificuldade respiratória, posição ortopneica, entram em anorexia, emagrecem, de curso crônico, e de repente esses animais morrem de pneumonia. Um dos diferenciais para essa propriedade é a IBR. Ainda estamos estudando para fechar esse diagnóstico. Diagnóstico: • Histórico sanitário do rebanho • Laboratorial é definitivo • Swabs de secreções nasais ou oculares • Sorologia,ELISA, PCR • Pós-mortem – placas diftéricas trato respiratório DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Doenças que causam aborto -Vemos as placas diftéricas na narina direita do animal e a mufla (que é a impressão digital dos bovinos), a entrada da narina tem uma área despigmentada/esbranquiçada na região, isso é cicatriz de IBR, esse animal passou por um processo infeccioso sem sintomatologia evidente e ficaram as marcas. Quando observamos a mucosa nasal dos animais vemos as placas diftéricas brancas, que é mto característico de IBR. E vemos uma traqueite, com um grau de lesão bem avançado, com secreção nasal, aborto e um dos quadros clínicos mais evidentes é quando temos secreção ocular purulenta e secreção nasal, o animal está apático e com o olho remelento. São sintomas bem característicos, lembrando que posso ter traqueite com secreção nasal e ocular, e placas diftéricas e aborto (pode acontecer td de uma vez). -Diagnóstico: é pelo histórico diagnóstico do rebanho, existe vacinação, mas pelo histórico sanitário, ou já teve um caso de rinotraqueite infecciosa bovina alguns anos atrás, ou existe uma rotatividade grande de animais dentro da propriedade e isso predispõe a uma enfermidade. Às vezes não tinha caso nenhum e comprou animais de fora. O diagnóstico definitivo é laboratorial, fazemos swab das secreções nasais ou das secreções oculares, ou tb realizar sorologia (ELISA e PCR, onde encontro anticorpos contra a IBR). O swab fecha o diagnóstico encontrando o vírus, quando eu doso anticorpos através da sorologia encontro anticorpos, e isso não significa que aquela infecção ainda está latente. O animal pode ter passado pelo processo infeccioso e não tem mais nada, e ele pode até estará apresentando sintomatologia de outra enfermidade e eu acho que é IBR. Tomar cuidado quando faço sorologia pq ela só me diz que ocorreu IBR no animal, mas não sei se continua o processo infeccioso ou não. O definitivo é o swab da secreção nasal e ocular, ou pós-mortem (abrir a cabeça dos animais e os seios nasais e observar as placas diftéricas ou uma traqueite mto forte). E o diagnóstico diferencial é diferenciar das doenças respiratórias que causam lesão no trato respiratório superior e o diag.diferencial das doenças que causam aborto. TRATAMENTO • Sintomático • Controla infecções secundárias • Antibióticos de amplo espectro • Antiinflamatórios • Mucolíticos • Prognóstico favorável – cura 7 a 14 dias PREVENÇÃO • Eliminação total dos animais positivos? • Vacinação sistemática • Rebanhos com casos testados • Rebanhos com alta rotatividade • Vacinas inativadas e polivalentes • Eficácia duvidosa -Tratamento: é sintomático, e se o animal desenvolver uma pneumonia secundária eu vou tratar a pneumonia secundária, ou traqueite e renite, eu trato isso isso como? Se houver infecção (pneumonia) entro com atb de amplo espectro, para grandes animais penicilina ou oxitetraciclina, ou penicilina associada a gentamicina (tb temos outros atbs, mas damos preferÊcia para os mais simples pela resistência bacteriana). Rinite ou traqueite sem envolvimento bacteriano (um envolvimento só viral nesses casos) trato com AIE ou AINEs. Se houver presença de muco mto grande e o animal expelindo mto catarro e secreção purulenta, entro com mucoliticos (clembuterol). Prognóstico para a maioria dos casos de IBR, exceto os que tem complicações secundárias (a + comum é a pneumonia), os animais tem cura clínica e cura de 7 a 14 dias, dps de 14 dias o animal ainda tem acs mas não tem mais o vírus da IBR (é como se fosse um resfriado que passou por esses animais e não está mais latente). O tratamento é sintomático, se tem inflamação trato essa inflamação, se tem infecção trato a infecção. Trato a sintomatologia para melhorar, mas não tem nada efetivo que eu de que vai resolver e “matar” o vírus. -Prevenção: eliminar tds os animais positivos. Mas não é possível eliminar 80% do rebanho brasileiro (que é o maior rebanho comercial do mundo). Então isso é impossível, não tem como prevenir. Mas existe vacina, geralmente vacinamos rebanhos em que já tenha casos positivos e testados, ou rebanhos em que tenha uma alta rotatividade (que sai e entra animais sempre) e que esses animais vão entrar em contato com um animal positivo provavelmente. Temos vacinas inativadas e polivalentes, mas existem estudos com essas vacinas que dizem que elas tem eficácia duvidosa pq elas não conseguem induzir um nível de acs necessário e essa imunidade não vai durar por mto tempo. • Vacinação – inativadas e polivalentes Brasil -Temos aqui as vacinas no merdado, com o preço e as doses. As 2 primeiras são polivalentes e a última é inativada, mas a eficácia dessas vacinas ainda é bastante duvidosa. A maioria dos rebanhos leiteiros vacinam mesmo assim, mas não é pq os animais são vacinados que não possam desenvolver essa doença. ENFERMIDADES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO PARTE 1 17/09/2020 Terminologias e revisão: A eficiência funcional do sistema respiratório depende da sua capacidade de oxigenar e remover CO2 do sangue, à medida que o mesmo passa pela circulação respiratória. Enfermidades do sistema respiratório:
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