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©2004 by Pearson Education 1-1 UNICAMP-FEM-DMC Prof. José Maria Santos EM406-ResMat I Textos de R.C. Hibbeler Resistência dos Materiais, 5ª ed. Capitulo 1 - Tensão ©2004 by Pearson Education 1-2 Os parafusos usados para as conexões desta estrutura de aço estão submetidos a um estado de tensão. Neste Capítulo nós discutiremos como os engenheiros projetam estas conexões e as suas fixações. Objetivos do Capítulo • Neste Capítulo revisaremos alguns dos princípios importantes da Estática e mostraremos como eles são usados para determinar as resultantes internas do carregamento de um corpo. • Depois os conceitos de tensão normal e tensão de cisalhamento serão introduzidos e aplicações específicas de análise e projeto de peças sujeitas a uma carga axial ou cisalhamento direto serão discutidas. ©2004 by Pearson Education 1-3 Introdução • A resistência dos materiais ou mecânica dos materiais é um ramo da mecânica que estuda os efeitos internos da tensão e deformação em um corpo solido. • A tensão esta associada com a resistência do material que o corpo é feito, enquanto a deformação é uma medida de quanto o corpo se deformou. • Um entendimento pleno dos fundamentos deste assunto é de vital importância para o projeto de qualquer máquina ou estrutura, pois muitas das fórmulas e regras de projeto citadas nas normas de engenharia estão baseadas neste assunto. ©2004 by Pearson Education 1-4 Histórico • A origem da resistência dos materiais data de antes do início do Século 17 quando Galileo Galilei realizou experimentos para estudar os efeitos das cargas em barras e vigas feitas com vários materiais. 1-5 Histórico • Contudo, nenhum desenvolvimento aconteceu até o início do Século 19 quando os métodos experimentais para teste dos materiais estavam plenamente melhorados. • Nesta época muitos estudos experimentais e teóricos sobre este assunto foram realizados, primcipalmente na França, por notáveis tais como Saint- Venant, Poisson, Lamé, e Navier. 1-6 Histórico • Através dos anos, após muitos problemas fundamentais terem sido resolvidos, tornou-se necessário usar matemática avançada e técnicas computacionais para resolver problemas mais complexos. • Como resultado, a resistência dos materiais teve de se expandir em outras áreas da mecânica, tais como a teoria da elasticidade e a teoria da plasticidade. 1-7 Equilíbrio de um Corpo Deformável • Como a Estática é importante para ambos o desenvolvimento e a aplicação da resistência dos materiais, é muito importante entender bem os seus fundamentos. • Importantes princípios da estática: Cargas. Um corpo pode esta sujeito a ambos: cargas de superfície e forças de corpo. • Cargas de superfície que atuam sobre uma pequena área de contato são chamadas de forças concentradas, enquanto carregamentos distribuídos atuam sobre uma grande área da superfície do corpo. 1-8 Equilíbrio de um Corpo Deformável • Quando o carregamento é coplanar (Fig. 1–1a), a resultante da força FR de um carregamento distribuído é igual a área sob o diagrama do carregamento, e atua através do centroide desta área. 1-9 Equilíbrio de um Corpo Deformável • Uma força de corpo é desenvolvida quando um corpo exerce uma força sobre um outro sem contato físico entre eles. Ex: Força gravitacional, forças magnéticas, etc. • Embora estas forças afetem todas as partículas que compõe o corpo, elas são normalmente representadas por uma única força concentrada atuando no corpo. • No caso gravitacional, esta força é chamada de peso (W) do corpo e atua através do centro de gravidade do corpo. 1-10 Equilíbrio de um Corpo Deformável • Reações de Apoio. Como regra geral, se o apoio impede a translação em uma dada direção, então deve existir uma força sobre o membro naquela direção. Igualmente, se um rotação é impedida, então deve existir um momento sobre o membro. 1-11 Muitos elementos de maquinas são conectados por pinos a fim de permitir movimento de rotação livre nas conexões. Este suporte exerce uma força no elemento, mas não exerce momento. 1-12 Corpos sujeitos a um sistema de forças coplanares, as reações de apoio mais comumente encontradas estão mostradas na Tabela 1–1. Equilíbrio de um Corpo Deformável Equações de Equilíbrio. O equilíbrio de um corpo exige um equilíbrio de forças, para impedir a translação ou um movimento acelerado do corpo ao longo de uma trajetória reta ou curva, e um equilíbrio de momentos , para impedir a rotação do corpo. Matematicamente, em equações vetoriais ou na forma escalar Para um sistema coplanar, 1-13 Equilíbrio de um Corpo Deformável • Para a aplicação das Equações de Equilíbrio devem ser incluídas todas as forças conhecidas e desconhecidas (incógnitas) que atuam sobre o corpo, a melhor forma de fazer isso é através do Diagrama de Corpo Livre (DCL). • Para o corpo da Figura 1-1a o DCL será como mostrado na Figura 1-1b. 1-14 ©2004 by Pearson Education 1-15 Para projetar as vigas desta estrutura, é necessário determinar os carregamentos internos em vários pontos ao longo de seus comprimentos. Equilíbrio de um Corpo Deformável Resultantes das Cargas Internas. Em RM a estática é usada principalmente para determinar as resultantes dos carregamentos que atuam dentro do corpo. Isto é feito usando o método das seções (Figura 1-2) Embora a distribuição exata desta carregamento interno possa ser desconhecido, suas resultantes FR and MRO, Fig. 1–2c, são determinados aplicando-se as equações de equilíbrio ao segmento mostrado na Fig. 1–2c. 1-16 Equilíbrio de um Corpo Deformável • Para aplicações futuras nós consideramos as componentes de FR e MRO atuando nas direções normal e tangencial à área seccionada, Fig. 1–2d. 1-17 Equilíbrio de um Corpo Deformável • 04 tipos diferentes de carregamentos resultantes podem ser definidos como as seguir: • Força normal, N • Força de cisalhamento, V • Momento de torção ou torque, T • Momento de flexão, M 1-18 Equilíbrio de um Corpo Deformável Carregamento Coplanar • 03 tipos diferentes de carregamentos resultantes podem ser definidos: • Força Normal, N • Força de Cisalhamento, V • Momento de Flexão, M 1-19 20 Convenção de Sinais • A convenção de sinais para as forças internas diferem daquelas das forças externas, onde teremos: 1-21 Exemplo 1 - Determine a resultante dos carregamentos internos atuando na seção transversal em C da viga cantilever (engastada- livre) mostrada na figura. Solução: 1 – Reações nos Apoios (DCL): Neste caso não será necessário calcular as reações em A se considerarmos o segmento CB da estrutura. 2 – Seção (DCL): O DCL do segmento CB esta mostrado na fig (b) . Importante: • Indicar as resultantes dos carregamentos internos na seção. • Manter o carregamento distribuído até a seção e calcular e em seguida calcular a sua resultante (área do carregamento) e posição (centroide). 3 – Equações de Equilíbrio: 1-22 Exemplo 1 - Determine a resultante dos carregamentos internos atuando na seção transversal em C da viga cantilever (engastada-livre) mostrada na figura. Solução: 3 – Equações de Equilíbrio: Tente resolver o problema usando o segmento AC ! Primeiro determine as reações que são mostradas na Fig (c). Exemplo 2 – Um motor de 500 kg esta suspenso na lança de um guincho na fig. (a). Determine as forças internas atuando na seção transversal da lança no ponto E. Solução: 1 – Reações nos Apoios (DCL): 2 – Método da Seção: Exemplo 2 – Um motor de 500 kg esta suspenso na lança de um guincho na fig. (a). Determine as forças internasatuando na seção transversal da lança no ponto E. Solução: 3 – Equações de Equilíbrio: • Força Normal • Força Cortante • Momento Fletor Exemplo 3 –Determine as forças internas atuando na seção transversal da viga no ponto B do tubo mostrada na fig. (a). Solução: 1 – Reações nos Apoios (DCL): Não precisamos das reações usando o segmento AB. 2 – Seção (DCL) e Equilibrio: • Força Cortante (direção x) • Força Normal (direção y) • Força cortante (direção z) Exemplo 3 –Determine as forças internas atuando na seção transversal da viga no ponto B do tubo mostrada na fig. (a). Solução: 2 – Seção (DCL) e Equilibrio: • Momento Fletor (em torno de x) • Momento Torsor (em torno de y) • Momento Fletor (em torno de z) Tensão Vimos que a força e o momento atuando em um ponto específico O sobre uma área secionada do corpo (Figura 1-8) representa os efeitos resultantes da distribuição do carregamento que atua na área secionada (Figura 1-9a). Obter esta distribuição do carregamento é de suma importância para a resistência dos materiais. Para isso, precisamos estabelecer o conceito de tensão. 1-27 Tensão Considere que a área secionada está subdividida em pequenas áreas A (azul mais escuro na Fig. 1–9a). Quando reduzimos A a tamanhos cada vez menores, fazemos 2 hipóteses sobre as propriedades do material: 1. Contínuo: consiste de um material que tem continuidade ou distribuição uniforme da matéria sem vazios. 2. Coeso: significa que todas as suas partes estão conectadas, sem ter quebras, trincas ou separações. Na Fig. 1-9a uma força finita muito pequena F agindo sobre a área A é mostrada com suas 3 componentes Fx , Fy e Fz . Quando A 0 F 0, mas o cociente (F/A) limite finito chamado de tensão. 1-28 Tensão A tensão descreve a intensidade da força interna atuando sobre um plano específico (área) que passa por um ponto. Tensão Normal. A intensidade da força atuando normal a A é referida como a tensão normal (), como Fz é normal a área teremos: Se a força ou a tensão normal “puxa” A ela é uma tensão de tração se ela “empurra” A ela é uma tensão de compressão. Tensão de Cisalhamento. A intensidade da força atuando tangente a A é referida como a tensão de cisalhamento (), aqui temos duas componentes: 1-29 Tensão Notação. O índice z indica a direção da normal à área e os índices x e y os eixos ao longo dos quais as tensões de cisalhamento atuam (Fig. 1-10). 1-30 Estado Geral de Tensão. Se o corpo for adicionalmente secionado por planos paralelos ao plano x z (Fig. 1-9b) e o plano y z (Fig. 1-9c) podemos obter um elemento de volume cubico que representa o estado de tensões em em um ponto do corpo, caracterizado por 9 componentes (Fig. 1-11). Estado Geral de Tensão 1-31 Estado Geral de Tensão. O estado de tensões em um ponto do corpo é caracterizado por 9 componentes que podem ser escritas na forma de um tensor das tensões como: Tensão normal média em uma barra com carga axial • Vamos determinar a distribuição de tensões normal média atuando sobre uma área da seção transversal de uma barra com carga axial (Fig. 1- 12a). • A seção transversal é perpendicular a linha de centro da barra e como esta é prismática todas as seções serão a mesma ao longo da barra. • O material da barra é: – Homogêneo, tem as mesmas propriedades físicas e mecânicas através do seu volume; – Isotrópico, tem as mesmas propriedades em todas as direções. • Quando a carga P é aplicada na barra através do centroide da área de seção transversal, a barra deformará uniformemente através da região central do seu comprimento (Fig. 1-12b). 1-32 Tensão normal média em uma barra com carga axial OBSERVAÇÕES: • Muitos materiais de engenharia podem ser aproximados como sendo homogêneos e isotrópicos. Exemplo: Aço, contém milhares de cristais orientados aleatoriamente em cada milímetro cúbico de seu volume, como muitos objetos feitos de aço tem tamanho físico muito maior do que um único cristal, a hipótese proposta relativa a composição do material é bastante realística. • Materiais anisotrópicos, tais como a madeira, tem propriedades diferentes em diferentes direções e ainda que este seja o caso, se as fibras da madeira estão orientadas ao longo do eixo axial da barra (como por exemplo uma prancha típica de madeira), esta também deformará uniformemente quando sujeita a uma carga axial P. 1-33 Distribuição de tensões normal média • Se passarmos uma seção através da barra e a separarmos em duas partes, o equilíbrio requer uma força normal resultante N na seção igual a P (Fig. 1– 12c). • Devido o material sofrer uma deformação uniforme, é necessário que a seção transversal esteja sujeita a uma a uma distribuição de tensões normal constante. • Como resultado, cada pequena área ΔA na seção transversal esta sujeita a uma força ΔN = ΔA (Fig. 1–12d), e a soma destas forças atuando sobre a toda a área da seção transversal deve ser equivalente a força interna resultante P na seção. 1-34 Distribuição de tensões normal média • Se fizermos ΔA dA e portanto ΔN dN, vemos que é constante, e teremos onde, = tensão normal média em qualquer ponto da área da seção transversal; N = resultante da força interna normal que atua no centroide da área da seção transversal; A = área da seção transversal da barra onde é determinado. 1-35 Distribuição de tensões normal média • Logo, se considerarmos o equilíbrio vertical de um elemento da barra (Fig. 1–13) e aplicarmos a equação do equilíbrio de forças ao seu DCL teremos: • As componentes da tensão normal em um elemento do material mostra que estas devem ser iguais em intensidade mas opostas em direção. 1-36 Distribuição de tensões normal média • Nestas condições o material esta sujeito a tensões uniaxiais e estas análises aplicam-se a membros sujeitos a ambos tração ou compressão (Fig. 1–14). 1-37 Tensão normal média máxima • Vimos que ambos a força interna N e a área da seção transversal A eram constantes ao longo do eixo longitudinal da barra, e como resultado a tensão normal = N/A é também constante ao longo do comprimento da barra. • Ocasionalmente, a barra pode estar sujeita a diversas cargas axiais externas, ou a uma variação da sua área da seção transversal, logo a tensão normal dentro da barra pode ser diferente de uma seção para a próxima. Se a tensão normal média máxima deve ser determinada, é importante encontrar a posição onde a razão N/A seja máxima. • O Exemplo 1.5 ilustra este procedimento. Uma vez que o carregamento interno através da barra é conhecido, a razão máxima N/A pode ser identificada. 1-38 Exemplo 5 – A barra da Fig. 1–15a tem largura constante de 35 mm e espessura de 10 mm. Determine a tensão normal média máxima na barra quando sujeita ao carregamento mostrado. Solução: 1 – Seção (DCL): Usando o método das seções nos trechos AB, BC e CD , teremos os DCL’s da Fig. 1–15b. Exemplo 5 – A barra da Fig. 1–15a tem largura constante de 35 mm e espessura de 10 mm. Determine a tensão normal média máxima na barra quando sujeita ao carregamento mostrado. Solução: 2 – Diagrama de Esforço Normal: Fazendo o diagrama com os resultados anteriores da variação da força normal em função do comprimento da barra teremos onde observa-se um valor máximo de Exemplo 5 – A barra da Fig. 1–15a tem largura constante de 35 mm e espessura de 10 mm. Determine a tensão normal média máxima na barra quando sujeita ao carregamento mostrado. Solução: 3– Tensão Normal Média Máxima: Aplicando a Eq. (1-6) A distribuição da tensão atuando em uma seção transversal arbitrária da barra dentro da região BC é mostrada na Fig. 1-5d Exemplo 6 – Uma luminária de 80 kg é suportada por duas barras AB e BC como mostrado na Fig. 1–16a. Se AB tem diâmetro 10 mm e BC tem diâmetro de 8 mm, determine a tensão normal média em cada barra. Solução: 1 – Carregamento Interno: O DCL da luminária pode ser obtido como na Fig. 1-16b, fazendo o equilíbrio, Da 3ª lei de Newton (ação-reação), estas forças tracionam as barras. Aplicando o método da seção vemos que as forças internas nas barras serão iguais as forças externas obtidas! Exemplo 6 – Uma luminária de 80 kg é suportada por duas barras AB e BC como mostrado na Fig. 1–16a. Se AB tem diâmetro 10 mm e BC tem diâmetro de 8 mm, determine a tensão normal média em cada barra. Solução: 2 – Tensão Normal Média: Aplicando a Eq. (1-6) A distribuição da tensão normal média em um ponto sobre a seção transversal da barra AB (Fig. 1- 6c) mostra que um elemento do material está tensionado como mostra a Fig. 1-16d. Tensão de cisalhamento média • A tensão de cisalhamento foi definida anteriormente como a componente da tensão que age no plano da área secionada. • A Fig. 1-19a mostra como esta tensão pode se desenvolver. Se F for grande pode fazer o material da barra deformar e falhar nas seções AB e CD. • O DCL do segmento central (Fig. 1-19b) indica que uma força de cisalhamento V = F/2 deve ser aplicada a cada seção para manter o equilíbrio. • A tensão de cisalhamento média distribuída sobre cada área secionada que desenvolve esta força de cisalhamento é definida por Sua distribuição na seção é mostrada na Fig. 1-19c. Este é o caso do cisalhamento simples ou direto. 1-44 Equilíbrio da tensão de cisalhamento • Considere o bloco da Fig. 1-20a, o qual foi secionado e esta sujeito a a uma força de cisalhamento interna V. • Um elemento de volume tomado em um ponto localizado sobre sua superfície estará sujeito a uma tensão de cisalhamento direta zy (Fig. 1- 20b). • Contudo o equilíbrio de forças e momentos deste elemento requer que tensões de cisalhamento sejam desenvolvidas nos três lados do elemento. • Para tal é necessário desenvolver o DCL do elemento 1-45 Equilíbrio da tensão de cisalhamento • O DCL do elemento é mostrado na Fig. 1-20c. • O equilíbrio de forças na direção y requer, • Similarmente, o equilíbrio de forças na direção z produz • O equilíbrio de momentos em torno do eixo x , ou 1-46 Equilíbrio da tensão de cisalhamento • Logo, todas as quatro tensões de cisalhamento devem ter intensidades iguais e estarem dirigidas no mesmo sentido ou em sentidos opostos umas em relação as outras nas bordas opostas do elemento (Fig. 1-20d). • Esta é referida como a propriedade complementar do cisalhamento e o elemento esta sujeito ao cisalhamento puro. 1-47 Exemplo 9 – Determine a tensão de cisalhamento média em um pino com 20 mm de diâmetro em A e 30 mm de diâmetro em B que suporta a viga da Fig. 1–21a. Solução: Carregamento Interno: As forças nos pinos podem ser obtidas do equilíbrio da viga (Fig. 1–21b), Força resultante no pino A Solução: Carregamento Interno: O pino em A é suportado por duas abas fixas de modo que o DCL do centro do segmento do pino é (Fig. 1–21c) tem duas superfícies de cisalhamento entre a viga e cada uma das abas. Como a força da viga (21.36 kN) atuando no pino é suportada por forças de cisalhamento em cada uma das 2 superfícies, ele é chamado de cisalhamento duplo. Assim, Observe que o pino em B esta sujeito a um cisalhamento simples, que ocorre na seção entre o cabo e a viga (Fig. 1–21d), logo Solução: Tensões de cisalhamento média: Exemplo 10 – Se a junta de madeira na Fig. 1-22a tem espessura de 150 mm, determine a tensão de cisalhamento média ao longo dos planos a-a e b-b do membro conectado. Para cada plano, represente o estado de tensão sobre um elemento do material. Solução: 1 – Esforço Interno: Do DCL da Fig. 1–22b, Agora considere o equilíbrio dos segmentos ao longo dos planos de cisalhamento a-a e b-b das Figs. 1-22c e d, Solução: 2 – Tensão de cisalhamento média: 3 – Estado de tensão nos elementos do material: Projeto para Tensão Admissível Para garantir a segurança de uma peça mecânica ou estrutural, é necessário restringir a carga aplicada a um valor que seja menor do que a carga que a peça pode suportar. Existem muitas razões para fazermos isto: • As dimensões pretendidas de uma maquina ou estrutura podem não ser exatas, devido a erros na fabricação ou na montagem das suas peças componentes. • Vibrações desconhecidas, impacto ou carregamentos acidentais podem ocorrer, os quais não foram levados em consideração no projeto. • Corrosão atmosférica, apodrecimento ou envelhecimento tendem a deteriorar o material durante sua vida útil em serviço. • Alguns materiais, tais como madeira, concreto ou compósitos reforçados com fibras, podem apresentar grande variabilidade nas propriedades mecânicas. 1-53 Projeto para Tensão Admissível Um método de especificação da carga admissível para uma peça é usar um número chamado de fator de segurança (F.S.), o qual é a razão entre a carga de ruptura Frup e a carga admissível Fadm, onde Frup é determinado a partir de testes experimentais do material. Se a carga aplicada esta linearmente relacionada com a tensão desenvolvida na peça, como no caso de = N/A e = V/A, podemos escrever F.S. em função da tensão de ruptura e da tensão admissível como, 1-54 8)-(1 F.S. adm rup F F 10)-(1 F.S. 9)-(1 F.S. adm rup adm rup Projeto para Tensão Admissível • O valor específico de F.S. depende dos tipos de materiais a serem usados e da finalidade pretendida para a estrutura ou máquina, incluindo-se as incertezas mencionadas previamente. • Por exemplo, o F.S. usado no projeto de uma aeronave ou veículo espacial pode ser próximo de 1 a fim de reduzir o peso dos veículos. Entretanto, para o caso de uma usina nuclear, o F.S. de alguns dos seus componentes pode ser tão alto como 3 devido as incertezas no carregamento ou no comportamento do material. • Qualquer que seja o caso, o F.S. ou a tensão admissível para um caso específico pode ser encontrado nas Normas de Projeto e “Handbooks” de Engenharia. • Projetos que estão baseados no limite da tensão admissível são chamados de Projeto para Tensão Admissível (em inglês Allowable Stress Design - ASD). A utilização deste método garante um equilíbrio entre segurança publica e ambiental de um lado e considerações econômicas do outro. 1-55 Projeto p/ tensão admissível Conexões Simples • Fazendo-se hipóteses simplificadoras em relação ao comportamento do material, as equações = N/A e med = V/A podem frequentemente ser usadas para analisar ou projetar uma conexão simples ou um elemento mecânico. • Por exemplo, se uma peça esta sujeita a uma força normal em uma seção, a área necessária na seção é determinada por ou se a seção esta sujeita a uma tensão de cisalhamento média a área será, 1-56 11)-(1 adm N A 12)-(1 adm V A Projeto da tensão admissível • Três exemplos de aplicação das equações anteriores estão mostrados na Fig. 1–24. • A primeira figura mostra a tensão normal atuando sobre o fundo da placa de base. Esta tensão de compressão causada por uma superfície que suporta a outra é chamadade tensão de esmagamento (em inglês bearing stress). • A área da placa da base B da coluna é determinada em função da tensão de esmagamento admissível para o concreto. 1-57 Projeto da tensão admissível • O comprimento l da barra embutido no concreto pode ser determinado usando a tensão de cisalhamento admissível do material da cola. 1-58 Projeto da tensão admissível • A área do parafuso desta junta sobreposta é determinada pela tensão de cisalhamento, a qual é maior entre as placas. 1-59 Projeto para Estado Limite • Mostramos que o projeto adequado de uma peça deve levar em conta as incertezas resultantes da variabilidade de ambos as propriedades do material e os carregamentos aplicados. • Cada uma destas incertezas pode ser investigada usando a teoria da probabilidade e estatística, e desta forma na engenharia estrutural tem havido uma tendência crescente de separa as incertezas da carga das incertezas do material. • Este método de projeto é chamado de Projeto para Estado Limite ( do inglês Limit State Design - LSD), ou mais especificamente, nos Estados Unidos é chamado de Projeto para Fatores de Carga e Resistência (do inglês Load and Resistance Factor Design - LRFD). Nos discutiremos aqui como este método é aplicado. 1-60 Projeto p/ estado limite Fatores de Carga. Vários tipos de cargas (R) podem atuar sobre uma estrutura e cada uma pode ser multiplicada por um fator de carga que leva em conta a sua variabilidade. • As cargas incluem cargas mortas, a qual é o peso próprio da estrutura e as cargas vivas, as quais envolvem pessoas ou veículos que se movem nela. Outros tipos de cargas incluem cargas de vento, terremotos e neve. • A carga morta (D) é multiplicada por um fator relativamente pequeno tal como D = 1,2, pois pode ser determinado com certeza maior do que, por exemplo, a carga viva (L) causada por pessoas, que pode ter um fator de carga de L = 1,6. • Normas de construção requerem que uma estrutura seja projetada para suportar várias combinações de cargas, e nestes casos, cada tipo de carga terá um fator de carga próprio. Por exemplo, o fator de carga de uma combinação de cargas de carga morta (D), carga viva (L), e carga de neve (S) dá uma carga total (R) de • Os fatores de carga para este carregamento combinado refletem a probabilidade que R ocorrerá para todos os eventos estabelecidos. Observe que nesta equação o fator de carga S = 0.5 é pequeno, devido a baixa probabilidade de que uma carga máxima de neve ocorrerá simultaneamente com as cargas máximas de carga morta e carga viva. 1-61 Projeto p/ estado limite • Fatores de Resistência. Os fatores de resistência ( ) são determinados a partir da probabilidade de falha do material quanto a qualidade do material e a consistência da sua resistência. Estes fatores serão diferentes para tipos de materiais diferentes. Por exemplo, concreto tem fatores menores do que o aço, por que os engenheiros tem maior confiança sobre o comportamento do aço sob carregamento do que eles tem com o concreto. Um fator de resistência típico = 0,9 é usado para uma peça de aço em tração. • Critério de Projeto. Um vez que os fatores de carga e resistência ( e ) tenha sido especificado usando uma norma, então o projeto adequado de um membro estrutural requer que a sua resistência prevista, Pn, seja maior do que a carga prevista que se deseja suportar. Assim, o critério LRFD pode ser estabelecido como, • Aqui Pn é a resistência nominal do membro, significando a carga, que quando aplicada a um membro, causa ou a sua falha (carga de ruptura), ou um estado de deformação que a torna inservível. Em resumo, o fator de resistência reduz a resistência nominal do membro e requer que ele seja igual ou maior do que a carga ou combinação de cargas aplicadas calculada usando os fatores de carga . 1-62 Exemplo 12 – O braço de controle esta sujeito a carga mostrada na Fig. 1-25a. Determine o mais próximo de ¼ polegada de diâmetro requerido pelos pinos de aço em A e C se o fator de segurança para o cisalhamento é F.S. = 1,5 e a tensão de ruptura no cisalhamento é rup = 12 ksi Solução: Força nos pinos: Do DCL da Fig. 1–25b, A resultante do pino C será: Exemplo 12 – O braço de controle esta sujeito a carga mostrada na Fig. 1-25a. Determine o mais próximo de ¼ polegada de diâmetro requerido pelos pinos de aço em A e C se o fator de segurança para o cisalhamento é F.S. = 1,5 e a tensão de ruptura no cisalhamento é rup = 12 ksi Solução: Tensão de Cisalhamento Admissível: Pino A: Cisalhamento simples (Fig. 1-25c), Pino C: Cisalhamento duplo (Fig. 1-25d), Exemplo 14 – Determine a maior carga P eu pode ser aplicada nas barras com junta sobreposta mostrada na Fig. 1-27a. O parafuso tem diâmetro de 10 mm e tensão de cisalhamento admissível de 80 MPa. Cada placa tem tensão de tração admissível de 50 MPa, tensão de esmagamento admissível de 80 MPa e tensão de cisalhamento admissível de 30 MPa. Solução: Falha da placa em tração: Do DCL da Fig. 1–27b, Falha da placa por esmagamento: Do DCL da Fig. 1–27c e usando a área projetada do parafuso, * O parafuso é mais resistente do que a placa! Exemplo 14 – Determine a maior carga P eu pode ser aplicada nas barras com junta sobreposta mostrada na Fig. 1-27a. O parafuso tem diâmetro de 10 mm e tensão de cisalhamento admissível de 80 MPa. Cada placa tem tensão de tração admissível de 50 MPa, tensão de esmagamento admissível de 80 MPa e tensão de cisalhamento admissível de 30 MPa. Solução: Falha da placa por cisalhamento: Do DCL da Fig. 1–27d, Falha do parafuso por cisalhamento: Do DCL da Fig. 1–27e, Dos resultados anteriores teremos a carga no parafuso como o limitante, Exemplo 15 – A viga uniforme AB de 400 kg mostrada na Fig. 1-28a é suportada por uma barra de aço AC e um rolete em B. Se ela suporta uma carga viva distribuída de 3 kN/m, determine o diâmetro da barra necessário. A tensão de ruptura para o aço é rup = 345 MPa. Use o método LRFD, onde ao fator de resistência para a tração é = 0,9 e os fatores de carga para cargas morta e viva são D = 1,2 e L = 1,6, respectivamente. Solução: Cargas com os fatores: A carga morta é o peso próprio da viga, A carga morta aplicado o fator de carga será, A carga viva resultante é aplicando o fator será, Do DCL da Fig. 1-28b, obtém-se a força na barra AC Exemplo 15 – A viga uniforme AB de 400 kg mostrada na Fig. 1-28a é suportada por uma barra de aço AC e um rolete em B. Se ela suporta uma carga viva distribuída de 3 kN/m, determine o diâmetro da barra necessário. A tensão de ruptura para o aço é rup = 345 MPa. Use o método LRFD, onde ao fator de resistência para a tração é = 0,9 e os fatores de carga para cargas morta e viva são D = 1,2 e L = 1,6, respectivamente. Solução: Área: A resistência nominal da barra é determinada a partir de e como a resistência nominal é definida pelo fator de resistência = 0,9 é necessário que,
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