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SERVICO SOCIAL DIREITO E CIDADANIA AULA 4

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Prévia do material em texto

Serviço Social, Direito e Cidadania 
 
Aula 4: Direito da Família 
 
 
Professora Adriana Accioly Gomes Massa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Oi, seja bem-vindo(a) à Aula 4 de Serviço Social, Direito e Cidadania. Nosso 
objetivo é compreender a dimensão legal e social envolvendo o tema família. 
Para tanto, vamos: 
 entender o direito de família a partir de um complexo sistema jurídico, 
contemplando especialmente sua base principiológica 
 possibilitar o desenvolvimento de uma visão ampla acerca do direito de 
família 
O direito de família tem seu fundamento na Constituição Federal e no Código 
Civil Brasileiro. Esse tema é grande importância ao Serviço Social, considerando 
que a família é foco das políticas sociais, universo profissional no qual o 
assistente social também desempenha suas funções. Nesse sentido, o desafio 
dessa aula é pensar na família de forma mais ampla, no sentido de abarcar seus 
diversos arranjos, rompendo com o modelo conceitual de identificação da 
família, que parte das referências pessoais, muitas vezes, idealizadas. E, a partir 
dessa nova perspectivas, compreender os direitos atrelados à família. 
Acesse a versão online da aula e confira a fala inicial da professora Adriana. 
 
 
 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Vamos conhecer um dos arranjos familiares, dentre os diversos existentes, e que 
vem trazendo algumas polêmicas relacionadas à garantia de direitos 
direcionados às famílias denominadas trisal, que se constituem a partir do 
princípio da afetividade. Ao ler e assistir as indicações a seguir, tenha como norte 
reflexivo esta questão: deve o direito regular estas configurações familiares? 
Para melhor conhecer esse arranjo familiar, leia a matéria: 
http://oglobo.globo.com/sociedade/as-pessoas-gostam-muito-de-rotular-diz-
marido-de-trisal-19032157 
Assista também ao vídeo: 
https://youtu.be/LoVc2O6ctKY 
Sobre esta reflexão, acesse a versão online da aula e assista ao vídeo a seguir 
com a professora Adriana. 
 
Conheça também a questão do arranjo familiar trisal que a professora Adriana 
trouxe para a nossa discussão. Para isso, acesse a versão online da aula. 
 
 
 
http://oglobo.globo.com/sociedade/as-pessoas-gostam-muito-de-rotular-diz-marido-de-trisal-19032157
http://oglobo.globo.com/sociedade/as-pessoas-gostam-muito-de-rotular-diz-marido-de-trisal-19032157
https://youtu.be/LoVc2O6ctKY
 
 
Tema 1: Pensando e repensando a família 
Pensar e repensar a família na contemporaneidade se torna relevante, 
especialmente na medida em que se percebe o seu aparecimento como base 
estratégica na condução de políticas públicas, envolvendo mecanismos de 
garantia de direitos constitucionalmente previstos. Ao tentar conceituar a família 
do século XXI, por seus arranjos e configurações diversos, nos deparamos com 
a enorme dificuldade em definir os contornos que delimitam a família 
contemporânea. 
Novos arranjos familiares trazem consigo a complexidade que o tema envolve, 
ficando difícil uma definição, pois um conceito é insuficiente para abranger as 
diversas configurações possíveis. Diante das novas configurações familiares, 
fica difícil manter a ideia de natureza atrelada à família, isso porque os 
acontecimentos e o dinamismo social trazem elementos que ultrapassam as 
respostas biológicas, meramente genéticas, atreladas ao conceito de família. Já 
em 1938, o psiquiatra Jacques Lacan afirma que a família não é um grupo ou 
uma organização natural, mas, antes de tudo, uma estruturação psíquica, 
na qual cada um dos seus membros tem um lugar, uma função. 
A família pode também ser vista pela sua dimensão cultural, desempenhando o 
papel de transmissão de cultura e valores, sendo a afetividade parte de sua 
biologia cultural. A afetividade, a arte do emocionar humano, se mantém 
manifestada na vida em família, sendo a afetividade um dos princípios mais 
relevantes do direito de família, e a partir daí se busca a regulamentação das 
mais diversas configurações familiares. 
A afetividade é inerente às relações familiares e princípio jurídico constitutivo de 
família. Mas, além disso, é o amor (afetividade) fundamento social. Nesse 
sentido, Humberto Maturana (2009, p. 23-24) destaca que “o amor é a emoção 
que funda o social. Sem aceitação do outro na convivência, não há fenômeno 
social”. Ademais, esclarece que “só são sociais as relações que se fundam na 
aceitação do outro como um legitimo outro na convivência, e que tal aceitação é 
o que constitui uma conduta de respeito”. 
 
 
“A emoção que funda o social, como a emoção que constitui o domínio de ações 
no qual o outro é aceito como um legítimo outro na convivência, é o amor” 
(MATURANA, 2009, p. 26). Ao pensar sobre as mudanças que foram ocorrendo 
na história da família, deve-se considerar o curso do emocionar humano e, mais 
especificamente dos desejos e das emoções manifestos na vida em família, que 
formam redes de conversações nas quais as emoções e linguagem se 
entrelaçam. 
A família é, assim, uma realidade que se constitui pelo discurso sobre si própria. 
Inicialmente criada com uma finalidade econômica e social, a família deixa de 
ser um núcleo econômico e de reprodução, passando a ser um espaço do amor 
e do companheirismo. Essas considerações acerca da família são também 
traduzidas na Constituição Federal de 1988, na qual a família deixa de ser 
singular para se tornar plural. 
Para Rodrigo da Cunha Pereira (2015, p. 289), 
A revolução silenciosa que a família, por meio dos novos arranjos que 
ainda estão em curso, vem provocando é a grande questão política da 
contemporaneidade. A luta por um país melhor só tem sentido, e é 
verdade, se o sujeito tiver autonomia privada e tiver a liberdade de 
estabelecer seus laços conjugais como bem lhe aprouver. A história e 
a política, hoje, se escrevem e inscrevem a partir da vida privada, que 
obviamente começa e termina na família. E, assim, a vida privada, 
portanto, a família, tornou-se a principal razão política dos Estados 
democráticos contemporâneos. 
A família, vista como entidade privada, tem proteção especial do Estado, 
conforme previu a Constituição Federal, em seu artigo 226, e passa a ter seu 
reconhecimento sob a ótica do pluralismo familiar, ou seja, a Constituição 
reconhece a família como entidade familiar, além do casamento, a união estável 
e a família monoparental (art. 226, §§ 3º e 4º), além de reconhecer os princípios 
de igualdade jurídica dos cônjuges, companheiros e filhos (art. 226, § 5º; art. 
227, § 6º) e, especialmente ressaltando e considerando, no âmbito da família, 
 
 
um dos princípios fundamentais da nação, o princípio da dignidade da pessoa 
humana (ar. 1º, III), com o qual se pode ampliar substancialmente o conceito de 
família. 
A família ou entidade familiar passa a ser reconhecida uma comunidade de afeto, 
de solidariedade, sem o affecto familiae, o elemento radiador da convivência 
familiar. Assim, a família, diferentemente daquela do século XX, da sociedade 
patriarcal e rural fortemente influenciada pela religião (Igreja Católica), que só 
concebia como família aquela constituída pelo casamento, passa a ser definida 
como uma comunidade formada a partir da afetividade entre seus membros, 
parentes ou não, que se definem e se enxergam como família, independente da 
opção sexual. 
No vídeo a seguir, a professora Adriana trata deste assunto que estamos 
estudando. Acesse a versão online da aula. 
 
 
 
Tema 2: Pluralidade de configurações familiares 
Para que seja considerado família, dentro do nosso ordenamento jurídico, são 
necessários alguns elementos: 
a) Afetividade – elemento propulsor dos laços familiares 
b) Estabilidade – elemento constitutivo do núcleo familiar 
c) Publicidade – necessário que a entidade familiar se apresente publicamente 
com tal 
 
 
d) Vontade – elemento fundamental para constituição da família 
Como já vimos em outraaula, o conceito contemporâneo de família é mais amplo 
e abarca vários arranjos. Vamos ver alguns deles a seguir. Acompanhe. 
 
Família Matrimonial 
É a família formada pelo casamento civil entre os cônjuges, incluindo ou não a 
prole. O casamento civil é regulado pelo artigo 226, §§ 1º e 5º da Constituição 
Federal, e também pelo artigo 1.514 do Código Civil. 
Constituição Federal 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. 
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração. 
[…] 
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos 
igualmente pelo homem e pela mulher. 
Código Civil 
Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher 
manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o 
juiz os declara casados. 
 
Família Homoafetiva 
É aquela constituída por pessoas do mesmo sexo, tendo como sua constituição 
a afetividade entre seus membros, recebendo a mesma proteção das uniões 
estáveis heteroafetivas, por possuir os mesmos direitos e deveres. 
 
 
Apesar de não prevista explicitamente na Constituição Federal, é também 
considerada família e, portanto, merecedora da proteção do Estado. 
“O afeto merece ser visto como uma realidade digna de tutela.” 
Maria Berenice Dias 
Com relação ao reconhecimento da família homoafetiva no Brasil, podemos citar 
algumas legislações e julgados: 
Lei n. 11.340/2006 
Conhecida como Lei Maria da Penha, o seu artigo 5º não só reconhece a união 
homoafetiva, como prevê a proteção do Estado contra quaisquer tipos de 
violência. 
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e 
familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero 
que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e 
dano moral ou patrimonial: 
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de 
convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, 
inclusive as esporadicamente agregadas; 
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada 
por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por 
laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; 
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou 
tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. 
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo 
independem de orientação sexual. 
 
 
 
 
ADI 4.277/DF e ADPF 132/RJ 
O Supremo Tribunal Federal reconhece a união de pessoas do mesmo sexo, a 
partir de uma interpretação constitucional do Código Civil. 
ADFP 132/RJ: 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=628633 
ADI 4.277/DF: 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=628635
 
Resolução n. 175/2013 
O Conselho Nacional de Justiça dispõe sobre a habilitação, celebração de 
casamento civil, ou de conversão de união estável em casamento, entre pessoas 
de mesmo sexo. 
 
Família Natural, Extensa e Ampliada 
Família natural diz respeito à família nuclear, ou seja, formada pelos pais ou 
qualquer um deles e seus descendentes (art. 25 do Estatuto da Criança e do 
Adolescente – ECA). Família extensa ou ampliada é aquela que inclui, além dos 
pais e filhos, os parentes próximos com os quais se convive e mantém vínculos 
de afinidade e afetividade (art. 25, § único do ECA). 
 
 
Família Adotiva 
Constituída pelo vínculo da adoção judicial, ou seja, quando a adoção é 
constituída por meio de sentença judicial. Sua regulamentação se dá pela Lei 
8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA). A filiação adotiva tem 
os mesmo direitos e qualificação da filiação biológica, sem qualquer 
discriminação. Desvincula o adotado de sua família natural ou biológica. 
Família Substituta 
Trata-se daquela família que acolhe criança e/ou adolescente, 
independentemente de sua situação jurídica, na condição de guarda, tutela e 
adoção (artigo 28 do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA). 
Família Anaparental 
Família de parente sem diversidade de gerações, sem verticalidade dos vínculos 
parentais, ocorrendo sem a presença dos genitores no ambiente familiar. Pode 
ser grupo de irmãos, de primos e de tios com sobrinhos. 
Família Pluriparental ou Mosaico ou Ensamblada 
Família recompostas ou reconstituídas. Acontece quando os parceiros têm filhos 
de relacionamentos anteriores, resultando na pluralidade das relações parentais, 
 
 
pois o casal integra seus filhos de outras relações aos filhos comuns. No direito 
brasileiro, a expressão mais utilizada é família mosaico, pela forma como se dá 
esse arranjo familiar. 
Família Eudemonista 
Família constituída a partir do objetivo comum de cada um dos seus membros 
pela busca pela felicidade. Tem a felicidade como princípio, meio e fim. 
Família Multiparental 
Família em que um filho tem dois pais ou duas mães, sendo um biológico e outro 
socioafetivo. 
Família Paralela, Simultânea 
Caracterizam-se pela constituição pelo homem ou pela mulher de mais de uma 
união. São relações que não têm efeito na esfera jurídica, não se configurando 
como união estável, pois transitórias e adulterinas. No Brasil, é adotado o 
princípio da monogamia, porém, a jurisprudência (julgados) brasileira tem 
flexibilizado esse princípio com outros princípios do direito de família, para 
atribuir direitos as famílias que se constituem paralelamente. 
Não se encerra os arranjos familiares nesses modelos apresentados, existindo 
outras configurações familiares, sendo que alguns tem como ponto comum os 
elementos necessários para seu reconhecimento jurídico e proteção do Estado 
e outros não. 
No vídeo a seguir, a professora Adriana trata deste assunto que estamos 
estudando. Acesse a versão online da aula. 
 
 
 
Tema 3: Princípios do direito de família 
Vamos agora tratar dos princípios fundamentais e basilares do direito das 
famílias. São os princípios norteadores da família: 
 Princípio da Dignidade da Pessoa Humana 
 Princípio da Afetividade 
 Princípio da Igualdade Absoluta de Direitos entre os Filhos 
 Princípio do pluralismo familiar 
Vamos ver cada um deles em detalhes, a seguir. Acompanhe! 
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana 
Esse princípio está fundamentado no artigo 1º, inciso III da Constituição Federal. 
A dignidade passa a ser a sustentação dos ordenamentos jurídicos 
contemporâneos e acaba sendo ápice do Estado Democrático de Direito. É, 
portanto, um macroprincípio, que irradia para todos os demais. Rodrigo da 
Cunha Pereira esclarece que: 
A expressão “dignidade da pessoa humana” é uma criação Kantiana 
no começo do século XIX. Em sua Fundamentação da metafísica dos 
costumes (1785), ao argumentar que havia em cada homem um 
mesmo valor por causa da sua razão, empregou a expressão 
“dignidade da natureza humana”, mais apropriada para indicar o que 
está em questão quando se busca uma compreensão ética – ou seja, 
da natureza – do ser humano. Kant afirma de forma inovadora que o 
homem não deve ser transformado num instrumento para ação de 
outrem. (2015, p. 557). 
Assim, ao inserir no texto constitucional a dignidade da pessoa humana, acabou 
conferindo maior valoração e proteção à pessoa humana, proibindo toda e 
qualquer forma de discriminação e garantindo ao ser humano o exercício e o 
reconhecimento enquanto sujeito de direito fundamentais. É, assim, a partir do 
princípio da dignidade da pessoa humanos que são delineados os demais 
princípios, dentre eles a igualdade e a alteridade. 
 
 
Princípio da Afetividade 
Esse princípio está implícito no artigo 227, § 6º da Constituição Federal: 
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à 
criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito 
à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdadee à 
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda 
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade 
e opressão. 
É um princípio constitucional de grande relevância no direito de família, pois é 
considerado um balizador das relações familiares. Juntamente com os princípios 
da dignidade da pessoa humana, solidariedade e responsabilidade forma o 
sustentáculo do direito de família. Esse princípio passa a ter maior importância 
a partir do momento que a família deixa de ser um núcleo econômico e de 
reprodução para ter sua formação e estruturação a partir do amor, solidariedade 
e companheirismo. 
Passa a ganhar valor jurídico e ser elevado à categoria de princípio a partir de 
um processo histórico, influenciado especialmente pela psicanálise, que aponta 
a afetividade como esteio dos laços conjugais e parentais. É a partir desse 
princípio que o direito brasileiro acolheu a teoria da parentalidade socioafetiva, 
cujos laços afetivos passam a ser também reconhecidos, não apenas os laços 
jurídicos e de consanguinidade. 
Princípio da Igualdade Absoluta de Direitos entre os Filhos 
Todas as formas de filiação passam a ter direitos, sem discriminação algumas, 
não mais existindo filhos legítimos e ilegítimos para o ordenamento jurídico 
brasileiro, conforme o artigo 227, § 6º da Constituição Federal: “Os filhos, 
havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos 
direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias 
relativas à filiação.” 
 
 
A desigualdade entre os filhos tinha origem religiosa, que concebia as relações 
sexuais apenas com o casamento, sendo que tudo que fosse contrário a essa 
ordem religiosa era ilegítimo. O princípio da igualdade não se aplica apenas os 
companheiros ou cônjuges, mas também aos filhos, os quais terão os mesmos 
direitos e qualificações, independentemente de havidos ou não do casamento, 
de serem ou não consanguíneos, ficando proibida quaisquer formas de 
discriminação e sepultando as expresses filho bastardo, adulterino, espúrio ou 
incestuoso. 
Princípio do Pluralismo Familiar 
Esse princípio trata da ampliação que ocorreu com a Constituição Federal de 
1988 (artigo 226 §§ 3º e 4º), que amplia o conceito de família para além do 
matrimônio, passando a considerar também como família a união estável entre 
homem e mulher e as monoparentais. Apesar da Constituição Federal não ter 
nominado outras formas de família, ao romper com o modelo familiar oriundo 
exclusivamente do casamento, passa a garantir o exercício dos direitos sociais 
e individuais, em especial a plena liberdade de constituir família, a vários arranjos 
familiares, aceitando a família plural além daquelas constitucionalmente 
previstas. 
No vídeo a seguir, a professora Adriana trata deste assunto que estamos 
estudando. Acesse a versão online da aula. 
 
 
 
 
 
 
Tema 4: Direito convivencial e matrimonial 
O direito matrimonial trata do casamento, sua celebração, efeitos, anulação, 
regime de bens, dissolução, divórcio). O direito convivencial trata da pluralidade 
de entidades familiares convivenciais que se constituem juridicamente pelo 
reconhecimento da união estável. Sobre o casamento, que está inserido no 
direito matrimonial, vamos ver alguns conceitos: 
 Legal – o casamento o estabelece comunhão plena de vida, com base na 
igualdade de direitos e deveres dos cônjuges. (art. 1.511, CC) 
 Doutrinário – casamento significa tanto o ato de celebração do 
matrimônio como a relação jurídica que dele se origina: a relação 
matrimonial. 
Quanto às formas de celebração do casamento, temos as seguintes espécies: 
 Civil comum – matrimônio civil é um ato solene e gratuito. Celebração 
oficializada perante o Cartório de Registro Civil 
 
 Religioso com efeitos civis – casamento celebrado por qualquer que 
seja a religião pode ter efeitos civis, desde que haja o processo de 
habilitação e o devido registro. (art. .1515, CC) 
 
 Consular – casamento realizado no exterior, por uma autoridade consular 
brasileira. Devem ser atendidos todos os requisitos do casamento civil e 
deve ser levado a registro em 180 dias do retorno do(s) cônjuge(s) ao 
território nacional (art. 1.544, CC) 
 
 Por procuração – casamento é celebrado mediante procuração, um 
instrumento público com poderes especais para tal ato (art. 1.542, CC) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Putativo – casamento nulo ou anulável, contraído de boa-fé por um ou 
ambos os cônjuges, sem o conhecimento de sua proibição. Os cônjuges 
acreditam estar casados, mas legalmente não estão, pois é um 
casamento que tem erro que o torna nulo ou anulável 
 
 Nuncupativo – celebrado quando um dos noivos está em iminente risco 
de morte, sendo autorizada a celebração sem cumprimento das 
formalidades legais, porém sendo necessária a presença de seis 
testemunhas que deverão confirmar o ato perante a autoridade 
competente no prazo de dez dias 
Quanto à validade ou à anulabilidade do casamento, este pode ser nulo, 
anulável, irregular, inexistente e putativo. 
É nulo nas hipóteses descritas nos artigos 1.521 e 1.548, CC: 
 os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil 
 os afins em linha reta 
 o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi 
do adotante 
 os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau 
inclusive 
 o adotado com o filho do adotante 
 as pessoas casadas 
 o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de 
homicídio contra o seu consorte 
 pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida 
civil 
 
 
 
 
 
Anulável o casamento quando contemplar as hipóteses do artigo 1.549, CC: 
 de quem não completou a idade mínima para casar 
 do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante 
legal 
 por vício da vontade, nos termos dos artigos 1.556 a 1.558 
 do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o 
consentimento 
 realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse 
da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os 
cônjuges 
 por incompetência da autoridade celebrante 
 
Os impedimentos matrimoniais estão previstos no artigo 1.521 do Código Civil, 
que esclarece que não pode casar: 
 os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil 
 os afins em linha reta 
 o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi 
do adotante 
 os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau 
inclusive 
 o adotado com o filho do adotante 
 as pessoas casadas 
 o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de 
homicídio contra o seu consorte 
 
 
 
 
 
As causas suspensivas do casamento são aquelas em que não há proibição de 
se contrair o casamento, mas recomenda-se que não se casem, são causas 
meramente penalizadoras na esfera patrimonial dos contraentes, sem invalidar 
o ato matrimonial, chamadas de causas restritivas. Elas estão previstas no artigo 
1.523 do Código Civil: 
 o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer 
inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros 
 a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido 
anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução 
da sociedade conjugal 
 o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha 
dos bens do casal 
 o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, 
cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto 
não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas 
contas 
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam 
aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV desteartigo, 
provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para 
o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a 
nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na 
fluência do prazo. 
A dissolução do casamento se dá: 
 pela morte de um dos cônjuges 
 pela nulidade ou anulação do casamento 
 pela separação judicial 
 pelo divórcio (art. 1.571, CC) 
 
 
 
Ressalta-se que, promulgada no dia 13 de julho, a Nova Lei do Divórcio 
(Emenda 66) alterou sistematicamente o § 6º do artigo 226 da Constituição da 
República, que passou a ter a seguinte redação: “o casamento civil pode ser 
dissolvido pelo divórcio”, extinguindo, assim a separação judicial da ordem 
constitucional”. Esta Lei visa facilitar a dissolução do casamento civil, eliminando 
a exigência de separação judicial prévia por mais de um ano ou separação de 
fato por mais de dois. Assim, o pré-requisito para o divórcio é somente estar 
casado, eliminando quaisquer pré-requisitos ou requisitos estabelecidos 
anteriormente. 
Veja na íntegra a Emenda 66 citada, a seguir: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc66.htm 
 
A união estável trata do direito convivencial, que é incluída no ordenamento 
jurídico brasileiro a partir da Constituição Federal de 1988 (artigo 266, § 4º). O 
Código Civil passa então a regular a união estável nos seus artigos 1.723 a 1726. 
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre 
o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e 
duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. 
§ 1o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos 
do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a 
pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente. 
§ 2o As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a 
caracterização da união estável. 
Art. 1.724. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão 
aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento 
e educação dos filhos. 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc66.htm
 
 
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os 
companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o 
regime da comunhão parcial de bens. 
Art. 1.726. A união estável poderá converter-se em casamento, 
mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento no Registro Civil. 
Com relação ao reconhecimento da união estável dos casais homoafetivos, 
temos os seguintes marcos históricos: 
 2011 – STF decide pela legalidade da união estável entre casais do 
mesmo sexo no Brasil 
 2013 – Resolução n. 175, de 14 de maio de 2013, dispõe sobre a 
habilitação, celebração de casamento civil, ou de conversão de união 
estável em casamento, entre pessoas de mesmo sexo. 
No vídeo a seguir, a professora Adriana trata deste assunto que estamos 
estudando. Acesse a versão online da aula. 
 
 
 
Tema 5: Direito parental e filiação 
O parentesco, além de um vínculo natural, pode ser caracterizado como um 
vínculo jurídico estabelecido por lei, que assegura direitos e impõe deveres 
recíprocos. O parentesco admite variadas classificações e decorre das relações 
conjugais, de companheirismo e de filiação, podendo ser natural, biológico ou 
consanguíneo, civil, adotivo, por afinidade. Ainda, poderá ser em linha reta ou 
colateral, maternal ou paternal. Vamos ver algumas formas de parentesco. 
 
 
 Parentesco consanguíneo: também denominado parentesco natural. 
Pessoas que descendem de um mesmo ancestral. Todos que descendem 
biologicamente do mesmo pai e da mesma mãe. 
 Parentesco por afinidade: limitado aos ascendentes, aos descendentes 
e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. Assim, tios, primos, sobrinhos 
do cônjuge ou companheiro não são considerados parentes por afinidade. 
Os cônjuges também não possuem vínculo de parentesco 
 Parentesco civil: parentesco que não tem origem consanguínea. Mais 
conhecido como parentesco resultante da adoção, da filiação socioafetiva 
ou da reprodução artificial heteróloga (quando ocorre a doação de óvulo 
ou sêmen) 
Com relação à filiação e ao reconhecimento dos filhos, o Código Civil prevê, em 
seu artigo 1.690, que os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por 
adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer 
designações discriminatórias relativas à filiação. Não há tratamento diferenciado 
entre a filiação consanguínea ou a filiação civil, sendo esse um dos princípios 
que do direito de família, já visto em nossa aula. 
Porém, é interesse destacar que o Código Civil trata em capítulos diferentes os 
filhos nascidos na constância do matrimônio (art. 1596-1606, CC) daqueles filhos 
nascidos fora do matrimônio (art. 1607-1617, CC), trazendo ainda uma visão 
sacralizada da família. 
Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos (art. 1.597): 
I. nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a 
convivência conjugal 
II. nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade 
conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do 
casamento 
III. havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido 
 
 
 
IV. havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários 
(aquele não implantado no útero materno, proveniente de fertilização em 
laboratório), decorrentes de concepção artificial homóloga 
V. havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia 
autorização do marido 
O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais, conjunta ou 
separadamente (art. 1.607, CC). O reconhecimento dos filhos havidos fora do 
casamento é irrevogável e será feito (art. 1.609, CC): 
I. no registro do nascimento 
II. por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório 
III. por testamento, ainda que incidentalmente manifestado 
IV. por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o 
reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o 
contém 
Poder familiar, denominação adotada no novo Código Civil, difere do pátrio 
poder, tratado no Código de 1916. O filho deixa de ser um objeto de direito para 
ser um sujeito de direito. O poder familiar é irrenunciável, intransferível, 
inalienável e imprescritível. As obrigações que dele fluem são personalíssimas. 
O poder familiar é regulado pelo Código Civil, no qual fica regulado que os filhos 
estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores. Durante o casamento e a 
união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um 
deles, o outro o exercerá com exclusividade.No caso de divergência entre os 
pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles 
recorrer ao juiz para solução do desacordo. 
O divórcio e a dissolução da união estável não alteram as relações entre pais e 
filhos senão quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem em sua 
companhia os segundos. O filho, não reconhecido pelo pai, fica sob poder 
familiar exclusivo da mãe, salvo se desconhecida for a mãe ou caso ela não 
capaz de exercer o poder familiar, situações em que dar-se-á o poder familiar ao 
tutor. 
 
 
Com relação as obrigações oriundas do poder familiar, cabe aos pais, com 
relação aos filhos menores: 
I. dirigir-lhes a criação e educação 
II. tê-los em sua companhia e guarda 
III. conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem 
IV. nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos 
pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar 
V. representá-los, até aos dezesseis anos, nos atos da vida civil, e assisti-
los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o 
consentimento 
VI. reclamá-los de quem ilegalmente os detenha 
VII.exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua 
idade e condição 
Extingue-se o poder familiar: 
I. pela morte dos pais ou do filho 
II. pela emancipação, nos termos do art. 5º, parágrafo único 
III. pela maioridade 
IV. pela adoção 
V. por decisão judicial, na forma do artigo 1.638 
A perda ou a suspensão do poder familiar se dará, conforme o Código Civil. Se 
o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes 
ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o 
Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança 
do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha. 
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou 
à mãe condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena 
exceda a dois anos de prisão (art. 1.637, CC). 
 
 
 
Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que (art. 1.638, CC): 
I. castigar imoderadamente o filho 
II. deixar o filho em abandono 
III. praticar atos contrários à moral e aos bons costumes 
IV. incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente 
Juntamente com o conceito de poder familiar, importante o esclarecimento da 
guarda. A guarda é exercida mediante a autoridade parental, exercida pelos 
próprios pais. Pode ser unilateral, quando exercida por um genitor apenas ou 
compartilhada, exercida por ambos os genitores. Na ausência dos pais, aqueles 
que normalmente tem o poder familiar sobre os filhos menores, seja por motivo 
de falecimento ou porque foram declarados ausentes ou que tiveram o poder 
familiar destituídos ou suspensos, as crianças e adolescente ficarão sob os 
cuidados de um tutor, representante legal da criança. 
Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela: 
I. com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes 
II. em caso de os pais decaírem do poder familiar 
Diferente da tutela, que cabe especificamente com relação aos menores de 18 
anos, a curatela é destinada aos maiores incapazes dos atos da vida civil. O 
curador é nomeado para assistir ou representar àquele considerado incapaz. 
Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela: 
I. aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o 
necessário discernimento para os atos da vida civil 
II. aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua 
vontade 
III. os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos 
IV. os excepcionais sem completo desenvolvimento mental 
V. os pródigos 
 
 
No vídeo a seguir, a professora Adriana trata deste assunto que estamos 
estudando. Acesse a versão online da aula. 
 
 
 
TROCANDO IDEIAS 
Com base em nossos estudos, compartilhe e discuta no fórum o tema que mais 
lhe chamou atenção nessa aula. 
 
 
NA PRÁTICA 
Confira no vídeo a seguir as reflexões da professora Adriana sobre um caso 
prático. Acesse a versão online da aula. 
 
 
 
 
SÍNTESE 
Chegamos ao final desta aula. Nosso objetivo era compreender a dimensão legal 
e social envolvendo o tema família. Para tanto, vamos: 
 entender o direito de família a partir de um complexo sistema jurídico, 
contemplando especialmente sua base principiológica 
 possibilitar o desenvolvimento de uma visão ampla acerca do direito de 
família 
Acesse a versão online da aula e confira a fala final da professora Adriana. 
 
 
 
Referências 
BERAS, Cesar. Democracia, cidadania e sociedade civil. Curitiba: 
Intersaberes, 2013. 
MATURANA, Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política. 
Trad. José Fernando Campos Forte. Beto Horizonte: UFMG, 2009. 
PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Dicionário de direito de família e sucessões: 
ilustrado. São Paulo: Saraiva, 2015. 
SERAFIM, Antonio de Pádua; SAFFI, Fabiana. Psicologia e práticas 
forenses. 2 ed. São Paulo: Manole, 2014.