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TRABALHO TEC CIRURGICA

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19
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA AMAZÔNIA – UNAMA
BACHARELADO EM MEDICINA VETERINÁRIA
ANA BEATRIZ BEZERRA DE AGUIAR
TRABALHO ESCRITO DE TÉCNICA CIRURGICA VETERINÁRIA
SANTARÉM – PARÁ
2020
ANA BEATRIZ BEZERRA DE AGUIAR
TRABALHO ESCRITO DE TÉCNICA CIRURGICA VETERINÁRIA
Trabalho apresentado ao Centro Universitário da Amazônia – Unama, como critério parcial para obtenção de aprovação da disciplina de Técnica Cirúrgica Veterinária, ministrada pelo Prof. André Rebelo Pantoja.
SANTARÉM – PARÁ
2020
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	4
2.	PROFILAXIA DA INFECÇÃO CIRURGICA	5
3.	Paramentação cirúrgica	9
4.	Instrumentação cirúrgica	11
4.1.	Instrumentos de Campo operatório	11
4.2.	Instrumentos de Diérese	12
4.3.	Instrumentos hemostasia	14
4.4.	Instrumentos de Síntese	15
4.5.	Instrumentos auxiliares	15
4.6.	Instrumentos especiais	17
5.	CONCLUSÃO	18
	
INTRODUÇÃO
Uma das complicações mais importantes do ato cirúrgico é a infecção. Assim, fatores que vão desde a condição do paciente como idade avançada, obesidade e doenças de base, até o potencial de contaminação da cirurgia, como infecção à distância e a técnica operatória do próprio cirurgião, podem estar associados a ela.
Portanto, todos os detalhes de construção e rotina de um centro cirúrgico veterinário de grandes ou pequenos animais devem ser estratégicos, objetivando a profilaxia de infecções das feridas cirúrgicas. Os cômodos devem ser feitos de modo que seja possível separar áreas contaminadas de áreas limpas. A preparação da equipe cirúrgica deve ser apropriada, com a prática correta de paramentação – touca, propé, escovação das mãos, avental e calçamento das luas estéreis – e boa conduta, para precaver contaminação cruzada da equipe para o paciente no centro cirúrgico. E o paciente deve ser preparado com técnicas antissépticas, a fim de reduzir a parcela de microrganismos patogênicos no campo operatório e com administração preventiva de antibióticos.
Ainda é necessário acatar uma rotina rigorosa de limpeza e desinfecção tanto do centro cirúrgico, para manter o ambiente livre de contaminação, quanto a esterilização física, térmica ou química da variedade dos instrumentais cirúrgicos de campo, diérese, auxiliar, hemostasia, síntese e especiais. Pois são de grande importância na atividade cirúrgica, devido a capacidade e de ampliar o desempenho do cirurgião e permitir executar manobras improváveis de fazer apenas com as mãos.
PROFILAXIA DA INFECÇÃO CIRURGICA
Uma das complicações mais importantes do ato cirúrgico é a infecção. Vários fatores estão associados a ela como: obesidade, idade avançada, potencial de contaminação da cirurgia, doenças de base como diabetes mellitus, infecção à distância e principalmente a técnica operatória do cirurgião. 
O centro cirúrgico é um espaço físico hospitalar devidamente equipado onde se processam as intervenções cirúrgicas (CONFORTI, MAGALHÃES, 1993). O centro cirúrgico veterinário deve receber cuidados especiais desde a sua construção até a sua rotina de manutenção, com o objetivo de zela pela segurança do paciente e pela eficiência operacional (FULLER, 2000a).
Durante qualquer procedimento cirúrgico, o paciente está exposto à contaminação por bactérias devido ao rompimento da sua barreira natural contra infecções: a superfície da pele. Bactérias contaminantes estão presentes no próprio paciente, no pessoal presente na sala de cirurgia e no ambiente. Para prevenir a contaminação da ferida cirúrgica e o desenvolvimento de infecção, são preconizadas regras/cuidados que vão desde a conduta adequada o centro cirúrgico até a preparação da equipe cirúrgica e do paciente. Essas regras orientam que (FULLER, 2000c; FOSSUM, SEIM III, 2002): 
- A sala de cirurgia dever sempre estar limpa e desinfetada.
- A preparação da equipe cirúrgica envolve paramentação inicial com pijama cirúrgico, propé e máscara, seguida de lavagem adequada das mãos e escovação com sabões ou detergentes antimicrobianos de ação rápida, largo espectro e não irritantes, terminando com a colocação do avental cirúrgico e das luvas estéreis. 
- Os membros da equipe cirúrgica que estão vestindo trajes estéreis devem ficar dentro da área estéril, ou seja, onde estão o paciente, os componentes da equipe e equipamentos estéreis (FULLER, 2000c; FOSSUM, SEIM III, 2002).
- A conversação deverá ser mínima durante a cirurgia, para evitar gotículas de umidade carregadas de bactérias reduzindo a eficiência da máscara (BETTS, 1988). 
- Os membros da equipe que não estão paramentados não deverão encostar em superfícies estéreis (FULLER, 2000c; FOSSUM, SEIM III, 2002).
- Todo equipamento usado na cirurgia deve ser esterilizado previamente (FULLER, 2000c; FOSSUM, SEIM III, 2002).
- O paciente deve ser preparado corretamente, como ser levado para caminhar antes de adentrar o centro cirúrgico para que defeque e urine antes da anestesia. E caso seja possível, recomendar um banho com sabão antisséptico no dia anterior a cirurgia para remover resíduos, parasitas e pelos mortos (KNECHT et al., BETTS, 1988; FRIES, 1998; FOSSUM, 2002a). 
- Deve-se remover os pelos (tricotomia) da área ao redor do local da incisão, não mais que duas horas antes da cirurgia (FOSSUM, 2002ª; FULLER, 2000d; PITREZ, PIONER, 2003).
- Áreas operatórias como boca, nariz, as patas e a região perineal não podem tornar-se campo estéreis, sendo necessário seguir técnica de asséptica para evitar contaminação do campo operatório por bactérias patogênicas (BETTS, 1988; FULLER, 2000c). 
- Após o posicionamento do animal, o cirurgião deve proceder manobras antissépticas com objetivo de reduzir e impedir a proliferação de microrganismos, como: lavar a área tricotomizada com sabão antisséptico; e aplicar alternadamente álcool e iodo com auxílio de gazes estéreis presas a uma pinça de Foerster, respeitando sempre o sentido centro periferia, utilizando o método circular, o paralelo ou o em forma de escama de peixe (MORAES NETO, 1990).
- Após a antissepsia deverão ser colocados panos de campo estéreis (primários, secundários e os fenestrados) com a finalidade de criar e manter uma área estéril segura em torno da ferida cirúrgica (TRACY, 1994ª; FOSSUM, 2002a). 
A ANVISA e várias entidades que pesquisam e monitoram as infeções hospitalares indicam a classificação das cirurgias quanto ao seu potencial de contaminação. As cirurgias classificadas como limpas, são onde se encontram a presença de tecido estéril ou passível de descontaminação, sendo a ferida eletiva, fechada a princípio, não drenada, não traumática, não infectada e não inflamada. Não ocorre falha na técnica asséptica e não há penetração no trato respiratório, gastrointestinal, geniturinário ou cavidade orofaríngea (COCIIN/MS, 1995; CDC, 1998; ROUSH, 1999; MEDEIROS et al., 2003; COUTO et al., 2003; BRASIL, 2005; SIEM E FOSSUM, 2005; DUNNING, 2007). 
As potencialmente contaminadas são as que atingem tecidos colonizados por flora bacteriana pouco numerosa e tecidos de difícil descontaminação, como penetração controlada do trato respiratório, cirurgias gastrointestinais, geniturinário ou na cavidade orofaríngea, podendo ocorrer pequenas falhas na técnica asséptica (COCIIN/MS, 1995; CDC, 1998; ROUSH, 1999; MEDEIROS et al., 2003; COUTO et al., 2003; BRASIL, 2005; SIEM E FOSSUM, 2005; DUNNING, 2007).
As cirurgias contaminadas são as que apresentam tecido colonizado por flora bacteriana em grande quantidade, que tenham difícil ou impossível descontaminação. As feridas são traumáticas, abertas e recentes. Ocorre falha grosseira na técnica asséptica e a cirurgia pode envolver contaminação a partir do trato gastrointestinal ou penetração do trato urinário e biliar na presença de infecção (COCIIN/MS, 1995; CDC, 1998; ROUSH, 1999; MEDEIROS et al., 2003; COUTO et al., 2003; BRASIL, 2005; SIEM E FOSSUM, 2005; DUNNING, 2007).
Já na cirurgia infectada, se encontra tecido com presença de infecção já em desenvolvimento, podendo ocorrer a presença de exsudado infeccioso, tecidos desvitalizados, corpos estranhos e contaminação fecal. As feridaspodem ser traumáticas e abertas abordadas tardiamente, com mais de seis horas (COCIIN/MS, 1995; CDC, 1998; ROUSH, 1999; MEDEIROS et al., 2003; COUTO et al., 2003; BRASIL, 2005; SIEM E FOSSUM, 2005; DUNNING, 2007). 
Dessa forma, o risco de infecção é tanto maior quanto maior é o potencial de contaminação. Por isso, na medicina veterinária administração profilática de antimicrobianos em cirurgia é claramente aceita e divulgada, como uma importante medida da redução e controle de infecção do sítio cirúrgico, entretanto, as recomendações e restrições são inúmeras e não divergem das empregadas na medicina humana (WHITTEM et al., 1999; ROUSH, 1999; JOHNSON, 2002; HEDLUND, 2005; SIEM E FOSSUM, 2005; DUNNING, 2007).
A antibioticoprofilaxia tem o objetivo de evitar a contaminação do ferimento cirúrgico após a exposição a algum microrganismo e antes da instalação do processo de infecção, devendo alcançar e manter concentrações antimicrobianas inibitórias no local da incisão durante todo o procedimento cirúrgico, a fim de evitar o crescimento de patógenos contaminantes, no momento de uma potencial contaminação da ferida cirúrgica, devendo ser realizada entre 30 e 60 minutos antes da cirurgia, para atingir níveis terapêuticos nos tecidos antes da diérese (WHITTEM et al., 1999; ROUSH, 1999; VIANA, 2005; HEDLUND, 2005; SIEM E FOSSUM, 2005; HARARI, 2004).
A profilaxia antibiótica deve ser favorável de acordo com o potencial da contaminação da ferida cirúrgica e o potencial de dano de uma infecção, se instalada, devendo ser administrada em dosagens simples (única), a fim de se evitarem efeitos colaterais, alta toxicidade e a seleção de bactérias multirresistentes (ROUSH, 1999). 
Seu uso é indicado em procedimentos limpos específicos como implantes ósseos, marca passo, neurocirurgias, cirurgias cardiopulmonares, cirurgias com risco de infecção superior a 5%, procedimentos com duração superior a 90 minutos e procedimentos em que uma infecção causaria graves danos ao paciente com possível perda do mesmo (ROUSH, 1999; VIANA, 2001; DUNNING, 2007; HARARI, 2004).
Também é indicada em procedimentos potencialmente contaminados em pacientes idosos com doenças crônicas, procedimentos envolvendo material exógeno, pacientes imunossuprimidos, técnicas de assepsia pouco rigorosas e no pré-operatório de cirurgias potencialmente contaminadas (ROUSH, 1999; VIANA, 2001; SIEM E FOSSUM, 2005; HARARI, 2004).
Couto et al. (1996) e Machado et. al. (2001) recomendam que a profilaxia antibiótica não deve ultrapassar o período da cirurgia, mesmo em situações de risco ou contaminações acidentais e que uma duração superior a 48 horas é inapropriada. Johnson (2002) exemplificou a utilização de antimicrobianos não-padronizada como uma das causas da resistência antimicrobiana e do aumento dos custos das intervenções médicas veterinárias, salientando que apesar dos vários estudos no assunto, o uso de terapia antibiótica empírica (não-padronizada) e profilática ainda é muito difundida na medicina veterinária.
Por fim, é importante que o uso de antimicrobianos não seja a principal medida para a prevenção de infecção do sítio cirúrgico. Diagnosticar e tratar infecções à distância antes da cirurgia, corrigir ou compensar doenças de base, fazer um bom preparo pré-operatório e antissepsia de pele e utilizar uma técnica cirúrgica primorosa são medidas fundamentais.
Paramentação cirúrgica
A equipe cirúrgica é apontada como importante veículo para contaminação, incluindo o pessoal paramentado e o pessoal não paramentado. Por isso a importância da preparação criteriosa da equipe cirúrgica (FOSSUM, SEIM, III, 2002).
Essa preparação envolve lavagem das mãos, a escovação e o vestiário cirúrgico (FULLER, 2000c; FOSSUM, SEIM, III, 2002). A lavagem das mãos é importante na redução da transmissão de doenças no ambiente hospitalar, além de ter como objetivo remoção mecânica das sujidades mais visíveis e da oleosidade das mãos (WAGNER, 1998).
Na área limpa do centro cirúrgico (salas cirúrgicas, sala de paramentação e sala de materiais esterilizados) todos devem usar pijamas cirúrgicos, gorro/touca, máscara e propé (HICKMAN, WALKER, 1983; BELLEN, MAGALHÃES, 1993ª; SILVA, 2000). O gorro/touca deve cobrir toda a cabeça, com a função de cobrir os cabelos, pois estes são significativos portadores de bactérias (FOSSUM, SEIM III, 2002).
A máscara deve ficar justa sobre a boca e o nariz, com sua face dorsal presa por ajuste da borda superior de reforço ao redor do nariz. Sua função principal é filtrar e conter gotículas de microrganismos expelidas pela boca e nasofaringe durante conversações, espirros e tosses (FOSSUM, SEIM III, 2002). As calças do pijama cirúrgico devem ter elástico em torno das bocas de suas pernas, o que reduz substancialmente a descamação de bactérias das pernas e períneo (WAGNER, 1998; FREITAS NETO, 2001). Os pijamas cirúrgicos não devem ser usados em tarefas como troca de curativos, aplicação de aparelhos de gesso ou exame dos pacientes (WAGNER, 1998).
A escovação deve ser realizada por todos os integrantes paramentados da equipe cirúrgica. O objetivo da limpeza da pele é a remoção da flora transitória ou temporária que existe na superfície da pele (BELLEN, MAGALHÃES, 1993c), obter efeito depressor prolongado com relação a microflora resistente das mãos e antebraços (WAGNER, 1998) reduzindo assim a quantidade de bactérias que possam entrar em contato com a ferida cirúrgica através do pessoal paramentado (FOSSUM, SEIM III, 2002). 
O princípio básico da escovação é lavar bem as mãos e depois lavar de uma área limpa (a mão) para uma área menos limpa (o braço). Existem dois métodos de escovação: um consiste na escovação por tempo, onde se cronometra o tempo de escovação de determinada área (cinco a dez minutos); outro é por contagem dos movimentos da área de escovação (10 escovadas por superfície). Em ambos a escovação se inicia pelas extremidades dos dedos e segue pela mão escovando-se os espaços interdigitais. Depois se escova a palma e o dorso da mão, passando em seguida para o antebraço e prossegue no sentido do cotovelo até a cerca de sete centímetros acima do cotovelo (KNECHT et al., FULLER, 2000c; FOSSUM, SEIM III, 2002).
Os sabões ou detergentes antimicrobianos devem ser de ação rápida, largo aspecto e não irritantes e possuírem efeito residual. Dentre os agentes empregados com tal finalidade pode-se relacionar o glutaconato de clorexidina, iodo-povidona e hexaclorofeno (FOSSIM, SEIM III, 2002).
Após a escovação das mãos e antebraços, os mesmos devem ser lavados com água corrente em abundância, iniciando-se pelas pontas dos dedos e seguindo em direção ao cotovelo sem voltar para as mãos, sempre elevados para que a agua não escorra da região mais contaminada para a menos contaminada (KNECHT et al., 1985; BETTS, 1988; BELLEN, MAGALHÃES, 1993a; FULLER, 2000c; FOSSUM, SEIM III, 2002).
Depois do enxague, deve-se secar as mãos e os braços com uma toalha esterilizada, iniciando-se pela secagem da mão e passando para o antebraço e o cotovelo do mesmo braço, sem retornar à mão. Para secar o outro braço, deve-se dobrar a toalha deixando a face usada para dentro seguindo a mesma sequência do braço anterior, tendo o cuidado de não tocar com a mãos a área da toalha utilizada para secar os antebraços BELLEN, MAGALHÃES, 1993a; FULLER, 2000c; FOSSUM, SEIM III, 2002).
Após ter passado pelo processo de escovação, a equipe deve vestir o avental cirúrgico, tocando somente a face interna do mesmo. Primeiramente deve-se segurar o avental -com mangas compridas de punhos elásticos, com alça, cinto e cordões para amarração- pelos ombros e deixar que ele se desdobre sem agita-lo. Com ele aberto deve-se introduzir cada um dos braços através das mangas. Com ele aberto deve-se introduzir cada um dos braços através das mangas e após colocado, deve-se solicitar ajuda de um integrante não estéril da equipe, que irá somente amarrar a parte posterior do avental no pescoço e na cintura. (HICKMAN, WALKER, 1983; BELLEN, MAGALHÃES, 1993b; FULLER 2000c; FUSSEM, SEIM III, 2002).Depois de colocar o avental cirúrgico, deve-se calçar as luvas cirúrgicas. O calçamento das luvas, após ter escolhido o seu tamanho adequado, pois luvas apertadas ou folgadas dificultam os movimentos durante a cirurgia, pode ser realizado de três formas: através da técnica fechada, onde trabalha-se com as mãos dentro do avental; da técnica aberta, utilizada só quando se necessita calçar luvas estéreis sem o avental ou quando é necessário trocar as luvas contaminadas durante a cirurgia; ou da técnica assistida, o auxiliar já paramentado que auxilia na colocação das luvas (FULLER 2000c; FUSSEM, SEIM III, 2002).
Instrumentação cirúrgica 
Instrumentos de Campo operatório
São uma associação de instrumentos que auxiliam no preparo do paciente cirúrgico, a fim de evitar contaminação pela isolação do sítio cirúrgico. 
- Antissepsia:
 A pinça de Cheron é utilizada para realização da antissepsia do paciente por possuir hastes longas, assegurando que o instrumentador não se contamine. Apresentam cremalheiras e angulação em suas hastes. As garras são ligeiramente ovais e com ranhuras para fixação das gazes. (ALMEIDA e ALMEIDA, 2005). Já a pinça de Foerster possui hastos longas com 20 cm ou mais, podendo ser curva ou reta, com anéis na extremidade da sua parte prensora, adequada para passar pequenas compressas de faze. 
- Fixação: 
Esse tipo de pinças possuem a função de fixar os panos de campo, fenestrados ou não, à pele do paciente, para impedir que a sua posição seja alterada durante o trabalho. Também podem ser utilizadas para manter, unido aos panos de campo, elementos como mangueiras de sucção, cabos de eletrocauterio e outros equipamentos necessários (TUDURY e POTIER, 2009). 
As mais rotineiras são as pinças de: Backaus que possuem extremidades agudas e curvas; Roeder que têm pequena esfera no meio de cada ramo perfurante, para delimitação de profundidade da perfuração e de Jones que não possuem argolas para apreensão.
Instrumentos de Diérese
Diérese vem do latim “diaerese” com significado de incisão e separação, ou seja, entende-se por ser manobras cirúrgicas que dividem os tecidos.
- Bisturi:
Os bisturis são instrumentos de corte primário usados para fazer incisões nos tecidos, devendo ser aplicado na divisão exata do tecido provocando a menor lesão possível as estruturas vizinhas. As lâminas de bisturi possuem diversos tamanhos e formas, projetados para uma finalidade específica. Os cabos de bisturi apresentam tamanhos diferentes, sendo os números 3 e 4 geralmente mais convenientes para os procedimentos cirúrgicos. 
A maneira correta de segurar o bisturi é na palma da mão, de uma maneira que fique sob controle, preso pelo dedo polegar e pelo terceiro e quarto dedos, sendo que o indicador fica apoiado em cima da união da lamina com o cabo. Para fazer o corte, deve-se fazer um movimento continuo com a porção arredondada da lamina, não com a ponta, com quantidade de pressão suficiente para produzir uma incisão nítida, única e de espessura íntegra na pele. 
A lamina do bisturi quando se torna obtusa, deve ser removida cuidadosamente agarrando-a com um porta-agulhas ou uma pinça hemostática e descartada, fazendo a troca por uma nova.
- Tesouras:
As funções das tesouras são cortar, dissecar, debridar ou divulsionar tecidos orgânicos, e, para modelos apropriados, cortar fios cirúrgicos, gazes, borrachas, plásticos, etc (MARQUES, 2005). Possuem diversas formas, pesos e tamanhos rotulados de acordo com o tipo de ponta, forma da lamina ou a boda de corte. 
As tesouras de Mayo são utilizadas para desbridar e cortar tecidos mais densos como fáscia e músculos, são encontradas retas ou curvas (TOLOSA et al, 2005; TUDURY e POTIER, 2009). A tesoura de Metzenbaum é usada para seccionar tecidos, dividir vasos ligados e são muito usadas também para dissecção. Limitada para a dissecção de tecidos densos (ALMEIDA e ALMEIDA, 2005; TOLOSA et al, 2005). 
Já a tesoura cirúrgica ou tesoura de uso geral são geralmente retas, pesadas e rombas, destinam-se para secção de fios ou outros materiais. São conhecidas como pontas romba-romba, romba-fina ou fina-fina (TOLOSA et al, 2005).
Há também tesouras especiais que são utilizadas em processos específicos como as tesouras de Lister, Iris, Spencer e Bakey 45º.
Instrumentos hemostasia
Homeostasia significa prevenção e interrupção de sangramento e hemorragias, por esse motivo trata-se de uma importante parte do ato operatório, pois visa reprimir a perda de sangue e sua entrada do nos tecidos cortado.
- Pinças hemostáticas:
As pinças hemostáticas são instrumentos utilizados para pinçar e ocluir as extremidades dos vasos sanguíneos, de modo a estabelecer a hemostasia. São encontrados em diversos tamanhos, com pontas curvas ou retas. Além das serrilhas nas lâminas maiores poderem ser transversais, longitudinais, diagonais ou combinadas. 
As pinças do tipo mosquito de Halsted são usadas no domínio de pequenos pontos hemorrágicos e possuem as serrilhas de lâminas transversais. As pinças de Kelly, possuem serrilhas transversais que se estendem somente pela porção distal das lâminas, diferentemente das pinças de Crile que apresentam serrilhas transversais que se expandem todo comprimento da lamina. Ambas são utilizadas em vasos grandes. 
As do tipo Kocher apresentam na sua parte preensora serrilhas também transversais e dentes de rato nas suas extremidades. Já as hemostáticas de Rochester-Carmalt são usadas para contenção de grandes feixes teciduais e na ligação de cotos e pedículos, por possuírem sulcos cruzados com sulcos longitudinais nas extremidades das pontas a fim de evitar deslizamento tecidual. Além da pinça Mixter Deliciada considerada uma pinça hemostática especial. 
Instrumentos de Síntese
Estes instrumentos são os responsáveis pelas manobras destinadas à reconstituição anatômica e/ou funcional (ALMEIDA e ALMEIDA, 2005; MARQUES, 2005; TUDURY, 2009).
- Porta-agulhas:
Os porta-agulhas tem a finalidade de pegar e manipular agulhas do tipo curvas. O tipo e o tamanho do porta-agulha são estabelecidos pelas particularidades da agulha a ser utilizada e da localização do tecido a ser suturado. Os porta-agulhas dentados, mais largos e mais pesados são específicos para as agulhas maiores e pesadas. 
O porta-agulhas de Mayo-Hegar possui cremalheira para travamento, em pressão progressiva. São disponibilizados também com pontas de vídia. Podem ter de 14 a 30 cm de comprimento. (ALMEIDA e ALMEIDA, 2005; MARQUES, 2005).
O porta-agulhas de Olsen-Hegar tem como característica reunir, num só instrumento, as funções do porta-agulhas e da tesoura para corte dos fios, proximal a face preensora. (ALMEIDA e ALMEIDA, 2005; MARQUES, 2005).
O porta-agulha de Mathieu possui uma mola em forma de lâmina unindo suas hastes, o que faz com que fiquem automaticamente abertos, quando não travados (ALMEIDA e ALMEIDA, 2005).
Instrumentos auxiliares 
O instrumental auxiliar não interfere diretamente na ação, apenas cria condições propícias para a atuação de outros instrumentos (ALMEIDA e ALMEIDA, 2005).
- Pinças de dissecação:
A finalidade das pinças de tecido é agarrar e segurar os tecidos, normalmente usadas na mão não-dominante, sendo sustentada pelo polegar, dedo indicador e médio. Podem ser com e sem dente, cuja função é imobilizá-los para que sejam seccionados ou suturados.
- Pinça de Adson:
Pinças delicadas, por apresentares pontas afinadas, com ou sem dentes de rato, podendo ser reta ou angulada e 12 cm de comprimento. São de grande utilização em operações estéticas (MARQUES,2005).
- Pinça de Allis:
Pinça de apreensão traumática, sua porção prensar possui hastes que não se tocam, com exceção das extremidades, curvadas uma em direção à outra e com múltiplos dentículos em suas pontas que têm poder de preensão por denteamento fino (MARQUES, 2005; ALMEIDA e ALMEIDA, 2005).
- Pinça de Babcock:
Esse tipo de pinça possui a mesma função da pinça de Allis. Diferem destas últimas por terem a parte prensora um pouco mais larga e também fenestradas (MARQUES, 2005).
- Afastadores:
Elementosmecânicos para afastar os tecidos seccionados ou separados, expondo os planos anatômicos ou órgãos subjacentes. São classificados como de tração manual contínua ou auto-estáticos (ALMEIDA e ALMEIDA, 2005). 
O tipo de afastador mais simples é o Farabeuf, basicamente elaborado com uma lamina metálica dobrada em formato de “C”. Os mais desenvolvidos são os afastadores de Volkmann, feitos de duas ou seis garras rombas ou agudas nas suas exterminadas, usados geralmente pelo assistente cirúrgico. Há ainda os afastadores auto estáticos que podem ser aplicados pelo cirurgião e não dependem do auxiliar para segura-lo, conseguem manter as estruturas afastadas por si só. É o exemplo do Gosset que apresenta duas hastes paralelas associadas a uma barra lisa e não possui mecanismo de catraca. O afastador Gelpi com extremidade acentuada única de preensão, cabos ligáveis e trava acionada com os dedos. O afastador Finochietto dispõe engrenagens na sua barra transversal, sendo muito utilizado em cirurgias de tórax para abertura dos espaços intercostais. O afastador de Weitlaner pode ser de cabos articuláveis ou não e ancinho de três ou quatro ramos, rombos ou agudos nas suas extremidades.
Instrumentos especiais 
Nesta categoria se enquadram os instrumentos que foram desenvolvidos para manobras particulares em certos tecidos ou órgãos. Um exemplo é a pinça Bulgod e o afastador Balgour, utilizados em cirúrgicas cardiovasculares para obter maior visualização do campo operatório, cortes leves e homeostasias provisórias. As pinças Doyen curva e a pinça Kocher cuva são para cirurgias intestinais, usadas em técnicas como ressecção intestinal e compressão hemostática. O gancho de Covalt, a cureta de Smis e a cureta de Schroeder são ferramentas ginecológicas que auxiliam na realização de coleta, curetagem e todas as cirurgias de correção ou eletivas do sistema produtor masculino e feminino. Já o alicate para osso Giertz-Stille e o alicate Dupla Força – Corta fio são exclusivos para cirurgias ortopédicas.
CONCLUSÃO
Dessa forma, a prevenção de uma infecção deve começar com um excelente pré-operatório a partir das instalações do centro cirúrgico, da conduta e da preparação da equipe cirúrgica, da preparação do paciente e da limpeza e desinfecção do centro e instrumentais cirúrgicos, para que uso de antimicrobianos não seja a principal medida para a prevenção de infecção do sítio cirúrgico.
	REFERENCIAS BIBLIGRÁFICAS	
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