Trabalho APLV

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE 
FACULDADE DE ENFERMAGEM 
DISCIPLINA: BIOQUÍMICA APLICADA A ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS DA SILVA SCHWARZBACH 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALERGIA A PROTEÍNA DO LEITE DE VACA (APVL): Bases bioquímicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio Grande 
2020
2 
 
LUCAS DA SILVA SCHWARZBACH 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALERGIA A PROTEÍNA DO LEITE DE VACA (APVL): Bases bioquímicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à disciplina de 
Bioquímica Aplicada a Enfermagem do 
Curso de Enfermagem da Universidade 
Federal do Rio Grande, apresentado 
como requisito parcial para obtenção de 
nota no primeiro bimestre. 
 
Prof. Dr. Juliano Zanette 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio Grande 
2020 
3 
 
Alergia as proteínas do leite de vaca: 
Os princípios envolvidos na alergia a proteínas e intolerância à lactose são 
completamente diferentes. A lactose não é alérgica, porque a lactose é açúcar. 
Várias proteínas podem causar alergias, incluindo leite, ovos, trigo e amendoim. No 
entanto, as proteínas do leite e do ovo são as proteínas mais problemáticas para 
crianças pequenas. 
Nas proteínas do leite existem mais de 30 sítios alergênicos, que podem causar 
problemas. O que ocorre na alergia é a produção de grandes quantidades de 
imunoglobulinas (Ig’s) contra os sítios alergênicos, causando reações as mais 
diversas. 
No caso de alergias, é difícil alterar o sítio ativo da proteína para torná-la inativa. A 
melhor maneira é eliminar da dieta as proteínas que contêm locais de alérgenos 
ativos. Em alguns casos, também ocorrem as chamadas reações alérgicas 
cruzadas, ou seja, além do leite, também aparecem sítios alergênicos nas proteínas 
de outros alimentos. 
 
O que causa a alergia? 
As alergias infantis são causadas por proteínas, que geralmente não estão 
presentes no leite materno e são introduzidas na nova dieta infantil. As proteínas do 
leite mais associadas a alergias são caseína, β-lactoglobulina e α-lactalbumina. 
A “alergia verdadeira” é causada pelas imunoglobulinas E (IgE), em resposta à 
presença destas proteínas consideradas como antigênicas pelo sistema imunológico 
das crianças. A IgE causa liberação de substâncias vaso-ativas por alguns tipos de 
células, que causam problemas. 
 
Caseína: É uma proteína do tipo fosfoproteína encontrada no leite fresco. Estas 
proteínas encontram-se com frequência no leite de mamíferos, sendo cerca de 80% 
da proteína encontrada no leite de vaca e entre 20% e 45% das proteínas no leite 
humano. 
 A αs é uma fosfoproteína, composta por uma cadeia polipeptídica derivada de 
199 aminoácidos, 8 grupos fosfatos e muitos resíduos de serina. A caseína αs 
apresenta numeroso variantes como αs1, αs2 e αs3. 
 A β caseína é uma fosfoproteína composta de uma cadeia polipeptídica 
resultante de 209 aminoácidos, 5 grupos fosfatos ligados a serina. 
4 
 
 A k possui a tarefa de estabilizar a micela de caseína presente no leite é um 
fosfoglicoproteína composta de uma cadeia polipeptídica resultante de 169 
aminoácidos de um grupo fosfórico ligado a serina e um número variável 
(normalmente 5) de grupos glicídicos. 
 
Figura 1 - Modelo da estruta micelar. 
 
 Observa-se a disposição periférica da k-caseína 
 A estrutura submicélica e a forma de união de umas submicelas a outra pelo 
CCP. 
 Nota-se também pequenas saliências em forma de capa pilosa (zonas C-
terminais da k-caseína), que se sobressaem da superfície micelar. 
 Essas formações explicariam a facilidade com que a renina e outras 
proteases chegam à ligação entre resíduos 105 e 106 (felilanalina/metiona) 
dessa proteína. As saliências protéicas também ajudam a compreender a 
capacidade de retenção de água da micela e sua estabilidade. 
 
 
 
5 
 
β-lactoglobulina: É uma proteína globular pequena (18,4 kDa) com 162 resíduos de 
aminoácidos unidos por duas pontes dissulfeto, solúvel em soluções salinas diluídas 
(comportamento típico das globulinas) composta por 8 folhas-beta anti-paralelas que 
formam um barril beta com uma alfa-hélice de 3 voltas na superfície externa e uma 
nona fita beta que flanqueia a primeira fita. 
 
Figura 2 - Modelo tridimensional da β-lactoglobulina. 
 Volta-beta 
 
 
 
Folhas-beta Alfa-hélice 
 
 
 
A β-lactoglobulina é a proteína que se apresenta em maior concentração no soro do 
leite. Devido a sua alta resistência à hidrólise intestinal e pelo fato de não ser 
encontrada no leite humano é considerada por muitos pesquisadores como 
responsável pela APVL. 
 
 
 
α-lactalbumina: A α-lactoalbumina é uma proteína presente em todas as espécies 
de mamíferos, incluindo os humanos. Nos primatas, a expressão da alfa-
lactoalbumina é regulada para cima em resposta à prolactina hormonal e aumenta a 
produção de lactose. A α-Lactalbumina forma a subunidade reguladora do 
heterodímero da lactose sintase (LS) e β-1,4-galactosiltransferase (beta4Gal-T1) 
forma o componente catalítico. Juntas, estas proteínas permitem que o LS produza 
lactose transferindo a galactose moieties para a glicose. Como uma multimer, a alfa-
lactalbumina liga fortemente íons cálcio e zinco e pode possuir atividade bactericida 
ou antitumoral. 
 
 
6 
 
 
Figura 3 - Modelo estrutural da α-lactalbumina. 
 
 Alfa-hélice Volta-beta
 
 
Imunoglobulinas E (IgE): É um anticorpo. Está presente no soro sanguíneo em 
baixas concentrações. É encontrada na membrana de superfície de basófilos e 
mastócitos em todos os indivíduos. Tem um papel importante na imunidade ativa 
contra parasitas helmintos, atraindo os eosinófilos. Cinquenta (50) por cento dos 
pacientes com doenças alérgicas tem altos níveis de IgE. A específica interação 
entre o antígeno e a IgE ligada no mastócito resulta em liberação de histamina, 
leucotrieno, proteases, fatores quimiotáxicos e citocinas. Esses mediadores podem 
produzir broncoespasmo, vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, 
contração de músculo liso e quimioatração de outras células inflamatórias 
(eosinófilos, por exemplo). 
 
 
 
Figura 4 - Estrutura do anticorpo. 
 
 
A estrutura possui: Duas cadeias pesadas epsilon (ε), um par de cadeias kappa (κ) 
ou lambda (λ). Sua região Fc liga-se fortemente aos receptores dos mastócitos e do 
basófilo junto com os antígenos. 
 
 
7 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
https://www.labpedia.net/immunoglobulin-e-ige/ 
https://en.wikipedia.org/wiki/Immunoglobulin_E 
https://www.youtube.com/watch?v=YI9hXl-3zB8&t=73s 
https://drpaulomaciel.com.br/alergia-ao-leite-de-vaca/ 
https://www.alergiaaoleitedevaca.com.br/entenda-alergia 
https://en.wikipedia.org/wiki/Alpha-lactalbumin 
https://slideplayer.com.br/slide/5657720/ 
https://www.fjn.edu.br/repositorioinstitucional/wp-content/uploads/2019/06/TCC-
JOSY.-PDF.pdf 
http://www.scielo.mec.pt/pdf/nas/v23n2/v23n2a04.pdf