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C A S T E L V E C C H I OC A S T E L V E C C H I O TÉCNICAS RETROSPECTIVAS I Arquitetura & Urbanismo | UNIT/AL P r o f a . D r a . C a t a r i n a A g u d o M e n e z e s | O u t u b r o 2 0 2 0 A r i é l i K o r e v a a r ; A r t h u r Í t a l o ; E w e r t o n C a r l o s ; L e t i c i a P o r t o ; M a r i a C l a r a G u i a . A complexidade do Castelvecchio se dá pela importância de sua posição urbana e estreita ligação morfológica e funcional com a muralha urbana erguida na época comunal ao longo do Canal Adigetto; Em 1298, Alberto Della Scala encomendou a construção de uma outra muralha, junto àquela já existente, que serviria para controlar o Rio Ádige na grande curva entre a muralha comunal e o burgo murado de San Zeno; As intervenções definitivas da família Scala no local começaram no século XIV, quando o castelo foi transformado numa residencial fortificada e foi construída a ponte principal, chamada Scaligero. Além de ser uma fortaleza, o castelo era uma rota de fuga segura; Durante a invasão napoleônica no início do século XIX, o local foi usado como acampamento das milícias, arsenal de armas e munições, prisão militar, e ainda foi construído um quartel francês no pátio principal. Na II Guerra Mundial, os exércitos inimigos danificaram bastante Verona e o complexo do castelo. Após os bombardeios, a ala à direita do pátio e a ponte precisaram ser reconstruídas. H I S T Ó R I C O F I C H A T É C N I C A Localização: Verona, na Itália. Data da construção original: 1354 a 1356 Data da intervenção: 1957 a 1973 Arquiteto responsável: Carlo Scarpa I m a g e n s : C a s t e l v e c c h i o d e s t r u í d o p ó s I I G u e r r a M u n d i a l | F o n t e : G o o g l e I m a g e m : V i s t a a é r e a d o C a s t e l v e c c h i o | F o n t e : G o o g l e E a r t h Junção da arquitetura medieval gótica com a arquitetura militar típica da época; Principais elementos: Muralha; Ponte elevatória principal; Torres de vigia; Ameias e rendilhados. A N Á L I S E A R Q U I T E T Ô N I C A P R I N C I P A I S A Ç Õ E S No ano de 1957, teve seu restauro dirigido pelo arquiteto Carlo Scarpa que fez adaptações para o novo uso. Foram criados acessos, passarelas e escadas, assim como um novo sistema de iluminação. Algumas partes do castelo foram mantidas no estado em que ficaram pós guerra, conservadas como parte da história da edificação - foram construídas barreiras físicas para observação e contemplação desses espaços. Também foi concebido o lavabo em uma área voltada para a praça, ocultada por painéis de pinho queimado F U N Ç Ã O A T U A L Museu Cívico de Verona, desde 1973: abriga uma galeria de artes e coleções de artefatos antigos. I m a g e n s a o l a d o : P e r s p e c t i v a s d o C a s t e l v e c c h i o | F o n t e : G o o g l e I m a g e n s : S a l a s d e e x p o s i ç ã o d o C a s t e l v e c c h i o | F o n t e : G o o g l e Fachada principal em concreto áspero cinza; Telas de pedra escondem parte da entrada real; Paredes internas com acabamento bruto; Uso de pedra e madeira; Escadas de metal e concreto: Experiência em materiais para reconciliar novo com o antigo. Aplicação de argamassa nos muros externos; Telhado de painéis de cobre e traves de madeira recuperada; Inspirado em Mondrian, Scarpa também usou caixilhos de ferro e madeira queimada em consonância com os elementos góticos já existentes. Há instrumentos de acessibilidade por toda extensão do museu. Estes garantem conforto e a interação do público com o local, independente de limitação motora e/ou sensorial. Com isso, durante o processo de restauro, foram instaladas rampas de acesso e corrimões. Vale ressaltar, que o museu tem por finalidade gerar experiências aos usuários através de toda sua estrutura e materiais nele presentes e, para isso, a relação do usuário com o ambiente deve ser de forma prática e sem obstáculos. M A T E R I A I S & N O V A S T E C N O L O G I A S A C E S S I B I L I D A D E I m a g e n s : E l e m e n t o s d e a c e s s i b i l i d a d e | F o n t e : G o o g l e I m a g e n s : D e s t a q u e p a r a o s m a t e r i a i s u t i l i z a d o s | F o n t e : G o o g l e O arquiteto buscou referências arquitetônicas no estilo de Frank Lloyd Wright e na espacialidade japonesa tradicional. O acesso ao interior da edificação se inicia atravessando a ponte, pelo único caminho possível. O ambiente é instintivo, possuindo uma extensão de aproximadamente 30 metros, no qual o visitante é levado através dos diferentes assuntos, com o olhar focado na estátua de Cangrande della Scala e demais peças expostas. O jardim foi desenvolvido para proporcionar a sensação de aclividade devido à disposição da vegetação, que vai se tornando mais baixa a medida que o caminho avança. E S P A C I A L I Z A Ç Ã O R E L A Ç Ã O C O M A S C A R T A S P A T R I O N I A I S No processo de restauração, Carlo Scarpa usou de técnicas citadas na Carta de Restauro 1972 para as obras de artes e esculturas do local, mantendo as obras originais. Na parte da ambientação. ele alterou a disposição dos ambientes, fez novas aberturas e entradas e a adaptação de novos espaços no local, divergindo das ideias da Carta de Atenas, 1931. I m a g e n s : J a r d i m e e s p a c i a l i z a ç ã o | F o n t e : G o o g l e ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DA INTERVENÇÃO O restauro de Carlos Scarpa evidenciou as diversas modificações que o local recebeu ao longo dos séculos. Scarpa criou uma transição de camadas onde pode se observar a passagem do tempo desde as antigas paredes das muralhas militares até a atual função da edificação, que passou a ser utilizada como um museu. A intenção não era de devolver o museu ao seu aspecto inicial, mas sim contar sua história através das intervenções pelas quais a edificação passou no decorrer dos anos. Se tratando dos aspectos positivos da intervenção no Castelvecchio, é possível citar a priorização de manutenção das estruturas originais, tendo todo um cuidado durante a implementação de novos materiais para não descaracterizar o edifício. Além disso, o restauro foi feito de maneira precisa e inteligente, principalmente pelo fato do arquiteto ter optado por evidenciar as camadas da construção originial - isso mostra tamanho respeito pela vida, história e preservação do antigo castelo. Em relação aos aspectos negativos, foi observada a inexistência de sinalização interna e mapeamento do museu - de forma a orientar o visitante, visto que o castelo é grande e possui diversas salas de exposição. Outro fator negativo observado, foi a presença de apenas um lavabo no museu, o que deve ser extremamente incômodo - uma vez que o local recebe milhares de pessoas por dia. Além disso, mesmo o arquiteto tendo a intenção de conservar a estrutura do edifício e deixar clara a sua intervenção, poderiam ser adicionadas mais aberturas para melhorar a iluminação natural e possibilitar uma maior visualização das obras. C O N C L U S Ã O R E F E R Ê N C I A S VERONA CASTELVECCHIO. Viajoteca , 2019. Disponível em: <https://www.viajoteca.com/verona-castelvecchio/>. RESTAURO DO MUSEU CASTELVECCHIO EM VERONA. ArchDaily , 2017 . Disponível em: <https://www.archdaily .com.br/br/872695/classicos-da-arquitetura-restauro-do-museu-de-castelvecchio-em-verona-carlo-scarpa>. CASTELVECCHIO. Verona.Net . Disponível em: <https://www.verona.net/i t/monumenti/castelvecchio.html>. ARQUITETURA MEDIEVAL MILITAR. Issuu , 2014. Disponível em: <https:// issuu.com/inesviegas98/docs/arquitetura_mili tar_medi__val> . PERFIL FRANK LLOYD WRIGHT. Entendaantes , 2018. Disponível em: <https://entendaantes .com.br/perfi l-frank-l loyd-wright/>. CASTELVECCHIO EM VERONA. Vitruvius , 2012. Disponível em: <https://www.vitruvius .com.br/revistas/read/arquiteturismo/06.065/4434>.
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