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FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS CAMPUS PETROLINA CURSO DE PSICOLOGIA – 3° PERÍODO ANA ARIELLA A. MAGALHÃES, JULIANA REIS DA SILVA E MILLA MAURICIO DA CRUZ ALMEIDA RESENHA CRÍTICA PETROLINA 2018 FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS CAMPUS PETROLINA BACHARELADO EM PSICOLOGIA – 3° PERÍODO DISCIPLINA: NEUROCIÊNCIAS I PROFESSOR: LUIZA SÁ ANA ARIELLA A. MAGALHÃES, JULIANA REIS DA SILVA E MILLA MAURICIO DA CRUZ ALMEIDA RESENHA CRÍTICA PETROLINA 2018 REFERÊNCIA: O Enigma de Kaspar Hauser. Direção de Werner Herzog. Alemanha, 1974. Disponível em: YOUTUBE CREDENCIAIS DO AUTOR: Werner Herzog, nome artístico de Werner H. Stipetic. Nascido em Munique em 5 de Setembro de 1942. Possuidor de um currículo extenso. Werner Herzog faz parte de várias produções como: Nosferatu: Phantom der Nacht (1979), uma nova visão sobre o clássico de Murnau, de 1922 e Fitzcarraldo (1982). Chegando a ganhar alguns prêmios como: BAFTA de melhor filme estrangeiro, Festival de Berlim: Prémio Especial Para Primeiro Trabalho - 1968 e no festival de Cannes Grand Prix SpécialduJury 1975. Melhor diretor, Fitzcarraldo (1982) RESUMO DA OBRA: O filme O mistério de Kaspar Hauser é uma adaptação do livro "Kasper Hauseroder die TrägheitdesHerzens", de Jakob Wassermann, publicado em 1908. Kaspar Hauser nasceu provavelmente em 30 de 1812 na Alemanha e o mistério que gira em torno do filme é que até seus 15 anos. Ele foi tratado como prisioneiro sem contato algum com seres humanos, ou seja, desde que ele nasceu ele foi excluído da sociedade. Kaspar cresceu confinado é preso em uma torre, sendo “criado” por um homem misterioso que o visitava e alimentava periodicamente com apenas água e pão. E certo dia, esse homem misterioso resolve deixar ele em uma praça apenas com um livro de orações com uma carta explicando que kaspar Hauser poderia ser diferente de todos daquela localidade, para que as pessoas o encontrassem, no filme não fica claro o motivo pelo qual essa pessoa tomou essa decisão de criá-lo sozinho depois o deixar com pessoas desconhecidas. Após iniciar o contato com seres humanos ele foi adquirindo aos poucos, os movimentos com as penar (caminhar) o falar, raciocinar. Uma cena que chama atenção é que ele tem mais facilidade de aprender quando as crianças começam a ensinar esses aspetos. Mesmo tendo aprendido muitas funções ele não conseguia lembrar quem ele era ou o que tinha acontecido no seu passado até mesmo como ele chegou naquela cidade, ele assassinado a facadas. No filme não fica claro quem o matou. O drama da história é justamente esse mistério, quem é Kaspar Hauser? O que aconteceu no seu passado? CRÍTICA Com uma trama um pouco monótona e um tanto perturbadora. O filme propõe ao espectador uma variedade de sensações como: angústia, pena e surpresa. Com um roteiro cheio de enigmas como: o porquê dele ter crescido preso e as consequências e os seus impactos sobre a sua vida. O cérebro do Kaspar Hauser sofreu de atrofiamento por não ter estímulos nos seus processos cognitivos, sua consciência abstrata não se desenvolve, porque ele não teve contato social. Como consequência, fortalece-se a ideia da psicologia social de que os processos cognitivos não se desenvolvem naturalmente, não são naturais especificamente, ele tem condições biológicas de existência, mas ainda assim seu desenvolvimento está condicionado a uma resistência em relação ao social, onde isso vai ser ensinado e desenvolvido. Mesmo com a má alimentação que ele teve na infância, se ele tivesse sido estimulado, poderia ter se desenvolvido mais. Quanto mais texturas conhecemos, mais estímulos novos vão surgindo, e a criança vai compreender melhor o mundo e assimilando melhor as coisas.Quanto menos estímulo, menos o ser humano consegue se desenvolver. Enquanto adulto, ele pode adquirir novas habilidades, mas é preciso passar por outras informações, outras aquisições, aprendizagem, conhecimento, para que se possa atingir o conhecimento mais complexo. O cérebro adulto aprende, pois ele tem plasticidade sináptica, que é toda vez que aprendemos algo novo, irá formando nova sinapse e aquilo com a prática vai se consolidado no hipocampo, que compreende como o local da memória, entretanto, quando se é criança, isso se torna ainda mais fácil. Assim aconteceu com Kaspar Hauser , mesmo não tendo um contato social ele conseguiu aprender a sua primeira frase, “Eu quero ser cavaleiro igual ao meu pai”. Provando que mesmo depois da fase infantil sem nenhum estímulo social e físico, o seu cérebro ainda estava apto a ser desenvolvido graças à plasticidade cerebral. Interação é de suma importância.Vygotsky, comenta sobre a necessidade de um mediador, onde ele compreende que aprendemos através de uma mediação dialética, onde nos transformamos e somos transformados à medida que conhecemos, então essa facilitação da criança no filme para ensinar o mundo a Kaspar Hauser, ajudou bastante, visto que a criança também estava em fase de aprendizagem e assim tiveram como fazer demonstrações de novas aquisições de aprendizados, e o quão difícil foi Kaspar aprender a linguagem, “horse"(cavalo). A dificuldade em desenvolver o próprio equilíbrio onde ele teve que aprender a dar os primeiros passos. Aprendizagem de novas emoções, no momento que ele segura um bebê e chora, e a gratidão que ele sente pela família que acolheu ele. A família o acolhe, as crianças o ajudam, ensinam o máximo de coisas possível. A Segregação que Kaspar teve na infância, sendo preso por muito tempo o tornou uma pessoa diferente do resto da sociedade e isso acabou acarretando uma dificuldade de aquisição de diversas habilidades que qualquer outro ser humano tem de forma natural, devido a questão da padronização imposta pela sociedade. Onde o mesmo ele teve vários problemas para conseguir lidar e entender esses padrões. Em 1886 era o auge do domínio da ciência, então ali a sociedade. Querendo realmente confirmar todas as hipóteses a partir da compreensão científica, e kaspar foi uma incógnita para ciência. Após a sua morte, seu corpo passou por um processo de autópsia onde foi estudada sua fisiologia por cientistas da cidade onde viva. Todos os estudiosos queriam saber o porquê daquele comportamento diferente. Tendo constatado que o seu fígado era maior que o de outros corpos estudados. E que o cérebro estudado, foi constatado que ele tinha o hemisfério menos desenvolvido, sendo este o hemisfério esquerdo, mais especificamente a área de broca, que está relacionado com a linguagem, justamente esse onde ele teve menos desenvolvimento. Kaspar conseguiu desenvolver a linguagem com dificuldade, mas não consegue colocar as emoções de forma clara, fala de forma pausada, sem sintonia, melodia, sem a facilidade de adequação a emoção. Já o lado direito teve um desenvolvimento maior, assim aumentando o tamanho, do lado direito do seu cérebro, explicando a teoria, onde afirmam os avanços consideráveis de aprendizagem no campo da música. Explicando também o modo diferente, podendo dizer até mesmo criativo, de como o Kaspar via e entendia o mundo. O personagem ilustra com destreza a dificuldade da aquisição de linguagem até mesmo do pensamento abstrato. Como não foi ensinado e nem estimulado quando criança possui um longo tempo para internalizar as ideias abstratas e as regras da sociedade, sendo capaz de fazer o espectador sentir o um dilema em que o personagem principal vivia. INDICAÇÕES A OBRA Esta obra é indicada a todas as pessoas, principalmente profissionais e estudantes de psicologia, que queiram aprofundar seus conhecimentos sobre experiências vividas pelo personagem pelo os aspectos tanto científico fisiológico como da ciências sociais, a importância do aprendizado da linguagem, o cérebro humano, e sua capacidade e consequências não só físicas como emocionais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Sachete. S. Andréia; Brisolara. S. Valéria. ANÁLISE VIGOSKYANA DO FILMEO ENIGMA DE KASPAR HAUSER. Saboya, M. C. L. (2001). The Mystery of Kaspar Hauser (1812?-1833): A Psychosocial Approach. Psicologia USP, 12. 105-116. ARRIAL. R. LUCIANA; POUEY. F. JOÃO: Os assustadores gritos do silêncio: O enigma de Kaspar Hauser Oliveira, M. K. (1997). Vygotsky: Aprendizado e desenvolvimento, um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipion