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Trabalho de desenvolvimento

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Motivo da escolha do artigo
	A depressão, apesar de sua ocorrência não rara, ainda é um assunto que desperta a curiosidade das pessoas. Além disso, desperta também má compreensão e até mesmo preconceito, o que pode ser caracterizado por algumas falas do senso comum, tais como: “Isso é frescura”; “É doença de rico”; “Está fazendo corpo mole” etc.
	Relacionando depressão, adolescência e desenvolvimento, o artigo tornou-se muito adequado aos interesses do grupo e às expectativas do trabalho proposto. Seu potencial de motivação, para nós, foi elevado na medida em que percebemos que a discussão apresentada pelas autoras tem por objetivo explanar a etiologia da depressão na adolescência, relacionando-a aos vínculos afetivos construídos ao longo da infância. Para mais, o estudo toma como base a Teoria do Apego, o que para o grupo é muito oportuno, considerando que este é um assunto de estudo da nossa disciplina de Desenvolvimento da Infância e Adolescência.
Resumo
	O artigo pesquisado e escolhido tem como abordagem de estudo a vertente psicanalítica da Teoria do Apego.
Sua relevância está justificada, de acordo com as autoras, no aumento de casos em que é diagnosticada a depressão no adolescente. Diagnóstico este que até pouco tempo atrás não era concebido, pois a ocorrência desta enfermidade não era relacionada aos adolescentes, mas somente aos adultos. Somente a partir de 1960, isso começa a mudar. Hoje é possível encontrar alguns estudos específicos sobre o tema e algumas estatísticas sobre sua ocorrência, as quais revelam, entre outras coisas, que o público feminino tem apresentado com maior frequência este tipo de patologia.
Um ponto importante levantado no texto é sobre o fato de a maioria dos estudos tratarem os sintomas da depressão sem fazer distinção de idade entre os acometidos por ela. Isso torna o estudo superficial, já que as especificidades da idade precisam ser levadas em consideração tanto para diagnóstico como para tratamento. Portanto, seguindo a orientação do artigo, descreveremos algumas especificidades da adolescência e sua relação com a ocorrência da depressão.
Por se tratar de um período de muitas mudanças, a adolescência é marcada por crises e conflitos, fazendo com que o sujeito passe por uma despersonalização. Suas representações e significados da infância passam a ser gradativamente substituídas por outras. Este período caracteriza-se por um processo de separação/individuação dos pais, que neste caso pode significar para o adolescente a perda do contato com a própria imagem.
Considerando que este é de fato um momento de sofrimento para o sujeito, é essencial levar em consideração a tristeza e angústia que são produzidas nesta fase. De acordo com o artigo, o estado depressivo pode ser considerado normal no processo de adolescer e seu prognóstico dependerá das condições de desenvolvimento da primeira infância e dos eventos traumáticos experimentados.
Portanto, nos detendo na primeira infância, podemos, de acordo com o artigo, sinalizar que uma potencial causa para o desencadeamento da depressão na adolescência está vinculada à relação estabelecida entre o cuidador primário e a criança. A qualidade do vínculo afetivo irá, segundo Bowlby, afetar o desenvolvimento do sujeito. Nesse sentido, podemos nos beneficiar da Teoria do Apego de Bowlby para entender a problemática da depressão, considerando que tal teoria demonstra que o relacionamento entre a figura de apego e a criança pode gerar um sentimento de segurança ou de insegurança.
Uma relação que gera o vínculo de apego seguro contribui para a formação de modelos representacionais que possibilitarão autonomia para que o sujeito explore o mundo externo e regule suas emoções, dando equilíbrio e coesão ao self.
Quando o processo vivido entre a figura de apego e a criança gera um sentimento de insegurança, isso poderá ser verificado na adolescência em forma de sintomas depressivos, o que é o grande achado desta pesquisa em estudo. Portanto, há sim uma associação entre a má resolução dos conflitos na adolescência, gerando os sintomas depressivos, e a qualidade insegura do vínculo estabelecido entre a criança e o seu cuidador primário.
Um conceito relevante indicado na pesquisa é sobre a função reflexiva. Esta função é desempenhada pela figura de apego e proporciona à criança a identificação do próprio estado interno, tendo em vista que o cuidador não expressará os próprios sentimentos, mas os da criança.
Tudo isso contribuirá, de forma positiva ou não, para o desempenho de uma das tarefas mais complexas da adolescência: buscar um afastamento dos pais para se diferenciar deles e ao mesmo tempo manter certa proximidade que lhe permita encontrar as semelhanças que sustentem suas identificações.

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