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ASSOCIAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DO PIAUÍ (AESPI) CURSO DE BACHARELADO EM FISIOTERAPIA DISCIPLINA: ESTÁGIO CURRICULAR 8° PERÍODO - NOITE AYLA ALVES DA COSTA FREITAS RELATÓRIO II [Orientações e cuidados para o paciente idoso que sofreu um AVC – fase aguda e crônica] Teresina, Piauí. 2020.2 RELATÓRIO II [Orientações e cuidados para o paciente idoso que sofreu um AVC – fase aguda e crônica] -Patologia e/ou assunto relacionado Uma característica marcante do processo de senescência é a limitação progressiva das capacidades e habilidades individuais, reflexos e acuidade mental, o que por si só leva à necessidade de cuidados especiais para com os idosos. Quando associado a alguma patologia, como por exemplo o Acidente Vascular Cerebral (AVC), o processo de envelhecimento passa a se chamar senilidade e acarreta em maior preocupação e carga de cuidados e adaptações por parte dos cuidadores do idoso. O AVC é um acometimento súbito de origem vascular com comprometimento neurológico focal ou global, que pode ser hemorrágico (por extravasamento sanguíneo) ou isquêmico (por ausência de irrigação sanguínea), sendo este último o mais frequente. Os efeitos variam de acordo com a área afetada e as funções correspondentes, o tamanho do dano e a rapidez da oclusão do vaso, no caso do AVC isquêmico, ou da quantidade de sangue extravasada, no caso do AVC hemorrágico. Dentre os principais sintomas decorrentes de um AVC, tem-se: comprometimento motor e sensorial unilateral (contralateral ao lado afetado) ou bilateral, afasia / disfasia, apraxia, ataxia, dentre outros. -Diagnóstico clínico Existe suspeita de AVC quando o paciente apresenta déficit neurológico repentino compatível com lesão cerebral, cefaléia intensa e repentina, alteração súbita de consciência e coma súbito inexplicável e quando a hipoglicemia é descartada. O diagnóstico é clínico, feito por meio de exames de imagem. A Tomografia Computadorizada (TC) é o exame de referência, no entanto a Ressonância Magnética (RM) permite a visualização de manchas não muito visíveis na TC. Pacientes pós AVC normalmente desenvolvem quadros depressivos, por isso também é feita uma avaliação psicológica para investigação da presença ou não de depressão. Além disso, são realizados exames complementares em busca de outras patologias associadas, como hipertensão, hiperglicemia, quadros infecciosos ou de hipóxia. -Anamnese completa (caso necessário) Todos os pontos da anamnese são importantes, no entanto é necessário fazer uma avaliação minuciosa dos antecedentes pessoal e familiar do paciente, de modo a identificar casos anteriores e a presença de patologias que favoreçam a reincidência do AVC, assim como as medicações utilizadas e as interações medicamentosas existentes. Também é fundamental investigar o história da doença atual, de modo a descobrir se o episódio investigado foi realmente o primeiro ou se já é reincidente. Além disso, é deveras necessário avaliar a condição muscular do paciente, identificando o estado de tônus muscular, trofismo, reflexos, equilíbrio, coordenação, amplitude de movimento, marcha e desenvolvimento das AVD’s. -Diagnóstico cinesiológico funcional O foco do diagnóstico cinético funcional são os testes específicos de equilíbrio e coordenação motora, bem como os testes funcionais, para investigar os níveis de controle corporal mantidos nos quesitos: equilíbrio, coordenação motora grossa e fina e habilidades funcionais. Aliado a isso também é feita avaliação de força muscular com a Escala de Oxford modificada, de tônus muscular com a Escala de Espasticidade de Ashworth. -Objetivo do tratamento O tratamento fisioterapêutico em pacientes pós AVC tem como principal objetivo exercitar a neuroplasticidade, de modo a refazer as conexões neurais no local afetado pelo AVC, desenvolvendo novos caminhos ou reabilitando os acometidos. A reabilitação fisioterapêutica visa reeducar o paciente, de modo a devolvê-lo o aprendizado das funcionalidades e movimentos perdidos, além disso a melhoria crescente da qualidade desses movimentos. Além disso, é incluído nos objetivos: melhorar a condição do tônus muscular e da força muscular. -Conduta fisioterapêutica O fisioterapeuta deve trabalhar com exercícios funcionais que foquem no desenvolvimento da coordenação motora e do equilíbrio, bem como na reaprendizagem de movimentos que o paciente tenha perdido, de acordo com a vontade do paciente, ou seja, o tratamento deve ser pautado no desejo de reabilitação do paciente em relação aos movimentos que lhe sejam mais importantes para reaver. Além disso, o profissional deve trabalhar também o relaxamento muscular no caso de presença de hipertonicidade e hiperreflexia; alongamento e exercícios para força e resistência muscular. Sendo que todo esse trabalho deve levar em consideração as capacidades do paciente, posto que trata-se de um idoso, que já estava em processo natural de limitação funcional, diminuição de tônus muscular, coordenação e equilíbrio. Isso quer dizer que no seu tratamento, o fisioterapeuta não poderá cobrar tanto do paciente, pois este, mesmo que recupere funções, coordenação e equilíbrio, não será o mesmo resultado de um paciente jovem e por isso, sua recuperação total não é tão plena quanto se gostaria. -Análise crítica sobre o assunto abordado Falar sobre o trabalho fisioterapêutico com pacientes idosos pós AVC, quer sejam na fase aguda ou crônica, é falar de algo natural, pois não há tratamento desses pacientes sem fisioterapia, visto que é na clínica fisioterapêutica que eles recuperaram sua qualidade de vida na medida do possível e aprender a conviver com seu novo normal, pós AVC. -Conclusão Conclui-se que o trabalho fisioterapêutico é de suma importância para o paciente pós AVC em especial os idosos, visto que a prática dos exercícios funcionais terão múltiplos resultados: reabilitação funcional, neuroplasticidade e trabalho muscular, que são efeitos necessários para melhoria de vida tanto do paciente pós AVC como do idoso não acometido. Isso se explica porque nas duas condições, os pacientes necessitam desses efeitos para melhoria da qualidade de vida e retorno às suas atividades habituais diárias, laborais e de lazer anteriores, que lhe fazem falta e despertam o desejo da reabilitação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GIRALDO, Elias A. Visão geral do acidente vascular cerebral. IN: Manual MSD – Versão para Profissionais de Saúde. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol %C3%B3gicos/ave/vis%C3%A3o-geral-do-acidente-vascular-cerebral> Acesso em: 22. Set. 2020. JACOB, Sophie Geraldes. Avaliação dos cuidados de fisioterapia domiciliária em idosos vítimas de acidente vascular cerebral (AVC). 2012. Tese de Doutorado. Universidade da Beira Interior. Disponível em: <https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/1206/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Final %20Sophie.pdf> Acesso em: 22. Set. 2020. https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/1206/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Final%20Sophie.pdf https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/1206/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Final%20Sophie.pdf https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/ave/vis%C3%A3o-geral-do-acidente-vascular-cerebral https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/ave/vis%C3%A3o-geral-do-acidente-vascular-cerebral
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