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TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO I

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1 
 
 
 
 
2 
 
 
 
3 
 
Amaury Portugal 
 
 
 
 
 
 
TEORIA GERAL DA 
ADMINISTRAÇÃO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
Sobral/2017
 
4 
 
SUMÁRIO 
Palavra do Professor autor 
Sobre o autor 
Ambientação à disciplina 
Trocando ideias com os autores 
Problematizando 
 
UNIDADE I CONCEITUAÇÕES E PROPOSIÇÕES EM ADMINISTRAÇÃO 
Introdução à Administração 
Definição de Administração 
Administração e suas perspectivas 
Conteúdo e Objeto de estudo da Administração 
O Estado Atual da Teoria Geral da Administração 
A Administração na sociedade moderna 
A Evolução dos Modelos de Administração 
 
UNIDADE II: OS PRIMÓRDIOS DA ADMINISTRAÇÃO 
Antecedentes históricos da administração 
Influência dos Filósofos 
Influência da Organização da Igreja Católica 
Influência da Organização Militar 
Influência da Revolução Industrial 
Influência dos Economistas Liberais 
Influência dos Pioneiros e Empreendedores 
 
UNIDADE III ABORDAGEM CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA 
Administração científica: Taylor e seguidores. 
A Obra de Taylor 
A Administração como Ciência 
Organização Racional do Trabalho 
Estudo dos Tempos e Movimentos 
 
5 
 
Estudo da Fadiga Humana 
Divisão do Trabalho e Especialização do Operário 
Desenho de Cargos e Tarefas 
Incentivos Salariais e Prêmios de Produção 
Conceito de Homo Economicus 
Condições de Trabalho 
Padronização 
Supervisão Funcional 
Princípios Básicos de Ford 
Princípios da Eficiência de Harrington Emerson 
Apreciação Crítica da Administração Científica 
 
UNIDADE IV: ABORDAGEM DA ADMINISTRAÇÃO CLÁSSICA 
Administração Clássica 
Origens da Abordagem Clássica 
A Obra de Fayol 
As Funções da Empresa 
Elementos da Administração 
Princípios da Administração 
Proporcionalidade das Funções Administrativas 
Diferença entre Administração e Organização 
Os 14 Princípios Gerais da Administração, segundo Fayol 
 
UNIDADE V: ABORDAGEM HUMANISTA DA ADMINISTRAÇÃO 
Teorias Transitivas da Administração 
Administração e Liderança 
Psicologia da Organização 
Organização como um Sistema Social 
Teoria das Relações Humanas 
Origens da Teoria das Relações Humanas 
A Experiência de Hawthorne 
A Civilização Industrializada e o Homem 
Funções Básicas da Organização Industrial 
 
6 
 
Comparação entre Teoria Clássica e Teoria das Relações Humanas. 
Decorrências da Teoria das Relações Humanas 
Influência da Motivação Humana 
Teoria da Motivação de Maslow 
As Características dos Grupos 
Apreciação Crítica da Teoria das Relações Humanas 
 
Explicando melhor com a pesquisa 
Leitura Obrigatória 
Saiba mais 
Pesquisando com a Internet 
Vendo com os olhos de ver 
Revisando 
Autoavaliação 
Bibliografia 
Bibliografia Web 
Vídeos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Palavra do Professor autor 
Prezados estudantes, 
O estudo da Administração de empresas é o estudo de entidades 
organizacionais que de forma relevante sempre impactou os acontecimentos e a 
formação das sociedades e economias capitalistas durante os tempos. 
Teoria Geral da Administração aborda a história de como a busca pela 
inovação na habilidade em organizar empresas e recursos foi sendo moldada pelos 
acontecimentos históricos, influenciando sobremaneira a evolução das pesquisas 
acadêmicas que levariam ao estado da arte das chamadas Abordagens de 
Administração e suas escolas de pensamento que hoje conhecemos. 
Trata-se de uma disciplina recheada de conceitos e fatos históricos que 
ilustram esta trajetória de simples técnicas a pujantes teorias que hoje conhecemos 
por administração de empresas. 
 
O autor! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
Sobre o autor 
 
Mestre em Administração pela UNIFOR/CE com Bolsa da 
FUNCAP-CE. Especialista em Marketing de Serviços pela 
FIA/SP. Formado em Administração de Empresas pela 
Unifor/CE, Coordenador dos cursos de Bacharelado em 
Administração EAD e Tecnológico em Recursos Humanos 
EAD da Faculdade INTA Coordenador do curso de 
Bacharelado em Administração da Faculdade Alencarina de Sobral – (FAL). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Ambientação à disciplina 
Caro estudante, 
O estudo da administração se inicia com sua disciplina clássica, Teoria 
Geral da Administração I. Esta disciplina dentro do curso de administração pode 
ser formatada em um ou mais semestres, o caso desta versão que adotamos, a 
disciplina se divide em TGA I e TGA II. 
Nesta primeira parte vamos abordar o início dos estudos da Administração 
em suas origens, suas influências e teorias que serão divididas historicamente em 
abordagens. 
O universo histórico compreende o período da 2ª revolução industrial fim do 
século XIX início do XX, com a industrialização americana em seu esplendor, até o 
fim dos anos 30, período entre guerras e com a histórica depressão em andamento. 
Estuda-se além dos princípios básicos as abordagens (escolas) clássicas e 
das relações humanas e suas teorias inerentes. Pensadores clássicos como Taylor 
(2010), Fayol (1970), Ford (1967) e May (1953) serão abordados. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
Trocando ideias com os autores 
 
Sugerimos a leitura da obra: Introdução à Teoria 
Geral de Administração. Nesta obra é abordada que 
Durante anos, a Administração foi considerada uma atividade 
paralela e apenas complementar ao comando das 
organizações, em geral, e das empresas, em particular. 
Surgida no início do século passado como uma ciência 
focada na busca da eficiência do trabalhador de chão de 
fábrica provocou uma verdadeira revolução no mundo 
organizacional. 
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral de Administração. 9ª ed. Rio 
de Janeiro: Manole, 2014. 
 
Propomos ainda a leitura da obra: Teoria geral da 
administração. Este livro apresenta a evolução das ideias 
na história das organizações e da administração. O texto foi 
planejado para fornecer a visão dos conceitos e facilitar a 
aquisição das técnicas que se desenvolveram a cada 
estágio evolutivo. Os casos, no final de cada capítulo, 
possibilitam trazer os conceitos e as técnicas para a esfera 
da aplicação prática, ajudando o estudante a desenvolver 
suas competências de análise e julgamento. 
MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Teoria geral da administração. 7. ed. São 
Paulo: Atlas, 2012. 
Guia de Estudo: Analise os dois livros e faça uma síntese fazendo um paralelo nas 
duas obras e relacionando com o assunto abordado nessa disciplina. 
 
11 
 
Problematizando 
Recém-casado Ricardo abandonou o emprego para iniciar uma loja de 
materiais esportivos em uma rua de grande movimento de um bairro comercial de 
São Paulo. A empresa cresceu rapidamente. Em poucos anos, Ricardo abriu filiais 
da loja e comprou uma pequena malharia para fabricar seus próprios uniformes 
esportivos. A malharia tornou-se um negócio muito lucrativo, porque Ricardo passou 
a fornecer para outras lojas independentes, redes de lojas de material esportivo e 
diversos times. Finalmente, cerca de 10 anos depois de começar, Ricardo 
abandonou o comércio para se dedicar integralmente à indústria. 
A administração dos negócios tomava todo o seu tempo e Ricardo precisou 
sacrificar seus estudos, interrompendo-os no primeiro ano do curso de Economia. 
Seus dois filhos, Sérgio e Alberto, foram educados, desde pequenos, para assumir a 
empresa.Desde a adolescência, foram envolvidos pelo pai nos negócios. Ambos 
formaram-se em Administração e Ricardo providenciou para que fizessem estágios 
no exterior. 
Cerca de 25 anos depois de ter começado, Ricardo era o proprietário de 
uma grande confecção de uniformes esportivos, que agora tinha um novo tipo de 
clientes: outros fabricantes de materiais esportivos, que dele compravam para 
vender com sua própria marca. Diversos outros fornecedores concorriam pelos 
mesmos clientes. Estabilizada, a empresa era administrada, no dia a dia, por Sérgio 
e Alberto, que se dedicavam especialmente às atividades de marketing e finanças. 
Ricardo concentrava-se nas decisões de produção e escolha de produtos, além dos 
contatos com clientes grandes e tradicionais. Já não precisava dedicar-se tanto 
quanto antes. 
Tudo correu relativamente bem para Ricardo e seus concorrentes, antes da 
era da globalização e dos Shoppings centers. Quando as grandes empresas 
multinacionais de material esportivo chegaram ao Brasil, a competição tornou-se 
extremamente acirrada. Com grande poder de compra, agressivas na oferta de 
patrocínios para as equipes esportivas e extremamente preocupadas com a 
competitividade, essas empresas passaram a moldar o mercado segundo seus 
 
12 
 
interesses. Esse movimento coincidiu com a evolução da tecnologia nas fibras para 
tecelagem, que a empresa de Ricardo comprava de fornecedores multinacionais 
instalados no Brasil. 
Ricardo foi obrigado a fazer grandes inovações em seu parque industrial, 
para acompanhar a evolução da tecnologia e acompanhar os novos padrões criados 
pela abertura do mercado. Exigindo grandes investimentos, essas inovações 
obrigaram Ricardo a procurar financiamento, o que deixou a empresa em situação 
financeira muito delicada. No final da década de 90, uma grande parte da receita 
estava comprometida com o pagamento de juros. A crise econômica e a alta do 
dólar contribuíram para tornar a situação ainda mais difícil no mercado interno, 
embora tivessem facilitado à exportação, que a empresa fazia em pequena escala. 
Nos últimos cinco anos, as relações entre Ricardo e seus dois filhos 
tornaram-se muito tensas, para desalento de Alice, a mãe, e do restante da família. 
Vendo a empresa deteriorar-se, Sérgio e Alberto pretendem nada mais nada menos, 
que o pai abandone os negócios e deixe a empresa totalmente para eles. Alegam 
que estudaram e se prepararam profissionalmente para administrar a empresa e que 
a época do pai já passou. 
Ultimamente, Ricardo está tendo sérios conflitos com os filhos por causa 
dessa questão. Depois de muita discussão, Alberto, o filho mais velho, convenceu 
Ricardo de que novos mercados poderiam ser explorados. Desenvolveu novos 
produtos e passou a fornecer para outros tipos de clientes, que vendem roupas de 
griffe em shopping centers. Esse mercado parece ter grande potencial. O êxito 
animou Alberto, que agora acredita ter um argumento forte para discutir com o pai. 
Querendo evitar que o conflito se torne mais agudo, Ricardo concordou em cuidar do 
suprimento de matérias-primas e da produção. 
No entanto, não consegue deixar totalmente de se ocupar dos problemas de 
desenvolvimento de produtos, vendas, finanças e administração geral da empresa, 
que os dois filhos disputam com ele. Há pouco tempo, eles tiveram séria discussão 
por causa da proposta que os filhos fizeram, de contratar um consultor de 
administração. 
 
13 
 
Ricardo se pergunta frequentemente: Afinal, quem deve mandar aqui? Eu, 
que iniciei esse negócio e não eles. Alegam que estudaram Administração e estão 
mais preparados do que eu para resolver os problemas da empresa. Dizem até que 
minha experiência não vale mais nada hoje em dia. Não quero aumentar o conflito, 
mas também não quero abandonar a empresa totalmente. E que história é essa de 
trazer consultor? O que essa pessoa pode saber, sem nunca ter antes se envolvido 
nos negócios? 
 
Guia de Estudo: Tendo como informação o fato acima narrado, mostre seu ponto 
de vista e conhecimento em relação aos questionamentos que Ricardo faz sobre sua 
experiência de comércio. Produza um texto argumentativo relatando a importância 
da experiência e do conhecimento para a administração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
15 
 
CONCEITUAÇÕES E 
PROPOSIÇÕES EM 
ADMINISTRAÇÃO 
1 
CONHECIMENTOS 
Entender as definições e perspectivas da administração. 
 
HABILIDADES 
 
Identificar algumas das principais motivações a se estudar e praticar a 
administração. 
 
ATITUDES 
 
Desenvolver em si próprio e em outras pessoas as motivações para a administração 
de empresas. 
 
 
16 
 
 
 
17 
 
Introdução à Administração 
A palavra administração tem origem no latim e significa: administratione. 
Ad = (direção para, tendência, junto de). 
Minister = Comparativo de inferioridade, o sufixo ter (subordinação e 
obediência) aquele que realiza uma função abaixo do comando de outrem. Função 
que se desenvolve sob o comando de outro, um serviço que se presta a outro. 
A administração tem como tarefa, interpretar os objetivos propostos pela 
empresa e transformá-los em ação empresarial através do planejamento, 
organização, direção e controle de todos os esforços realizados, em todas as áreas 
e em todos os níveis da empresa, a fim de atingir tais objetivos. 
A administração é uma condição indispensável para o sucesso de cada 
empresa. A administração representa a solução da maior parte dos problemas que 
afligem a humanidade nos dias de hoje. Na realidade não existem países 
desenvolvidos ou subdesenvolvidos, mas países bem ou mal administrados. 
(PETER DRUCKER) 
Definição de Administração 
Segundo MORAES (2001) a tarefa da Administração envolve a interpretação 
de objetivos a fim de transformá-los em ação organizacional por meio do 
planejamento, da organização, da direção e do controle. 
Administração revela-se nos dias de hoje como uma das áreas do 
conhecimento humanas mais impregnadas de complexidade e de desafios. O 
profissional que utiliza a Administração como meio de vida, pode trabalhar nos mais 
variados níveis de uma organização, desde o nível hierárquico de supervisão 
elementar até o nível de dirigente máximo da organização. Cada organização tem 
seus objetivos, seu ramo de atividade, seus dirigentes e seu pessoal, seus 
problemas internos e externos, seu mercado, sua situação financeira, sua 
tecnologia, seus recursos básicos, sua ideologia etc. 
 
18 
 
Em cada organização, o administrador soluciona problemas, dimensiona 
recursos, planeja sua aplicação, desenvolve estratégias, efetua diagnósticos de 
situações exclusivos daquela organização. 
Há pelo menos três tipos de habilidades necessárias para que o administrador 
possa executar eficazmente o processo administrativo: 
 
Habilidade técnica: Consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e 
equipamentos necessários para a realização de suas tarefas específicas, através 
de sua instrução, experiência e educação; 
 
Habilidade humana: Consiste na capacidade e no discernimento para 
trabalhar com pessoas, compreender suas atitudes e motivações e aplicar uma 
liderança eficaz; 
 
Habilidade conceitual: Consiste na habilidade para compreender as 
complexidades da organização global e o ajustamento do comportamento da 
pessoa dentro da organização. Esta habilidade permite que a pessoa se comporte 
de acordo com os objetivos da organização total e não apenas de acordo com os 
objetivos e as necessidades de seu grupo imediato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 Administraçãoe suas perspectivas 
A tarefa básica da Administração é a de fazer as coisas através das pessoas, 
seja nas indústrias, no comércio, nas organizações de serviços públicos, nos 
hospitais, nas universidades, nas instituições militares ou em qualquer outra forma 
de empreendimento humano, a eficácia com que as pessoas trabalham em conjunto 
para conseguir objetivos comuns depende principalmente da capacidade daqueles 
que exercem função administrativa. 
Qualquer que seja a posição ou o nível que ocupe o administrador, quando 
tem responsabilidade por subordinados, só pode alcançar resultados através da 
efetiva cooperação dos subordinados. 
Toda organização precisa ser administrada adequadamente para alcançar os 
seus objetivos com a maior eficiência e economia de ação e de recursos. Devido às 
suas limitações físicas, biológicas e psíquicas, o homem tem necessidade de 
cooperar com outros homens para, em conjunto alcançarem objetivos. 
Conteúdo e Objeto de estudo da Administração 
 
O significado e conteúdo da Administração deparam-se com uma formidável 
ampliação e aprofundamento através das diferentes teorias que abordaremos nesta 
apostila. O próprio conteúdo do estudo da Administração varia enormemente de 
acordo com a teoria ou escola considerada. Normalmente, cada autor ou estudioso 
da Administração tende a abordar as variáveis e assuntos típicos da orientação 
teórica de sua escola ou teoria. Aliás, uma das razões que nos levou a escrever esta 
apostila foi exatamente a necessidade de abordarmos as principais teorias da 
Administração, os seus respectivos assuntos e conteúdos. Com isto, pretendemos 
apresentar, não especificamente a abordagem e conteúdo de uma única corrente 
com o agravante de desconhecermos as demais, mas uma visão ampla, simplificada, 
comparativa e, sobretudo, crítica de cada teoria da Administração. 
 Na tabela abaixo o leitor irá ter a possibilidade de verificar a evolução das 
teorias administrativas e seus principais enfoques no decorrer do século XX e no 
começo deste século XXI. 
 
20 
 
ÊNFASE TEORIAS ADMINISTRATIVAS PRINCIPAIS ENFOQUES 
Tarefas Administração Científica – 1903 Na Racionalização do trabalho nível 
operacional. 
 Teoria Clássica - 1916 
Teoria Neoclássica - 1954 
Organização formal. 
Princípios gerais da Administração. 
Funções do administrador. 
Estrutura Teoria da Burocracia – 1909 Organização formal burocrática. 
Racionalidade organizacional 
 Teoria Estruturalista – 1947 Múltipla abordagem: 
-Organização formal e informal. 
-Análise intraorganizacional e análise Inter 
organizacional. 
 Teoria das Relações Humanas – 
1932 
Organização informal. 
Motivação, liderança, comunicações e 
dinâmica de grupo. 
Pessoas Teoria do Comportamento 
Organizacional – 1957 
Estilos de Administração. 
Teoria das decisões. 
Integração dos objetivos organizacionais e 
individuais. 
 Teoria do Desenvolvimento 
Organizacional – 1962 
Mudança organizacional planejada. 
Abordagem de sistema aberto 
Ambiente Teoria Estruturalista – 1947 Análise intraorganizacional e análise 
ambiental. 
Abordagem de sistema aberto. 
Teoria da Contingência – 1972 Análise ambiental (imperativo ambiental) 
Abordagem de sistema aberto. 
Tecnologia Teoria da Contingência – 1972 Administração da tecnologia (imperativo 
tecnológico) 
Competitividade Novas Abordagens da 
Administração - 1990 
Caos e Complexidade. Aprendizagem 
Organizacional – capital intelectual 
 
 
21 
 
 A Teoria Geral da Administração começou com o que chamaremos de 
“ênfase nas tarefas" (atividades executadas pelos operários em uma fábrica), com a 
Administração Científica de Taylor. A seguir, a preocupação básica passou para a 
“ênfase na estrutura" com a Teoria Clássica de Fayol e com a Teoria da Burocracia 
de Weber, seguindo-se mais tarde a Teoria Estruturalista. 
 
A reação humanística surgiu com a “ênfase nas pessoas", por meio da 
Teoria das Relações Humanas, mais tarde desenvolvida pela Teoria 
Comportamental e pela Teoria do Desenvolvimento Organizacional. A "ênfase no 
ambiente" surgiu com a Teoria dos Sistemas, sendo completada pela Teoria da 
Contingência. 
 
Esta, posteriormente, desenvolveu a "ênfase na tecnologia". No século XXI 
surge à teoria da competitividade, capaz de levar a empresa ao sucesso e 
desenvolvimento permanente. Cada uma dessas seis variáveis – tarefas, estrutura, 
pessoas, ambiente, tecnologia e competitividade provocaram a seu tempo uma 
diferente teoria administrativa, marcando um gradativo passo no desenvolvimento da 
TGA. 
 Cada teoria administrativa procurou privilegiar ou enfatizar uma dessas seis 
variáveis, omitindo ou relegando a um plano secundário todas as demais. 
 Veja nas imagens a seguir as principais teorias influenciadoras do atual 
pensamento administrativo: 
 
22 
 
 
 
O Estado Atual da Teoria Geral da Administração 
 Com as rápidas pinceladas a respeito dos gradativos passos da TGA, 
procuramos demonstrar o efeito cumulativo e gradativamente abrangente das 
 
23 
 
diversas teorias com suas diferentes contribuições e diferentes enfoques1. Todas as 
teorias administrativas apresentadas são válidas, embora cada qual valorize apenas 
uma ou algumas das seis variáveis básicas. Na realidade, cada teoria administrativa 
surgiu como uma resposta aos problemas empresariais mais relevantes de sua 
época. E, neste caso todas elas foram bem-sucedidas ao apresentarem soluções 
especificas para tais problemas. 
 De certo modo, todas as teorias administrativas são aplicáveis às situações 
de hoje. E o administrador precisa conhecê-las bem para ter à sua disposição um 
naipe de alternativas interessantes para cada situação. O estado atual da TGA é 
bastante complexo: ela permite uma variedade enorme de abordagens a respeito de 
seu objeto de estudo e engloba um enorme leque de variáveis que devem ser 
levadas em consideração. 
Hoje em dia, a TGA estuda a Administração das empresas e demais tipos de 
organizações do ponto de vista da interação e interdependência entre as seis 
variáveis principais, cada qual objeto específico de estudo por parte de uma ou mais 
correntes da teoria administrativa. As seis variáveis básicas: tarefa, estrutura, 
pessoas, tecnologia, ambiente e competitividade, constituem os principais 
componentes no estudo da Administração das empresas. O comportamento desses 
componentes é sistêmico e complexo: Cada qual influencia e é influenciado pelos 
outros componentes. Modificações em um provocam modificações em maior ou 
menor grau nos demais. O comportamento do conjunto desses componentes e, 
diferente da soma dos comportamentos de cada componente considerado 
isoladamente. 
Na realidade, a adequação entre essas seis variáveis constitui o principal 
desafio da administração. No nível de uma subunidade especializada (por exemplo, 
um departamento, uma divisão, uma seção), algumas dessas variáveis podem 
assumir papel preponderante. 
Devido à crescente importância da Administração e devido aos novos e 
complexos desafios com que ela se defronta, os autores e pesquisadores têm se 
 
1
 Idalberto Chavenato, Novas Abordagens na Teoria Administrativa, Revista de Administração de Empresas, Rio 
de Janeiro, abr./jun. 1979, vol. 19, nº 2, 27-42. 
 
24 
 
concentrado em algumas partes ou em algumas variáveis isoladas do enorme 
contexto de variáveis que intervêm cada qual com sua natureza, seu impacto, sua 
duração, sua importância etc. Na estrutura e no comportamento das organizações 
que dificultam enormemente sua visão global.À medida que a Administração se 
defronta com novos desafios e novas situações que se desenvolvem com o decorrer 
do tempo, as doutrinas e teorias administrativas precisam adaptar suas abordagens 
ou modificá-las completamente para continuarem úteis e aplicáveis. Isto explica, em 
parte, os gradativos passos da TGA no decorrer do século XX e no início deste 
século. O resultado disso tudo é a gradativa abrangência e complexidade que 
acabamos de discutir. 
 Para melhor compreensão das Seis variáveis básicas na Teoria Geral da 
Administração observe a imagem a seguir: 
 
 
 
 
 
25 
 
A Administração na sociedade moderna 
A Administração é um fenômeno universal no mundo moderno. Cada 
organização e cada empresa requerem a tomada de decisões, a coordenação de 
múltiplas atividades, a condução de pessoas, a avaliação do desempenho dirigido a 
objetivos previamente determinados, a obtenção e alocação de diferentes recursos 
etc. 
Numerosas atividades administrativas desempenhadas por diversos 
administradores, voltadas para tipos específicos de áreas e de problemas, precisam 
ser realizadas em cada organização ou empresa. Cada empresa necessita não de 
um administrador apenas, mas de uma equipe de administradores em vários níveis e 
nas várias áreas e funções, para levar adiante as diversas especialidades dentro de 
um conjunto integrado e harmonioso de esforços em direção aos objetivos da 
empresa. 
Como o administrador não é o executor, mas o responsável pelo trabalho 
dos outros, ele não pode dar-se o luxo de errar ou de arriscar seus subordinados 
pelo caminho menos indicado. 
O administrador é um profissional cuja formação é extremamente ampla e 
variada: Precisa conhecer disciplinas heterogêneas (como Matemática, Direito, 
Psicologia, Estatística etc). Precisa lidar com pessoas que lhe são subordinadas ou 
que estão no mesmo nível ou acima dele. Precisa estar atento aos eventos 
passados e presentes, bem como às previsões futuras, pois o seu horizonte deve 
ser mais amplo, já que ele é o responsável pela direção de outras pessoas que 
seguem as suas ordens e orientação. Precisa lidar com eventos internos e externos 
e precisa ver mais longe que os outros, pois deve estar ligado aos objetivos que a 
empresa pretende alcançar através da atividade conjunta de todos. 
Administração tornou-se tão importante quanto o próprio trabalho a ser 
executado, conforme este foi especializando-se e a escala de operações cresceu 
assustadoramente. Administração não é um fim e sim um meio de fazer com que as 
coisas sejam realizadas da melhor forma possível, com o menor custo e com a maior 
eficiência e eficácia. 
 
26 
 
A Evolução dos Modelos de Administração 
No futuro próximo, o mundo verá o fim da forma organizacional e o 
surgimento de novos sistemas mais adequados às demandas da pós-
industrialização. Essa previsão baseia-se no princípio evolucionário de que cada 
época desenvolve uma forma organizacional apropriada às suas características. 
Observe a Evolução dos conceitos de Administração: 
 
O administrador defrontar-se-á com problemas cada vez mais diferentes e 
mais complexos do que os anteriores, e sua atenção será disputada por eventos e 
por grupos situados dentro e fora da empresa que proporcionarão dificuldades ao 
seu diagnóstico perceptivo e sua visão dos problemas a resolver ou das situações 
a enfrentar. 
 
 
 
27 
 
OS PRIMÓRDIOS DA 
ADMINISTRAÇÃO 
2 
CONHECIMENTO 
Entender os antecedentes históricos da administração. 
 
 
HABILIDADES 
Identificar algumas das características dos influenciadores da teoria da 
administração, ainda presentes nos dias de hoje. 
 
 
ATITUDES 
Comparar os princípios das instituições que influenciaram o início da administração 
da época com os atuais princípios destas mesmas instituições, percebendo suas 
evoluções e diferenças. 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
29 
 
Antecedentes históricos da administração 
Ao longo da história da humanidade, a Administração se desenvolveu de 
forma muito lenta. Somente a partir do século XX é que a Administração começa a 
ganhar seu espaço de forma notável. 
No final do século XIX, a sociedade era completamente diferente. Havia 
poucas organizações e de pequenos portes, sendo que predominavam as pequenas 
oficinas, artesãos independentes, pequenas escolas, profissionais autônomos (como 
médicos, advogados, que trabalhavam por conta própria), o lavrador, o armazém da 
esquina etc. O trabalho sempre existiu na história da humanidade, mas a história 
das organizações e da sua administração é um capítulo que teve o seu início há 
pouco tempo. 
Atualmente a sociedade típica dos países desenvolvidos é uma sociedade 
pluralista de organizações, na qual a maior parte das obrigações (produção de bens 
ou serviços) é confiada a organizações (indústrias, universidades, hospitais, 
comércio, serviços públicos), dentre outras, que são administradas com o objetivo de 
se tornarem mais eficazes. 
Influência dos Filósofos 
Ao longo dos séculos que vão da Antiguidade até o início da Idade Moderna, 
a Filosofia concentrou-se em preocupações distanciadas dos problemas 
administrativos. Francis Bacon (1561-1626), filósofo e estadista inglês e fundador da 
Lógica Moderna baseada no método experimental e indutivo, mostra a preocupação 
prática de se separar experimentalmente o que é essencial do que é acidental ou 
acessório. Bacon antecipou-se ao princípio administrativo da "prevalência do 
principal sobre o acessório". 
O maior expoente da época foi René Descartes (1596-1650). Filósofo, 
matemático e físico francês, é o fundador da Filosofia Moderna. Criou as 
coordenadas cartesianas e deu impulso à Matemática e Geometria da época. Na 
Filosofia, celebrizou-se pelo livro O Discurso do Método, no qual descreve seu 
método filosófico denominado "método cartesiano", cujos princípios são: 
 
30 
 
Princípio da Dúvida Sistemática ou da Evidência: Consiste em não aceitar como 
verdadeira coisa alguma enquanto não se souber com evidência clara e 
distintamente – aquilo que é realmente verdadeiro. Com a dúvida sistemática evita-
se a prevenção e a precipitação, aceitando-se apenas como certo aquilo que seja 
evidentemente certo; 
Princípio da Análise ou de Decomposição: Consiste em dividir e decompor cada 
dificuldade ou problema em tantas partes quantas sejam possíveis e necessárias à 
sua solução, a fim de resolver cada uma separadamente; 
Princípio da Síntese ou da Composição: Consiste em conduzir ordenadamente os 
pensamentos e o raciocínio, começando pelos objetivos e assuntos mais fáceis e 
simples de se conhecer, para passar gradualmente aos mais difíceis; 
Princípio da Enumeração ou da Verificação: Consiste em fazer verificações e 
revisões em tudo, para que nada seja omitido ou deixado de lado. 
Vários princípios da Administração, como os da divisão do trabalho, da 
ordem e do controle, são decorrências dos princípios cartesianos. Com a Filosofia 
Moderna, a Administração deixa de receber contribuições e influências, pois o 
campo de estudo filosófico se afasta dos problemas organizacionais. 
Influência da Organização da Igreja Católica 
Ao longo dos séculos, as normas administrativas e os princípios de 
organização pública foram aos poucos se transferindo das instituições dos Estados 
(como era o caso de Atenas, Roma etc.) para as instituições da Igreja Católica e 
organizações militares. Isso porque a unidade de propósitos e objetivos - princípios 
fundamentais na organização eclesiástica e militar nem sempre é encontrada na 
ação política dos Estados, movida por objetivos contraditórios de cada partido,dirigente ou classe social. 
Ao longo dos séculos, a Igreja Católica estruturou a sua organização com 
uma hierarquia de autoridade; um estado maior e a coordenação funcional para 
assegurar integração. A organização hierárquica da Igreja é tão simples e eficiente 
que a sua enorme organização mundial pode operar sob o comando de uma só 
 
31 
 
cabeça executiva: o Papa, cuja autoridade coordenadora lhe foi dada por uma 
autoridade divina superior. A estrutura da organização eclesiástica serviu de modelo 
para muitas organizações que incorporaram seus princípios e normas 
administrativas. 
Influência da Organização Militar 
A organização militar influenciou as teorias da Administração ao longo do 
tempo. A organização linear tem suas origens na organização militar dos exércitos 
da Antiguidade e da época medieval. O princípio da unidade de comando (pelo qual 
cada subordinado só pode ter um superior) é o núcleo central das organizações 
militares. A hierarquia, ou seja, a escala de níveis de comando de acordo com o 
grau de autoridade - provém da organização militar. Com o passar dos tempos, na 
medida em que o volume de operações militares aumenta, cresce; também a 
necessidade de delegar autoridade para os níveis mais baixos da organização 
militar. 
Ainda na época de Napoleão (1769-1821), cada general supervisionava a 
totalidade do campo de batalha. As guerras de maior alcance e de âmbito 
continental exigiram novos princípios de organização conduzindo a um planejamento 
e controle centralizados em paralelo com operações descentralizadas, ou seja, 
passou-se à centralização do comando e à descentralização da execução. 
 Para aumentar a eficiência dos exércitos, criou-se um estado maior para 
assessorar o comando militar. Os oficiais de assessoria trabalhavam 
independentemente, numa separação entre planejamento e execução das 
operações de guerra. Oficiais formados no estado maior eram transferidos para 
posições de comando e novamente para o estado maior, o que assegurava 
experiência e vivência nas funções de gabinete, de campo e novamente de 
gabinete. 
Outra contribuição da organização militar é o princípio de direção, por meio 
do qual todo soldado deve saber o que se espera dele e o que ele deve fazer. 
Mesmo Napoleão, o general mais autocrata da história militar, nunca deu uma 
ordem sem explicar o seu objetivo e certificar-se de que o haviam compreendido, 
 
32 
 
pois estava convencido de que a obediência cega jamais leva a uma execução 
inteligente de qualquer coisa. 
Influência da Revolução Industrial 
Com a invenção da máquina a vapor por James Watt (1736-1819) e a sua 
aplicação à produção, surgiu uma nova concepção de trabalho que modificou 
completamente a estrutura social e comercial da época, provocando profundas e 
rápidas mudanças de ordem econômica, política e social. Num lapso de um século, 
às mudanças ocorridas foram maiores que em todo o milênio anterior. É a chamada 
Revolução Industrial, que passou por duas épocas distintas: 
1780 a 1860: Revolução Industrial ou revolução do carvão e do ferro 
A 1a Revolução Industrial apresenta quatro fases distintas: 
1a fase: Mecanização da indústria e da agricultura, com o aparecimento da 
máquina de fiar, do tear hidráulico, do tear mecânico e do descaroçador de algodão, 
que substituíram o trabalho do homem e a força motriz muscular do homem, do 
animal ou da roda de água. 
2a fase: Aplicação da força motriz à indústria. As máquinas a vapor 
transformam as antigas oficinas em fábricas. 
3a fase: Desenvolvimento do sistema fabril. O artesão e sua pequena oficina 
patronal desaparecem para ceder lugar ao operário e às fábricas e usinas baseadas 
na divisão do trabalho. Surgem as indústrias em detrimento da atividade rural. A 
migração de massas humanas das áreas agrícolas para as proximidades das 
fábricas provoca a urbanização. 
4a fase: Espetacular crescimento dos transportes e das comunicações. A 
navegação a vapor, os locomotivos a vapor e novos meios de transporte e de 
comunicação apareceram com surpreendente, rapidez. O telégrafo elétrico, o selo 
postal e o telefone impelem os fortes desenvolvimentos econômicos, sociais, 
tecnológicos e industriais e as profundas transformações e mudanças que 
ocorreriam com uma velocidade maior. 
 
33 
 
1860 a 1914: Revolução Industrial ou do aço e da eletricidade 
A 2a Revolução Industrial começa por volta de 1860, provocada por três 
acontecimentos importantes: o novo processo de fabricação do aço (1856); o 
aperfeiçoamento do dínamo (1873) e a invenção do motor de combustão interna 
(1873). 
As características da 2a Revolução Industrial são as seguintes: 
1. Substituição do ferro pelo aço como material industrial básico; 
2. Substituição do vapor pela eletricidade e derivados do petróleo como fontes 
de energia; 
3. Desenvolvimento da maquinaria automática e da especialização do 
trabalhador; 
4. Crescente domínio da indústria pela ciência; 
5. Transformação radical nos transporte e comunicações. As vias férreas são 
ampliadas. Em 1880, Daimler e Benz constroem automóveis artesanais na 
Alemanha, Dunlop aperfeiçoa o pneumático em 1888 e Henry Ford inicia a produção 
do seu modelo "T" em 1908. Em 1906, Santo Dumont faz a primeira experiência com 
o avião; 
6. Surgem novas formas de organização capitalista. As firmas de sócios 
solidários que tomavam parte ativa na direção dos negócios deram lugar ao 
chamado capitalismo financeiro; 
7. Expansão da industrialização até a Europa Central e Oriental e o Extremo 
Oriente. 
Da calma produção do artesanato, onde todos se conheciam, passou-se 
rapidamente para regime de produção por meio de máquinas, dentro de grandes 
fábricas. Assim, a Revolução Industrial provocou profundas modificações na 
estrutura empresarial e econômica da época. Mas não chegou a influenciar os 
princípios de administração das empresas então utilizados. Os dirigentes de 
 
34 
 
empresas trataram de cuidar como podiam ou como sabiam das demandas de uma 
economia em rápida expansão e tinham por modelo as organizações militares ou 
eclesiásticas nos séculos anteriores. 
Influência dos Economistas Liberais 
As ideias básicas dos economistas clássicos liberais constituem os 
princípios básicos do pensamento administrativo de nossos dias. Adam Smith (1723-
1790) é o fundador da economia clássica, cuja ideia central é a competição. Os 
mercados onde vigora a competição funcionam espontaneamente, de modo a 
garantir (por algum mecanismo abstrato que Smith chamava de a mão invisível que 
governa o mercado) a alocação dos recursos e da produção, sem que haja excesso 
de lucros. Por essa razão, o único papel econômico do governo é a intervenção na 
economia quando o mercado deixa de funcionar em condições satisfatórias, ou seja, 
quando não ocorre competição livre. Em seu livro A Riqueza das Nações, publicado 
em 1776, Adam Smith apregoa que a origem da riqueza das nações reside na 
divisão do trabalho e na especialização das tarefas, preconizando o estudo dos 
tempos e movimentos que, mais tarde, Taylor e Gilbreth iriam desenvolver como a 
base fundamental da Administração Científica. 
O liberalismo econômico corresponde ao período de desenvolvimento da 
economia capitalista baseada no individualismo e no jogo das leis econômicas 
naturais e na livre concorrência. No final do século XIX, o liberalismo econômico 
começou a perder sua influência na medida em que o capitalismo cresceu com o 
surgimento de grandes grupos econômicos. O novo capitalismo se inicia com a 
produção em larga escala e o surgimento de novas e modernas máquinas de mão-
de-obra, criando situações problemáticas de organizaçãode trabalho, de 
concorrência econômica, de padrão de vida etc. 
Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), criadores do 
socialismo cientifico e do materialismo histórico, publicam o manifesto comunista em 
1848. Eles discutem os diversos regimes econômicos e sociais e a sociedade 
capitalista, concluindo que a luta de classes é o motor da história. Marx, em 1867 
publica “O Capital” e mais adiante sua teoria a respeito da “mais valia, ou trabalho 
 
35 
 
não pago, de onde são tirados os lucros dos capitalistas” com base na teoria do 
valor trabalho. 
No início do século XX, o socialismo e o sindicalismo passam a obrigar o 
capitalismo a procurar o aperfeiçoamento de todos os fatores de produção 
envolvidos e na sua adequada remuneração. Quanto maior a pressão exercida pelas 
exigências proletárias, observa-se a redução das injustiças e mais acelerado se 
configura o processo de desenvolvimento da tecnologia. Dentro dessa situação, 
surgem os primeiros esforços nas empresas capitalistas para a implantação de 
métodos e processos de racionalização do trabalho. 
Influência dos Pioneiros e Empreendedores 
O século XIX assistiu a um monumental desfile de inovações e mudanças no 
cenário empresarial. O mundo estava mudando. E as empresas também. As 
condições para o aparecimento da teoria administrativa estavam se consolidando 
gradativamente. 
Nos Estados Unidos, por volta de 1820, o empreendimento empresarial 
privado de maior vulto era às estradas de ferro, que constituíram um poderoso 
núcleo de investimentos e uma nova classe de investidores. Foi a partir das estradas 
de ferro que as ações de investimento e o ramo de seguros se tornaram populares. 
As ferrovias permitiram o desenvolvimento do território, provocando sua rápida 
urbanização na criação de novas necessidades de habitação, alimentação, roupa, 
luz e aquecimento, o que se traduziu em um rápido crescimento das empresas 
voltadas para o consumo direto. 
Antes de 1850, poucas empresas tinham uma estrutura administrativa 
definida. Poucas empresas exigiam serviços de um administrador - ou coisa 
parecida - em tempo integral, pois eram muito pequenas. Em geral, eram negócios 
de família, em que dois ou três parentes cuidavam das atividades principais. As 
empresas da época - agropecuárias, mineradoras, indústrias têxteis, estradas de 
ferro, construtoras, a caça e o comércio de peles, os incipientes bancos - faziam 
parte de um contexto predominantemente rural, que não conhecia a administração. 
O presidente era tesoureiro, comprador ou vendedor e atendia aos agentes 
 
36 
 
comissionados. Se o negócio prosperava, os agentes se tornavam sócios da firma, o 
que permitia integrar produção e distribuição. 
Nesse período começam a surgir os grandes conglomerados. Os "criadores 
de impérios" passaram a comprar seus concorrentes mais próximos, seus 
fornecedores ou distribuidores com a finalidade de garantir seus interesses. 
Juntamente com as empresas e instalações vinham também os antigos donos e 
respectivos empregados. Surgiram os primitivos impérios industriais, aglomerados 
de empresas que se tornaram grandes demais para serem dirigidos pelos pequenos 
grupos familiares. Os empresários preferiam ampliar a produção a organizar uma 
rede de distribuição e vendas. Os grandes grupos de produção, ainda eram 
administrados de forma amadora sem técnica científica adequada. 
Procurava-se maior eficiência na produção, compras, distribuição e vendas. 
Os meios de reduzir custos diminuíram, as margens de lucro baixaram, o mercado 
foi se tornando saturado e as empresas começam a procurar novos mercados por 
meio da diversificação de produtos. A velha estrutura funcional começou a emperrar. 
Os grandes empresários como John Rockefeller (1839-1937) fundou a 
Standart Oil, em 1890, Carnegie funda a Truste do aço, Swift e Armour tornam-se 
trustes de conservas, Westinghouse, Daimler e Benz, Henry Ford, e outros - não 
tinham condições de sistematizar seus vastos negócios com eficiência, pois eram 
empreendedores e não organizadores. A organização era um desafio mais difícil do 
que a criação dessas empresas. A grandiosidade dos recursos que conseguiram 
reunir complicava as coisas. 
 O final do século XIX revelou o crescimento dos impérios corporativos e a 
expansão da indústria. A preocupação dominante se deslocou para os riscos do 
crescimento sem uma organização adequada. Entre 1860 a 1900 ocorre a "idade 
heroica das invenções”, que provocou um grande desenvolvimento tecnológico. O 
primeiro laboratório de pesquisas surgiu com a síntese da aspirina realizada por 
Adolfvon Bayer (1835-1917) em 1899. O sucesso mundial da aspirina convenceu a 
indústria química da necessidade da pesquisa e da tecnologia. 
 
37 
 
Na virada do século XIX para o século XX grandes corporações sucumbiram 
financeiramente. Dirigir grandes empresas não era apenas uma questão de 
habilidade pessoal como muitos empreendedores pensavam. Estavam criadas as 
condições para o aparecimento dos grandes organizadores da empresa moderna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
 
39 
 
ABORDAGEM CLÁSSICA 
DA ADMINISTRAÇÃO 
CIENTÍFICA 
3 
CONHECIMENTO 
Entender a 1ª escola da administração, a Administração Científica e todos os seus 
conceitos. 
 
 
HABILIDADES 
Reconhecer nas instituições atuais, a aplicação dos conceitos e teorias da 
Administração Científica. 
 
 
ATITUDES 
Comparar se os conceitos iniciais pregados na Administração Científica continuam 
vivos e aplicados em organizações, mesmo considerando tempos e contextos 
históricos diferentes. 
 
 
 
40 
 
 
 
41 
 
Administração Científica: Taylor e seguidores 
A abordagem típica da Escola da Administração Científica é a ênfase nas 
tarefas. O nome Administração Científica é devido à tentativa de aplicação dos 
métodos da ciência aos problemas da Administração, a fim de alcançar elevada 
eficiência industrial. Os principais métodos científicos aplicáveis aos problemas da 
administração são a observação e a mensuração. 
A Escola da Administração Científica foi iniciada por volta de 1900 pelo 
engenheiro americano Frederick W. Taylor, considerado o fundador da moderna 
Teoria da Administração. Taylor teve inúmeros seguidores (como Gantt, Gilbreth, 
Emerson, Ford, Barth e outros) e provocou verdadeira revolução no pensamento 
administrativo e no mundo industrial da sua época. Sua preocupação original foi 
tentar eliminar o fantasma do desperdício e das perdas sofridas pelas indústrias 
americanas e elevar o nível de produtividade através da aplicação de métodos e 
técnicas da engenharia industrial. (TAYLOR, 2010) 
O principal objetivo da administração deve ser o máximo de prosperidade ao 
patrão e, ao mesmo tempo, o máximo de prosperidade ao empregado. O princípio 
de máxima prosperidade para o patrão acompanhada da máxima prosperidade para 
o empregado deve ser o fim principal da Administração, sendo desnecessário 
demonstrá-lo. Assim, deve haver uma identidade de interesses entre empregados e 
empregadores. 
 A Obra de Taylor 
Frederick Winslow Taylor (1856-1915), o fundador da Administração 
Científica, nasceu em Filadélfia, nos Estados Unidos. Veio de uma família “Quaker” 
de princípios rígidos e foi educado dentro de uma mentalidade de disciplina, 
devoção ao trabalho e poupança. Viveu na Europa durante três anos e aos 18 anos 
começou a trabalhar como aprendiz na Hidraulic Works, fabricantes de bombas a 
vapor. Depois da licenciatura em engenharia mecânica pela Stevens Institute of 
Technology, ascendeu a engenheiro chefe da Midvale SteelCompany, passando a 
diretor geral da Manufacturing Investiment Company. Nos seus primeiros estudos, 
tomou contato direto com os problemas sociais e empresariais decorrentes da 
 
42 
 
Revolução Industrial. Naquela época estava em moda o sistema de pagamento por 
peça ou por tarefa. Em 1893 mudou-se para Nova Iorque para trabalhar como 
consultor de engenharia. 
Primeiro Período de Taylor: Iniciou suas experiências e estudos pelo 
trabalho do operário e, mais tarde, generalizou suas conclusões para a 
Administração geral, sua teoria seguiu em caminho de baixo para cima e das partes 
para o todo. Taylor (2010) expõe que: 
1-O objetivo de uma boa Administração é pagar salários altos e ter baixos 
custos unitários de produção. 
2-Para atingir esse objetivo, a Administração deve aplicar métodos 
científicos de pesquisa e experimentação, a fim de formular princípios e estabelecer 
processos padronizados que permitam o controle de operações fabris. 
3-Os empregados devem ser cientificamente colocados em serviços ou 
postos em que os materiais e as condições de trabalho sejam cientificamente 
selecionados, para que as normas possam ser cumpridas. 
4-Os empregados devem ser cientificamente adestrados para aperfeiçoar 
suas aptidões e, portanto, executar um serviço ou tarefa de modo que a produção 
normal seja cumprida. 
5-Uma atmosfera de cooperação deve ser cultivada entre a Administração e 
os trabalhadores, para garantir a continuidade desse ambiente psicológico que 
possibilite a aplicação dos princípios mencionados. 
Segundo Período de Taylor: Nesse segundo período, desenvolveu seus 
estudos sobre a Administração geral, a qual denominou Administração Científica, 
sem deixar, contudo sua preocupação com relação à tarefa do operário. Taylor 
assegurava que as indústrias de sua época padeciam de três tipos de problemas: 
1-Vadiagem sistemática por parte dos operários, que reduziam 
propositadamente a produção a cerca de um terço da que seria normal, para evitar a 
redução das tarifas de salários pela gerência. 
 
43 
 
Segundo Taylor (2010) há três causas determinantes da vadiagem no 
trabalho: 
A - O erro de que um rendimento maior do homem e da máquina terá como 
resultante o desemprego de grande número de operários; 
B - O sistema defeituoso de administração que força os operários à 
ociosidade no trabalho, a fim de melhor proteger os seus interesses; 
C - Os métodos empíricos ineficientes, utilizados nas empresas, que fazem o 
operário desperdiçar grande parte do seu esforço e do seu tempo. 
2-Desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do tempo 
necessário para sua realização. 
3-Falta de uniformidade das técnicas ou métodos de trabalho. 
 Para sanar esses três problemas idealizara o seu famoso sistema de 
Administração que denominou Scientific Management e que nos países de língua 
latina foi difundido sob os nomes de Sistema de Taylor, Gerência Científica, 
Organização Científica no Trabalho e Organização Racional do Trabalho. 
 A Administração Como Ciência 
Para Taylor (2010), a organização e a Administração devem ser estudadas e 
tratadas cientificamente e não empiricamente. A improvisação deve ceder lugar ao 
planejamento e o empirismo, à ciência. Sua obra deve ser analisada, principalmente, 
pela importância da aplicação de uma metodologia sistemática na análise e na 
solução dos problemas de organização, no sentido de baixo para cima. (TAYLOR, 
2010) 
A Administração Científica constitui uma combinação dos seguintes 
ingredientes: 
 Ciência, em lugar do empirismo; 
 Harmonia, em vez de discórdia; 
 Cooperação, não individualismo; 
 
44 
 
 Rendimento máximo, em lugar de produção reduzida; 
 Desenvolvimento de cada homem, no sentido de alcançar maior 
eficiência e prosperidade. 
Organização Racional do Trabalho 
Taylor (2010) verificou que os operários aprendiam suas tarefas por meio da 
observação dos companheiros. Notou que isso levava a diferentes métodos para 
fazer a mesma tarefa e uma grande variedade de instrumentos e ferramentas 
diferentes em cada operação. Esses instrumentos e ferramentas devem ser 
aperfeiçoados por meio da análise científica e um detalhado estudo de tempos e 
movimentos. 
Essa tentativa de substituir métodos empíricos e rudimentares pelos 
métodos científicos recebeu o nome de Organização Racional do Trabalho (ORT). 
 
 A Organização Racional do Trabalho (ORT) se baseia em: 
 Estudo dos Tempos e Movimentos 
 
O trabalho é executado melhor e mais economicamente por meio da análise 
do trabalho, isto é, da divisão e subdivisão de todos os movimentos necessários à 
execução de cada operação de uma tarefa metódica e pacientemente analisando a 
execução das tarefas de cada operário, Taylor viu a possibilidade de compor as 
tarefas em uma série ordenada de movimentos simples. Os movimentos inúteis 
eram eliminados enquanto os movimentos úteis eram simplificados, racionalizados 
ou unidos com outros movimentos, para proporcionar economia de tempo e de 
esforço ao operário. 
A essa análise do trabalho seguia-se o estudo dos tempos e movimentos, ou 
seja, a determinação do tempo médio que um operário comum levaria para a 
execução da tarefa, por meio da utilização do cronômetro. Nesse tempo médio eram 
adicionados tempos elementares e mortos (esperas, tempos de saída do operário da 
 
45 
 
linha para suas necessidades pessoais etc.), para resultar o chamado "tempo 
padrão". Com isso padroniza-se o método de trabalho e o tempo destinado à sua 
execução. 
Estudo da Fadiga Humana 
O estudo dos movimentos baseia-se na anatomia e fisiologia humana. 
Foram realizados estudos (estatísticos) sobre os efeitos da fadiga na produtividade 
do operário. 
O estudo dos movimentos tem três finalidades: 
 Eliminar movimentos inúteis na execução de uma tarefa; 
 Executar os movimentos úteis com a maior economia de esforço e 
tempo; 
 Dar aos movimentos uma coordenação apropriada e economia de 
movimentos. 
Em suma, a fadiga é considerada um redutor da eficiência. Para reduzir a 
fadiga, foi proposto princípios de economia de movimentos relativos ao uso do corpo 
humano, na disposição do material no local de trabalho e às ferramentas e 
equipamentos. 
 Divisão do Trabalho e Especialização do Operário 
Uma das decorrências do estudo dos tempos e movimentos foi à divisão do 
trabalho e a especialização do operário a fim de elevar sua produtividade. Com isso, 
cada operário se especializou na execução de uma única tarefa ou de tarefas 
simples e elementares. A linha de montagem foi sua principal base de aplicação. 
Essas ideias tiveram rápida aplicação na indústria americana e estenderam-se 
rapidamente a todos os demais países e a todos os campos de atividades. 
 A partir daí, o operário perdeu a liberdade e a iniciativa de estabelecer a sua 
maneira de trabalhar e passou a ser treinado à execução automática e repetitiva, 
durante toda a sua jornada de trabalho. 
 
46 
 
A ideia básica era de que a eficiência aumenta com a especialização: quanto 
mais especializado for um operário, tanto maior será a sua eficiência. 
. 
 Desenho de Cargos e Tarefas 
Tarefa é toda e qualquer atividade executada por uma pessoa no seu 
trabalho dentro da organização. A tarefa constitui a menor unidade possível dentro 
da divisão do trabalho em uma organização. 
Cargo é o conjunto de tarefas executadas. 
Desenhar um cargo é especificar seu conteúdo (tarefas), os métodos de 
executar as tarefas e as relações com os demais cargos existentes. O desenho de 
cargos é a maneira pela qual um cargo é criado e projetado e combinado com outros 
cargos para a execuçãodas tarefas. 
A simplificação no desenho dos cargos permite as seguintes vantagens: 
a) Admissão de empregados com qualificações mínimas e salários menores, 
reduzindo os custos de produção; 
b) Minimização dos custos de treinamento; 
c) Redução de erros na execução, diminuindo os refugos e rejeições; 
d) Facilidade de supervisão, pois cada supervisor pode controlar um número 
maior de subordinados; 
e) Aumento da eficiência do trabalhador, permitindo maior produtividade. 
Incentivos Salariais e Prêmios de Produção 
Uma vez analisado o trabalho, racionalizadas as tarefas e padronizado o 
método e o tempo para sua execução, selecionado cientificamente o operário e 
treinado de acordo com o método preestabelecido, necessitava-se que o empregado 
colaborasse com a empresa adequando-se dentro dos padrões definidos. 
 
47 
 
Para isso foi desenvolvido um plano de incentivos salariais e de prêmios de 
produção. A ideia básica era a de que a remuneração baseada no tempo (salário 
mensal, diário ou por hora) não estimula ninguém a trabalhar mais e deve ser 
substituída por remuneração baseada na produção de cada operário (salário por 
peça, por exemplo): o operário que produzisse pouco ganharia pouco e o que 
produzisse mais, ganharia na proporção de sua produção. 
Era necessário um estímulo salarial adicional para que os operários 
ultrapassassem o tempo padrão. Era necessário criar um incentivo salarial ou prêmio 
de produção. O tempo padrão isto é, o tempo médio necessário para o operário 
realizar a tarefa racionalizada constitui o nível de eficiência equivalente a 100%. 
Acima de 100% de eficiência, a remuneração por peça era acrescido de um 
prêmio de produção ou incentivo salarial adicional que aumentava à medida que se 
eleva a eficiência do operário. Com o plano de incentivo salarial, se obteve um custo 
de produção cada vez mais reduzido e, em consequência, maior produtividade e 
maior rendimento. 
Conceito de Homo Economicus 
Com a Administração Científica implantou-se o conceito de homo 
economicus, isto é, do homem econômico. 
De acordo com esse conceito, toda pessoa é influenciada exclusivamente 
por recompensas salariais, econômicas e materiais. 
Assim, o homem procura o trabalho não porque gosta dele, mas como um 
meio de ganhar a vida. O homem é motivado a trabalhar pelo medo da fome e pela 
necessidade de dinheiro para viver. 
Essa visão da natureza humana - o homem econômico - não se limitava a 
ver o homem como um empregado por dinheiro. Pior ainda: via no operário da 
época, uns indivíduos limitados e mesquinhos, preguiçosos e culpados pela 
vadiagem e desperdício das empresas e que deveria ser controlado por meio do 
trabalho racionalizado e do tempo padrão. 
 
48 
 
Condições de Trabalho 
Taylor (2010) e seus seguidores verificaram que a eficiência depende não 
somente do método de trabalho e do incentivo salarial, mas também de um conjunto 
de condições de trabalho que garantam o bem-estar físico do trabalhador e 
diminuam a fadiga. As principais condições de trabalho são: 
a) adequação de instrumentos e ferramentas de trabalho e de equipamentos 
de produção para minimizar o esforço do operador e a perda de tempo na execução 
da tarefa; 
b) arranjo físico das máquinas e equipamentos para racionalizar o fluxo da 
produção; 
c) melhoria do ambiente físico de trabalho de maneira que o ruído, a 
ventilação, a iluminação e o conforto no trabalho não reduzam a eficiência 
do trabalhador; 
d) projeto de instrumentos e equipamentos especiais, como transportadores, 
seguidores, contadores e utensílios para reduzir movimentos desnecessários. 
Com a Administração Científica, as condições de trabalho passam a 
constituir elementos importantes no aumento da eficiência. O conforto do operário e 
a melhoria do ambiente físico (iluminação, ventilação, ruído, aspectos visuais da 
fábrica etc.) passam a ser valorizados, não porque as pessoas o merecessem, mas 
porque eram essenciais para a obtenção da eficiência trabalhadora. 
Padronização 
Organização Racional do Trabalho se preocupou com os planos de 
incentivos salariais. Preocupou-se também com a padronização dos métodos e 
processos de trabalho, com a padronização das máquinas e equipamentos, 
ferramentas e instrumentos de trabalho, matérias-primas e componentes, a fim de 
reduzir a variabilidade e a diversidade no processo produtivo e assim, eliminar o 
desperdício e aumentar a eficiência. Padronização é a aplicação de normas e 
padrões em uma organização para obter uniformidade e redução de custos. A 
 
49 
 
padronização passa a ser vital para a Administração Científica na melhoria da 
eficiência. 
Supervisão Funcional 
Para Taylor (2010), a característica mais marcante da administração funcional 
consiste no fato de que cada operário, em lugar de se colocar em contato direto com 
a administração num único ponto, isto é, por intermédio de seu chefe de turma, 
recebe orientação e ordens diárias de oito encarregados diferentes, cada um dos 
quais desempenhando sua própria função particular. A especialização do operário 
deve ser acompanhada da especialização do supervisor e não de uma centralização 
da autoridade. 
A supervisão funcional representa a aplicação da divisão do trabalho e da 
especialização no nível dos supervisores e chefes. Essa concepção trouxe muitas 
críticas, pois se argumenta que um operário não pode subordinar-se a dois ou mais 
chefes. 
Para Taylor (2010), a gerência deve seguir quatro funções, a saber: 
1. Planejamento: Substituir a improvisação pela ciência, por meio do 
planejamento do método; 
2. Preparo: Selecionar cientificamente os trabalhadores de acordo com suas 
aptidões e prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor. Preparar também 
máquinas e equipamentos através do arranjo físico e disposição racional das 
ferramentas e materiais. 
3. Controle: Controlar o trabalho para se certificar de que está sendo 
executado conforme o previsto. 
4. Execução: Distribuir as atribuições e responsabilidades, para que a 
execução do trabalho seja feita pelos operários. 
 
50 
 
Henry Ford 
Henry Ford (1863-1967) iniciou sua vida como mecânico, chegando a 
engenheiro-chefe de uma fábrica. Idealizou e projetou um modelo de carro e fundou, 
em 1903, a Ford Motor Co. Sua ideia era fabricar carros antes artesanais e 
destinados a poucos milionários - a preços populares dentro de um plano de vendas 
e assistência técnica. Revolucionou a estratégia comercial da época. 
Princípios Básicos de Ford: 
Talvez o mais conhecido de todos os precursores da moderna 
Administração, Henry Ford (1863-1967), fez uma das maiores fortunas do mundo 
graças ao constante aperfeiçoamento de seus métodos, processos e produtos. 
 Ford (1967) adotou três princípios básicos: 
 Princípio de intensificação: consiste em diminuir o tempo de produção com 
o emprego imediato dos equipamentos e da matéria-prima e a rápida colocação do 
produto no mercado. 
 Princípio da economicidade: consiste em reduzir ao mínimo o volume do 
estoque da matéria-prima em transformação. A velocidade da produção deve ser 
rápida. 
 Princípio da produtividade: consiste em aumentar a capacidade de 
produção do homem no mesmo período (produtividade) através da especialização e 
da linha de montagem. 
O esquema se caracteriza pela aceleração da produção por meio de um 
trabalho ritmado, coordenado e econômico. Entre 1905 e 1910 Ford promoveu a 
grande inovação do século XX: A produção em massa. Embora não tenha inventado 
o automóvel e nem mesmo a linha de montagem, Ford inovou na organização do 
trabalho: a produção de maior número de produtos acabadoscom a maior garantia 
de qualidade e pelo menor custo possível. Em 1913 já fabricava 800 carros por dia. 
Em 1914, repartiu com seus empregados uma parte do controle acionário da 
empresa. Estabeleceu o salário mínimo de cinco dólares por dia e jornada diária de 
 
51 
 
oito horas, quando na época, a jornada variava entre dez e doze horas. Utilizou um 
sistema de concentração vertical, produzindo desde a matéria-prima inicial ao 
produto final acabado. 
Por meio da racionalização da produção, idealizou a linha de montagem, que 
permitiu a produção em série. O produto é padronizado, em seu material, mão-de-
obra, maquinário, a um mínimo de custo possível. As condições precedentes, 
necessárias e suficientes é a capacidade de consumo em massa, seja real ou 
potencial. Dai os preços baixos: um carro por 500 dólares. 
A produção em massa se baseia na simplicidade. Três aspectos suportavam 
o sistema: 
1. A progressão do produto através do processo produtivo é planejada, ordenada e 
contínua. Não há interrupções; 
2. O trabalho é entregue ao trabalhador em vez de obrigá-lo a ir buscá-lo; 
3. As operações são analisadas em todos os seus elementos. 
Princípios da Eficiência de Harrington Emerson 
Harrington Emerson (1853-1931), um dos principais auxiliares de Taylor, foi 
o homem que popularizou a Administração Científica e desenvolveu os primeiros 
trabalhos sobre seleção e treinamento de empregados. Além de grande colaborador 
de Taylor, procurou simplificar os métodos de estudo e trabalho através dos seus 12 
princípios da eficiência, que são: 
 1 - Traçar um plano objetivo e bem definido, de acordo com os ideais; 
2 - Estabelecer o predomínio do bom senso; 
3 - Manter orientação e supervisão competentes; 
4 - Manter disciplina; 
5 - Manter honestidade nos acordos, ou seja, justiça social no trabalho; 
 
52 
 
6 - Manter registros precisos, imediatos e adequados; 
7 - Fixar remuneração proporcional ao trabalho; 
8 - Fixar normas padronizadas para o trabalho; 
9 - Fixar normas padronizadas par as operações; 
10 - Estabelecer instruções precisas; 
11 - Fixar incentivos eficientes ao maior rendimento e à eficiência; 
 12 - Emerson antecipou-se à Administração por Objetivos (APO) proposta por 
Peter Drucker na década de 60. 
Apreciação Crítica da Administração Científica 
A obra de Taylor (2010) e seus seguidores são suscetíveis a numerosas 
críticas. Essas críticas não lhe diminuem o mérito de verdadeiros pioneiros e 
desbravadores da então nascente Teoria da Administração. Na sua época, a 
mentalidade e os preconceitos tantos dos dirigentes quanto dos empregados, a falta 
de conhecimentos sedimentados sobre os assuntos administrativos, a precária 
experiência industrial e empresarial que não apresentava condições razoáveis de 
formulação de hipóteses válidas para a solução dos problemas da empresa, tudo 
isto não permitia o adequado suporte para a elaboração de conceitos mais rigorosos 
e mais bem fundamentados. As principais críticas à Administração Científica são: 
 
 
53 
 
 Mecanicismo da Administração Científica e Superespecialização do 
operário; 
 Visão microscópica do homem; 
 Ausência de comprovação científica; 
 Abordagem incompleta da organização; 
 Limitação do campo de aplicação; 
 Abordagem prescritiva e normativa; 
 Abordagem de sistema fechado e Pioneirismo na Administração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
54 
 
 
 
55 
 
ABORDAGEM DA 
ADMINISTRAÇAO 
CLÁSSICA 
4 
CONHECIMENTO 
Entender a abordagem clássica da Administração com conceitos e contextos 
históricos. 
 
 
HABILIDADES 
Reconhecer nas instituições atuais, a aplicação dos conceitos e teorias inicias da 
Administração Clássica. 
 
 
ATITUDES 
Refletir e comparar sobre as diferenças dos modelos pregados na Administração 
Clássica em comparação aos da Administração Científica. 
 
 
 
56 
 
 
 
57 
 
Administração Clássica 
No inicio do século XX, surge a Abordagem Clássica da Administração. 
Duas são suas orientações, opostas entre si, mas que se complementam com 
relativa coerência: 
1- De um lado, a Administração Científica que surge nos Estados Unidos, a 
partir dos trabalhos de Taylor, cuja preocupação era aumentar eficiência no nível 
dos operários. A ênfase é dada na análise e na divisão do trabalho do operário, uma 
vez que as tarefas do cargo e o titular constituem a unidade fundamental da 
organização. Assim, a abordagem da Administração Científica é uma abordagem de 
baixo para cima (do operário para o gerente) e das partes (operários e seus cargos) 
para o todo (organização da fábrica). 
A predominância é para o método de trabalho, para os movimentos 
necessários a execução de uma tarefa e para o tempo padrão necessário para sua 
execução. O cuidado analítico e detalhista permitia a especialização do operário e o 
reagrupamento de operações, tarefas, cargos etc., que constituem a chamada 
Organização Racional do Trabalho (ORT) que é na verdade, uma engenharia 
industrial. A ênfase nas tarefas é a principal característica da Administração 
Científica. 
2 - De outro lado, a corrente desenvolvida na França, com os trabalhos 
pioneiros de Fayol. A essa corrente chamaremos Teoria Clássica. A preocupação 
era aumentar a eficiência da empresa através da forma e disposição dos 
departamentos e das suas inter-relações estruturais. Daí a ênfase estrutura e no 
funcionamento da organização. 
Assim, a abordagem da Teoria Clássica é uma abordagem inversa à da 
Administração Científica: de cima para baixo (da direção para a execução) e do todo 
(organização) para as seus departamentos. 
A atenção é dada para a estrutura organizacional e com os elementos da 
Administração, com os princípios gerais da Administração e com a 
departamentalização. A síntese e a visão global permitiam a melhor maneira de 
 
58 
 
subdividir a empresa sob a centralização de um chefe principal. Foi uma corrente 
teórica e administrativamente orientada. A ênfase na estrutura é a sua principal 
característica. 
Desdobramento da Abordagem Clássica 
 
 
 
 
Organização de acordo com Fayol ( 1970): 
 
 
 
Origens da Abordagem Clássica 
Suas origens veem da Revolução Industrial e podem ser resumidas em dois 
fatos importantes, a saber: 
1-Os crescimentos rápidos e desorganizados das empresas, acarretando 
gradativa complexidade na sua administração e exigindo uma abordagem científica 
e mais apurada que substituísse o empirismo e a improvisação até utilizadas. O 
tamanho das empresas leva à substituição das teorias de caráter de alcance médio 
e parcial. Com a grande empresa surgem as condições iniciais para a implantação 
do planejamento da produção, reduzindo a improvisação. 
 
59 
 
2-Com a substituição do capitalismo liberal pelos monopólios, inicia-se nos 
Estados Unidos, entre 1880 e 1890, a produção em massa. No intuito de se obter o 
melhor rendimento dos recursos disponíveis e fazer frente à concorrência e a 
competição entre as empresas, surge à necessidade de aumentar a eficiência e a 
competência das organizações, torna-se necessário evitar o desperdício e a 
economia da mão-de-obra. Surge a divisão de trabalho entre os que pensam e os 
que executam. Os primeiros determinam os padrões de produção, definem os 
cargos, fixam funções, definem métodos e normas de trabalho, criando as condições 
econômicas e técnicas para a reestruturação das organizações. 
Uma grande variedade de empresas, com tamanhos diferenciados, 
problemas de baixo rendimento da maquinaria utilizada, desperdício, insatisfaçãogeneralizada entre os operários, intensa concorrência, elevado volume de perdas 
por decisões mal formuladas etc., sugerem que os autores clássicos devam 
desenvolver uma Ciência da Administração, cujos princípios, em substituição às leis 
científicas, pudessem ser aplicados para resolver os problemas da organização. 
Enquanto Taylor e outros engenheiros desenvolviam a Administração 
Científica nos Estados Unidos, em 1916 surgia na França, espalhando-se 
rapidamente pela Europa, a Teoria Clássica da Administração. Se a Administração 
Científica tinha ênfase na tarefa executada pelo operário, a Teoria Clássica se 
caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização deveria possuir para ser 
eficiente. O objetivo de ambas as teorias era o mesmo: a busca da eficiência das 
organizações. Segundo a Administração Científica, essa eficiência era alcançada 
por meio da racionalização do trabalho do operário e na somatória das eficiências 
individuais. Tratava-se de um micro abordagem ao nível individual de cada operário 
em relação à tarefa em uma visão analítica e detalhista. 
Na Teoria Clássica, partia-se de todo organizacional e da sua estrutura para 
garantir eficiência a todas as partes envolvidas, fossem elas órgãos (como seções, 
departamentos etc.) ou pessoas (os executores de tarefas). A abordagem é bastante 
ampliada no nível da organização como um todo em relação à sua estrutura 
organizacional. A preocupação com a estrutura da organização como um todo 
constitui, sem dúvida, uma substancial ampliação do objeto de estudo da TGA. 
Fayol, um engenheiro francês, fundador da Teoria Clássica da Administração, partiu 
 
60 
 
de uma abordagem sintética, global e universal da empresa, inaugurando uma 
abordagem anatômica e estrutura que rapidamente suplantou a abordagem analítica 
e concreta de Taylor. 
A Obra de Fayol 
Henri Fayol (1970), o fundador da Teoria Clássica, vivendo as 
consequências da Revolução Industrial e, mais tarde, da Primeira Guerra Mundial. 
Nasceu em Constantinopla, estabelecendo-se mais tarde na França. Graduou-se em 
engenharia de minas pela Escola Nacional de Saint Étienne, em 1860. Trabalhou 
toda a sua vida em metalúrgicas de fundição e carbonífera onde fez sua carreira. 
Fayol expôs sua Teoria de Administração no livro Administration lndustrielle et 
Générale, publicado em 1916, que o elevou à condição de um dos maiores 
colaboradores da teoria administrativa. 
 As Funções da Empresa: 
Fayol (1970) salienta que toda empresa apresenta seis funções, a saber: 
1. Funções técnicas: relacionadas com a produção de bens ou de serviços 
da empresa. 
2. Funções comerciais: relacionadas com a compra, venda e permutação. 
3. Funções financeiras: relacionadas com a procura e gerência de capitais. 
4. Funções de segurança: relacionadas com a proteção e preservação dos 
bens e das pessoas. 
5. Funções contábeis: relacionadas com inventários, registros, balanços, 
custos e estatísticas. 
6. Funções administrativas: relacionadas com a integração de cúpula das 
outras cinco funções. As funções administrativas coordenam e sincronizam as 
demais funções da empresa, pairando sempre acima delas. 
 
61 
 
Conceito de Administração para FAYOL 
 
 
 
 
 
 
De acordo com Fayol (1970) as funções administrativas envolvem os cinco 
elementos da Administração: 
1-prever: visualizar o futuro e traçar o programa de ação. 
2-organizar: constituir o duplo organismo material e social da empresa. 
3-comandar: dirigir e orientar o pessoal. 
4-coordenar: ligar, unir, harmonizar todos os atos e todos os esforços 
coletivos. 
5-controlar: verificar que tudo ocorra de acordo com as regras 
estabelecidas e as ordens dadas. 
Estes são os elementos da Administração que constituem o chamado 
processo administrativo. Estão presentes no trabalho do administrador em qualquer 
nível ou área de atividade da empresa. Em outros termos, o diretor, o gerente, os 
chefes, como o supervisor - cada qual em seu nível desempenha atividades de 
previsão, organização, comando, coordenação e controle, como atividades 
administrativas essenciais. 
 
62 
 
Elementos da Administração 
Ao definir o que é administração, Fayol implicitamente definiu os elementos 
que a compõem: previsão, organização, comando, coordenação e controle. Esses 
cinco elementos constituem as chamadas funções do administrador. Cada autor 
clássico, seguidores de Fayol, define de modo ligeiramente diferente os elementos 
da administração, mas não se afastam muito da concepção de (FAYOL, 1970) 
Luther Gulick, considerado o autor mais erudito da Teoria Clássica, propõe 
sete elementos da administração como as principais funções do administrador: 
a) Planejamento: é a tarefa de traçar as linhas gerais das coisas que devem ser 
feitas e dos métodos de fazê-las, a fim de atingir os objetivos da empresa. 
b) Organização: é o estabelecimento da estrutura formal de autoridade, através da 
qual as subdivisões de trabalho são integradas, definidas e coordenadas para o 
objetivo em vista. 
c) Assessoria: é a função de preparar e treinar o pessoal e manter condições 
favoráveis de trabalho. 
d) Direção: é a tarefa contínua de tomar decisões e incorporá-las em ordens e 
instruções específicas e gerais, e ainda a de funcionar como líder da empresa. 
e) Coordenação: é o dever de estabelecer relações entre várias partes do trabalho. 
f) Informação: é o esforço de manter as pessoas informadas a respeito do que 
acontece na empresa e que pressupõe naturalmente a existência de registros, 
documentação, pesquisa e inspeções. 
g) Orçamento: é a função inclusiva de tudo o que diz respeito à elaboração, 
execução e fiscalização orçamentárias, ou seja, o plano fiscal, a contabilidade e o 
controle. 
 
63 
 
Princípios da Administração 
Para os autores clássicos, o administrador deve obedecer a certas normas 
ou regras de comportamento, isto é, a princípios gerais que lhe permitam 
desempenhar bem as suas funções de planejar, organizar, dirigir, coordenar e 
controlar. Daí surgirem os chamados princípios gerais de administração ou 
simplesmente princípios de administração, desenvolvidos por quase todos os 
autores clássicos, como normas ou leis capazes de resolver os problemas 
organizacionais. 
Lyndall F. Urwick foi um autor que procurou divulgar os pontos de vista dos 
autores clássicos de sua época. Quatro princípios de Administração foram propostos 
por ele: 
a) Princípios da especialização: uma pessoa deve preencher uma só função o 
quanto for possível, o que determina uma visão especializada do trabalho. Este 
princípio dá origem à organização de linha, à de staff e a funcional. A coordenação 
das especializações, segundo Urwick, deve ser efetuada por especialistas de staff; 
b) Princípio de autoridade: deve haver uma linha de autoridade claramente 
definida, conhecida e reconhecida por todos, desde o topo da organização até cada 
indivíduo da base; 
c) Princípio da amplitude administrativa: este princípio salienta que cada superior 
não deve ter mais do que certo número de subordinados. O superior não tem 
apenas pessoas para supervisionar, mas também e principalmente as relações entre 
as pessoas que supervisionar; 
d) Princípio da definição: os deveres, autoridade e responsabilidade de cada cargo 
e suas relações com os outros cargos devem ser definidos por escrito e 
comunicados a todos. 
Proporcionalidade das Funções Administrativas 
Para Fayol (1970) existe uma proporcionalidade da função administrativa, 
isto é, ela se reparte por todos os níveis da hierarquia da empresa e não é privativa 
 
64 
 
da alta cúpula. Em outros termos, a função administrativa

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