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ESCOLA DE CUIDADORES REGIANE DE FATIMA GONÇALVES DA SILVA Itajubá 2020 TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO CUIDADOR DE IDOSO 1 T R A B A L H O D E C O N C L U S Ã O D O C U R S O C U ID A D O R D E I D O S O | [E s c o lh a a d a ta ] Introdução O envelhecimento populacional brasileiro vem se acentuando consideravelmente gerando impacto nas diversas formas de prestar cuidados agora idosos. Segundo dados da organização mundial da Saúde (OMS) entre 1950 e 2025 a população de idoso no país crescerá 16 vezes conta o crescimento populacional total, colocando nosso país como sexta população em continente de idoso no mundo. Um fenômeno a destacar é o crescimento da população idosa considerada acima de oitenta anos, trazendo como consequência alterações na própria composição da faixa etária dentro da composição etária do grupo de idoso. Com o envelhecimento da população consequentemente aumenta o número de idoso no país e que vivência uma série de doenças crônicas, tornando-se dependente de cuidados familiar e de um cuidador. O papel do cuidador é essencial nessa fase, o idoso bem conduzido por cuidadores capacitados conseguirá uma melhor sobrevivência tanto na parte clínica como na qualidade de vida evitando complicações. Sua função é acompanhar e auxiliar nos cuidados com seus pacientes, fazendo por ele somente as atividades que ele não realizar só. Procure ter apoio social e promova um esforço pra ficar em contato com a família e amigos que possam oferecer escuta e apoio sem julgamentos, livre-se de mágoas e ressentimentos e esteja disposto a somar junto com as pessoas que também ajudam nos cuidados com o idoso. 2 T R A B A L H O D E C O N C L U S Ã O D O C U R S O C U ID A D O R D E I D O S O | [E s c o lh a a d a ta ] Identificação do idoso Dona R., nascida e criada em Delfim Moreira hoje se encontra com 72 anos de idade, solteira, possui duas cuidadoras uma no período da manha e outra a noite, mora com a irmã mais nova que auxilia no cuidado com ela, seu irmão e sua mãe. Sua saúde se encontra num estado estável, realizando suas consultas, exames e demais tudo particular. 3 T R A B A L H O D E C O N C L U S Ã O D O C U R S O C U ID A D O R D E I D O S O | [E s c o lh a a d a ta ] Desenvolvimento Dona R. é a filha mais velha das meninas, sendo cinco meninas e quatro homens, quando criança não gostava de estudar, porém o estudo sempre foi algo importante em todas as épocas que se passaram, mas mesmo assim Dona R. estudou até o quarto ano do ensino fundamental, e apresentava dificuldades e tinha aulas particulares porque não conseguia acompanhar a aprendizagem. Praticamente Dona R. não teve uma infância como as demais crianças da época, muito menos em relação as de agora, principalmente por a mãe não deixar seus filhos se misturarem com as demais crianças vizinhas e da comunidade por vim de uma classe média alta, era da escola pra casa e da casa pra escola como diz sua mãe e desde criança sua mãe já colocava ela pra ajudar em casa, pois era muito exigente, gostava de tudo em ordem e ainda mais por ser a filha mais velha. Vindo de uma família tradicional e rigorosa seguia o que a mãe falava e mandava, por ter pais rigorosos não podia “namorar” e por isso não casou, e era algo que queria muito, no entanto culpa sua mãe até hoje por isso. Como sua mãe sempre trabalhou com costuras, bordados, e pinturas vendo sua mãe tricotar aprendeu e sentiu gosto em tricotar, costurar e em fazer pinturas também, e com isso dava pra ganhar um dinheirinho pra ajudar nas despesas de casa, no entanto seus familiares dizem até hoje que era uma ótima bordadeira e tem ate hoje toalhas, roupas que Dona R. fazia. Apesar de levar uma vida puxada, sempre foi rodeada de irmãos e tinha também o seu pai, que era alcoólatra e por isso ela se sentia muito triste, até então tinha conflitos na família por esse motivo, como diz a mãe de Dona R., ele bebia e deixava-a gravida sozinha em casa, com filhos pequenos, e todos pra criar, mas acima de tudo ele era o seu grande amigo, na qual Dona R. acompanhava ele sempre que podia, até nos serviços da fazenda, e sentia muito carinho por ele, ainda mais por ser menos rigoroso em relação a mãe. Devido a complicações de saúde decorrentes da bebida seu pai veio a falecer deixando sua mãe com oito filhos pra criar. Não era nada fácil e sua mãe com dificuldades achou melhor vender algumas coisas de onde moravam pra se deslocarem pra cidade, onde conseguiu serviço de costureira pra sustentar a família e estudar os demais filhos. Dona R., vivenciando aquela situação, e com a falta que sentia do pai foi ficando cada vez mais triste, e talvez a dificuldade que tinha lá no começo em 4 T R A B A L H O D E C O N C L U S Ã O D O C U R S O C U ID A D O R D E I D O S O | [E s c o lh a a d a ta ] acompanhar a aprendizagem já dava sinal que Dona R. precisava de um psicólogo, de cuidados, só que na época não existia esses cuidados então tudo era com psiquiatra na qual só encontrava esse tipo de atendimento em Itamonte, e as consultas era caríssimas e as pessoas que fazia esse tipo de tratamento eram considerados loucos, então pra não ser vitimas de bullying evitaram o tratamento. Anos se passaram até que Dona R. foi diagnosticada com depressão pelos médicos que realizou suas consultas, a depressão na qual é um transtorno mental caracterizado por tristeza persistente e pela perda de interesse em atividades que normalmente são prazerosas, acompanhadas da incapacidade de realizar atividades diárias, durante um determinado tempo ou pra vida inteira como é o caso de Dona R., por que teve sua primeira crise de depressão logo após que seu pai veio a falecer, tentando tirar sua própria vida pela primeira vez, com veneno de rato, preocupados reforçaram o tratamento com psiquiatra e psicólogos, durante vinte anos com idas e vindas. Tentando pela segunda vez se suicidar dessa vez com remédios fortes, a família vendo o que estava acontecendo resolveu interna-las em uma clinica psiquiátrica onde permaneceu por dois anos. Por motivos de maus tratos, higiene condições precárias da clinica, e por ter um custo caríssimo pra permanecer lá, resolveram tirar Dona R. de lá, e optaram em continuar seu tratamento em Itajubá mesmo com os especialistas só que a depressão de Dona R. como foi diagnosticada se encontrava em um estado muito grave e não estava sendo suficiente, e Dona R. tenta tirar sua vida mais uma fez. Depois de longos anos fazendo o tratamento Dona R. foi apresentando melhoras, hoje se encontra bem na medida do possível e continua em seus tratamentos, da depressão pois ainda é bem emotiva, e nervosa, e com as demais doenças que a depressão causou como a tireoide, diabete, hipertensão, crises compulsivas, na manutenção da esquizofrenia, síndrome do pânico, o colesterol (LDL), e ainda tem sessões de fisioterapia , pra ajudar em sua locomoção que não é tão boa, e no começo andava somente com o auxilio da cuidadora, e com a ajuda da fisioterapia já apresenta uma boa evolução, todas essas medicações se resulta em torno de vinte comprimidos por dia que é de extrema importância pro seu quadro clinico permanecer estável. Dona R. tem uma alimentação saudável e se alimenta bastante, apesar da idade e quantidade de remédios poderia ser um motivo pra estar perdendo a apetite mas no seu caso é ao contrario. 5 T R A B A L H O D E C O N C L U S Ã O D O C U R S O C U ID A D O R D E I D O S O | [E s c o lh a a d a ta ]Vendo sua dificuldade e se fosse ao meu caso e do meu alcance pra estar melhorando em seu tratamento e evolução, disponibilizaria aulas de hidroginástica, estaria adaptando a casa pra um melhor cuidado com o idoso, como elevador de vaso, barras de segurança, cama adaptada, rampas de acesso, marcaria mais sessões com psicólogas que não é sempre que ela possui, e compraria mais recursos pra fisioterapia em casa, que ajuda bastante. Além de todas as complicações e o quadro de saúde não ser como a gente queria, é uma pessoa extremamente carinhosa, meiga, na qual eu me orgulho muito em poder cuidar de uma pessoa que hoje é muito especial pra mim e ver o principal de tudo o resultado dos meus cuidados com ela, estar agregando a ela em algo que é tão importante em nossa vida, a nossa saúde, e a satisfação tanto minha como da família com meu serviço e minha pessoa. 6 T R A B A L H O D E C O N C L U S Ã O D O C U R S O C U ID A D O R D E I D O S O | [E s c o lh a a d a ta ] Anexos Remédios diários de Dona R. Bordados e tricôs de Dona R. Toalhas bordadas por Dona R. ADMINSTRACAO DOS REMEDIOS DE DONA R. HORARIO REMEDIOS USO DIARIO 06:00 h Omeprazol(20mg), e Puran(100mg) 09:00 h Glicazida(30mg), Metformina(500mg), Hidroclorotiazida(25mg), Captopril(25mg) Depakene(250mg), Olanzapina(10mg), Clonazepam(2,5mg) e Cinetol 14:00 h Clonazepam(3mg) e Besilapin(5mg) 16:00 h Captopril(25mg) 21:00h Captopril(25mg), Sinvastatina(20mg), Metformina(500mg), Depakene(250mg) Clonazepam(4mg), Olanzapina(5mg), Lisador(1 cap.) Sábado Além desses medicamentos acrecenta-se a vitamina Colecalciferol(1 cap.) 7 T R A B A L H O D E C O N C L U S Ã O D O C U R S O C U ID A D O R D E I D O S O | [E s c o lh a a d a ta ] Conclusão Ao concluir esse trabalho pude perceber o quanto é importante o trabalho do cuidador de idoso e o quanto somos importantes para sua sobrevivência. Mesmo com tantas dificuldades e obstáculos que vamos encontrar pela frente sempre é muito gratificante exercer o nosso papel na vida dessas pessoas. Ver no rosto da pessoa idosa a expressão de conforto, apoio, gratidão isso não tem preço. Não é fácil lidar, principalmente com a família que é também um ponto crucial em seus cuidados. Mas quando fazemos com amor tudo fica mais prazeroso para ambas as parte. Nos cuidadores somos preparados para cuidar bem do paciente e levar até ele o carinho, o amor que muitos deles não têm de sua família, fazendo assim com que eles sintam importante no papel que ainda exerce na sociedade. Nos meus primeiros dias de cuidado com Dona R., ela era uma pessoa totalmente dependente, não falava absolutamente nada e após seis meses convivendo com ela percebo o quanto é gratificante cuidar de uma pessoa que necessita de nossos cuidados, e receber dessa pessoa com a mesma intensidade um sorriso de agradecimento, de carinho e ver o quanto ela evoluiu estando em minhas mãos, voltando a falar, e andar com mais facilidade em relação à antes. Portanto que sejamos sempre profissionais naquilo que estamos fazendo; tratando sempre com muito respeito nossos idosos e sua família, eles que são eternas crianças com muita bagagem e modelo a serem seguidos. 8 T R A B A L H O D E C O N C L U S Ã O D O C U R S O C U ID A D O R D E I D O S O | [E s c o lh a a d a ta ] Referências MINHA VIDA, Redação. Depressão: sintomas, causas, tem cura? .Minha vida. Disponível em:< https://www.minhavida.com.br/saude/temas/depressao >. Acesso em: 20 de Outubro de 2020. Balesco, Angélica. Realidade e desafios para o envelhecimento. Scielo. Disponível em:< https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034- 71672019000800001&script=sci_arttext&tlng=pt >. Acesso em: 10 de outubro de 2020. https://www.minhavida.com.br/saude/temas/depressao https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-71672019000800001&script=sci_arttext&tlng=pt https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-71672019000800001&script=sci_arttext&tlng=pt