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Debate neo-neo: K. Waltz x Joseph Nye.

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1
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” – FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
Resumo crítico da Unidade 4 - Debate neo-neo: K. Waltz x Joseph Nye.
Joseph Samuel Nye Jr.é um cientista político americano nascido dia 19 de janeiro de 1937. Se formou na Universidade de Princeton, e se consagrou com um doutorado em ciência política na Universidade de Harvard, onde foi reitor e professor. Já foi nomeado em 2008 como o mais influente pensador em relações exteriores americanas, e em 2002 ficou na lista dos 100 pensadores globais liderantes da época. Já foi foi vice-subsecretário de Estado e entre 1994 e 1995 serviu como Secretário Assistente de Defesa para Assuntos de Segurança Internacional. É escritor de inúmeros livros e artigos acadêmicos, incluindo “Power and Interdependence”, co-escrito com Robert Keohane, em que dão contorno ao neoliberalismo institucionalista, desenvolvendo o conceito de interdependência complexa. 
A grande questão do livro menionado seria “quais as carcterísticas das políticas globais sob condições de intensa interdependência – o neorealismo dá conta de explicá-las?” e o segundo problema abordado para entender mais o escopo de poder e interdependência global seria “como e porque regimes se transformam?”. Para responder o problema central, Nye e Keohane se preocupam em perguntar em quais condições as teorias realistas providenciarão mais narrativas precisas sobre a realidade política: trazem meios de fundir visões neoliberais processuais e neorrealistas estruturais (uma teoria não só não explica todas as variabilidades) em um quadro teórico complementar que analise multidimensionalmente a intensa interdependência atual através de ferramentas intelectuais, já que o neorealismo não estava dando conta de explicar as crescentes complexidades, assim surge a teoria da interdependência complexa. Cada capítulo se especializa em uma temática, mas a tese geral é que poder interestatal decorre de assimetrias interdependentes em específicas questões nas políticas contemporâneas globais, que formam uma teia complexa de relacionamentosos diversos. Basicamente o mundo se tornou interdependente como um todo, e os antigos moldes estão em extinção, assim surge a resposta da teoria neoliberal da interdependência complexa, que tenta entender a vontade dos Estados em cooperarem entre si sob condições de anarquia e dependência - provém da necessidade de uma teoria que aborde processos de barganha e fenômenos transnacionais num em que a esfera militar já não é quadro estatal em foco. 
O primeiro capítulo começa levantando as premissas das teorias clássicas realistas das relações internacionais, em que o mundo estaria num constante estado de guerra em potencial, sendo a segurança no âmbito internacional, a principal meta de um Estado. Alguns defensores da interdependência– relação mútua de dependência com benefícios e perdas, envolvendo atores não estatais, multinacionais, Estados... – contrariando os neorrealistas, defendem que não há conflitos de interesses entre os Estados: interesse nacional seria difícil de definir numa era de tantos atores e em que relações domésticas e externas estão tão entrelaçadas; assim, cooperação seria a resposta à todos os problemas globais. Mas na perspectiva dos autores, interdependência diminui autonomia, assim também envolve custos e vulnerabilidade. Como o problema gira em torno da interdependência e de suas características globais, seriam as assimetrias presentes na interdependência que influenciariam os Estados mutuamente no poder de barganha, assim, poder pode ser entendido como influência ou controle de resultados. Na dimensão de poder na interdependência, há tanto o conceito de sensibilidade (quão rápido mudanças em um país trazem problemas e custos à outro que ainda não se modificou?) e vulnerabilidade (habilidades de se adaptar a uma política em ação e modificação feita por outro agente), sendo este último mais importante para a interdependência pois provê mais fontes de poder aos atores. Assim, percebemos que o desafio para os Estados é como se beneficiar dessa interdependência mantendo o máximo de autonomia possível enquanto coopera e compete com diversos tipos de atores. Previsões baseadas em potenciais de poder assimétricos na interdependência global são meramente aproximações do que pode ocorrer em barganhas vantajosas para os agentes. 
Para os realistas, o campo político internacional é uma luta por poder dominada por violência organizada, e há algumas características inerentes a ele: Estados são as unidades centrais no sistema internacional, força é instrumento de poder político e há uma hierarquia de assuntos, sendo os de segurança os mais importantes. Como esse modelo realista não consegue acompanhar as mudanças complexas contemporâneas, os autores trazem a teoria alternativa liberal de interdependência complexa, que não deixa de ser um tipo ideal da realidade, mas que complementa a visão de Waltz se aproximando mais da realidade. Essa interdependência complexa – envolve Estados, agentes transnacionais e não estatais em processos diversos de dependência mútua em dimensões de processos de barganha, enfatizando o processo recíproco- é multidimensional, em que não há um hierarquia de assuntos econômicos e militares, qualquer assunto pode estar no topo da agenda internacional em qualquer período específico,”, o que significa que assuntos de segurança militar não são considerados “high politics”. Uma das características dessa interdependência complexa são, dentre um número de países, múltiplos canais interligando os mais variados agentes e atores, conectando a sociedade sem a monopolização do Estado, e em relações transnacionais e transgovernamentais.. Organizações dinâmicas não governamentais como multinacionais e bancos internacionais entram nesses escopo afetando relações interestatais ao serem transmissores de políticas governamentais. Países militarmente fortes terão dificuldade de usar a dominância militar em áreas onde são fracos, mas de forma geral os menos vulneráveis utilizarão interdependência assimétrica como fontes de poder em determinados assuntos em que são mais proeminentes para obter vantagens. Agendas de Estados se preocuparão com balanço de poder quando suas relações externas ameaçadas por outros Estados, mas no geral, a tendência é que as esferas domésticas e externas se aproximem por conta dos múltiplos canais de interação, assim como as relações de barganha transnacionais se intensifiquem, e assim fica cada vez mais difícil caracterizar o interesse de cada Estado - os atores são diversos. Num mundo de coalizões imperfeitamente ligadas, surgem as instituições internacionais com o papel de barganha política, nesse sentido o aparecimento de regimes – complexo de organizações, tratados e acordos formais e informais - e instituições compensa ultrapassadas capacidades tradicionais militares e a nova importância de estado de bem estar e troca nas relações externas no lugar de status e assuntos de segurança. Regimes internacionais podem alterar procedimentos, afetar estruturas domésticas, formar novas coalizões para atores subnacionais, mudar a agenda de seus participantes através da barganha pelo contato com instituições...entretanto, mudanças tecnológicas e intensificação da interdependência econômica podem tornar os atuais regimes ultrapassados - não conseguirão lidar comas volatilidades transnacionais, sendo ameaçados; regimes também podem sofrer alterações a partir de demandas domésticas por melhores condições, em que a consequência final seria um crescimento do PIB; outra premissa para a mudança de regimes seria que a liberalização internacional de capitais e mercadorias seria tão intensa e beneficial que receberia incentivos de governos para e reconstruir e aprimorar. A conclusão é que regimes não são aprimorados muitas vezes por conta de interesses, que variam de grupos a países, mas o fato é que toda essa interdependência provavelmente levará à maior cooperação para a construção de novos regimesatravés de políticas integradas. 
A conclusão que obtemos com a leitura de Nye é que a perspectiva liberal é mais perceptiva na maneira de entender a conjuntura contemporânea global. Uma crítica à parte examinada de “Power and Interdependence” (KEOHANE, NYE, pg. 3-35) é que ela parece incompleta: os autores estavam mais interessados em examinar premissas realistas para acessar sua relevância para o tema da interdependência do que descrevê-la. A chave central foi que padrões de interdependência e padrões de recursos de poder em potencial em determinadas áreas são lados do mesmo processo – se preocupam em perguntar em quais condições as teorias realistas providenciarão mais narrativas precisas sobre a realidade política, já que abordagens realistas como a de Waltz focam demais em questões militares num contexto internacional anárquico: é plausível para Nye e Keohane explicar a estrutura internacional nessa perspectiva neorrealista, mas é melhor explicar todos os outros processos de barganha mútua que envolve os Estados e os outros atores internacionais. 
Referências Bibliográficas
.KEOHANE, Robert Owen, & NYE, Joseph S. Power and interdependence. New York: Longman, 2001, p. 3-35
http://www.ri.ie.ufrj.br/intranet/arquivos/power_and_interdependece.pdf
https://poliscicompblog.wordpress.com/2014/01/16/power-and-interdependence/..
http://ijbssnet.com/journals/Vol_6_No_2_February_2015/33.pdf

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