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Ressuscitação Cardiopulmonar - Suporte Básico de Vida

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UNIDADE 2
Ressuscitação 
cardiopulmonar
Isabel Karolyne F. Costa
José Eugênio Lopes Leite
Manuela Pinto Tibúrcio
SUPORTE BÁSICO 
DE VIDA
OBJETIVOS
 - Descrever alguns aspectos da anatomia 
e funcionamento do coração. 
 - Definir Parada Cardiorrespiratória (PCR).
 - Identificar os sinais clínicos de uma PCR.
 - Realizar manobras de 
ressuscitação cardiopulmonar.
 - Suspender os esforços da reanimação.
3
RESSUSCITAÇÃO 
CARDIOPULMONAR 
Esta unidade descreve as etapas do atendimento a vítimas de parada 
cardiorrespiratória. Você aprenderá a se comportar em situações como 
o caso do Sr. Ernani e conhecerá também particularidades relacionadas a 
vítimas de outras faixas etárias como bebês e crianças. 
4
AULA 1 – PARADA 
CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR) 
Você sabe o que é parada cardiorrespiratória (PCR)? 
Para aprofundarmos o conceito de PCR visto na unidade anterior, precisa-
mos relembrar alguns aspectos da estrutura e funcionamento do coração.
O coração é um órgão oco, do tamanho aproximado de um punho 
fechado, formado por um tipo especial de músculo, o músculo estriado 
cardíaco. Está localizado no tórax, atrás do externo e acima do diafrag-
ma e constitui-se de uma bomba que promove a circulação do sangue 
através dos vasos sanguíneos. Possui dois lados, o direito e o esquerdo 
que são separados por uma parede chamada septo, a qual não permi-
te comunicação direta entre eles. O lado direito, também chamado de 
coração direito, bombeia o sangue para os pulmões; e o lado esquer-
do, também chamado de coração esquerdo, bombeia sangue para os 
órgãos periféricos. Cada um deles possui duas câmaras: um átrio e um 
ventrículo. O átrio bombeia o sangue para o ventrículo, este por sua vez, 
fornece a força de bombeamento principal que propele o sangue através 
da circulação pulmonar, partindo do ventrículo direito, ou da circulação 
periférica, partindo do ventrículo esquerdo. Essa dinâmica é de extrema 
importância para a manutenção do funcionamento de todos os órgãos 
do corpo humano (CARVALHO, 2007; GUYTON; HALL, 2006). Veja o Vídeo 
1 no AVASUS para visualizar esse processo.
Agora que relembramos como é e como funciona esse órgão tão impor-
tante do nosso organismo, vamos relembrar o conceito PCR para darmos 
seguimento a nossa unidade. 
Parada cardiorrespiratória (PCR) é a cessação da atividade 
mecânica do coração determinada pela ausência de pulso 
central palpável, ausência de respiração ou respiração anormal 
e não responsividade do paciente, com grave repercussão no 
Sistema Nervoso Central (GRASSIA, 2010, p. 526).
Vídeo 1
5
Dessa forma, uma PCR pode ser identificada por meio de três sinais 
clínicos: irresponsividade, ausência de respiração ou respiração agôni-
ca (gasping) e ausência de pulso central palpável. Nessas condições, o 
coração pode estar se comportando de quatro formas, ou em outras 
palavras, quatro ritmos cardíacos: fibrilação ventricular, taquicardia ven-
tricular sem pulso, atividade elétrica sem pulso ou assistolia, que serão 
estudados, mais detalhadamente, na próxima unidade.
Então, diante de uma PCR, o que você deve fazer? Descubra na próxima aula.
6
Vídeo 2
Vídeo 3
AULA 2 - RESSUSCITAÇÃO 
CARDIOPULMONAR (RCP) 
Vejamos agora os passos do Suporte Básico de Vida para a ressuscitação 
cardiopulmonar.
1º PASSO: reconhecimento rápido de uma PCR
Vamos retornar a nossa situação problema vista no início da unidade. 
Ao se deparar com uma situação como a do Sr. Ernani, que sentiu um 
forte aperto no peito e desmaiou, o que você faria?
Primeiro, você deve avaliar a responsividade por meio de estímulo verbal, 
falando bem alto frases do tipo “o senhor está me ouvindo?!” “O senhor 
está bem?!” Simultaneamente, realizando estímulo tátil vigoroso, batendo 
nos ombros da vítima. Se ela não responder, significa que está inconsciente. 
Observe o Vídeo 2 no AVASUS e acompanhe o procedimento.
2º PASSO: pedir ajuda
No ambiente extra-hospitalar, se você estiver sozinho, deve acionar o 
serviço médico de emergência (no caso do Brasil, é o SAMU – Serviço 
de Atendimento Móvel de Urgência), por meio do telefone 192. Consi-
derando que você é um profissional da saúde treinado, ao detectar a 
inconsciência, você já pode ligar para o SAMU, deixar o celular no viva 
voz e prosseguir com o atendimento, antecipando os passos seguintes 
até ser atendido, e assim ganhar tempo. 
Algumas instituições como shopping centers, aeroportos, rodovias priva-
tizadas etc. dispõem de serviço médico de emergência privado, então, 
nesses casos, deve-se acionar o serviço disponível e solicitar o desfibri-
lador externo automático (DEA). Após contatar o socorro, em ambos os 
casos, deve-se iniciar as medidas de RCP. 
Em nossa situação problema, existiam muitas pessoas no local. Em casos 
como esse, em que o profissional não está sozinho, você deve solicitar a outra 
pessoa para pedir ajuda enquanto você permanece com a vítima, dando con-
tinuidade ao atendimento, conforme podemos ver no Vídeo 3 do AVASUS. 
7
Vídeo 4
E se você estiver de plantão em uma unidade de saúde, ao identificar 
o estado de inconsciência, deverá chamar o enfermeiro e o médico ou 
então a equipe de ressuscitação, caso a instituição tenha disponível. Tam-
bém deve solicitar o carro de urgência com o desfibrilador/DEA (Figura 1).
Figura 1 - Equipe hospitalar atendendo uma vítima de PCR
Em bebês e crianças, você deve tomar alguns cuidados: se você 
não tiver presenciado a PCR e estiver sozinho, APLIQUE DOIS 
MINUTOS DE RCP (conforme será visto adiante) antes de deixar 
o bebê ou a criança para acionar o serviço de urgência/emer-
gência e buscar o DEA; se a PCR for súbita e presenciada, acione 
PRIMEIRO o serviço de urgência/emergência e busque o DEA, 
depois retorne ao bebê ou à criança e aplique RCP.
E como testar responsividade em bebês? Veja o Vídeo 4 (testando res-
ponsividade em bebês) no AVASUS e observe se há semelhanças com o 
procedimento dos adultos.
8
Vídeo 5
3º PASSO: checar presença de 
respiração e de pulso simultaneamente
A avaliação da respiração e do pulso deverá ser feita simultaneamente, 
ou seja, em até 10 segundos.
A checagem da respiração deve ser feita por meio da análise da expan-
são do tórax por 10 segundos, se não houver expansão torácica ou se 
for observada respiração agônica, conhecida como gasping, considera-se 
que a vítima não está respirando. 
O gasping não é uma respiração normal! Pode se apresentar 
nos primeiros minutos de uma PCR súbita. Normalmente, uma 
pessoa com gasping aparenta inspiração muito rápida, podendo 
abrir a boca e mexer a mandíbula, a cabeça ou o pescoço com 
os gasps, que podem ser fortes ou fracos e com frequência 
variada. Podemos fazer uma pequena analogia: imagine se 
retirarmos um peixinho para fora do aquário, como o peixinho 
se apresentaria? Ele ficaria ofegante, abrindo e fechando a boca 
como se estivesse em busca de oxigênio. Entendeu? Assim 
ficou mais fácil entender o gasping, não é mesmo?
Para verificar o pulso no Sr. Ernani (um adulto médio) e, em crianças a 
partir de um ano, palpe o pulso carotídeo. Para isso, você deve colocar 
a ponta dos dedos indicador e médio no espaço entre a traqueia e os 
músculos laterais do pescoço, conforme é possível observar no Vídeo 5 
do AVASUS.
9
Em bebês (até um ano de idade), deverá ser avaliado o pulso braquial 
colocando os dedos no lado interno do antebraço, entre o cotovelo e o 
ombro (Figura 2). 
Figura 2 - Verificação de pulso braquial
Se você não conseguiu palpar o pulso, então considere que a vítima está sem 
pulso, o que configura o quadro de PCR e necessita de intervenção imediata! 
A RCP em bebês e crianças também pode ser iniciada se houver ausência 
de responsividade, respiração e for identificada uma frequência cardíaca 
abaixo de 60/min. com sinais de perfusão deficiente.
4º PASSO: iniciar imediatamente as manobras de RCP
Você identificou uma PCR no Sr. Ernani! Agora, a prioridade é realizar as 
compressões torácicas, pois elas permitem que o sangue seja bombeado 
do coraçãopara o resto do corpo. Para realizar uma RCP de alta quali-
dade, comprima com força e rapidez, numa frequência entre 100 e 120 
compressões por minuto, permitindo o retorno total do tórax (reexpan-
são) para que o sangue flua para o coração e as compressões produzam 
um fluxo sanguíneo adequado. Tente minimizar o máximo possível as 
interrupções e evite ventilações excessivas!
10
Coloque a vítima em decúbito dorsal em uma superfície plana e rígida, 
posicione-se ao lado dela e realize as etapas conforme veremos a seguir.
CUIDADO! Em caso de suspeita de trauma e a vítima estiver em 
decúbito lateral ou ventral, considerar a técnica de rolamento, 
tentando manter cabeça, pescoço e tronco alinhados! 
C (CIRCULATION): inicie as compressões torácicas na metade 
inferior do esterno, com uma mão sobre a outra (Figura 3), 
braços completamente estendidos (Figura 4), utilizando a região 
hipotenar (Figura 5) da mão que ficar em contato direto com 
o tórax. As compressões devem ter uma profundidade entre 
2 e 2,4 polegadas (5 e 6 cm) e uma frequência de, no mínimo 
100, e no máximo 120 compressões por minuto e devem ser 
realizadas durante dois minutos ou cinco ciclos de 30 com-
pressões e duas ventilações (30:2), conforme veremos adiante. 
Figura 3 - Posicionamento das mãos para comprimir o tórax
Vídeo 6
Figura 4 - Posicionamento do profissional para realização das compressões torácicas
Figura 5 - Região hipotenar da mão
Você deverá realizar a RCP até a chegada da equipe de emergência ou até o paciente 
se movimentar espontaneamente. Acompanhe o Vídeo 6 no AVASUS para uma 
melhor visualização. 
Movimento
ascendente
Movimento
descendente
5 cm
12
Em bebês, caso esteja acompanhado de outro profissional treinado, 
você pode realizar as compressões numa relação de 15 compressões 
para 2 ventilações (15:2). No entanto, se estiver sozinho, mantenha a 
relação 30:2. Mas cuidado! O corpo do bebê é diferente do adulto, para 
realizar as compressões torácicas, você deve utilizar a técnica dos dois 
dedos (Figura 6) se estiver sozinho. Para isso, deve colocar os dois dedos 
no centro do tórax do bebê, logo abaixo da linha dos mamilos (não pres-
sione na parte inferior do esterno).
Figura 6 - Técnica dos dois dedos para compressão torácica no bebê
Se estiver com outro profissional treinado, você deve utilizar a técnica 
do envolvimento do tórax com as mãos e compressão com os polegares 
(Figura 7). 
Figura 7 - Técnica dos polegares para compressão torácica em bebês
Essa técnica consiste em posicionar os dois polegares, lado a lado, no 
centro do tórax sobre a metade inferior do esterno (os polegares podem 
13
Vídeo 7
Vídeo 8
se sobrepor em bebês muito pequenos). As compressões devem ter 
uma profundidade de um terço do diâmetro do tórax, o que equivale a, 
aproximadamente, 1,5 polegada (4 cm). Observe os detalhes no Vídeo 7 
da plataforma AVASUS.
Já em crianças (de um ano ao início da puberdade, ou seja, aparecimento 
de pelos no tórax ou nas axilas – no caso dos meninos – ou início do 
desenvolvimento das mamas nas meninas), você também pode realizar 
as compressões numa relação de 15:2 ventilações, caso esteja acom-
panhado de outro profissional de saúde treinado. Se estiver sozinho, 
mantenha sempre a relação 30:2. A compressão pode ser realizada com 
apenas uma mão (Figura 8), no caso de crianças muito pequenas e a 
profundidade de um terço do diâmetro do tórax na criança equivale a, 
aproximadamente, 2 polegadas (5 cm). 
Figura 8 - Compressão torácica com mão em criança muito pequena
Uma vez atingida a puberdade, utiliza-se a mesma recomendação para 
os adultos. Para compreender melhor, observe o Vídeo 8 do AVASUS.
Vídeo 9
A (AIR): abrir as vias aéreas para permitir as ventilações. O estado de inconsci-
ência causa a queda da base da língua, obstruindo as vias aéreas. Dessa forma, 
a desobstrução pode ser feita por meio de manobras manuais: como a elevação 
do queixo (chin lift) – Figura 9 – ou, se houver trauma associado, a anteriorização/
subluxação da mandíbula sem inclinar a cabeça (jaw thrust), conforme Figura 10. 
Figura 9 - Manobra de elevação do queixo
Figura 10 - Manobra anteriorização/subluxação da mandíbula 
Assista ao vídeo 9 para visualizar melhor essas técnicas.
Vídeo 10
Vídeo 11
Outra possibilidade de obstrução de via aérea é a presença de corpos estranhos como 
próteses, frações de alimentos ou frutas, sementes, balas etc., que devem ser retirados 
se estiverem visíveis e alcançáveis. Uma outra alternativa para manter via aérea pérvia é a 
partir de colocação da cânula orofaríngea. Veja o procedimento no Vídeo 10 do AVASUS.
B (BREATHING): realizar duas ventilações de resgate com duração de um segundo 
cada uma e que produzam elevação visível do tórax para garantir a oxigenação 
cerebral adequada. Essas ventilações podem ser executadas por meio de algumas 
maneiras ou dispositivos: ventilação boca a boca; ventilação com máscara facial 
(Figura 11), que possui uma válvula unidirecional, a qual desvia o ar expirado, 
sangue ou demais fluídos corporais para longe do profissional e ventilação com 
dispositivo bolsa-valva-máscara/insuflador manual (Figura 12), que consiste numa 
bolsa acoplada a uma máscara facial que também pode ter uma válvula unidire-
cional e é o método mais utilizado pelos profissionais de saúde para administrar 
ventilação com pressão positiva durante uma RCP. 
Figura 11 - Máscara facial
Figura 12 - Dispositivo bolsa-valva-máscara/insuflador manual
Para observar as técnicas de ventilação, veja o Vídeo 11 desta Unidade no AVASUS. 
16
No caso do Sr. Ernani, existem muitas pessoas que podem ajudar no 
atendimento com a orientação adequada. Nesse caso, ou outros em que 
exista pessoal treinado suficiente para ajudar, um assume a realização 
das compressões torácicas, enquanto outro assume a ventilação.
ATENÇÃO!!! A cada cinco ciclos de 30:2 ou dois minutos, os profissionais 
devem trocar de posição para garantir a qualidade nas compressões.
Em bebês e crianças devem ser usados os mesmos métodos de ventila-
ção que no adulto, o cuidado tem de ser tomado na escolha do tamanho 
apropriado das máscaras, que devem cobrir boca e nariz, deixar desco-
bertos os olhos e não encobrir o queixo, como na Figura 13.
Figura 13 - Mensuração e técnica de colocação 
da máscara facial em bebês e crianças
Você deve estar se perguntando sobre a respiração boca a boca. Fazer ou 
não fazer? A respiração pode sim ser usada como método de ventilação 
em PCR, no entanto, devido ao risco de contaminação, principalmente 
em casos de vítimas desconhecidas, o profissional de saúde ou leigos 
podem realizar apenas as compressões torácicas até ter disponível um 
outro método para ventilação, como a máscara facial ou o dispositivo 
bolsa-valva-máscara/insuflador manual. Preste atenção! Nesses casos, o 
profissional ou o leigo não PRECISAM fazer, mas a decisão fica a cargo de 
cada um, sendo que muitas pessoas optam por realizar ventilação boca 
a boca em familiares e amigos, por exemplo.
No ar que expiramos há oxigênio de sobra para ser transmitido pela ven-
tilação boca a boca. Cada vez que inspiramos, entram, em média, 12,5 
mililitros de ar no pulmão. Dessa quantidade, 21% são oxigênio, ou seja, 
2,6 mililitros. Em geral, apenas cerca de 0,62 mililitro do oxigênio é aprovei-
tado. O que não é absorvido sai, novamente, com a expiração. Quando se 
faz uma respiração boca a boca, esse oxigênio que sobra, (cerca de 16%) é 
soprado para dentro do pulmão da vítima. Como ela provavelmente está 
com algum problema respiratório, absorverá ainda menos do que 0,62 
17
mililitro. Mas nos casos de PCR, já é o suficiente para ajudar a oxigenar o 
sangue, enquanto outro dispositivo e oxigênio suplementar chegam. 
D (Desfibrilation): realizar a rápida desfibrilação assim que o 
DEA ou desfibrilador manual esteja disponível, conforme será 
visto na unidade específica sobre o uso do DEA. 
ATENÇÃO!!!! Nos casos em que a vítima estiver irresponsiva e sem res-
pirar, mascom pulso presente, teremos uma Parada Respiratória (PR). 
Uma parada respiratória também pode ser a causa e anteceder uma 
PCR. Sabe o que fazer? 
Se na abordagem inicial, você percebesse que o Sr. Ernani estava irrespon-
sivo e sem respirar, mas com pulso, você deveria realizar uma ventilação 
com o método de barreira disponível (a cada 5 a 6 segundos), propor-
cionando uma frequência respiratória de 10 a 12/min., checando pulso 
a cada dois minutos ou até a chegada do socorro ou a vítima apresentar 
tosse ou respiração espontânea. Na ausência de pulso, reinicie RCP!
E TEM MAIS!!!! Se durante a RCP, com a chegada do suporte avançado de 
vida e viabilizada uma via aérea avançada (intubação endotraqueal), a rela-
ção compressão-ventilação muda! As ventilações ocorrerão durante a RCP, 
ou seja, simultaneamente com as compressões! Durante dois minutos, deve-
rão ser realizadas compressões contínuas e administrada uma ventilação a 
cada 6 segundos, proporcionando uma frequência respiratória de 10/min. 
Fique atento! A cada dois minutos troque a posição dos profissionais.
As manobras de RCP só devem ser aplicadas em pacientes com 
PCR, identificados por meio dos sinais clínicos já apresentados 
e que não estejam em uma situação conhecida como morte 
óbvia, ou seja, condições como evidente estado de decomposi-
ção; decapitação ou segmentação do tronco; esmagamento do 
corpo; carbonização do corpo; esmagamento de crânio com 
perda de massa encefálica e ausência de sinais vitais (não con-
fundir com trauma de crânio com perda de massa encefálica, 
que deve ser reanimado); presença de rigor mortis que inicia-se 
entre 1 e 6 horas após a morte, pelos músculos da mastigação 
e avança no sentido craniocaudal; presença de livor mortis que 
é a estase sanguínea e depende da posição do corpo, inicia-se 
entre 1h30min. a 2 horas, atingindo o máximo entre 8 e 12 horas. 
Nos casos de morte óbvia, não deve ser realizada a RCP.
18
Quando suspender os esforços da ressuscitação? 
Em algum momento você pensou que o tempo seria um fator impor-
tante? Se sim, você poderia me dizer quanto tempo vale sua vida? 
Então, desde o início dos estudos sobre o tema, o tempo isoladamente 
nunca foi um fator limitador para a suspensão dos esforços da reani-
mação. Nesse tema, os médicos são os únicos profissionais autorizados 
legalmente a constatar o óbito, e podem eventualmente, a depender da 
situação, associar o tempo com outros fatores para encerrar os esforços. 
Os demais profissionais de saúde não poderão parar a RCP por achar 
que o paciente morreu. Porém, existem 4 situações que autorizam o pro-
fissional de Suporte Básico a interromper a RCP. 
1) Chegada do Suporte Avançado de Vida (mas você pode continuar ajudando a 
equipe de SAV).
2) Vítima se recuperar (fique atento, pois o paciente pode ter um novo colapso!).
3) Reanimador exausto (Reflita, você está realmente exausto? Não considere o 
tempo da reanimação! Você está sozinho? Existem outras pessoas que estão 
revezando a RCP com você a cada dois minutos?).
4) Ambiente oferecer risco (Existe risco de desabamento na cena? Explosão? 
Ação criminosa?).
Resumindo...
Nesta unidade, relembramos um pouco da anatomia e fisiologia do 
coração e relembramos os conceitos de parada cardiorrespiratória, res-
suscitação cardiopulmonar e Suporte Básico de Vida, descrevendo as 
habilidades a serem executadas no atendimento a vítimas de PCR, com 
um ou mais socorristas, e em vítimas adultas, crianças e bebês. Vejamos 
no Quadro 1 a seguir, retirado do Guideline de 2015 da American Heart 
Association com as últimas atualizações das diretrizes para ressuscitação 
cardiopulmonar e atendimento cardiovascular de emergência, a descri-
ção resumida e as diferenças entre essas habilidades para as referidas 
faixas etárias.
19
Quadro 1 - Descrição resumida e as diferenças entre 
habilidades para as referidas faixas etárias
Componente Adultos e adolescentes
Crianças (1 ano de 
idade à puberdade)
Bebês (menos de 1 ano 
de idade, excluindo 
recém-nascidos)
Segurança do local Verifique se o local é seguro para os socorristas e a vítima
Reconhecimento 
de PCR
Verifique se a vítima responde
Ausência de respiração ou apenas gasping (ou seja, sem respiração normal)
Nenhum pulso definido sentido em 10 segundos
(A verificação da respiração e do pulso pode ser feita simultaneamente, 
em menos de 10 segundos)
Acionamento do 
serviço médico de 
emergência
Se estiver sozinho, sem 
acesso a um telefone 
celular, deixe a vítima 
e acione o serviço 
médico de emergência e 
obtenha um DEA, antes 
de iniciar a RCP
Do contrário, peça 
que alguém acione o 
serviço e inicie a RCP 
imediatamente; use 
o DEA assim que ele 
estiver disponível
Colapso presenciado
Siga as etapas utilizadas em adultos 
e adolescentes, mostrada à esquerda
Colapso não presenciado
Execute 2 minutos de RCP
Deixe a vítima para acionar o serviço 
médico de emergência e buscar o DEA
Retorne à criança ou ao bebê e reinicie a RCP; 
use o DEA assim que ele estiver disponível
Relação compressão- 
-ventilação sem via 
aérea avançada
1 ou 2 socorristas
30:2
1 socorrista
30:2
2 ou mais socorristas
15:2
Relação compressão-
-ventilação com via 
aérea avançada
Compressões contínuas a uma frequencia de 100 a 120/min
Administre 1 ventilação a cada 6 segundos (10 respirações/min)
Frequência de 
compressão 100 a 120/min
Profundidade da 
compressão
No mínimo, 2 polegadas 
(5 cm) e, no máximo, 
2,4 polegadas (6 cm)
Pelo menos um terço do 
diâmetro AP do tórax
Cerca de 2 polegadas (5 cm)
Pelo menos um terço do 
diâmetro AP do tórax
Cerca de 1 1/2 polegadas (4 cm)
Posicionamento 
das mãos
2 mãos sobre a metade 
inferior do esterno
2 mãos ou 1 mão 
(opcional para crianças 
muito pequenas) sobre 
a metade inferior 
do esterno
1 socorrista
2 dedos no centro do tórax, 
logo abaixo da linha mamilar
2 ou mais socorristas
técnica dos dois polegares 
no centro do tórax, logo 
abaixo da linha mamilar
Retorno do tórax Espere o retorno total do tórax após cada compressão; não se apoie sobre o tórax após cada compressão
Minimizar interrupções Limite as interrupções nas compressões torácicas a menos de 10 segundos
Fonte: Adaptado de AHA (2015).
20
REFERÊNCIAS
ABCMED. Fibrilação ventricular: conceito, causas, sintomas, diagnóstico, 
tratamento, prevenção e evolução. 2014. Disponível em: <http://www.
abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/570997/fibrilacao-ventricular-
conceito-causas-sintomas-diagnostico-tratamento-prevencao-e-
evolucao.htm>. Acesso em: 2 ago. 2016.
AMERICAN HEART ASSOCIATION. Destaques das diretrizes da American 
Heart Association 2015 para RCP e ACE. USA, 2015.
CARVALHO, F. H. Anatomia e fisiologia. Capítulo 6. In: OLIVEIRA, B. F. M.; 
PAROLIN, M. K. F.; TEIXEIRA JR., E. V. Trauma: atendimento pré-hospitalar. 
2. ed. São Paulo: Atheneu, 2007.
GRASSIA, R. C. F. Reanimação Cardiopulmonar-cerebral. In: CALIL, A. M. 
O enfermeiro e as situações de emergência. São Paulo: Editora 
Atheneu, 2010. p. 525-41.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. Tradução da 11. 
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

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