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BARROCO
A arte da Contrarreforma
Na arquitetura o movimento já aparece nas plantas baixas que em plena expansão
rompem com as formas geométricas fundamentais e por meio de curvas e dobras
caprichosas, saliências e reentrâncias abrandam toda a rigidez. As fachadas de
igrejas, divididas muitas vezes em cinco partes, os muros que se torcem como
serpentes, os tetos que se arqueiam e as torres que se alargam e se afinam, saltam e se
precipitam para cima sempre com novos arremessos e, quando pensamos que a sua
indocilidade vai finalmente acalmar-se, atiram ainda, atrevidamente, por cima das
massas arquitetônicas algumas pontas semelhantes a foguetes em direção à
imensidade do céu. [...] O interior dos edifícios era atapetado de ornamentos em forma
de folhas e ramos e, depois, de rocalhas, que se esgueiravam pelas molduras. Nenhum
móvel permanecia, afinal, estável.
BALET, Leo. Apud LEVY, Hannah. A propósito de três teorias sobre Barroco. São Paulo: Grêmio da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, 1955. p.18.
Ao que tudo indica, a palavra 
barroco é de origem hispânica 
e designa uma pérola de 
forma irregular.
BARROCO
01
Contexto 
histórico-social
03
02
04
05 06
Retórica e outros 
luxos
Barroco no 
Brasil
O projeto literário 
do Barroco
Gregório de 
Matos Guerra
Padre Antônio 
Vieira
Barroco: uma arte em 
contradição.
De onde vem o luxo do 
Barroco e o que ele 
representa?
Os contextos de 
produção e circulação 
da arte no Barroco 
brasileiro.
Cultismo e Conceptismo 
(influências espanholas)
O Boca do Inferno num 
Brasil seiscentista
Imperador da Língua 
Portuguesa: da glória à 
prisão.
Neste mundo é mais rico o que mais rapa;
quem mais limpo se faz, tem mais carepa;
com sua língua, ao nobre o vil decepa;
o velhaco maior sempre tem capa.
Mostra o patife da nobreza o mapa;
quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
quem menos falar pode, mais increpa;
quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se inculca por tulipa;
bengala hoje na mão, ontem garlopa;
mais isento se mostra o que mais chupa;
para a tropa do trapo vão a tripa,
e mais não digo; porque a Musa topa
em apa, em epa, em ipa, em opa, em upa.
CONTEXTO HISTÓRICO-SOCIAL
01.
Barroco: uma arte em contradição.
Em 31 de outubro de 1917, Martinho Lutero fixou, na porta da igreja do Castelo de
Wittenberg, 95 teses que propunham a reforma do Catolicismo Romano.
Reforma Protestante
Contrarreforma
O pensamento e a estética do Barroco surgiram como reação ao
avanço do racionalismo burguês, advindo tanto da Reforma
Protestante quando das diversas crises religiosas que marcaram todo
esse período na Europa.
Em 1940, a Bula Papal reconheceu a Companhia de Jesus, ordem religiosa católica que veio
para o Novo Mundo com o objetivo de catequizar os povos indígenas. Em 1545, aconteceu o
Concílio de Trento, que, entre outras medidas, estabeleceu o Tribunal do Santo Ofício para
julgar os casos de heresia. Foi criado também o Index Librorum Prohibitorum, relação de livros
proibidos.
Conflito entre fé e razão.
Brevidade da vida: carpe 
diem / memento mori.
Sentimento de culpa 
diante dos desejos e 
pensamentos impuros
A arte barroca evidencia o espírito contraditório e exuberante de uma época em que a influência do
antropocentrismo, do sensualismo e da cultura clássica – valores caros ao Renascimento – conviveu com a
retomada da religiosidade, intensificada pelos movimentos da Contrarreforma.
RETÓRICA E OUTROS LUXOS
02.
De onde vem o luxo do Barroco e o que ele representa?
O luxo, nas obras barrocas denotam a intenção de se criar
um discurso de convencimento da Glória de Deus.
O Barroco será, assim, um movimento facilitador na
divulgação da fé católica.
• Dinamismo de suas formas;
• Acentuado contraste de sombra e luz;
• Uso da expressividade: arte dramática (emoção);
• Adornos luxuosos com ouro;
As imagens os santos e das passagens bíblicas, antes construídas com sobriedade e
gravidade, passaram a ser representadas com expressões de dor, ternura e compaixão.
Se durante o Renascimento a arte fora tomada pelos ideais de equilíbrio e predomínio
da razão, no período barroco prevaleceu a emoção, propagandeando os princípios da
contrarreforma.
Igreja de São Roque, Lisboa Igreja do Pilar, Ouro Preto
Pietá, de Michelangelo Nossa Senhora da Piedade, Aleijadinho
Equilíbrio e racionalidade. Emoção e dramaticidade.
BARROCO NO BRASIL
03.
Os contextos de produção e circulação da arte no Barroco brasileiro.
• A arte barroca foi trazida por missionários jesuítas;
• Questões sociais, raciais, culturais e econômicas diferentes de Portugal;
• Descoberta de ouro e diamantes em Minas Gerais e Goiás;
• Obras literárias restritas a uma pequena elite;
• Literatura como instrumento de denúncia contra a mentalidade
colonialista;
O artista barroco, no Brasil, deparou-se com uma realidade de exploração comercial,
de economia baseada no cultivo da cana-de-açúcar e, posteriormente, da extração de
materiais preciosos, baseada na exploração do trabalho escravo..
Detalhe da obra de Manoel da Costa Ataíde, na Igreja São Francisco de Assis, MG.
“Esse santo que aí vai, 
com cara de santarrão, 
não é São Jorge não,
é o tenente Zé Romão.”
Que falta nesta cidade?... Verdade.
Que mais por sua desonra?... Honra.
Falta mais que se lhe ponha?... Vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha.
Quem a pôs neste rocrócio?... Negócio.
Quem causa tal perdição?... Ambição.
E no meio desta loucura?... Usura.
Notável desaventura
De um povo néscio e sandeu,
Que não sabe que perdeu
Negócio, ambição, usura.
Quais são seus doces objetos?... Pretos.
Tem outros bens mais maciços?... Mestiços.
Quais destes lhe são mais gratos?... Mulatos.
O PROJETO LITERÁRIO DO BARROCO
04.
Cultismo e Conceptismo (influências espanholas)
• Fusionismo (fusão de visões opostas);
• Pessimismo (angústias e incertezas);
• Feísmo (crueldade, dor e grotesco da condição humana);
• Rebuscamento (detalhismo e complexidade);
• Movimento e metamorfose (mundo em constante mudança);
• Reflexão sobre a fragilidade humana (efemeridade da vida);
O poeta apropriava-se de um motivo – o olhar de uma dama, a morte de uma bela
mulher, o amanhecer – como pretexto para expor o seu talento.
A terra chovendo 
sobre o céu.
ou
Sobre o empíreo, a 
terra chovendo.
• Ou Gongorismo;
• Linguagem bastante elaborada;
• Uso de trocadilho, sinonímia,
antonímia, ironia, homonímia,
perífrase, metáforas, hipérboles,
antíteses e HIPÉRBATOS;
• Sensações e estímulos sensoriais.
• Ou Quevedismo;
• Uso da razão e da erudição;
• Estratégias de persuasão do leitor
= SILOGISMOS;
• Comparações, metáforas, exemplos,
analogias e paradoxos.
CULTISMO CONCEPTISMO
A TERRA 
CHOVENDO 
SOBRE O CÉU
A descida da cruz, Rubens.
CÉU
TERRA
GREGÓRIO DE MATOS GUERRA
05.
O Boca do Inferno num Brasil seiscentista
Gregório de Matos (1636-1696) era homem
de boa formação humanística, doutor in
utroque jure pela Universidade de Coimbra:
mazelas e azares tangeram-no de Lisboa
para a Bahia, quando já se abeirava dos
cinquent’anos; mas entre nós não perdeu,
antes espicaçou o vezo de satirizar os
defeitos pessoais e políticos, motivo de sua
deportação para Angola de onde voltou,
um ano antes de morrer, indo parar em
Recife, que foi sua última morada.
BOSI, Alfredo. In. História concisa da literatura brasileira.
• Poesia lírica (amorosa, sacra e filosófica):
• Idealização do amor; busca dos prazeres da vida; associação
da figura feminina à natureza; sentimento de culpa de
pecado; Deus, forte/homem, fraco; Inutilidade dos bens
materiais.
• Poesia satírica:
• Críticas ferrenhas aos políticos, ao clero, aos negros e aos
mestiços; polêmicas e erotismo; uso de palavrões.
Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido;
Antes, quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Quea mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida já cobrada,
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na Sacra História:
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
Ardor em coração firme nascido!
Pranto por belos olhos derramado!
Incêndio em mares de água disfarçado!
Rio de neve em fogo convertido!
Tu, que um peito abrasas escondido,
Tu, que em um rosto corres desatado,
Quando fogo em cristais aprisionado,
Quando cristal em chamas derretido.
Se és fogo como passas brandamente?
Se és neve, como queimas com porfia?
Mas ai! que andou Amor em ti prudente.
Pois para temperar a tirania,
Como quis, que aqui fosse a neve ardente,
Permitiu, parecesse a chama fria.
Triste Bahia! Ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
Rica te vi eu já, tu a mi abundante.
A ti trocou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando, e tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante.
Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz Brichote.
Oh se quisera Deus que de repente
Um dia amanheceras tão sisuda
Que fora de algodão o teu capote!
PADRE ANTÔNIO VIEIRA
06.
Imperador da Língua Portuguesa: da glória à prisão.
Padre Antônio Vieira (1608-1697), o nome central da
prosa barroca. No fulcro da personalidade do Padre
Vieira estava o desejo da ação. A religiosidade, a
sólida formação humanística e a perícia verbal
serviram, nesse militante incansável, a projetos
grandiosos, quase sempre quiméricos, mas todos
nascidos da utopia contrarreformista de uma Igreja
Triunfante na Terra, sonho medieval que um Império
Português (sebastianismo) e missionário tornaria
afinal realidade.
[...] amante de provar até o sofisma, eloquente até à
retórica, mas assim mesmo, ou por isso mesmo,
estupendo artista da palavra.
BOSI, Alfredo. In. História concisa da literatura brasileira.
• Pregação de sermões (uso da oratória);
• Temas:
• Portugal no contexto europeu (independência da Coroa
Portuguesa da Coroa Espanhola, no contexto da União Ibérica.
• Brasil (Invasão holandesa em Pernambuco, escravidão negra e
indígena, a defesa de judeus e cristãos novos);
• Ato de pregar um sermão (metalinguagem).
Pregado na Capela Real, no ano de 1655.
Semen est verbum Dei. (S. Lucas, VIII, 11. )
E se quisesse Deus que este tão ilustre e tão numeroso auditório saísse hoje tão desenganado da
pregação, como vem enganado com o pregador! Ouçamos o Evangelho, e ouçamo-lo todo, que todo é do
caso que me levou e trouxe de tão longe. Ecce exiit qui seminat, seminare. Diz Cristo que «saiu o pregador
evangélico a semear» a palavra divina. Bem parece este texto dos livros de Deus. Não só faz menção do
semear, mas também faz caso do sair: Exiit, porque no dia da messe hão-nos de medir a semeadura e hão-
nos de contar os passos. O Mundo, aos que lavrais com ele, nem vos satisfaz o que dispendeis, nem vos paga
o que andais. Deus não é assim. Para quem lavra com Deus até o sair é semear, porque também das
passadas colhe fruto. Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam
sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair,
são os que se contentam com pregar na Pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm
a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes de medir a
semeadura e hão-lhes de contar os passos. Ah Dia do Juízo! Ah pregadores! Os de cá, achar-vos-eis com mais
paço; os de lá, com mais passos: Exiit seminare.
Pregado em S. Luís do Maranhão, três dias antes de se embarcar ocultamente para o Reino.
Vos estis sal terrae. S. Mateus, V, l3.
Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra,
porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra
se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser
a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o
sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar e os
ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os
pregadores dizem uma cousa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem
antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores se
pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo,
servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal!
Pregado em Lisboa, em S. Julião, no ano de 1644, à venerável congregação dos sacerdotes
Vos autem quem me esse dicitis? (Mateus, XVI. )
Suposto andarem tão válidas no púlpito e tão bem recebidas do auditório as metáforas, mais por satisfazer ao uso e gosto
alheio, que por seguir o gênio e dictame próprio, determinei na parte que me toca desta solenidade, servir ao Príncipe dos Apóstolos
também como uma metáfora. Busquei-a primeiramente entre as pedras, por ser Pedro pedra, e ocorreu-me o diamante; busquei-a
entre as árvores, e ofereceu-se-me o cedro: busquei-a entre as aves, e levou-me os olhos a águia: busquei-a entre os animais terrestres,
e pôs-se-me diante o leão; busquei-a entre os planetas, e todos me apontaram para o Sol; busquei-a entre os homens, e convidou-me
Abraão; busquei-a entre os anjos, e parei em Miguel. No diamante agradou-me o forte, no cedro o incorruptível, na águia o sublime,
no leão o generoso, no Sol o excesso da luz, em Abraão o patrimônio da Fé, em Miguel o zelo da honra de Deus. E posto que em
cada um desses indivíduos, que são os mais nobres do Céu e da Terra, e em cada uma de suas prerrogativas achei alguma parte de
S. Pedro, todo S. Pedro em nenhuma delas o pude descobrir.
Desenganado pois de não achar em todos os tesouros da natureza alguma tão perfeita, de cujas propriedades pudesse formar
as partes do meu panegírico, (que esta é a obrigação da metáfora) despedindo-me dela e deste pensamento, recorri ao Evangelho
para mudar de assunto; e que me sucedeu? Como se o mesmo Evangelho me repreendera de buscar fora dele o que só nele se podia
achar, as mesmas palavras do tema me descobriram e ensinaram a mais própria, a mais alta, a mais elegante e a mais nova
metáfora, que eu nem podia imaginar de S. Pedro. E qual é? Quase tenho medo de o dizer! Não é cousa alguma criada, senão o
mesmo Autor e Criador de todas. Ou as grandezas de S. Pedro se não podem declarar por metáfora, como eu cuidava, ou se há ou
pode haver alguma metáfora de S. Pedro, é só Deus. Isto é o que hei-de de pregar, e esta a nova e altíssima metáfora que hei-de
prosseguir. Vamos ao Evangelho
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Professor Lucas Gambarini
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