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Conceito e Teorias da Posse no Direito Civil

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DIREITO CIVIL VI
Prof.ª Francesca Cosenza
POSSE
Posse: é a detenção de uma coisa em nome próprio - diferente da mera detenção em que o detentor possui alguma coisa em nome alheio, sob suas ordens e/ou dependência. 
Tem posse aquele que detém a coisa sob o seu poder.
CONCEITO DE POSSE E SEUS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
Posse como propriedade – o termo posse é empregado popularmente na acepção de propriedade. Ela pretende exprimir o conteúdo de propriedade.
Posse, em sentido técnico, como manifestação do domínio – termo utilizado por ser através da posse que o titular do direito tem possibilidade de dispor economicamente da coisa através de sua utilização imediata ou jurídica.
 
	
Teorias que explicam a posse
Teoria Subjetiva (Savigny) – definia a posse como o poder direto ou imediato que tem uma pessoa de dispor fisicamente de determinada coisa, com a intenção de tê-la para si e defendê-la contra a intervenção ou agressão de terceiros.
 
Teorias que explicam a posse
Para Savigny, para que haja a posse é necessária a presença de dois elementos:
 
i)	CORPUS - elemento material que se traduz pelo poder físico sobre a coisa (detenção). Conferindo ao seu detentor o direito real de usar, fruir e dispor fisicamente da coisa e de defendê-la das agressões de terceiros;
 
ANIMUS DOMINI – elemento subjetivo ou psíquico, consistente na intenção do possuidor de exercer sobre a coisa o direito de propriedade como legítimo proprietário.
 
Teorias que explicam a posse
Teoria Objetiva (Ihering) – adotada pelo Código Civil – entende que tem posse aquele que age em relação à coisa como se proprietário fosse, mesmo que não o seja, isto é, independentemente da sua intenção. 
Define o corpus como a exteriorização do domínio, o poder real do homem sobre a coisa, através de sua utilização econômica, criando a idéia de posse direta e posse indireta.
 
Teorias que explicam a posse
A teoria Objetiva considera os locatários, os comodatários, os depositários, etc. possuidores diretos, garantindo-lhes invocar os interditos, inclusive contra esbulho e turbação dos proprietários (possuidores indiretos).
 
Separa a posse da propriedade, contudo, coloca a relação possessória ao serviço da propriedade.
 
Para Ihering, o que importa é o uso ou a destinação econômica do bem.
 
Teorias que explicam a posse
Juridicamente, para que haja posse no direito pátrio é necessário que o possuidor apresente os seguintes elementos:
 
i) corpus;
ii)	capacidade civil do titular do direito;
iii) objeto;
iv) relação de domínio entre o sujeito e o objeto.
 
Teorias que explicam a posse
Teoria Sociológica (Saleilles) - A par das Teorias Subjetivista e Objetivista, o Código Civil perdeu a oportunidade de integrar em seu texto a teoria sociológica quanto à posse, que considera a sua função social, tese cujo principal defensor foi Saleilles.
 
 
FUNÇÃO SOCIAL DA POSSE
 
A função social da posse visa atender aos princípios da solidariedade social, a erradicação da pobreza protegendo o direito à moradia - art. 6º da constituição federal.
 
O Código Civil de 2002 prevê a função social da posse prevendo:
 
-	A redução do prazo da prescrição aquisitiva por usucapião ordinário e extraordinário, a previsão da usucapião especial e da usucapião familiar;
POSSUIDOR
 
Podemos definir o possuidor como a pessoa capaz de exercer, em proveito próprio, qualquer dos poderes inerentes ao domínio como: usar, gozar, fruir, dispor da posse sobre a coisa, podendo invocar as proteções possessórias para ver garantido, mantido ou restituído o seu direito.
POSSUIDOR
OBS: O art. 1.196 do C.C confere ao possuidor apenas as faculdades de usar e de fruir posto que a faculdade de dispor e reivindicar são sempre do titular do domínio, ou seja, do proprietário, seja este possuidor ou não. 
 
Contudo, o simples possuidor (aquele que não detém a propriedade) poderá apenas dispor de sua posse, cedendo-a gratuita ou onerosamente e invocar as ações possessórias (que não discutem sobre o domínio), lhe sendo vedada a ação reivindicatória. 
 
Ressalte-se que o simples possuidor poderá apenas ceder a posse, pois é apenas esse o direito sobre o qual exerce titularidade. Apenas o proprietário poderá dispor da propriedade sobre a coisa e reivindicá-la daquele que injustamente a possua. 
FUNDAMENTOS DA PROTEÇÃO DA POSSE
 
IUS POSSIDENDI – é o direito de posse fundado na propriedade (em algum título: não só propriedade, mas também outros direitos reais e obrigações com força real.) O possuidor tem a posse e é proprietário.
 
IUS POSSESSIONIS – é o direito fundado no fato da posse, nesse aspecto externo. O possuidor pode não ser o proprietário. Art. 1.196 do CC.
Natureza da posse - TEORIAS
1ª Corrente - Posse é um fato: a posse é um mero estado de fato. 
 
2ª Corrente - A posse é um direito: considera a posse como um direito, pois seria a posse a instituição jurídica tendente à proteção do direito de propriedade. Pertence ao direito das coisas e, portanto, é direito real.
3ª Corrente - Teoria Eclética: a posse consistiria em uma situação de fato que gera consequências jurídicas, incluindo-se nos direitos pessoais.
Natureza da posse - TEORIAS
Corrente majoritária;
 
Nossos civilistas, em sua grande maioria, consideram a posse como direito, acolhendo a teoria defendida por Ihering, considerando que não há propriedade sem posse, posto que a posse representa a visibilidade ou desmembramento da propriedade, podendo ser aplicado sobre ela o princípio de que o acessório segue o principal. 
 
Natureza da posse - TEORIAS
Então, podemos encontrar na posse todas as características essenciais do direito real, quais sejam:
 
a)	exercício direto, sem intermediário;
b)	oponibilidade “erga omnes”;
c)	incidência obrigatória em objeto determinado. 
 
Grande parte dos civilistas brasileiros apontam a posse como direito real, constituindo um vínculo que liga a coisa à pessoa, pela sua oponibilidade “erga omnes”, dentre outros efeitos.
 
Classificação da posse
direta: é a exercida diretamente pelo possuidor sobre a coisa;
 
indireta: é a que o proprietário conserva, por ficção legal, quando o exercício da posse direta é conferido a outrem, em virtude de contrato ou direito real limitado. As posses direta e indireta coexistem;
  
Classificação da posse
justa: a posse que não for clandestina (é a posse não ostensiva), nem violenta (é a obtida à força), nem precária (é a cedida a título provisório); 
 
injusta: será a posse clandestina, violenta e precária. 
 
Classificação da posse
de boa fé: se o possuidor ignora o vício ou o obstáculo impeditivo do seu exercício;
 
de má-fé: ocorre quando o vício não é ignorado; 
 
titulada: é a amparada por justo título. Justo título significa qualquer ato jurídico que, em tese, seria hábil a conferir direito de propriedade, se não contivesse, porém, um determinado defeito. Presume-se de boa fé quem tem justo título – art. 1.201, parágrafo único. Entende-se melhor a posse que se fundar em justo título.
 
não titulada: que não tem justo título; 
Classificação da posse
contínua: é a permanente; 
 
descontínua: é a posse em que foi interrompida. 
velha: é a posse de mais de ano e dia 
nova: é a posse de menos de ano e dia.
 
Classificação da posse
composse: ocorre quando há mais de um possuidor da coisa toda, em partes ideais não localizadas (ex. condomínio de terra não dividida ou demarcada) 
 
 “ad” interdicta: é aquela que possibilita a sua defesa em juízo, contra a ameaça para mantê-la, possibilitando a defesa por meio dos interditos possessórios.
 
 “ad” usucapionem: é aquela capaz de conferir a usucapião da coisa ao titular, cumpridos os requisitos legais.
Efeitos da posse
Os efeitos da posse constituem as suas consequências no mundo jurídico, produzidas em virtude de lei.
I -	Savigny
a) direito ao uso dos interditos possessórios;
b) direito à usucapião.
Efeitos da posse
II -	Ordenamento Jurídico
a) presunção de propriedade, 
b) direito de invocar os interditos possessórios,ou seja, às ações específicas de proteção da posse;
c) direito à usucapião, dentro dos requisitos da lei;
Efeitos da posse
II -	Ordenamento Jurídico
d) o ônus da prova compete ao adversário do possuidor, pois a posse constitui a exteriorização do domínio. Quando contestada a posse, gozará o possuidor de posição processual mais favorável, pois protegendo-se a posse, protege-se a propriedade.
Efeitos da posse
II -	Ordenamento Jurídico
e) se a posse é de boa fé:
direito aos frutos percebidos (art. 1.214);
direito ao ressarcimento das despesas de produção e custeio dos frutos pendentes e colhidos antecipadamente, que deverão ser restituídos (art. 1.214, parágrafo único);
III)	indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis (art. 1.219 e 1.222); 
Efeitos da posse
II -	Ordenamento Jurídico
e) se a posse é de boa fé:
direito de retenção, como garantia do pagamento dessas benfeitorias; 
direito à indenização ou levantamento das benfeitorias voluptuárias;
VI)	não responde pela perda ou deterioração da coisa a que não der causa (art. 1.217) 
Efeitos da posse
II -	Ordenamento Jurídico
f) se a posse é de má-fé: 
não tem direito aos frutos colhidos, respondendo pelos frutos colhidos e percebidos e pelos que, por culpa, deixou de perceber (arts. 1.216);
terá direito ao ressarcimento das despesas de produção e custeio dos frutos;
III)	direito ao ressarcimento apenas das benfeitorias necessárias (arts. 1.220 e 1.222); 
Efeitos da posse
II -	Ordenamento Jurídico
IV)	ausência do direito de retenção;
V)	ausência do direito de indenização ou levantamento das benfeitorias úteis e voluptuárias. 
VI)	responsabilidade pela perda e deterioração da coisa, salvo se provar que o prejuízo aconteceria de qualquer forma ainda que em poder do reivindicante (art. 1.218);
PERTURBAÇÃO DA POSSE 
a) esbulho: perda da posse; 
b) turbação: tentativa de esbulho (de fato ou de direito, direta ou indireta, positiva ou negativa); 
c) ameaça de agressão iminente. 
Defesa da posse 
 
a) legítima defesa, para manter-se na posse, em caso de turbação, 
Para legitimar a reação, o desforço deve obedecer a certos requisitos, sob pena de tornar-se antijurídico:
I)	imediatismo: repulsa à violência sem retardo, imediatamente, sem permitir flua o tempo e antes de permitir que o terceiro (esbulhador ou turbador) firme a sua posição; não cabendo se a perda da coisa já se consumou.
II)	proporcionalidade: entre a agressão e a reação, no limite do indispensável a repelir a mesma, sem que se torne violência reversa.
III)	Legitimidade: possuidor direto, possuidor indireto (para Serpa Lopes, para outros não caberia por faltar o poder e utilização imediata sobre a coisa), detentor, servo da posse, guardião da coisa em nome e a benefício do representado.
Defesa da posse 
 
b) desforço imediato, também denominado desforço in continenti, CC art. 1210, parágrafo 1º, dá ao possuidor o direito de repelir a violência pela força para restituir-se na posse, em caso de esbulho, 
Defesa da posse 
 
c) ações judiciais:
INTERDITOS POSSESSÓRIOS - AÇÕES POSSESSÓRIAS 
INTERDITO PROIBITÓRIO
REINTEGRAÇÃO DE POSSE
MANUTENÇÃO DE POSSE
CARACTERÍSTICAS DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS
FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS: A indicação de uma ação no lugar da outra não irá prejudicar a pretensão do possuidor molestado, desde que satisfeitos os requisitos (art.554 CPC);
Art. 554 CPC. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.
CARACTERÍSTICAS DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS
NATUREZA DÚPLICE: Há possibilidade de o réu deduzir pretensão através de reconvenção ou pedido contraposto. Assim, nas ações de natureza dúplice não se vislumbra predeterminação de legitimação ativa e passiva, podendo o esbulhado e esbulhador ocupar as duas posições.
Art. 556 CPC. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.
CARACTERÍSTICAS DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS
CARÁTER PRÓPRIO E RITO ESPECIAL: Tem objetivo de resolver rapidamente os conflitos possessórios, pois não se debate a fundo a relação jurídica dominial, discute-se apenas a posse, tendo a sua primeira fase caráter tipicamente cautelar passando, a partir da contestação, para o rito comum;
·	AÇÕES REAIS: pois visam a garantia de um direito real. 
CARACTERÍSTICAS DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS
PERMITE-SE O INTERDITO ANTE MOLÉSTIAS:
a)	de fato: consistindo a turbação ou esbulho em vias de fato;
b)	de direito: quando a turbação ou esbulho se realiza por via judicial ou administrativa (anúncio de venda de coisa possuída, intimação a não mais pagar o aluguel ao locador...)
c)	Direta: recaindo sobre o próprio bem (derrubada de cercas);
CARACTERÍSTICAS DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS
d)	Indireta: provoca impactos sobre o exercício da posse (afugentar possíveis inquilinos).
e)	Positiva: através de atos positivos – ação direta sobre a coisa;
f)	Negativa: impedimento ao exercício da posse.
AUTODEFESA - AUTOTUTELA DA POSSE: 
a)	A reação deve ser imediata: o possuidor deverá repulsar à violência imediatamente, sem permitir que o esbulhador/turbador firme a sua posição. Isto é, não cabe o desforço se não for imediato, se a perda da coisa já se consumou;
b)	A reação deve ser proporcional: para ser legítima, a reação deve corresponder proporcionalmente à agressão, sob pena de se inverter a violência;
c)	Legitimidade: só cabe a autotutela ao turbado/esbulhado, ou seja, deve ser efetivada pela vítima, ou seja, o possuidor, ao detentor, servo da posse, guardião da coisa em nome e a benefício do representado.
FIM

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