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Legislação Penal Extravagante

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Legislação Penal Extravagante - Prova P1 05/11/2020 
Analise assertivamente as 10 questões a seguir e responda na forma discursiva cada uma 
delas, apresentando sua justificativa e fundamentação jurídica com base na lei e na 
jurisprudência atual, conforme as aulas da referida disciplina ministradas neste 
semestre. Cada questão respondida corretamente conforme critérios anteriores, atribuirá 
ao aluno 1,0 (um) ponto. No entanto, se a resposta mesmo correta não trouxer a 
justificativa e/ou fundamentação jurídica, será atribuído ao aluno a nota no intervalo de 
0,00 (zero) a 0,5 (meio) ponto, analisando-se também sua coerência e sintaxe do texto. 
A prova contém uma questão extra e optativa para o aluno escolher qual questão deixará 
em branco, de acordo com a dificuldade encontrada. Caso responda a todas as questões, 
perderá uma questão com a resposta correta. Em caso de dúvida, esclarecer com o 
professor antes de iniciar a prova. depois de iniciada a prova, a regra será considerada, 
sem exceções. 
 
5.A Lei 10.826/03 dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e 
munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm, define crimes e dá outras 
providências. Por que podemos dizer que a lei citada é norma penal em branco? 
Explique, elucidando suas características em relação à lei que a complementa. 
 
6.O Instituto da colaboração premiada foi originalmente inserido no ordenamento 
jurídico brasileiro nas Ordenações Filipinas, em seu Livro V, o qual tratava da parte 
criminal, vigorando de janeiro de 1603 até o ano de 1830, quando foi sancionado o 
Código Criminal do Império. Segundo o que foi abordado nas nossas aulas a respeito da 
Lei de Combate ao Crime Organizado – Lei 12.850/2013, qual é a natureza jurídica do 
acordo de Colaboração Premiada (gênero), e quais as suas espécies segundo a doutrina, 
de acordo com os resultados previstos no artigo 4º da Lei citada? 
 
7.Analise a seguinte afirmação: "A ação controlada, aquela praticada por agente 
disfarçado, exige segundo a Lei de drogas (Lei 11.343/06) autorização judicial". 
Respondam se concordam ou discordam e fundamentem com os dispositivos da Lei. 
 
8.O dicionário brasileiro traz como definição de tortura: “dor violenta que se inflige a 
alguém, sobretudo para lhe arrancar alguma revelação; suplício”. Neste sentido explique 
com suas palavras o que é “tortura”, no sentido da Lei nº 9455/97, e faça uma 
correlação de suas espécies na Lei, de acordo com a doutrina. 
 
9.Conforme o que foi ministrado nas aulas desta disciplina, será que comete crime de 
tráfico de drogas quem adquire drogas ou matéria prima, insumo ou produto químico 
destinado à preparação de drogas de agente policial disfarçado, quando presentes 
elementos probatórios razoáveis de conduta criminosa preexistente? Fundamente sua 
resposta; 
 
10.O crime de lavagem de dinheiro segundo o artigo 1º da Lei 9.613/98 consiste na 
conduta de “Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, 
movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou 
indiretamente, de infração penal. Neste sentido explique a relação existente entre o 
crime de lavagem de dinheiro e a infração penal antecedente, citando ao menos 3 efeitos 
desta relação, de acordo com as aulas ministradas. 
 
11.A lei de crimes hediondos (Lei nº 8072/90) publicada em 1990 foi uma tentativa de 
resposta à violência. A sua origem remonta à CF/88, conforme consta do artigo 5º, 
inciso XLIII que: "a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou 
anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo 
e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os 
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem". A lei 13.964/19 (pacote anticrime) 
trouxe algumas alterações no artigo 1º daquela lei, que foram objeto de crítica pela 
doutrina (proporcionalidade), conforme mencionado nas aulas desta disciplina. Cite e 
explique uma delas, fundamentando sua resposta. 
 
12.A Lei 9.503/97 instituiu o Código de Trânsito Brasileiro, regularizando o tráfego de 
veículos e trazendo a previsão de condutas consideradas criminosas. Estabeleça a 
tipificação atual ( alterada pela lei 13.546/17) dos crimes de homicídio culposo (art. 
302) e lesão corporal culposa (art.303), ambos na direção veicular, quando o agente 
conduz o veículo com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool 
ou de outra substância psicoativa que determine dependência, e como eram tratados os 
casos antes da alteração da Lei 13.546/17, fundamentando sua resposta. 
 
13.Conforme estudado nas aulas, considera-se instituição financeira, para efeito da lei 
7.492/86 (art. 1º da lei de crimes contra o sistema financeiro nacional), a pessoa jurídica 
de direito público ou privado, que tenha como atividade principal ou acessória, 
cumulativamente ou não, a captação, intermediação ou aplicação de recursos financeiros 
de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, ou a custódia, emissão, distribuição, 
negociação, intermediação ou administração de valores mobiliários. Neste sentido, 
explique se o “agiota”, o “factoring”, a “pirâmide financeira” e o Estado podem ser 
considerados “Instituição Financeira”, e como tal se são regulados pela Lei 7.492/86, 
ou, caso contrário, quais as respectivas previsões legais ou jurisprudenciais a respeito. 
 
14.Segundo o STF, o artigo 28 da Lei 11.343/06 é considerado crime, porém sujeito ao 
fenômeno da despenalização. Neste sentido, explique a natureza jurídica das sanções 
previstas no referido artigo, "I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação 
de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou 
curso educativo.", explicando também a extensão do efeito da reincidência nesta 
conduta, fundamentando sua resposta na lei e na jurisprudência; 
 
15.A Lei de Abuso de Autoridade – nº 13.869/19 que após o “vacatio legis” de 120 dias 
passou a vigorar a partir de 03/01/2020 em muito ampliou as condutas descritas como 
abusivas na legislação anterior (Lei 4.898/65), abrangendo no polo passivo servidores 
públicos e autoridades, tanto civis quanto militares, dos três Poderes - Executivo, 
Legislativo e Judiciário-, como também dos membros do Ministério Público, sejam 
federais ou estaduais. Explique em que sentido a Lei citada frustra o direito de 
“estabilidade” do funcionalismo público, com a inabilitação ou perda do cargo, mandato 
ou função pública, fundamentando sua resposta.