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Dependência do álcool

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TRANSTORNOS MENTAIS RELACIONADOS AO USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
· O aumento no consumo de álcool está diretamente relacionado a ocorrência de cirrose hepática, transtornos mentais, síndrome alcóolica fetal, neoplasias e doenças cardiovasculares.
· O abuso de substâncias é mais comum nos homens que nas mulheres.
· Substâncias com potencial de abuso podem desencadear no indivíduo a autoadministração repetida, que geralmente resulta em tolerância, abstinência e comportamento compulsivo de consumo.
· Tolerância necessidade de crescentes quantidades da substância para atingir o efeito desejado.
· Há diferentes padrões de consumo que variam de intensidade ao longo de uma linha contínua.
· Muitos pacientes não admitem a relação entre seu consumo de drogas e as complicações clínicas, mas aceitam ser submetidos a tratamento por conta delas.
Padrões de uso
· Consumo de baixo risco baixas doses, precauções necessárias a acidentes.
· Uso nocivo uso ocasional, mas que não controlam ou adequam seu modo de consumo, levando a problemas sociais, físicos e psicológicos.
· Dependência compulsão para o consumo, aumento da tolerância, síndrome de abstinência, alívio ou evitação da abstinência pelo aumento do consumo e consumo da substância em detrimento de outras áreas de interesse da pessoa.
TRANSTORNOS RELACIONADOS AO ÁLCOOL
· 14% da população americana preenche os critérios de dependência ou abuso de álcool em algum período da vida.
· 80% da população consome alguma quantidade, mas nem todas são dependentes.
· 1 unidade de álcool = 10 ou 12g de álcool puro.
· Quantidades de unidades de álcool que um adulto hígido pode ingerir por semana sem colocar em risco sua saúde:
· Homens - 21 unidades
· Mulheres - 14 unidades
· Efeitos fisiológicos: depressão do sistema nervoso central, alteração da arquitetura do sono (diminuição do REM). 
· Motivação inicial para uso ligada aos efeitos dessas substâncias no comportamento, humor e cognição.
· Fatores genéticos exercem influência no desenvolvimento de dependência (homens com histórico na família).
· A maioria inicia precocemente o uso com episódios de intoxicação na adolescência e a dependência entre os 20 e 40 anos.
QUADRO CLÍNICO DA DEPENDÊNCIA E ABUSO
Necessitam uma grande quantidade diária de álcool e apresentam abstinência se não tomam. Deixam de cumprir as obrigações de forma adequada, com atrasos ou faltas ao trabalho e conflitos familiares por conta disso e abandonam atividades que antes eram prazerosas.
Questionário CAGE (Cut down, Annoyed, Guilty, Eye-opener)
1. Você já tentou diminuir ou cortar a bebida?
2. Você já ficou incomodado ou irritado com outros porque criticaram seu jeito de beber?
3. Você já se sentiu culpado por causa do seu jeito de beber?
4. Você já teve que beber para aliviar os nervos ou reduzir os efeitos de uma ressaca?
Se afirmativo para duas ou mais questões é indicativo de dependência do álcool.
Questionário AUDIT
Dez questões, com pontuações específicas para cada resposta. Até 7 pontos é consumo de baixo risco, 8 a 15 uso de risco, 16 a 19 uso nocivo e 20 ou mais provável dependência.
Intoxicação aguda
· Uso nocivo em quantidades acima do tolerável para o organismo.
· Euforia leve, evoluindo para tontura, ataxia e incoordenação motora, passando por confusão, desorientação e atingindo níveis variáveis de disartria, anestesia, podendo chegar ao estupor, coma, depressão respiratória e morte.
· A intensidade dos sintomas tem relação direta com a alcoolemia.
· O desenvolvimento de tolerância, a velocidade de ingestão, o consumo de alimentos e alguns fatores ambientais também podem interferir nessa relação.
· A maioria dos casos não requer tratamento farmacológico.
· Broncoaspiração de vômitos e TCE podem ocorrer.
· Intoxicação alcoólica idiossincrática ou patológica graves alterações de comportamento após a ingestão de pequena quantidade de álcool. Alterações da consciência, desorientação, amnésia lacunar, alucinações, delírios e atividade psicomotora aumentada, comportamento agressivo e impulsivo.
Síndrome de abstinência
· Autolimitada, com duração média de 7 a 10 dias.
· Tremores sinal mais precoce e clássico.
· Leve a moderada ansiedade, tremores, insônia, agitação e inquietação psicomotora. Aparecem cerca de 24 a 36 horas após interrupção do uso.
· Grave (5% dos pacientes) - sintomas surgem cerca de 3 a 4 dias depois da abstinência.
· Crises convulsivas tônico-clônicas (3% dos pacientes)
· Mortalidade em torno de 1%
· Delirium tremens estado confusional breve, ocasionalmente com risco de morte, geralmente resultante de abstinência em usuários gravemente dependentes com longa história de uso. Obnubilação de consciência + confusão + desorientação temporoespacial, alucinações e ilusões vívidas, além de tremores marcantes e sudorese profusa. Delírios, agitação, insônia ou inversão do ciclo, hiperatividade autonômica (HA, taquicardia, taquipneia, hipertermia). Zoopsias (alucinações visuais com animais).
· Alucinose alcoólica alucinações predominantemente auditivas (mas também visuais ou táteis) que podem causar ansiedade, medo ou agitação e ocorre na ausência de rebaixamento de consciência ou alterações autonômicas.
TRATAMENTO
· Alívio dos sintomas, prevenção do agravamento e vinculação do paciente ao tratamento.
· Ambulatorial ou hospitalar a depender da gravidade do quadro.
· Benzodiazepínicos e reposição de vitaminas (evitar síndrome de Wernicke).
COMPLICAÇÕES CLÍNICAS
· Gastrointestinais - pancreatite, gastrite, úlcera gástrica e duodenal, esteatose e cirrose hepática, tumores hepáticos.
· Cardiovasculares - hipertrigliceridemia, hipertensão, aumento do LDL, cardiomiopatia.
· Endócrinas - diminuição da libido, amenorreia, impotência.
· Miopatia periférica induzida por álcool
· Cognitivas - disfunções cognitivas subclínicas, demência.
· Neurológicas - relacionadas à deficiência de vitaminas, principalmente tiamina: neuropatias periféricas, déficits cognitivos, prejuízo da memória, alterações degenerativas cerebelares.
Transtorno amnésico persistente induzido pelo álcool
· Síndrome de Wernicke síindrome neurológica aguda com ataxia, confusão mental e alterações da motilidade ocular extrínseca (nistagmo). Reversível com tratamento. Tratamento: tiamina 100 mg, 2 a 3 vezes por dia por 1 a 2 semanas.
Se não, evolui para
· Síndrome de Korsakoff síndrome amnésica crônica com déficits mnênicos (anterógrada ou recente), confabulação (inserção de dados irreais nessa lacuna de memória). Perdem a capacidade de fixação de qualquer nova informação. Mesmo tratamento que Wernicke, mas pode durar de 3 a 12 meses.
Síndrome alcoólica fetal
· Exposição do feto ao álcool in utero.
· Retardo mental, hipotonia, microcefalia, malformações craniofaciais e defeitos nos membros e coração.
TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA
· Objetivos: abstinência, prevenção de recaídas e reabilitação.
· A redução da quantidade ingerida é discutível, sendo indicada em alguns grupos de pacientes.
Motivação
1. Pré-contemplação: ainda não dimenciona as consequências negativas e não planeja mudar o comportamento.
2. Contemplação: compara vantagens e desvantagens e possibilidade de realizar mudança.
3. Ação: mudanças são realizadas.
4. Manutenção: alterações mais profundas no estilo de vida são concretizadas para possibilitar a abstinência.
Recaídas são frequentes e requerem estratégias de prevenção.
Desintoxicação melhora das condições gerais do paciente e emprego de medicações que possam aliviar os sintomas de abstinência.
Intervenção breve três sessões, avalia a gravidade do alcoolismo e oferece feedback motivacional e aconselhamento.
Grupos de autoajuda reuniões diárias onde são compartilhadas as experiências de cada um no processo de dependência e recuperação.
Medicamentos
Indicados para pacientes com consumo moderado a severo.
· Naltrexona antagonista opioide que diminui o prazer ao beber. 50 a 100 mg/dia. CI: em uso de opióides, hepatite ou insuficiência hepática.
· Acamprosato reduz o desejo compulsivo que aparece na abstinência. Cuidado com pacientes renais.
·Dissulfiram (Antabuse) inibe a enzima acetaldeído desidrogenase que faz com que o acetaldeído (metabólico tóxico) cause vários efeitos colaterais. (POR QUE QUE USA ISSO, MEU DEUS?)

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