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Resumo Cap 7 - DaMatta

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Felipe Moreti Bolini			Lucas Silva Soares da Costa
Resumo do Capítulo 7 do livro: 
O que faz o brasil, Brasil? (Roberto DaMatta)
	O dilema brasileiro reside na oscilação das leis universais, onde cada indivíduo se salva como pode. Nesse sentido, há um embate entre as leis que devem valer para todos e relações que só podem funcionar para aqueles que as detém. Dessa forma, no Brasil, possuímos a divisão entre o indivíduo (sujeito às leis universais) e a pessoa (sujeita às relações sociais).
	Em países ditos “de primeira linha”, as normas não são escritas para contrariar ou aviltar o bom senso e as regras sociais (usos e costumes), criando burocracias para que facilidades possam ser vendidas, o que amplia a desconfiança no poder público. Dessa forma, as leis desses países são obedecidas, pois elas seguem as normas sociais, que foram desenvolvidas pela própria sociedade. Contudo, nós, de fora dessa realidade, notamos tal obediência como civilização, disciplina, educação e ordem, quando eles apenas seguem as práticas socias. Nesse sentido, o melhor caminho para o bom funcionamento das leis, é a adequação direta e simples entre as práticas sociais e o mundo constitucional e jurídico. Nos países desenvolvidos as leis não são feitas para corrigir e reinventar a sociedade, ela é apenas um instrumento utilizado para o bom funcionamento da sociedade, o que permite uma aplicação segura da lei e faz com que ela seja, de fato, universal, não variando de acordo com privilégios ou a lei privada, o que faz, por sua vez, com que a justiça seja ágil e operativa na base do certo ou errado, sem “mais-ou-menos”. 
	Em nosso país, o Brasil, a lei representa o “não pode”, sansões ao comportamento humano, de tal forma que sempre buscamos um meio termo entre o “pode” e o “não pode”, conhecido como “jeitinho”, que nada mais é do que um meio simpático, desesperado ou humano de relacionar o impessoal e o pessoal. De outra forma, há o “você sabe com quem está falando?”, que é uma forma conflituosa de obter o mesmo resultado do jeitinho, mas que é necessário um “trunfo” (há sempre uma autoridade mais alta).
	O jeitinho é institucionalizado de tal maneira no Brasil que até possuímos um nome para aquele que é profissional em sua aplicação: o malandro, que é aquele que, por exemplo, tentaria vender um bilhete premiado da loteria por um quarto do preço, devido ao fato que ele tem de viajar para ver sua mãe. Nesse exemplo, notamos novamente a mistura do impessoal (loteria) e o pessoal (viagem para ver a mãe). 
	No mundo real, temos a figura do despachante, figura sociológica que se faz necessária devido à dificuldade brasileira de unir a lei e a realidade social diária e que é útil às classes média e alta quando essas não possuem um contato que possa agilizar suas demandas e que, portanto, terão de lidar com autoridades indispostas a ajudá-los. O despachante é o “jeitinho” da situação. 	A malandragem é, sobretudo, uma possibilidade de proceder socialmente, um modo brasileiro de obedecer às ordens, de burlar as leis e normas sociais. Assim, a malandragem não é apenas uma singularidade inconsequente dos brasileiros, ela é um modo original brasileiro de se viver e sobreviver a um sistema onde casas e ruas não se encontram e leis nada têm a ver com as regras da moralidade costumeira de nossa honra, respeito e lealdade que devemos a amigos e parentes.

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