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Administração de Terminais Rodoviários MÓDULO 3 2 Sumário Unidade 7 | Elementos dos Terminais Rodoviários 3 1. Conhecendo os Pontos de Parada de Ônibus 5 2. Terminais Rodoviários 7 Glossário 9 Atividades 10 Referências 11 Unidade 8 | Terminais Rodoviários - Classificação 12 1. Classificação dos Terminais 14 1.1. Quanto ao Modo de Transporte 14 1.2. Quanto à Organização Político - Administrativa 14 2. Caracterização Funcional do Terminal Rodoviário 15 Glossário 19 Atividades 20 Referências 21 Unidade 9 | Terminais Rodoviários - Instalações 22 1. Elementos Funcionais Básicos do Terminal Rodoviário 24 2. Instalações Básicas do Terminal Rodoviário 27 Glossário 29 Atividades 30 Referências 31 Gabarito 32 3 UNIDADE 7 | ELEMENTOS DOS TERMINAIS RODOVIÁRIOS 4 Unidade 7 | Elementos dos Terminais Rodoviários Quais as principais características de uma parada de ônibus? Será que todas têm a mesma função operacional? O que caracteriza um terminal rodoviário de passageiros? Como se dá o processamento dos passageiros? Quais são as suas funções básicas? Os pontos de parada de ônibus possuem estreita relação operacional com os terminais rodoviários de passageiros – principalmente nos sistemas urbanos. Se não forem bem dimensionados e localizados, podem provocar gargalos no processamento de passageiros, bem como no fluxo de entrada e saída dos ônibus nos terminais. Nesta unidade, apresentaremos as características principais dos pontos de parada de ônibus e iniciaremos uma introdução acerca dos terminais rodoviários de passageiros. Fonte: www.freeimages.com 5 1. Conhecendo os Pontos de Parada de Ônibus De acordo com Torbi (2014), NTU (2016) e Ferraz (2004), antes de se adentrar no estudo dos terminais rodoviários de passageiros, é importante conhecermos alguns aspectos de um elemento básico da infraestrutura de transporte diretamente relacionado aos terminais rodoviários, e pertencentes à mesma rede: os pontos de parada de ônibus. Pontos de parada de ônibus são os locais de embarque e desembarque de passageiros localizados nos passeios públicos. A identificação dos pontos de parada é realizada, normalmente, por meio de simples marca em postes de energia ou telefone, com ou sem colocação de placas, podendo ter abrigo para os usuários. Há uma grande variedade de tipos de abrigo para o transporte coletivo de ônibus, tais como: abrigo de concreto pré-fabricado com banco para sentar, abrigo com cobertura de policarbonato e estrutura metálica e abrigo com estrutura e cobertura metálicas e paredes de vidro. A distância entre paradas possui grande influência na velocidade operacional dos ônibus, bem como no carregamento final dos terminais rodoviários e nos seus ciclos operacionais. Na definição da distância entre as paradas de ônibus, é importante levar em conta alguns aspectos, como por exemplo, a acessibilidade (distância a percorrer), densidade de passageiros na plataforma e tempo de parada gasto nas operações de embarque e desembarque. Usualmente, adota-se uma distância entre 200 e 600 m para a localização das paradas de ônibus (MOLINERO e ARELLANO, 1998). No que tange às formas de operação nos pontos de parada de ônibus, a mais comum consiste na parada dos ônibus de todas as linhas que passam pelo local. Quando o escoamento de coletivos é elevado, pode ocorrer congestionamento nos pontos de parada e, com isso, deve-se optar por outras estratégias de operação, tais como: 6 • Parada seletiva: os ônibus são divididos em grupos e cada grupo para apenas em pontos predefinidos; • Parada de dois ou mais coletivos simultaneamente: o que também envolve a ampliação do comprimento das plataformas. As entradas e saídas das baias podem ser independentes ou não; • Comboio de ônibus ordenados por destino: potencializando o aumento da eficiência operacional e reduzindo a necessidade de deslocamento dos usuários ao longo da plataforma. Quanto à localização dos pontos de parada, é aconselhável que eles estejam antes de cruzamentos, depois de cruzamentos, ou no meio das quadras. Uma das vantagens dos pontos de parada próximos de cruzamentos é a redução no número de vagas de estacionamento prejudicadas, em relação à sua localização no meio das quadras, em face do menor espaço requisitado para os ônibus estacionarem. Porém, uma das desvantagens é, justamente, a influência dos conflitos na área de interseção. No que diz respeito aos tipos de pontos de parada em relação à posição da guia, podem ser observados: a guia em posição normal, que é o caso mais típico; a guia recuada tipo baia; e guia avançada em relação à calçada. Cada tipo de posicionamento de guia apresenta vantagens e desvantagens e deve ser estudada sua implantação para cada caso específico. Por exemplo, o uso de guia recuada auxilia o tráfego normal de veículos, porém, quando o trânsito é intenso, atrapalha a volta dos ônibus ao fluxo de tráfego, resultando atrasos nas viagens. No caso da guia avançada, os principais aspectos são: o coletivo parado no ponto bloqueia a faixa da direita; não há grande empecilho para a volta do coletivo ao fluxo de tráfego; o espaço disponível para a espera dos usuários e a passagem de pedestres é maior; a implantação de abrigos fica mais facilitada. 7 2. Terminais Rodoviários Terminal rodoviário é uma estrutura física e operacional na qual são desenvolvidas as atividades que possibilitam deslocamentos internos e se busca a transferência eficiente, eficaz e segura do passageiro do modo de transporte utilizado até o ponto destinado ao embarque no ônibus e vice-versa (SOARES, 2006). Para Dunham (2008), o terminal rodoviário de passageiros é o principal elemento estruturador de uma rede de transporte rodoviário e, por conseguinte, representa um apoio ao sistema de transporte por meio do qual se processa a interação entre o indivíduo e o serviço de transporte. Pode representar o ponto inicial ou final de uma viagem, ou ainda, o ponto intermediário para a transferência a outro modo de transporte durante uma viagem. A figura a seguir ilustra, de forma esquemática, as principais entradas e saídas do processamento de passageiros em um terminal rodoviário. Processamento em um terminal rodoviário de passageiros Fonte: Nascimento (2010) Entrada Processamento Terminal Saída Insumos Funcionários Veículos Passageiros ou cargas Resíduos Funcionários Barulho Poluentes Atmosféricos Veículos Passageiros ou cargas 8 Para que haja o processamento, pode-se verificar que são necessários como elementos de entrada, além dos passageiros ou cargas e dos veículos, uma série de insumos para a sua operação, tais como energia elétrica, água, mercadorias para abastecimento de lanchonetes, materiais de higiene para os banheiros, entre outros. São necessários, também, funcionários para operar e gerir o terminal, de forma que ele possa cumprir sua função dentro do sistema de transportes. Após o processamento, têm-se, como elementos de saída: os resíduos resultantes das diversas atividades realizadas no terminal, tais como lixo e esgoto; os funcionários que deixam o terminal após o trabalho; o ruído e poluentes atmosféricos oriundos dos veículos; os veículos e passageiros ou cargas. Os terminais rodoviários, do ponto de vista físico, são os nós de articulação da rede de transporte onde se processa a organização da distribuição das viagens interurbanas por ônibus pela rede. Já do ponto de vista funcional, são os pontos de transição entre as viagens por ônibus rodoviários nas ligações de média e longa distância e as viagens intraurbanas nas cidades (SOARES, 2006). No que tange às funções básicas do terminal rodoviário de passageiros, podem ser enumeradas as seguintes: • Prover maior eficiência ao sistema de transporte rodoviário de passageiros; • Possibilitar uma maior acessibilidade ao sistema de transporte; • Aumentar a mobilidade dos indivíduos dentro darede de transporte; • Permitir o fácil embarque e desembarque de passageiros, bem como a transferência entre ônibus, e desses com outros modos de transporte; • Oferecer os serviços necessários ao conforto e segurança no atendimento do usuário; • Possibilitar uma circulação adequada de passageiros e veículos; 9 • Servir como um centro de negócios em que o cidadão pode ter acesso tanto aos serviços públicos (tais como o Poupa-Tempo, em São Paulo, o Na Hora, em Brasília – DF, o Expresso Cidadão, em Recife – PE) quanto aos serviços privados (barbearias, drogarias, livrarias). Resumindo Pontos de parada de ônibus são os locais de embarque e desembarque de passageiros localizados nos passeios públicos. Terminal rodoviário de passageiros é uma estrutura física e operacional na qual são desenvolvidas as atividades que possibilitam deslocamentos internos e se busca a transferência eficiente, eficaz e segura do passageiro do modo de transporte utilizado até o ponto destinado ao embarque no ônibus e vice-versa. Entre as funções básicas do terminal rodoviário de passageiros, destacam- se as seguintes: prover maior eficiência ao sistema de transporte rodoviário de passageiros, possibilitar uma maior acessibilidade ao sistema de transporte e aumentar a mobilidade dos indivíduos dentro da rede de transporte. Glossário Fluxo: escoamento ou movimento contínuo de algo que segue um curso. Interação: ão mútua ou compartilhada entre dois ou mais corpos ou indivíduos. 10 Marque a alternativa correta: (1) O terminal rodoviário de passageiros é o principal elemento estruturador de uma rede de transporte rodoviário e, por conseguinte, representa um apoio ao sistema de transporte por meio do qual se processa a interação entre o indivíduo e o serviço de transporte. ( ) Certo ( ) Errado (2) Com relação ao processamento dos serviços em um terminal rodoviário de passageiros, pode-se afirmar, exceto: ( ) A energia elétrica é um insumo do processo. ( ) O lixo e o esgoto são resíduos do processo. ( ) O processo não produz qualquer resíduo prejudicial ao meio ambiente. ( ) No processo, são necessários funcionários para operar e gerir o terminal. (3) O uso de guia recuada auxilia o tráfego normal de veículos e, quando o trânsito é intenso, não atrapalha a volta dos ônibus ao fluxo de tráfego. ( ) Certo ( ) Errado (4) No que tange às funções básicas do terminal rodoviário de passageiros, podem ser enumeradas as seguintes: ( ) Permitir o fácil embarque e desembarque de passageiros, bem como sua transferência entre ônibus, ou destes para outros modos de transporte. ( ) Oferecer os serviços necessários ao conforto e segurança no atendimento do usuário. ( ) Possibilitar uma circulação adequada de passageiros e veículos. ( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas. Atividades 11 Referências GOUVÊA, V. B. Contribuição ao Estudo de Terminais Urbanos de Passageiros. Rio de Janeiro: IME, 1980. HOFFMANN, M. H.; CRUZ, R. M.; ALCHIERI, J. C. Comportamento Humano no Trânsito. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. 12 UNIDADE 8 | TERMINAIS RODOVIÁRIOS - CLASSIFICAÇÃO 13 Unidade 8 | Terminais Rodoviários - Classificação Como os terminais rodoviários podem ser classificados? O que caracteriza cada tipo de terminal? Quais funcionalidades devem estar presentes em um terminal? Dando continuidade aos estudos dos elementos funcionais dos terminais rodoviários de passageiros, não podemos nos esquecer de que cada tipo de terminal desempenha um papel na rede de transportes de uma localidade ou região. Além disso, é preciso ter uma mente aberta e associativa para se compreender tudo que ocorre — em termos operacionais, comerciais e administrativos — no dia a dia, em um terminal. Nesta unidade, abarcaremos a classificação dos terminais rodoviários de passageiros e sua caracterização funcional. Fonte: www.freeimages.com 14 1. Classificação dos Terminais Consoante Molinero e Arellano (1998) e Gouvêa (1980), é possível classificar os terminais rodoviários de passageiros considerando as características de sua utilização, e conforme a definição das funções e dos serviços prestados. As principais classificações ocorrem quanto ao modo de transporte e à organização político-administrativa. A seguir, vamos explorar cada classe. 1.1. Quanto ao Modo de Transporte Quanto ao modo de transporte, os terminais rodoviários de passageiros podem ser: • Terminal unimodal: é aquele que presta serviços a um único modo de transporte, como o ponto de parada de ônibus ou uma estação ferroviária; • Terminal multimodal: serve a mais de uma modalidade de transporte de passageiros, de forma integrada e, na maioria das vezes, representa um ponto de transbordo necessário para se atingir o destino final. É um tipo de terminal mais característico dos grandes centros urbanos. 1.2. Quanto à Organização Político - Administrativa Nesse tipo de classificação, tem-se a organização político–administrativa da origem e destino das viagens, que se relaciona com os tipos de serviço de transporte dentro dos núcleos urbanos ou entre esses núcleos, variando conforme os tipos de viagem, especialmente em relação à distância ou percurso, e segundo as necessidades dos usuários. Com isso, a classificação dos terminais rodoviários de passageiros quanto à organização político-administrativa pode ser: 15 • Terminal urbano: os pontos extremos da viagem, ou seja, os terminais, estão localizados em uma mesma cidade ou área metropolitana e são utilizados para o atendimento dos transportes urbanos, suburbanos e intermunicipais. Para o terminal urbano, há uma dependência socioeconômica entre os núcleos servidos (região metropolitana). Os usuários, em regra, caracterizam-se pela ausência de bagagem e pequena permanência no terminal, sendo que a maioria realiza viagens pendulares de frequência diária. • Terminal interurbano (interestaduais e internacionais): os pontos extremos da viagem estão localizados em núcleos urbanos socioeconomicamente independentes. Os terminais interurbanos atendem aos serviços de transporte de média e longa distância entre os núcleos urbanos, inclusive dentro da unidade federativa. Os usuários desse terminal tendem a portar bagagem e dispor de um tempo de permanência maior no complexo, o que exige uma infraestrutura maior de serviços para o seu atendimento. Perceba que os terminais interestaduais e internacionais geralmente operam na mesma base física do terminal interurbano, diferenciando-se apenas por atender às linhas de transporte entre núcleos situados em unidades diferentes da federação. Do ponto de vista dos operadores, esses terminais assumirão características político- administrativas compatíveis com as condições de organização dos núcleos servidos. 2. Caracterização Funcional do Terminal Rodoviário De acordo com Torbi (2014) e Nascimento (2010), o processamento de passageiros em um terminal rodoviário, além dos elementos de entrada estudados, necessita de uma planta física, trabalho dos seus funcionários diretos e indiretos, equipamentos, regras e procedimentos para gerir a operação e assegurar que todas as atividades sejam executadas adequadamente. 16 Além disso, os diversos agentes que utilizam um terminal rodoviário de passageiros — tais como os passageiros, funcionários do terminal e das empresas de transporte com instalações no terminal, a tripulação dos ônibus, comerciantes e visitantes — apresentam uma série de necessidades que precisam ser atendidas por esse equipamento público. O terminal de transporte rodoviário precisa ter uma série de funcionalidades, em termos de infraestrutura dedicada às atividades e serviços disponibilizados, para a satisfação das necessidades dos usuários. Por isso, tais funcionalidades devem ser consideradas na formulação dos conceitos de capacidade, desempenho, nível de serviço, qualidade, localização, acessibilidade,escoamento e mobilidade. É bom lembrar que as funcionalidades configuram as características finalísticas dos terminais, que variam bastante conforme o tipo do terminal. Essas características dependem das funções e objetivos do terminal e condicionam a sua operação e localização. Para que você possa entender melhor esses conceitos, a figura seguinte apresenta um fluxograma com as funções comumente desenvolvidas para o exemplo de um terminal rodoviário interurbano de passageiros. 17 Figura - Fluxograma de um Terminal Rodoviário Interurbano Origem da viagem dentro da cidade Transporte Individual Ponto de Integração (ponto de ônibus, ponto de baú...) Terminal Urbano Transporte Público Urbano Destino da Viagem dentro da cidade Chegada do Ônibus Rodoviário Transporte público urbano Terminal urbano Destino da viagem dentro da cidade Entreda do terminal rodoviário de passageiros (TRP) Passageiro com bilhete adquirido antecipadamente Espera em área comum ou sala VIP Estacionamentos área de desembarque / embarque de trasporte individual Utilização dos serviços e comodidades do TRP Ônibus rodoviário engajado em nova viagem Ritirada de bagagem Despacho de bagagem Conexão para 2ª viagem Compra do bilhete de viagem Acesso à plataforma de embarque Embarque Desembarque Transferência do passageiro dentro do TRP Ponto de Integração (ponto de ônibus, ponto de bau...) Pe rím et ro d o TR P Ônibus Rodoviário deixa o TRP Ônibus Rodoviário vai para a garagem 18 O fluxograma mostra o processamento dos passageiros e veículos desde o momento em que o passageiro inicia sua viagem dentro da cidade — por transporte coletivo urbano ou individual — até o terminal, onde embarcará em um veículo que tenha como destino a localidade desejada. Também contempla o processo inverso, quando um passageiro desembarca do veículo no terminal e acessa o transporte individual ou coletivo para terminar sua viagem dentro da cidade, na sua residência, por exemplo. Similarmente, pode-se verificar a transferência de veículos pelo passageiro dentro do terminal, assim como o processamento do ônibus rodoviário nas atividades de embarque e desembarque de passageiros. Resumindo Quanto ao modo de transporte, os terminais rodoviários de passageiros podem ser do tipo unimodal e multimodal. Quanto à organização político-administrativa, os terminais rodoviários de passageiros podem ser do tipo urbano e interurbano. Atente-se ao fato de que o terminal de transporte rodoviário precisa ter uma série de funcionalidades, em termos de infraestrutura, dedicada às atividades e serviços disponibilizados, para a satisfação das necessidades dos usuários. Veja, no links indicados, a movimentação no maior terminal rodoviário brasileiro, o Terminal do Tietê, em São Paulo, e procure identificar alguns dos seus elementos funcionais básicos: <https://www.youtube.com/watch?v=my2_5qWaqMk> <https://www.youtube.com/watch?v=91S_Kwtz7g8> 19 Glossário Associativa: associatividade é uma das três propriedades que definem um grupo. Finalísticas: relativo a final. Suburbanos: aquele que se encontra nos arredores da cidade. 20 Marque a alternativa correta: (1) Em regra, pode-se dizer que, para o terminal urbano, há uma dependência socioeconômica entre os núcleos servidos na região metropolitana. ( ) Certo ( ) Errado (2) No que diz respeito à classificação dos terminais rodoviários de passageiros, pode-se afirmar: ( ) Terminal unimodal é aquele que presta serviços a um único modo de transporte, com o ponto de parada de ônibus ou uma estação ferroviária. ( ) Terminal multimodal é aquele que serve a mais de uma modalidade de transporte de passageiros, de forma integrada e, na maioria das vezes, representa um ponto de transbordo necessário para se atingir o destino final. ( ) No terminal urbano, os pontos extremos da viagem estão localizados em uma mesma cidade ou área metropolitana, e são utilizados para o atendimento dos transportes urbanos, suburbanos e intermunicipais. ( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas. (3) As funcionalidades de um terminal rodoviário de passageiros do tipo urbano devem ser consideradas na formulação dos conceitos de capacidade, mas não têm relação com a mobilidade. ( ) Certo ( ) Errado (4) Com relação aos terminais interurbanos de passageiros, pode- se afirmar, exceto: ( ) Em geral, os pontos extremos da viagem estão localizados em núcleos urbanos socioeconomicamente independentes. ( ) Atendem aos serviços de transporte de média e longa distância entre os núcleos urbanos, inclusive dentro da unidade federativa. ( ) Os usuários desse terminal tendem a portar bagagem e dispor de um tempo de permanência menor no complexo, em relação aos terminais urbanos. ( ) Os terminais interestaduais e internacionais geralmente operam na mesma base física do terminal interurbano. Atividades 21 Referências GOUVÊA, V. B. Contribuição ao Estudo de Terminais Urbanos de Passageiros. Rio de Janeiro: IME, 1980. HOFFMANN, M. H.; CRUZ, R. M.; ALCHIERI, J. C. Comportamento Humano no Trânsito. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. 22 UNIDADE 9 | TERMINAIS RODOVIÁRIOS - INSTALAÇÕES 23 Unidade 9 | Terminais Rodoviários - Instalações Quais são os elementos funcionais de um terminal rodoviário de passageiros? Como se dividem os setores de um terminal? Que instalações ele deve contemplar? Os terminais rodoviários de passageiros, em função de sua finalidade, apresentam uma organização interna de seus espaços. Saber identificá-los é o primeiro passo para o correto planejamento de sua operacionalidade. Nesta Unidade, estudaremos os elementos funcionais e instalações básicas do terminal rodoviário de passageiros. Fonte: www.pixabay.com 24 1. Elementos Funcionais Básicos do Terminal Rodoviário De acordo com Dunham (2008), é possível ilustrar, de forma esquemática, os elementos funcionais básicos do terminal rodoviário de passageiros. Na forma esquemática apresentada, podem-se observar os elementos funcionais mínimos para o funcionamento do terminal com eficiência, qualidade e segurança. Observe o estacionamento externo, os pontos de entrada e saída — pelos quais fluirão os principais fluxos de passageiros —, a área de administração, as áreas dedicadas às lojas e serviços, guichês das empresas de transporte e sanitários. Já na área restrita, aparecem as plataformas específicas para embarque e desembarque, bem como as baias de estacionamento dos ônibus. Elementos funcionais básicos de um terminal rodoviário interurbano de passageiros Fonte: adaptado de Dunham (2008). 25 O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que sucedeu o Departamento Nacional de Estrada de Rodagem (DNER), incorporou a coleção de determinados manuais de procedimentos rodoviários, editados pela antiga autarquia federal. Um deles é o Manual de Implantação de Terminais Rodoviários de Passageiros (MITERP), de 1986, que estabelece a sistemática de implantação do terminal, descrevendo etapas, procedimentos, critérios e recomendações de aspectos específicos, inclusive sobre a localização. O MITERP propõe a racionalização de procedimentos operacionais e de áreas, objetivando, por meio de redução dos investimentos, compatibilizar os eventuais programas de implantação de terminais, para o atendimento das reais demandas de passageiros e de ônibus, aos recursos orçamentários disponíveis (DNER, 1986). Com isso, em função do tamanho do terminal, o MITERP (DNER, 1986) estabeleceu uma classificação para o equipamento. Na Parte II desse manual, são concebidas oito classes de terminais (de A até H), ordenadas conforme as projeções de demanda, para período não inferior a dez anos, transformada em parâmetros como número médio de partidas diárias, número de plataformas de embarque e número de plataformas de desembarque. Veja a Tabela 1. 26 Tabela1: Classificação dos terminais rodoviários de passageiros e dimensionamento do número de plataformas em função do número médio de partidas/dia Fonte: DNER (1986) A Tabela mostra como os terminais rodoviários de passageiros podem ser classificados, e como pode ser dimensionado o número de plataformas de embarque e desembarque em função do número médio de partidas/dia. Alguns aspectos a serem observados são: • O número de plataformas de desembarque corresponde a 1/3 das de embarque; • Para terminais com previsão superior a 1.250 partidas diárias, recomenda- se um dimensionamento especial ou instalação de novo terminal na localidade; • O dimensionamento dos demais equipamentos do terminal deve ser em função do número de plataformas de embarque. Tipos de Baias nos Terminais Rodoviários O tipo de baia depende da concepção de operação do terminal, da forma e tamanho da área disponível e da localização de entrada e saída dos veículos. Os principais tipos de baia estão descritos a seguir. • Linear: ao lado da calçada ou plataforma, sem afastamento, em que as entradas e saídas não são independentes. FATORES Nº MÉDIO DE PARTIDAS/DIA Nº DE PLATAFORMAS DE EMBARQUE Nº DE PLATAFORMAS DE DESEMBARQUE A 901 a 1250 45 a 62 15 a 21 B 601 a 900 30 a 45 10 a 15 C 401 a 600 20 a 30 7 a 10 D 251 a 400 13 a 20 5 a 7 E 151 a 250 8 a 13 3 a 5 F 81 a 150 5 a 8 2 a 3 G 25 a 80 2 a 5 1 a 2 H 15 a 24 1 1 27 • Linear com afastamento: permite a entrada e saída dos veículos de forma independente. • Em ângulo, com avanço da baia na calçada: a entrada e saída dos veículos ocorre de forma independente, porém, os veículos têm que dar marcha a ré para saírem. • Tipo “dente de serra”: com entradas e saídas independentes para os veículos. • Com plataforma em forma de ilha: com entradas e saídas independentes. 2. Instalações Básicas do Terminal Rodoviário O MITERP (DNER, 1986) define e relaciona as instalações básicas que devem integrar um terminal rodoviário de passageiros. Para fins didáticos, a fim de se ter uma visão mais abrangente, serão considerados os terminais mais amplos, ou seja, das classes A e B. Assim, os terminais rodoviários de passageiros das classes A e B devem contar, minimamente, com cinco áreas ou setores: o setor de operações, o setor de uso público, o setor de serviços públicos, o setor de administração e o setor de comércio. O setor de operações é formado pelas áreas destinadas à venda de passagens e outras atividades administrativas das operadoras, áreas de espera, chegada e saída dos ônibus, bem como as áreas de embarque e desembarque dos passageiros dos ônibus. O setor de uso público é aquele formado pelas áreas destinadas ao atendimento de caráter geral aos usuários nos períodos que antecedem e sucedem o embarque e desembarque de passageiros dos ônibus, desde a chegada até a saída do terminal. Tal setor engloba os seguintes serviços: informações ao usuário, achados e perdidos, sanitários, fraldários, estacionamentos públicos, ponto de táxi, entre outros. O setor de serviços públicos é aquele formado pelas áreas destinadas ao exercício, por entidades públicas ou privadas – inclusive a própria administradora do terminal, de atividades de apoio, assistência e proteção aos usuários do terminal. Tal setor engloba os seguintes serviços: correios, posto telefônico, guarda-volumes, posto da Polícia 28 Militar, posto da Polícia Civil, posto do Corpo de Bombeiros Militar, posto de Juizado de Menores, posto do órgão fiscalizador dos serviços de transporte, posto do órgão fiscalizador do terminal rodoviário (quando concessionado). Os postos de serviços públicos expressos ao cidadão (tais como o Poupa-Tempo, Na Hora, entre outros) podem estar presentes nos terminais rodoviários de grande porte, visto que concentram vários serviços em somente um local, facilitando a vida do cidadão. O setor de administração é aquele formado pelas áreas destinadas ao exercício de atividades exclusivas da administradora (pública ou privada) para a gestão e manutenção do terminal, inclusive as de controle direto do movimento de chegada e saída dos ônibus, nas plataformas. O setor de comércio é aquele formado pelas áreas destinadas às atividades de natureza comercial nos recintos do terminal. Tal setor inclui: praça de alimentação com lanchonetes e restaurantes, bancas de jornais e revistas, bombonieres, livrarias, engraxates, lojas de artesanato, casa lotérica, agências bancárias ou caixas eletrônicos, sala de internet, farmácia, perfumaria, quiosques, locadoras de veículos, agências de viagem, entre outros. Assista, no link indicado, a uma reportagem que mostra o terminal rodoviário de Porto Velho – RO com problemas bem comuns aos terminais rodoviários brasileiros: <https://www.youtube.com/watch?v=GaaKUEHLDDg> 29 Resumindo Há várias instruções técnicas governamentais que dispõem sobre a implantação de terminais rodoviários. Entre elas, destaca-se as constantes do MITERP, que propõe a racionalização de procedimentos operacionais e de áreas, objetivando, por meio de redução dos investimentos, compatibilizar os eventuais programas de implantação de terminais, para o atendimento das reais demandas de passageiros e de ônibus, aos recursos orçamentários disponíveis. As instalações básicas de um terminal rodoviário de passageiros compreendem o setor de operações, de uso público, de serviços públicos, de comércio e de administração. Lembre-se de que o setor de uso público deve compreender as áreas destinadas ao atendimento de caráter geral aos usuários nos períodos que antecedem e sucedem o embarque e desembarque de passageiros dos ônibus, desde a chegada até a saída do terminal. Glossário Bombonieres: é um tipo de doceria, um estabelecimento comercial onde se vendem doces, balas, chicletes, chocolates, refrigerantes, sucos, guloseimas em geral e sorvetes, como uma loja de doces. Didáticos: relativo ao ensino, ou próprio dele; próprio para instruir Implantação: ato ou efeito de implantar(-se); implante. 30 Marque a alternativa correta: (1) Os postos de serviços públicos expressos ao cidadão podem estar presentes nos terminais rodoviários de grande porte, visto que concentram vários serviços em somente um local, facilitando a vida do cidadão. ( ) Certo ( ) Errado (2) É formado pelas áreas destinadas ao exercício, por entidades públicas ou privadas, inclusive a própria administradora do terminal, de atividades de apoio, assistência e proteção aos usuários do terminal. Está se falando do setor específico de um terminal rodoviário de passageiro denominado: ( ) Setor de administração ( ) Setor de serviços públicos ( ) Setor de uso público ( ) Setor operacional (3) O setor de comércio de um terminal rodoviário não pode incluir locadoras de veículos e agências de viagem. ( ) Certo ( ) Errado (4) São setores que devem compor um terminal rodoviário de passageiros interestadual: ( ) Setor de administração ( ) Setor operacional ( ) Setor de uso público ( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas. Atividades 31 Referências GOUVÊA, V. B. Contribuição ao Estudo de Terminais Urbanos de Passageiros. Rio de Janeiro: IME, 1980. HOFFMANN, M. H.; CRUZ, R. M.; ALCHIERI, J. C. Comportamento Humano no Trânsito. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <www.ibge.gov. br>. Acesso em janeiro de 2016. 32 Gabarito Unidade 7 1 - Certo 2 - B 3 - Certo 4 - D Unidade 8 1 - Certo 2 - D 3 - Errado 4 - C Unidade 9 1 - Certo 2 - B 3 - Errado 4 - D Unidade 7 | Elementos dos Terminais Rodoviários 1. Conhecendo os Pontos de Parada de Ônibus 2. Terminais Rodoviários Glossário Atividades Referências Unidade 8 | Terminais Rodoviários - Classificação 1. Classificação dos Terminais 1.1. Quanto ao Modo de Transporte 1.2. Quanto à Organização Político - Administrativa 2. CaracterizaçãoFuncional do Terminal Rodoviário Glossário Atividades Referências Unidade 9 | Terminais Rodoviários - Instalações 1. Elementos Funcionais Básicos do Terminal Rodoviário 2. Instalações Básicas do Terminal Rodoviário Glossário Atividades Referências Gabarito
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