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ANDRAGOGIA W BA 01 48 _v 2. 0 22 Roberta Rotta Messias de Andrade Londrina Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2019 Andragogia 1ª edição 33 3 Autoria: Prof. Roberta Rotta Messias de Andrade. Revisão: Prof. Giani Vendramel de Oliveira. Como citar este documento: ANDRADE, Roberta R. M. Andragogia. Valinhos: 2019. © 2019 por Editora e Distribuidora Educacional S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/ mailto:editora.educacional@kroton.com.br http://www.kroton.com.br/ 44 ANDRAGOGIA SUMÁRIO Apresentação da disciplina 5 Modelo andragógico 6 Diferença entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia 20 Educação do jovem e do adulto 36 Adultos em processo de formação continuada 49 Estilos de aprendizagem 63 Aprendizagem do adulto 77 A Teoria das Inteligências Múltiplas e suas implicações 88 Aprendizagem autodirigida 99 55 5 Apresentação da disciplina Caro aluno, Você já parou para pensar sobre como você aprende? Seria da mesma forma de quando você era criança na escola? Provavelmente sua resposta deve ter sido não para as duas perguntas. O motivo disso é que, como adultos, a forma como aprendemos as coisas são diferentes; as relações que fazemos durante o processo de aprendizagem são outras. O motivo disso é que agora, como adultos, temos mais experiências e conhecimentos sobre diversos assuntos, além de termos interesses mais bem definidos. Por estes motivos a aprendizagem do adulto deve ser pensada para adultos. Isso implica que os processos educativos em sala de aula (ou fora dela) sejam pensados nesta perspectiva em termos de conteúdos, metodologias, atividades etc. A disciplina de Andragogia aborda como o adulto aprende e o que podemos fazer para tornar sua aprendizagem mais efetiva no contexto do ensino superior. Para isto, serão apresentados os fundamentos da andragogia, os princípios e as concepções de aprendizagem dos adultos e as práticas pedagógicas andragógicas. A proposta da disciplina é promover a reflexão sobre a aprendizagem do adulto e a atuação do docente no ensino superior. 66 Modelo andragógico Autora: Bianca Lopes de Oliveira Objetivos • Conhecer a contextualização histórica do uso do termo andragogia. • Conhecer os principais conceitos. • Estudar os pilares do método andragógico. 77 7 1. Introdução A forma como os adultos aprendem é diferente das crianças, as relações que fazemos durante o processo de aprendizagem são outras. O motivo disso é que agora, como adultos, temos mais experiências e conhecimentos sobre diversos assuntos, além de termos interesses mais bem definidos. O modelo andragógico chama atenção para seis características que contribuem para o desenvolvimento da aprendizagem do adulto. PARA SABER MAIS O termo andragogia é mais encontrado quando se trata de treinamento de funcionários ou de recursos humanos de empresas, sempre voltado ao desenvolvimento profissional. Também se fala em andragogia quando se estuda educação de jovens e adultos. Porém, a andragogia tem sido pouco utilizada na educação formal, em especial no ensino superior. A palavra andragogia deriva dos termos gregos: andros (homem) + agein (conduzir) + logos (ciência), significando a ciência da educação de adultos. O termo foi criado justamente em oposição à Pedagogia, que trata da ciência da educação de crianças. O professor Alexander Kapp foi o primeiro a utilizar o termo em 1833 na Alemanha para tratar de elementos da teoria da educação de Platão, apesar de o próprio Platão não o ter utilizado. Naquela época, o autor já defendia que a educação de adultos não poderia ser igual à educação de crianças, pelas características de cada um. 88 O termo caiu no esquecimento e só foi reutilizado novamente em 1921 pelo cientista social alemão Eugen Rosenstock, quando defendeu que a educação de adultos precisaria de professores, métodos e filosofias especiais. Ele dizia que não bastava que os professores traduzissem a teoria da pedagogia para utilizá-la com adultos, mas que o professor precisaria cooperar com os alunos para ser um “andragogo” (KNOWLES; HOLTON; SWANSON, 2011). Ao longo da década de 1950, diversos autores europeus utilizaram o termo andragogia em seus trabalhos: H. Hanselmann em 1951 na Suiça, T. T. Have em 1954 na Holanda, M. Ogrizovic em 1956 na Iugoslávia, F. Poggeler em 1957 na Alemanha, além de cursos e programas sobre andragogia nas décadas de 1960 e 1970 encontrados na Alemanha. Foi no início da década de 1970, no entanto, que surgiu o “pai” da andragogia, o professor americano Malcolm Knowles. Ele é assim considerado pela sua vasta produção sobre o tema, além de ter desenvolvido o conceito base para a educação de adultos. Seu trabalho foi altamente significativo para a reorientação de educadores de adultos de “educar pessoas” para “ajudá-las a aprender”. Portanto, andragogia é a ciência da educação de adultos, considerando suas características e interesses. Knowles desenvolveu o Método Andragógico, baseado em seis pilares: 1. Necessidade de saber. 2. Autoconceito do aprendiz. 3. Papel das experiências. 4. Prontidão para aprender. 5. Orientação para a aprendizagem. 6. Motivação. 99 9 O autor explica que o método andragógico precisa ser revisto em cada situação e não dá conta sozinho das situações de aprendizagem. Ele mesmo, aplicando seu método em diferentes grupos, percebeu duas situações: 1. O modelo andragógico tem como principal característica a flexibilidade. Ele pode e deve ser adaptado para cada situação, seja parcialmente ou completamente adapatado, pois não é uma ideologia, mas um sistema de elementos. 2. O ponto de partida e as estratégias a serem utilizadas para aplicação do modelo devem ser analisados segundo a situação. Cabe ao educador perceber e avaliar a melhor forma de utilizar o modelo andragógico. As críticas a esse modelo falam principalmente que ele não abrange explicitamente resultados como as mudanças sociais dos alunos. De fato, não se pretende que a andragogia lide com objetivos e propósitos da aprendizagem; nem seria possível. A andragogia propõe-se a educar adultos independentemente de um propósito específico, mas sendo aberta a vários, ela pode e deve ser combinada com diferentes teorias de ensino e aprendizagem. 2. Necessidade de saber A aprendizagem ocorre quando o que está sendo aprendido faz sentido para o educando, para isso, ele precisa entender o que será aprendido e qual a relevância desse aprendizado. Tough (1979 apud Knowles; Holton; Swanson, 2011) percebeu que adultos despendem uma boa quantidade de energia para investigar os benefícios de aprender determinado assunto e as possíveis dificuldades de não aprendê-lo quando eles decidem aprender alguma coisa. Quando ele conhece a necessidade de saber algo, a tendência é que ele fique “mais aberto” a novos conhecimentos. 1010 Além disso, a conscientização do que será aprendido possibilita ao aluno adulto fazer relações com seu dia a dia, auxiliando num maior engajamento à aprendizagem. Em termos práticos, o educador de adultos precisa lançar mão de estratégias para engajar seu aluno e entender a necessidade daquele aprendizado. Essas estratégias podem ser dinâmicas, perguntas, textos, figuras ou o que o educador achar relevante perante o grupo de aprendizes. Cabe lembrar que conhecer os alunos e sua motivação para a aprendizagem auxilia o professor a escolher estratégiasmais adequadas ao grupo. Contextualizar o que será aprendido também é essencial, pois assim os alunos podem relacionar o que será aprendido com seus conhecimentos prévios. Essas relações são de extrema importância para que o conteúdo a ser aprendido faça sentido ao aluno. 3. Autoconceito do aprendiz Uma das maiores características dos adultos é a autonomia, seja de ação ou de pensamento. Lutamos para conquistar essa autonomia desde quando nascemos e quando finalmente a alcançamos não estamos prontos a abrir mão dela para outra pessoa. Quando um professor determina o que o aluno tem que aprender sem que ele participe do processo de aprendizado, ele perde essa autonomia, ou pelo menos tem a sensação disso. Como as emoções são feitas de sensações (Cobra, 2008), elas importam muito no processo de ensino e aprendizagem. Isso quer dizer que o aluno adulto quer ser tratado como adulto, com conhecimentos, experiência, necessidades e vontades. Quando isso não acontece, o aluno adulto pode criar uma certa barreira com aquele professor. 1111 11 Como educador, cabe novamente o conhecimento de seus alunos e o entendimento que eles possuem muitos conhecimentos e muita experiência em determinadas áreas e que elas precisam ser levadas em conta quando se prepara uma aula para alunos adultos. Impor vontades só porque “eu sou professor” pode tornar a relação professor e aluno desequilibrada. 4. Papel das experiências Quando se reúne em uma sala de aula, ou ambiente virtual, adultos com o objetivo de que eles aprendam algo, juntam-se inúmeras experiências profissionais e pessoais. Essas experiências podem ser consideradas a base na qual o novo conhecimento será repousado. Quando um adulto está vendo um determinado conteúdo pela primeira vez ele relaciona, talvez até de forma inconsciente, com suas experiências prévias àquele momento. Quando esse novo conhecimento é confirmado pela experiência do aprendiz, ele é aceito como verdadeiro e, portanto, aprendido; quando ele não é confirmado, o aprendiz refuta esse novo conhecimento descartando-o. Isso pode ser explicado pela importância que as pessoas atribuem à experiência. Tardif (2002, p. 52), em seu livro sobre saberes docentes, explica que dentre os quatro tipos de saberes – saberes da formação, saberes disciplinares, saberes curriculares e saberes da experiência – os professores entendem o último como mais importante. O autor explica que os saberes da experiência “residem totalmente nas certezas subjetivas acumuladas individualmente ao longo da carreira”, além de ser os saber que necessita de todos os outros para ser colocado em prática. Em outras palavras, para que um professor dê uma aula ele recorre aos quatro tipos de saberes que se confundem entre si para que a prática seja realizada. Talvez por isso ele seja tão importante para os professores. 1212 Para engajar e envolver os alunos é essencial que os saberes da experiência de cada aluno seja valorizado, o que pode ser feito por diferentes estratégias como dinâmicas, trabalhos em grupo, apresentação para os outros alunos etc. O que importa é que essa valorização seja genuína. 5. Prontidão para aprender A prontidão para aprender relaciona-se com o sentido que o aluno percebe entre o que ele precisa aprender com seu dia a dia. Isso quer dizer que os alunos adultos têm seu tempo para que os assuntos se tornem mais ou menos interessantes. Knowles, Holton e Swanson (2011, p. 74) explicam que “os adultos ficam prontos para aprender as coisas que têm de saber e para as quais precisam se tornar capazes de realizar a fim de enfrentar as situações da vida real”. Para ele, a prontidão para aprender está ligada à passagem de um estágio de desenvolvimento para o próximo. O autor utiliza-se de um exemplo bastante esclarecedor: uma garota de 16 anos, via de regra, não vê necessidade em aprender sobre nutrição infantil; ela, a princípio, não estaria “pronta para aprender”. No entanto, se ela estivesse grávida ou tivesse um irmão pequeno, esse assunto possivelmente faria parte do dia a dia dela. Apesar de a prontidão ser, de certa forma, um processo natural, não podemos ficar esperando até que um aluno esteja pronto para determinado conteúdo. O educador de adultos precisa encontrar maneiras de envolver o aluno e induzir essa prontidão; a utilização de exemplos, modelos, exercícios de simulação e outros podem ser de grande valia para o professor. 1313 13 6. Orientação para a aprendizagem Os adultos orientam-se à aprendizagem quando o que deve ser aprendido tem alguma aplicação prática em sua vida. Quando ele não percebe essa relação, há uma tendência de o aluno adulto não considerar aquela uma aprendizagem válida. Um exemplo de como isso é importante no aprendizado são os celulares, em especial os smartphones. Antes do advento desses aparelhos, aprendíamos o número de telefone de diversas pessoas e podíamos recorrer a eles quando quiséssemos sem problemas, apenas acionando nossa memória. Conforme fomos adaptando-nos a eles deixamos de aprender novos números de telefones, apesar de, muitas vezes, sabermos os números antigos. Isso acontece porque não precisamos mais aprender os números de telefone que nos interessem, pois temos eles na ponta dos dedos no momento que quisermos por meio da agenda do nosso celular. Caso você tenha menos de 28 anos possivelmente esse exemplo não fez sentido algum, além de representar o que se quer explicar. Esse “problema” de aprender números de telefones não fez parte da sua vida e, por isso, também não fez sentido. Um exemplo mais adequado à vida de vocês seria a operação de compartilhar fotos, vídeos, blogs, vlogs e mais inúmeras formas de interação virtual. Caso você ainda não saiba como fazer isso (em suposição mesmo), possivelmente você pedisse a alguém que lhe ensinasse e você aprenderia muito mais rapidamente. Essa diferença entre as necessidades não é uma questão de idade, mas de dia a dia; a orientação ocorre quando se precisa aprender alguma coisa. Knowles, Holton e Swanson (2011, p. 74) explicam que os adultos “assimilam novos conhecimentos, percepções, habilidades, valores e atitudes de maneira mais eficaz quando são apresentados a contextos de aplicação a situações da vida real”. 1414 Mais uma vez, o educador não pode ficar esperando que o aluno tenha a necessidade de aprender algo, o professor precisa despertar no aluno essa necessidade pelo aprendizado e para isso vale lançar mão de diferentes estratégias. 7. Motivação A motivação é comumente entendida como um fator externo para que desperte no sujeito vontade de fazer ou de aprender alguma coisa. Sem dúvida, fatores externos como nota, melhor emprego, salário mais alto, entre outros, auxiliam no processo de aprendizagem. No entanto, são os fatores internos que mais motivam o aluno adulto a aprender: autoestima, status, desejo de ter maior satisfação no trabalho, qualidade de vida, entre outros. Tough (1979 apud Knowles; Holton; Swanson, 2011, p. 75) percebeu que os adultos ditos normais são motivados a se desenvolver e a crescer, porém essa motivação é normalmente bloqueada por questões de “autoconceito negativo como aluno, falta de acesso a oportunidades ou recursos, limitações de tempo e programas que violam os princípios da aprendizagem de adultos”. Para o educador, estar atendo a esses fatores motivacionais podem auxiliar em um melhor aprendizado, além de contribuir para a diminuição da evasão no ensino superior. ASSIMILE O modelo andragógico de Knowles (2011) pode ser uma ajuda ao professor quando em sua ação, mas ele não resolve tudo. O próprio autor explica que 1515 15 é preciso que o professor tenha flexibilidade para ser adaptado a cada situação a partir da análise do docente; cabe ao professor perceber e avaliar a melhor forma de utilizar o modelo andragógico. Pensando nesses seis pilares do modelo andragógico, é possível organizar aulas e treinamentos de forma quea aprendizagem possa ser significativa. TEORIA EM PRÁTICA Quando se prepara uma aula para um grupo de adultos, na maioria das vezes, os alunos são bastante diferentes entre si. Começando pelas idades e objetivos de estarem ali naquele grupo. Ainda existem diferenças quanto aos pilares do modelo andragógico: necessidade de saber, autoconceito do aprendiz, papel das experiências, prontidão para aprender, orientação para a aprendizagem e motivação. Essa combinação de pessoas diferentes no mesmo grupo exige do professor flexibilidade para adaptar os conteúdos e exemplos, de forma que os alunos entendam sua mensagem. Como professores, queremos que a aula seja atrativa e que promova, de fato, a aprendizagem, assim, como você prepararia uma aula para esse grupo? 1616 VERIFICAÇÃO DE LEITURA 1. O modelo andragógico, segundo seu criador, Malcolm Knowles, pode e deve ser adaptado segundo a situação de aprendizagem a partir da análise do educador sobre o ponto de partida e das estratégias a serem utilizadas. Isso se deve porque: a. O educador precisa motivar o aluno adulto a estar orientado para a aprendizagem, pois se ele não tiver interesse no assunto irá aprender sozinho em outro momento. b. Cada aluno possui experiências diferentes que precisam ser valorizadas apesar de o conhecimento não ser tão heterogêneo entre um grupo de alunos adultos. c. O modelo andragógico considera as mudanças que podem ocorre no contexto social dos alunos que são naturalmente diferentes. d. A prontidão para a aprendizagem é intrínseca e por isso o educador precisa esperar até que o aluno esteja pronto e interessado em aprender. e. Cada aluno possui experiências e saberes específicos, que precisam ser considerados para que ele tenha um autoconceito positivo como aluno, além de se manter pronto para a aprendizagem. 2. Conhecer os alunos com quem o professor vai interagir é importante para que ele possa organizar sua aula. 1717 17 O saber da experiência tem papel essencial no processo de aprendizagem porque: a. Sem ele, os alunos não aprendem o que estiver sendo ensinado, por isso o professor deve criar novas experiências. b. A experiência é uma espécie de filtro com o qual o aluno compara toda nova informação. c. A experiência de cada pessoa permite que ela aprenda novos conceitos sem filtrá-los. d. É por meio da experiência que o aluno entende e modifica o mundo em que vive. e. A experiência é difícil de ser valorizada, por isso o educador não consegue agregá-la em sua aula e precisa deixar o aluno aprender sozinho. 3. Muito se fala que o estudante precisa estar motivado para aprender. Sobre essa motivação, é correto afirmar que: a. A motivação interna é mais importante do que a externa, pois tem relação com a autoimagem do estudante. b. A motivação externa é mais importante do que a interna, pois é a imagem que outros têm do estudante que importa. c. O professor é o único responsável em motivar os alunos a aprender. 1818 d. A aprendizagem é mais efetiva quando os estudantes buscam por ascensão profissional. e. A autoimagem negativa não interfere na motivação para a aprendizagem. Referências bibliográficas CAVALCANTI, Roberto de A.; GAYO, Maria Alice F. da S. Andragogia na educação universitária. Conceitos. Julho/2004–Julho/2005. p. 44–51. COBRA, Marcos. Marketing do entretenimento. São Paulo: Editora Senac, 2008. KNOWLES, Malcolm S.; HOLTON, Elwood F.; SWANSON, Richard. Aprendizagem de resultados: uma abordagem prática para aumentar a efetividade da educação corporativa. Tradução: Sabine Alexandra Holler. Rio de Janeiro: Eselvier, 2011. PUENTES, Roberto Valdez; AQUINO, Orlando Fernandes; NETO, Armindo Quilicci. Profissionalização dos professores: conhecimentos, saberes e competências necessárias à docência. Educar. n. 34. p. 169-184, Curitiba: UFPR, 2009. TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002. Gabarito Questão 1 – Resposta: B Resolução: A adaptação do modelo andragógico é necessária porque cada aluno possui experiências e saberes prévios, com os quais o educador pode trabalhar para que o aluno mantenha motivação para aprendizagem e um autoconceito positivo como aluno, além de se manter pronto para a aprendizagem. Questão 2 – Resposta: B Resolução: Toda nova informação que o aluno adulto recebe é comparada à sua experiência pregressa, podendo ser refutada 1919 19 ou acatada como válida, por isso ela pode ser considerada uma espécie de filtro para novas aprendizagens. Questão 3 – Resposta: A Resolução: Os fatores internos são os que mais motivam o aluno adulto a aprender. A autoimagem positiva muito contribui para a aprendizagem. 2020 Diferença entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia Autora: Roberta Rotta Messias de Andrade Objetivos • Conhecer algumas características de crianças e adultos. • Conhecer os pressupostos da Pedagogia, da Andragogia e da Heutagogia. • Saber identificar as diferenças entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia. 2121 21 1. Introdução A Andragogia surgiu em oposição à Pedagogia para tratar da educação de adultos. Sua oposição começa no próprio vocábulo: Paidos (criança) + agein (conduzir) + logos (ciência) = PEDAGOGIA Andros (homem) + agein (conduzir) + logos (ciência) = ANDRAGOGIA Dessa forma, a Pedagogia é a ciência da educação de crianças, enquanto a Andragogia é a ciência da educação de adultos. A diferença entre os dois radicais (paidos e andros) representa a diferença epistemológica entre as duas ciências; cada uma tem pressupostos específicos que dizem respeito ao entendimento de aluno, de educação, ou seja, de concepção. O surgimento da Heutagogia é bem mais recente; os primeiros escritos foram encontrados nos anos 2000. O termo, assim como os outros dois, tem origem grega: Heuta (auto) + agein (conduzir) + logos (ciência) = HEUTAGOGIA Assim, a Heutagogia é a ciência da aprendizagem autodeterminada, ou conduzida, e está bastante relacionada ao advento da tecnologia e da educação à distância. Cada termo tem por base conceitos diferentes, os quais serão vistos a seguir. 2222 PARA SABER MAIS Quer se aprofundar nos conceitos da Andragogia? Recomendamos que pesquise pelo seguinte artigo: BARROS, Rosanna. Revisitando Knowles e Freire: Andragogia versus pedagogia, ou O dialógico como essência da mediação sociopedagógica. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 44, e173244, 2018 . 2. Pedagogia Considera-se que a Pedagogia tenha surgido na Grécia, pois foi lá que foram encontrados os primeiros pedagogos: escravos que acompanhavam as crianças nas escolas. Apesar de os pedagogos terem aparecido na Grécia, o entendimento era que a criança era um miniadulto até meados do século XVIII, quando Jean Jaques Rousseau publicou em 1762 o livro Emílio ou Da educação. Nele, o autor explica que as crianças possuem necessidades e processos de desenvolvimento diferentes dos adultos, por isso precisaria de um tratamento adequado que respeitasse suas peculiaridades. O alemão Friederich Froebel foi um dos primeiros educadores a considerar a importância da infância para o desenvolvimento do homem. Ele dizia que o homem se desenvolve em etapas: infância, meninice, puberdade, mocidade e maturidade. Em cada etapa, a educação precisa considerar as características do sujeito, dessa forma a educação para crianças deve proporcionar que a criança floresça. A Pedagogia é pensada para crianças segundo algumas características. Uma delas é que as crianças estão aprendendo sobre o mundo e como 2323 23 estar nele durante o período escolar, por isso, algumas decisões são comumente relegadas ao professor. A definição do que deve ser aprendido é feita pelo professor a partir dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), definidos pelo Ministério da Educação (MEC). Nesses PCNs constam os conteúdos que a sociedade entende como importantes para a formação da criança. Por esse motivo, muitas vezes, aos alunosnão fica clara a necessidade de determinado aprendido. Quantas vezes nos perguntamos por que precisávamos aprender equação de segundo grau, por exemplo? Se você não trabalhar com esse conceito no dia a dia, talvez essa resposta ainda nem seja clara até os dias de hoje. O professor entende o aluno como dependente, por isso, ele se torna realmente dependente. De fato, nos primeiros anos, a criança é dependente, mas a questão é que conforme os anos vão passando a criança vai deixando de ser dependente à medida que amadurecem (Knowles, 2011). O autor explica que conforme a criança vai crescendo e amadurecendo vai abrindo um gap entre a necessidade e a habilidade de se autodirigir, o que pode gerar frustrações, ressentimentos, resistência ao aprendizado. A experiência da criança ainda está em formação e, muitas vezes, ela acontece na própria escola, por isso, seu papel ainda é menor do que a de um adulto. Knowles (2011) alega que o aluno fica pronto para aprender a partir da determinação do que o professor precisa ensinar; não há tempo para esperar a maturidade do aluno. A orientação para a aprendizagem na escola regular é centrada na matéria, com a aquisição de conteúdo especializado, dessa forma, “as experiências de aprendizagem são organizadas de acordo com a lógica do conteúdo especializado” (KNOWLES, 2011, p. 71). 2424 A motivação que a criança tem para aprender é basicamente externa, seja por notas, prêmios, classificação, dentre outros. Isso pode acontecer pelo não entendimento por parte da criança da necessidade daquele conhecimento. 3. Andragogia Como já sabido, a Andragogia surgiu em oposição à Pedagogia; até Alexander Kapp cunhar o termo, se falava apenas da aprendizagem de crianças, mas o adulto tem concepções diferentes que precisam ser entendidas. O adulto se relaciona com a educação de forma diferente, então, é preciso entender de que adulto se está falando. Oliveira (1998) define o adulto como “indivíduo maduro o suficiente para assumir as responsabilidades por seus atos diante da sociedade” (p. 8). O autor ainda apresenta 14 princípios que contribuem com a educação de adultos: Princípio 1 – o adulto é dotado de consciência ingênua e de consciência crítica, e sua postura proativa ou reativa está diretamente ligada ao tipo de consciência predominante. Princípio 2 – o compartilhamento de experiências é fundamental para o adulto. Princípio 3 – a relação educacional é baseada na interação entre o professor e o aluno, em um ambiente de liberdade em que haja aprendizagem mútua. Princípio 4 – a chave para a motivação de um adulto é a negociação sobre seu interesse em participar de aprendizagem; Princípio 5 – a aprendizagem é o centro das atividades do aluno adulto. 2525 25 Princípio 6 – a decisão do que será aprendido precisa ser decidida pelo aluno adulto por ele ser o agente de sua aprendizagem. Princípio 7 – o processo de aprendizagem implica na aquisição de conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA). Princípio 8 – a ordem do processo de aprendizagem do adulto é: sensibilização (motivação), pesquisa (estudo), discussão (esclarecimento), experimentação (prática), conclusão (convergência) e compartilhamento (sedimentação). Princípio 9 – o melhor elemento motivador do adulto é a experiência, por isso, o ambiente de aprendizagem deve permitir liberdade e incentivar que os alunos possam falar de suas histórias, ideias, opiniões, compreensões e conclusões. Princípio 10 – a essência do relacionamento educacional entre adultos é o diálogo. Princípio 11 – os assuntos devem ser discutidos e vivenciados, pois a práxis educacional se baseia na reflexão e ação. Princípio 12 – “quem tem capacidade de ensinar o adulto é apenas Deus que conhece o íntimo da pessoa e suas reais necessidades. Portanto se você não é Deus, não se atreva a desempenhar esse papel!” (OLIVEIRA, 1998, p. 12). Princípio 13 – um professor tradicional faz com que o adulto se sinta inferiorizado e, portanto, dificulta a aprendizagem. Princípio 14 – a educação bancária pode causar uma relação negativa do adulto com a aprendizagem caso ele se sinta oprimido frente o professor. Esses princípios colaboram para o entendimento sobre como os pilares da andragogia podem ser aplicados nos ambientes de aprendizagens. 2626 Enquanto na Pedagogia há a definição do que será aprendido e quais estratégias serão utilizadas, na andragogia, o adulto não tem apenas a necessidade de saber o que e como será aprendido, mas, muitas vezes, tem de negociá-los. Em relação ao autoconceito, o adulto entende que ele é capaz de assumir as responsabilidades de suas escolhas. Isso quer dizer que ele precisa se sentir independente e livre para poder escolher. A experiência é o principal filtro pelo qual a nova informação passa para ser considerada relevante e, consequentemente, aprendida. Essa ideia é corroborada pelos princípios 2 e 4, que mostram o quanto a experiência é importante para o aluno adulto. Uma vez que o aluno adulto esteja pronto para aprender, ele tem maior clareza de sua necessidade de aprendizagem e, assim, consegue dialogar e decidir o que será aprendido e quais as melhores estratégias para isso. A motivação pode estar no assunto, na forma como o professor o aborda, na relação entre aluno e professor, assim como na aplicabilidade dos novos conceitos no dia a dia do adulto. Assim, na Andragogia, o papel do professor é de um companheiro que entende e orienta o aluno adulto ao aprendizado de forma colaborativa. 4. Heutagogia Se a Andragogia surgiu em oposição à Pedagogia, pode-se dizer que a Heutagogia surgiu como uma “evolução natural” da Andragogia, segundo Stewart Hase e Chris Kenyon (2000), criadores do termo. Eles explicam que a Andragogia foi uma imensa evolução no processo de ensino e aprendizagem de adultos, pois passou a considerar características e necessidades específicas dos adultos negligenciadas até 2727 27 então. No entanto, ela ainda tem o professor como centro da ação de aprendizagem, assim como a Pedagogia, e não consideraria as questões sociais modernas como a quantidade de informação e a rapidez com que ela se torna de conhecimento público. Na Heutagogia entende-se que o aprendiz seja capaz de determinar o que ele aprenderá em função do desenvolvimento de capacidades: um atributo holístico que é mais fácil reconhecer do que definir. Assim, uma pessoa capaz: sabe como aprender, é criativa, tem alto grau de eficácia, é confiante em mobilizar suas competências e trabalha bem com outras pessoas (Stephenson e Weil, 1992 apud Hase e Kenyon, 2000). Hase e Kenyon (2000) afirmam que a Heutagogia posiciona-se num mundo atual e dinâmico, em que: • A informação está disponível rapidamente e em grande quantidade. • As mudanças são tão rápidas que a formação do aprendiz da maneira como conhecemos está se tornando inadequada. • Os conhecimentos baseados em disciplinas não estão dando conta da preparação para a vida e para o trabalho. • A aprendizagem está cada vez mais alinhada ao que se faz. • Há exigência de práticas flexíveis de aprendizagem em função das estruturas modernas. • Há necessidade de rápida aprendizagem. Parte do fundamento da Heutagogia baseia-se nos escritos de Rogers sobre a aprendizagem centrada no aluno. Nessa perspectiva, entende- se minimamente que: toda pessoa possui o desejo natural de aprender e tende a realizá-lo; não se pode ensinar outra pessoa, apenas facilitar a aprendizagem; todo aluno tem uma certa resistência à aprendizagem 2828 significativa, pois ela modifica o eu (self), mas ele aprende quando a resistência é pequena e ele se percebe envolvido no processo. Outra teoria que contribui para a Heutagogia é a conceituação de aprendizagem de laço duplo, de Argyris e Schon (1996 apud HASE e KENYON, 2000). Esse conceito utiliza-se da reflexão e do questionamento do que os autores chamam de “variáveis governantes” dos indivíduos, que podem ser entendidas como:“teorias em uso”, valores e suposições mobilizadas para resolver um problema ou uma situação. O esquema a seguir ajuda a entender o laço duplo. Figura 1 – Aprendizagem de laço duplo Fonte: Argyris e Schon (1996 apud Hase e Kenyon, 2000). Quando temos uma situação, mobilizamos uma série de variáveis governantes para determinar nossas ações esperando resolvê-las já prevendo uma determinada consequência. Quando o resultado não é o esperado, revemos nossas ações e tentamos novamente. Esse processo é chamado por Argyris e Schon por laço simples. Mas se essa revisão sobre nossas ações nos faz refletir e questionar nossas variáveis governantes (“teorias em uso”, valores e suposições), o processo é chamado de laço duplo. Esse questionamento das variáveis governantes permite a alteração do que sabemos, ou seja, aprendemos algo novo já relacionado com nosso conhecimento prévio e necessidades. A Heutagogia é o estudo da aprendizagem autodirigida e não da autoaprendizagem. Dessa forma, é preciso distinguir esses dois 2929 29 entendimentos: enquanto a autoaprendizagem é a forma de aprender por si só, a aprendizagem autodirigida é o processo em que o aprendiz (com ou sem ajuda) toma a iniciativa de sua formação a partir da análise e percepção de suas necessidades de aprendizagem. O professor, nesta perspectiva, tem a função de partilhar o conhecimento a fim de possibilitar que o aprendiz seja autônomo e possa fazer suas próprias escolhas no que se refere à aprendizagem. Assim, a Heutagogia exige do aprendiz grande envolvimento no processo de aprendizagem e um alto grau de reflexão. O quadro a seguir compara algumas ideias de Pedagogia, Andragogia e Heutagogia: Quadro 1 – Pedagogia, Andragogia e Heutagogia Características da aprendizagem Pedagogia Andragogia Heutagogia Relação professor/ aluno Professor é o centro das ações, decide o que ensinar, como ensinar e avalia a aprendizagem. A aprendizagem é centrada no aluno, na independência e na autogestão da aprendizagem. O aluno é um agente de sua formação, o professor é um organizador e facilitador da participação. Razões da aprendizagem Crianças e adolescentes devem aprender o que a sociedade espera que saibam, seguindo um currículo padronizado. As pessoas aprendem o que precisam saber (aprendizagem para a aplicação prática na vida diária). Razões alicerçadas na vontade do aluno, seus objetivos e necessidades. O discente sabe por que precisa aprender. Motivação A motivação para a aprendizagem é fundamentalmente resultado de estímulos externos ao aluno, como notas, classificações escolares e apreciações do professor. Os adultos são sensíveis a estímulos externos (notas etc.), mas são os fatores de ordem interna que os motivam para a aprendizagem (satisfação, autoestima, qualidade de vida, dentre outros). Busca a autonomia pessoal/profissional, por isto está motivado a aprender de forma mais autônoma. 3030 Experiência do aluno O ensino é didático, padronizado e a experiência do aluno tem pouco valor. A experiência é uma fonte rica de aprendizagem, pela discussão e solução de problemas feita em grupo. Reorganização das experiências cotidianas, que envolve a ação, a reflexão na ação, a reflexão sobre a reflexão na ação. Orientação da aprendizagem Aprendizagem por assunto ou matéria. Aprendizagem baseada em problemas, exigindo ampla gama de conhecimentos para se chegar à solução. Mistura Pedagogia com Andragogia, adaptados aos interesses / necessidades individuais do aluno. Vontade de aprender A finalidade é obter o êxito e progredir em termos escolares. Os adultos estão dispostos a iniciar um processo de aprendizagem desde que compreendam sua utilidade para enfrentar problemas reais da vida pessoal e profissional. Alunos mais disciplinados com o aprender se comprometem com o estudo a distância na busca dos objetivos. Fonte: adaptada de Cavalcanti (1999); adaptada de Hase (2000) e Hase e Kenyon (2001). Olhando a “evolução” dos conceitos entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia nota-se que a linha mestra dos três conceitos é a autonomia do aprendiz. Na Pedagogia, pelas caraterísticas da própria criança, o aprendiz é conduzido totalmente ao aprendizado, já na Andragogia essa condução é mais livre, mas ainda assim com a orientação externa do professor; talvez se possa dizer que há uma autonomia relativa. Agora, na Heutagogia, a condução da aprendizagem é feita pelo próprio aprendiz com a ajuda do professor; a autonomia do aprendiz neste caso é total. ASSIMILE Pedagogia tem como foco o aprendizado da criança; já a Andragogia e a Heutagogia têm a aprendizagem do adulto como seu ponto focal. Os dois entendem o aluno adulto 3131 31 como uma pessoa com experiências e conhecimentos prévios que precisam ser aproveitados na aprendizagem do novo conteúdo; o que difere a Heutagogia é o papel que a tecnologia tem nesse processo, promovendo a aprendizagem autodirigida. 5. Seguindo em frente Independentemente dos termos utilizados, os professores querem que seus alunos aprendam de forma significativa, para que possam transformar sua realidade para melhor. Assim, a chave pode estar no conhecimento das carcterísticas do adulto para que possamos utilizá-las em nosso favor, ou seja, considerá-las em nossas aulas e confiar nas capacidades dos nossos alunos. TEORIA EM PRÁTICA Em uma sala de graduação, muitas vezes, temos pessoas de idades bem distintas: jovens recém-saídos do ensino médio, com idade entre 17 e 18 anos, e pessoas que buscam na formação superior um complemento de sua prática profissional ou mudança de área de atuação. Ou seja, o professor tem no mesmo ambiente, para aprender os mesmos conhecimentos ou habilidades, pessoas com experiências de vida bastante variáveis. Outra característica bem marcante é como a tecnologia está presente na vida desses alunos; há uma tendência de que os mais jovens utilizem-na com mais naturalidade do que os alunos com mais idade. 3232 Dessa forma, como você organizaria o aprendizado de seus alunos na sua área de conhecimento sob a perspectiva da Pedagogia, da Andragogia e da Heutagogia? VERIFICAÇÃO DE LEITURA 1. O educador de crianças precisa se adaptar ao desenvolvimento infantil, porque: a. As ideias das crianças variam de acordo com o entendimento que elas têm do que será aprendido. b. A cada faixa etária a criança necessita de cuidados especiais, e o professor deve dar conta desse cuidado. c. A criança vai se tornando independente conforme vai amadurecendo ao longo dos anos. d. Os conteúdos definidos pelo professor são tratados pelos alunos segundo o entendimento da importância. e. Elas mudam muito rapidamente, e com isso mudam suas necessidades e vontades, fazendo com que os conteúdos tenham de ser adaptados. 2. Dentre os princípios propostos por Oliveira (1998), o terceiro diz que “a relação educacional é baseada na interação entre o professor e o aluno em um ambiente de liberdade em que haja aprendizagem mútua”. Isso quer dizer que: 3333 33 a. O professor é parceiro do aluno, promovendo a interação entre os alunos para que haja trocas de experiências e opiniões em que ele também aprende. b. O professor é parceiro do aluno e cria situações de aprendizagem em que os alunos tenham a sensação de que ele está aprendendo, mas o conhecimento do professor é suficiente àquele momento. c. O professor interage com os alunos de forma que eles troquem impressões e experiências em um ambiente completamente controlado pelo educador. d. A relação educacional necessita de experiências e conhecimentos do educador a fim de promover interação entre os alunos. e. Ter um ambiente de liberdade significa que cada aluno decide o que ele deve aprender e o professor apenas orienta essa aprendizagem. 3. Os conceitos base da Heutagogia são a aprendizagem centrada no aluno e a aprendizagem de laço duplo.Sobre esses conceitos é correto afirmar: a. A aprendizagem centrada no aluno baseia-se em colocar o aluno num ponto central do processo e permite que ele aprenda por observação de um ponto privilegiado. b. O aluno adulto precisa se envolver no processo de aprendizagem para que ela ocorra, por isso, a aprendizagem centrada no aluno permite que ele estabeleça o que será ensinado pelo professor. 3434 c. O conceito de laço duplo pressupõe que o aprendizado modifique as variáveis governantes pela reflexão e pelo questionamento. d. As variáveis governantes permitem que o aprendiz se mantenha centrado, enquanto outros conceitos vão sendo modificados com a aprendizagem. e. A aprendizagem de laço duplo tem esse nome porque o aprendiz revê seus conceitos duas vezes. Referências bibliográficas BECK, C. (2017). Ciências Agógicas: as ciências da educação. Andragogia Brasil. Disponível em: https://andragogiabrasil.com.br/ciencias-agogicas/. Acesso em: 14 dez. 2019. CAVALCANTI, R. A. Andragogia: a aprendizagem nos adultos. Revista de Clínica Cirúrgica da Paraíba, n. 6, Ano 4, julho/1999. Disponível em: http://pt.slideshare. net/Vicentana/andragogia-a-aprendizagem-nos-adultos. Acesso em: 14 dez. 2019. KNOWLES, Malcolm S.; HOLTON, Elwood F.; SWANSON, Richard. Aprendizagem de resultados: uma abordagem prática para aumentar a efetividade da educação corporativa. Tradução: Sabine Alexandra Holler. Rio de Janeiro: Eselvier, 2011. MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. OLIVEIRA, Ari Batista de. Andragogia - a educação de adultos. Disponível em: http://www.diocese-braga.pt/catequese/sim/biblioteca/publicacoes_online/200/ ANDRAGOGIA.pdf. Acesso em 08/01/2020. Gabarito Questão 1 – Resposta: C Resolução: Conforme a criança vai crescendo, ela também vai amadurecendo e se tornando cada vez mais independente, de ação e de pensamento, por isso, o professor precisa se adaptar às novas necessidades e interesses. https://andragogiabrasil.com.br/ciencias-agogicas/ http://pt.slideshare.net/Vicentana/andragogia-a-aprendizagem-nos-adultos http://pt.slideshare.net/Vicentana/andragogia-a-aprendizagem-nos-adultos http://www.diocese-braga.pt/catequese/sim/biblioteca/publicacoes_online/200/ANDRAGOGIA.pdf http://www.diocese-braga.pt/catequese/sim/biblioteca/publicacoes_online/200/ANDRAGOGIA.pdf 3535 35 Questão 2 – Resposta: A Resolução: A promoção da interação e da troca de experiências entre alunos e professor acontece quando os alunos percebem o professor como parceiro que lhes auxiliam a aprender. Questão 3 – Resposta: C Resolução: A base do aprendizado por laço duplo é o questionamento e a reflexão das variáveis governantes, ou seja, teorias em uso, valores, suposições. 3636 Educação do jovem e do adulto Autora: Roberta Rotta Messias de Andrade Objetivos • Estudar o conceito e os pressupostos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). • Conhecer a Educação de Jovens e Adultos (EJA) no contexto brasileiro. • Conhecer a metodologia de alfabetização de adultos de Paulo Freire. 3737 37 1. Introdução A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino, destinada a jovens e adultos, que abrange todos os níveis da educação básica, criada com o objetivo de minimizar as desigualdades de formação educacional. PARA SABER MAIS As ideias de Paulo Freire foram de grande influência para a abordagem de ensino sociocultural em que se entende que a educação precisa formar educandos críticos a ponto de poderem modificar sua realidade. Para saber mais sobre esta abordagem de ensino, leia o livro de Maria da Graça Nicoletti Mizukami intitulado Ensino: as abordagens do processo. Fonte: MIZUKAMI, M. G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. Fala-se sobre a necessidade de promover a educação aos adultos desde a década de 1930, mas foi na década seguinte, 1940, que a EJA foi entendida como uma política pública de acesso à escolarização para adultos que não haviam terminado a educação básica. Nas décadas seguintes, foram criados diversos programas governamentais com o objetivo de promover, de maneira ampla, formação escolar para pessoas excluídas da escola e, consequentemente, aumentar o nível de escolaridade da população brasileira. Nesse período, o governo assumiu a responsabilidade por essa modalidade de educação, o que possibilitou a distribuição de fundos públicos para a manutenção de programas educacionais. 3838 Na década de 1960, o Ministério da Educação (MEC) organizou o Programa Nacional de Alfabetização de Adultos, que utilizou as ideias e orientações de Paulo Freire. Dentre essas orientações estava a ideia de que a educação de adultos nessa modalidade deveria ser crítica, voltada à transformação social, ao diálogo e ao entendimento do papel de protagonista dos educandos. Porém, durante o governo militar, essa e outras ações acabaram por desaparecer parcial ou completamente, em função das ações repressivas, pois as iniciativas existentes estavam relacionadas às ideias de Paulo Freire, para quem a educação é essencialmente política e libertadora. Em 1969 o governo criou o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), que funcionou até a metade da década de 1980, por meio de comissões municipais por todo o Brasil. Apesar de as comissões serem descentralizadas, a orientação, supervisão pedagógica e produção de material didático tinha um rígido controle central. A ideia do Mobral era o de alfabetizar apenas e quando o analfabetismo fosse erradicado, mas na década de 1970, ele teve de diversificar sua atuação e passou a oferecer uma condensação do curso primário da época, o que possibilitou o desenvolvimento de uma Educação de Jovens a Adultos mais organizada (PIERRO; JOIA; RIBEIRO, 2001). A estrutura restante do Mobral tornou-se Fundação Educar, que passou a apoiar iniciativas estaduais, municipais e da organização civil, que incorporaram educadores ligados à experiência da educação popular, até então realizadas prioritariamente na educação não formal. A Fundação Educar foi extinta na década de 1990 e não houve nenhum programa governamental de Educação de Jovens e Adultos até 1996, quando foi criado o Programa Alfabetização Solidária (PAS), que lembrava as campanhas das décadas de 1940 e 1950. Em 1998 foi criado o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), que visava a educação de adultos em áreas de assentamento. 3939 39 Mais tarde, nos anos 2003, foi criado o Programa Brasil Alfabetizado, que enfatizava o trabalho voluntário; em 2004, o programa foi reformulado e revisado. A Lei de Diretrizes Básicas da educação brasileira (LDB)/96, em seu artigo 37, define que a Educação de Jovens e Adultos é destinada às pessoas que não tiveram acesso ao ensino fundamental e médio ou não conseguiram completá-los em idade própria de forma gratuita e flexível, que possibilitasse a conclusão de seus estudos. A EJA foi criada visando alunos jovens a adultos que não tiveram oportunidade de concluir sua formação básica. De maneira geral, são alunos trabalhadores que deixaram a escola por motivos de ingresso no mercado de trabalho ou alta defasagem educacional. Em 2018, havia no Brasil quase 11,3 milhões de analfabetos entre pessoas com 15 anos ou mais, o que representava 6,8% da população. Esse número é menor do que o ano anterior, quando a porcentagem era de 6,9%; essa diferença diz respeito a 121 mil analfabetos a menos, segundo os dados do IBGE, divulgados pelo O Globo (2019). Em 2018, os dados do IBGE mostravam que 47,4% da população com 25 anos ou mais tinham completado, ao menos, o ensino médio (2019). Apesar de a quantidade de pessoas analfabetas ao longo do tempo ter diminuído, o Brasil ainda está longe de atingir a meta definida no Plano Nacional de Educação, no qual está definido que a taxa de pessoas alfabetizadas da população com 15 (quinze) anos ou mais até 2015 deveria ser de 93,5%. Atualmente, em 2019,segundo reportagem do Globo, essa taxa ainda é de 93,2%, ou seja, ainda abaixo da meta. As matrículas na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA), em 2018, foram de 3,5 milhões, o que representa uma queda de 1,5% em relação ao ano anterior, segundo o Estado de Minas (2019). 4040 Dentre as dificuldades encontradas pelos estudantes, pode-se destacar: excesso de trabalho e problemas familiares que prejudicam os estudos; escolas distantes da moradia ou do trabalho; ausência de exigência de escolarização nos empregos disponíveis; e aprendizado que não tem relação com a vida do aluno. A distância entre o que é ensinado e a aplicação na vida do aluno também é um dos motivos pelo qual ele larga a escola no período regular. Um dos grandes nomes da Educação de Jovens e Adultos é Paulo Freire. Ele foi um dos primeiros educadores a trazer a realidade do educando para a sala de aula com o objetivo de alfabetizá-los. Uma característica da EJA é a flexibilidade. A LDB/96 prevê que a educação formal esteja disponível gratuitamente e de forma apropriada, considerando as características dos alunos, sua condição de vida e de trabalho e seus interesses. Por isso, a oferta da modalidade de EJA tem uma grande variedade de possibilidades: ensino presencial ou a distância, cursos seriados ou modulares, material didático em módulos, avaliação em módulos ou por disciplinas. Pierro, Joia e Ribeiro (2001) escrevem que: As iniciativas de educação a distância dominantes são as que se realizam por televisão, em regime de livre recepção ou (muito raramente) recepção organizada, em telepostos que combinam reprodução de programas em vídeo, uso de materiais didáticos impressos e acompanhamento de monitor. (p. 62) O grande diferencial da EJA é a aceleração dos estudos, já que se leva, ao mínimo, a metade de tempo prevista à conclusão de um grau de ensino. No que tange ao controle do Ministério da Educação (MEC), os cursos de EJA que oferecem o ensino fundamental I deram continuidade aos programas de alfabetização e acabaram por ter mais liberdade, tanto do local de oferta (igrejas, escolas, centros comunitários...), quanto à 4141 41 duração. Pierro, Joia e Ribeiro (2001) alegam que essa liberdade deve ter ocorrido porque esses programas não representavam o término da educação básica, no entanto, os programas de ensino fundamental II tiveram que se submeter à regulação mais rígida. 2. Paulo Freire e EJA Paulo Freire foi o educador brasileiro de maior notoriedade mundial. Ele nasceu em 1921 em uma família de classe média em Recife; perdeu seu pai quando tinha 13 anos e passou a ter dificuldades econômicas. Formou-se em Direito, mas atuou profissionalmente no magistério; em 1963 foi preso e exilado, quando foi para o Chile e publicou sua obra mais emblemática: Pedagogia do Oprimido. Retornando ao Brasil ingressou na vida universitária, tornou-se secretário de educação de São Paulo; foi nomeado doutor honoris causa em 28 universidades em vários países e teve sua obra traduzida em mais de 20 idiomas. Morreu em 1997 de enfarte. Para Paulo Freire o objetivo da educação era conscientizar o educando para que ele pudesse se libertar de sua condição de oprimido; para Freire, a escola deveria formar criticidade no aluno e não continuar com a educação elitista e bancária, em que os professores depositavam seu conhecimento no aluno que acumularia esse conhecimento. Freire entendia que a educação deveria ser essencialmente política. Foi nesse contexto que ele desenvolveu um método de alfabetização de adultos, com o qual ensinou 300 pessoas a ler e escrever em 45 dias. Seu método consiste basicamente em relacionar a imagem ao som e à palavra. Ele percebeu isso, segundo sua viúva Ana Maria Araújo Freire (2006), com seu filho de dois anos; ele vira uma placa de Nescau na rua e começou a cantarolar a música da propaganda associando a palavra da placa com o alimento que ele consumia. 4242 A partir desse fato, ele começou a refletir sobre a lógica do que acontecera e elaborou um caminho cognitivo-epistemológico, chamado de método Paulo Freire de alfabetização. Ele primeiro testou seu método com sua então empregada doméstica, conhecida como mãe, de aproximadamente 50 anos. Em seu livro Educação como prática da liberdade, Paulo Freire propõe a aplicação de seu método em cinco fases, conforme esquema a seguir: Figura 2 – Fases do método Paulo Freire Fonte: elaborada pelo autor. A primeira fase é o “levantamento do universo vocabular dos alunos”. O objetivo desta fase é conhecer o grupo com o qual se trabalhará, conhecendo o grupo e estreitando a relação entre professor e aluno de maneira informal e carregada de emoções e sentimentos; essa aproximação permitirá maior interação entre professor e aluno, o que auxilia a aprendizagem. Nesse processo o educador precisa também anotar as palavras utilizadas pelo grupo de alunos. Esta etapa talvez seja a mais importante, pois é partir dela que todo o trabalho de alfabetização será feito a partir da realidade do aluno. A segunda etapa é a “escolha das palavras selecionadas do universo vocabular pesquisado”. Essa escolha não é aleatória, ela deve ser pensada por três critérios: riqueza fonética; dificuldades fonéticas em uma sequência gradativa de dificuldade; uso da palavra de forma que ela seja utilizada em uma determinada realidade social, cultural, política... Levantamento do universo vocabular dos alunos Escolha das palavras selecionadas do universo vocabular pesquisado Criação de situações existenciais Elaboração de fichas-roteiro Elaboração de fichas para a decomposição das famílias fonéticas 4343 43 A terceira etapa é a “criação de situações existenciais”. Neste momento, o educador precisa escolher situações típicas e desafiadoras do grupo de alunos para levar à sala de aula. Essas situações precisam ser carregadas de elementos que serão discutidos e decodificados pelo grupo com a ajuda do educador. Neste momento, o educador tem a chance de proporcionar aos educandos reflexão sobre a sua realidade. Na quarta fase, “elaboração de fichas-roteiro”, o educador precisa organizar fichas que o auxiliarão a promover o debate com seus alunos. Essas fichas devem servir de base, mas não podem ser rígidas para que o educador não corra o risco de cercear o pensamento do aluno. A quinta e última fase é a “elaboração de fichas para a decomposição das famílias fonéticas”. A partir dos vocábulos geradores, retirados da realidade do aluno, o educador deve utilizar slides, cartazes, fotografias, ou seja, diferentes materiais. Apesar do seu método de alfabetização, Paulo Freire pensava a educação como um todo e dizia que um professor engajado em uma prática transformadora procura desmistificar e questionar a realidade e levar seu aluno a refletir sobre sua condição para que consiga transformar sua realidade. Dessa forma, o professor procura criar em seus alunos condições para que a consciência ingênua seja superada e que se possa perceber as contradições da sociedade e dos grupos em que vivem. ASSIMILE O maior representante de educadores de adultos no Brasil foi Paulo Freire, que desenvolveu uma metodologia de alfabetização de adultos a partir da realidade dos educandos. 4444 A metodologia de Freire consiste basicamente em relacionar imagem e som com situações do dia a dia do aluno. Paulo Freire tinha como principal objetivo a alfabetização de adultos, necessidade ainda latente no Brasil, a fim de cumprir as metas definidas no Plano Nacional de Educação. A educação de jovens e adultos que não terminaram a escola no tempo adequado é apenas uma vertente da Andragogia. No entanto, pensar na aprendizagem de adultos à luz de Paulo Freire permite que entendamos a educação como um ato político, capaz de mudar a realidade daquele aluno. TEORIA EM PRÁTICA Por vezes, como professores, deparamo-nos com alunos com dificuldade em acompanhar o que está sendotratado em sala de aula simplesmente por não ter aprendido alguns conceitos base na escola. Da mesma forma é muito fácil, infelizmente, encontrarmos alunos que não conseguem entender o que leem e apenas reproduzem o está escrito no texto. Há ainda algumas vezes que podemos encontrar os chamados “analfabetos funcionais”. Essas dificuldades afetam a capacidade de o aluno aprender tanto pelo conteúdo em si, mas também pela questão emocional e de autoimagem negativa que ele pode ter. A partir do que você já estudou sobre a Andragogia, faça uma relação das fases da alfabetização propostas por Paulo Freire com os pilares da Andragogia. 4545 45 VERIFICAÇÃO DE LEITURA 1. Assinale a questão mais adequada aos preceitos Freirianos sobre educação: a. A educação é política e deve ser utilizada para que o aluno adulto alcance sua autonomia. b. A política envolvida na educação de adultos tem apenas o objetivo de permitir que melhore de vida, sem considerar a sociedade em que ele vive. c. O aluno adulto precisa conhecer conteúdos da educação formal, que não seria possível se não fosse aprendido na escola. d. Apenas o professor tem o conhecimento suficiente para instruir os alunos, crianças e adultos. e. A educação política proporcionada pela educação tem o objetivo de inserir o aluno no processo eleitoral. 2. O processo de alfabetização criado por Paulo Freire parte do cotidiano do aluno. Sobre as fases desse processo, é correto afirmar que: a. A fase de levantamento do universo vocabular dos alunos é determinada pela pesquisa sistemática da vida dos alunos a fim de conhecer sua realidade. b. A etapa de escolha das palavras selecionadas do universo vocabular pesquisado deve ser criteriosa e precisa levar em conta questões de fonética, seu uso e a possibilidade de utilizá-las para proporcionar reflexão sobre a realidade. 4646 c. A criação de situações existenciais consiste em escolher momentos da vida do educador que possa ser utilizada em sala de aula. d. A elaboração de fichas-roteiro é a organização das situações existenciais que auxiliarão o debate em sala; uma vez elaborada a ficha, essa não pode ser modificada. e. A quinta fase é a elaboração de fichas para a decomposição das famílias fonéticas, em que o educador separa os vocábulos e faz os alunos repetirem várias vezes para memorizá-los. 3. A metodologia de alfabetização de adultos desenvolvida por Paulo Freire tem relação com alguns pilares da Andragogia. Assinale a alternativa correta: a. A metodologia de Freire permite que o aluno entenda a necessidade daquele saber e se envolva mais no processo de aprendizagem podendo, assim, melhorar de vida e de amigos. b. O autoconceito do aprendiz analfabeto é alto e ele não precisa de nenhum estímulo para aprender. c. Ao partir das experiências dos alunos, Paulo Freire consegue articular a alfabetização com o dia a dia deles, possibilitando suas prontidões em aprender. d. A aplicação prática do que será aprendido ficaria mais clara se Paulo Freire partisse da experiência dos alunos para ensinar. 4747 47 e. A motivação do aprendiz para a aprendizagem está centrada justamente no incentivo do professor. Referências bibliográficas BRASIL. Conheça o Brasil – População. Educação. IBGE Educa. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/18317-educacao.html. Acesso em: 14 dez. 2019. FERREIRA, Paula. Brasil ainda tem 11,3 milhões de analfabetos. O Globo. Disponível em: https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/brasil-ainda-tem-113-milhoes- de-analfabetos-23745356. Acesso em: 14 dez. 2019. FREIRE, Ana Maria Araújo. Paulo Freire, uma história de vida. Indaiatuba: Villa das Letras Editora, 2006. FREIRE. Paulo. Educação como prática da liberdade. 34. ed. Paz e Terra: São Paulo, 2011. FREIRE. Paulo. Pedagogia do Oprimido. Paz e Terra: São Paulo, 2005. KNOWLES, Malcolm S.; HOLTON, Elwood F.; SWANSON, Richard. Aprendizagem de resultados: uma abordagem prática para aumentar a efetividade da educação corporativa. Tradução: Sabine Alexandra Holler. Rio de Janeiro: Eselvier, 2011. MODALIDADE EJA recebe 3,5 m ilhões de matrículas em 2018. Estado de Minas, 20 fev. 2019, Educação. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/especiais/ educacao/2019/02/20/internas_educacao,1032169/modalidade-eja-recebe-3-5- milhoes-de-matriculas-em-2018.shtml. Acesso em: 14 dez 2019. PIERRO, Maria Clara Di; JOIA, Orlando; RIBEIRO, Vera Masagão. Visões da Educação de Jovens e Adultos no Brasil. Cadernos Cedes, ano XXI, n. 55, novembro/2001, p. 58 – 77. STRELHOW, Thyeles. Breve história sobre a educação de jovens e adultos no Brasil. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n. 38, p. 49-59, jun. 2010. Gabarito Questão 1 – Resposta: A Resolução: A educação, para Paulo Freire, é essencialmente política, e deve proporcionar a emancipação do educando. https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/18317-educacao.html https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/brasil-ainda-tem-113-milhoes-de-analfabetos-23745356 https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/brasil-ainda-tem-113-milhoes-de-analfabetos-23745356 https://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/2019/02/20/internas_educacao,1032169/modalidade-eja-recebe-3-5-milhoes-de-matriculas-em-2018.shtml https://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/2019/02/20/internas_educacao,1032169/modalidade-eja-recebe-3-5-milhoes-de-matriculas-em-2018.shtml https://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/2019/02/20/internas_educacao,1032169/modalidade-eja-recebe-3-5-milhoes-de-matriculas-em-2018.shtml 4848 Questão 2 – Resposta: B Resolução: A etapa de escolha das palavras selecionadas do universo vocabular pesquisado deve levar em consideração as possibilidades de seguir com o questionamento da realidade dos alunos a fim de proporcionar reflexão, além de possibilitar a alfabetização. Questão 3 – Resposta: C Resolução: Ao partir das experiências dos alunos, Paulo Freire consegue articular a alfabetização com o dia a dia do aluno, possibilitando sua prontidão em aprender, a motivação e a orientação para a aprendizagem. 4949 49 Adultos em processo de formação continuada Autora: Roberta Rotta Messias de Andrade Objetivos • Pensar sobre a formação continuada como um processo vital para o desenvolvimento profissional. • Conhecer as principais ideias sobre educação continuada e suas possibilidades. • Refletir sobre possibilidades de atuação na educação continuada. 5050 1. Introdução Os tempos de hoje mudam tão rapidamente que temos cada vez mais a sensação de que estamos defasados, seja em relação às novas informações que surgem a cada dia, ou às tarefas que temos de executar. De fato, a cada dia aparecem novas ideias, conceitos, teorias, técnicas. A necessidade de se manter atualizado diante de tantas novidades é urgente; e cada vez mais difícil também. Não só pela quantidade de informação que se tem disponível, mas também pela quantidade de possibilidades de atualização, de artigos a cursos, passando por livros, congressos, entre outros. Essa necessidade de atualização constante sempre foi real, mas nos dias de hoje ela se torna mais do que fundamental. Uma maneira de se manter constantemente atualizado é por meio da formação continuada. PARA SABER MAIS Os cursos de graduação no Brasil são: bacharelados, licenciaturas e cursos superiores de Tecnologia. Todos eles permitem ao egresso prosseguir em seus estudos em programas de pós-graduação stricto senso, mestrado ou doutorado. 1.1 Formação continuada Falar em formação, de maneira ampla, significa falar em desenvolvimento, o que pressupõe continuidade. Pode-se dizer que a formação continuada é uma formação constante ao longo da vida. 5151 51 Quando se fala em formação, costumeiramente, se pensa em um curso específico para uma profissão: no ensino superior seria a graduação, na educação profissional seriam os cursos técnicos. A esse primeiro “treino” parauma profissão chamamos de formação inicial. São sobre os conhecimentos adquiridos nela que os novos, adquiridos na formação continuada, serão alicerçados. Assim, formação continuada é entendida como a formação após essa primeira etapa, como a pós-graduação, normalmente ligada à nossa atuação profissional. Fazer um curso de pós-graduação ligado à sua área de conhecimento é uma maneira formal de educação. O importante em uma formação continuada é que haja intencionalidade por parte do educando em aprender, o que está diretamente relacionado a alguns pilares da Andragogia que vimos até o momento: necessidade de saber, prontidão para aprender, orientação para aprendizagem e motivação. No entanto, a intencionalidade da aprendizagem sozinha não garante o sucesso de uma formação continuada; se não tivermos meio de colocar em prática o que foi aprendido, esse novo conhecimento tenderá a cair no esquecimento. Quantas vezes, em nossas profissões, vimos alguma coisa que nos chamou a atenção, como uma nova técnica, conceito ou instrumento, e quando retornamos para o dia a dia não conseguimos colocá-lo em prática e ele caiu no esquecimento? De acordo com Christov (2003), para que um programa de formação continuada ocorra com sucesso, é preciso pensar em três aspectos: 1. Um contexto de trabalho – instituição, empresa, cidade etc. 2. Compreensão de que o programa apenas não será responsável por todas as melhoras. 3. Condições para a viabilização de melhorias – vontade dos envolvidos, recursos financeiros e organização do trabalho. 5252 Por vezes, quando há ausência do contexto de trabalho em programas de formação o educando pode entender que aquele novo conhecimento não será aplicado e, portanto, pode se fechar a ele. Outras vezes, a empresa acredita que um programa de formação feito por seus funcionários vai melhorar sua empresa, mas sem que haja o terceiro quesito nenhum programa terá o efeito esperado. As condições para viabilizar as melhorias podem ser o item mais importante, pois sem vontade dos envolvidos, funcionários e chefes, nenhuma mudança será efetiva; se houver vontade ,e não recursos, as mudanças também não serão efetivas. Da mesma forma, se houver vontade e recursos, mas a organização do trabalho se mantiver a mesma, pode ser que o resultado esperado também não seja atendido. A formação continuada pode acontecer por meio da educação formal ou da educação não formal. A primeira diz respeito a programas formais oferecidos por escolas e instituições de ensino superior, eles têm objetivos específicos, seguem uma diretriz educacional com currículos e possuem supervisão de um órgão superior, no caso do Brasil, o Ministério da Educação. A educação não formal é mais flexível, não há um currículo a ser seguido e pode ser oferecida por inúmeras instituições, educacionais ou não educacionais. Nesse escopo têm-se as mais variáveis formas, desde cursos estruturados, como treinamentos, até palestras, discussões, pesquisas, entre outros. O fato é que para estarmos sempre nos formando ou nos desenvolvendo, temos à disposição diversas possibilidades. Andrade (2011) estudou o desenvolvimento profissional docente de professores de cursos superiores de tecnologia. No que tange à fonte para esse desenvolvimento, ela percebeu que as respostas foram bastante variadas. As fontes de atualização mais comuns utilizadas pelos professores estão destacadas a seguir: 5353 53 Quadro 1 – Desenvolvimento profissional de professores de cursos superiores de tecnologia 1 A experiência e a prática profissional adquirida. 2 A observação atenta do desenvolvimento dos alunos com os quais trabalho. 3 A troca de ideias com os colegas no grupo de trabalho. 4 A formação escolar de base que recebi. 5 Consulta a livros e revistas especializadas. 6 As reuniões de planejamento da Instituição. 7 Minha experiência pessoal e familiar. 8 As orientações pedagógicas fornecidas em cursos. 9 A observação do comportamento dos colegas. 10 A participação em seminários e congressos sobre Educação. 11 Os cursos de atualização promovidos pela direção da Instituição. 12 As publicações voltadas para a Educação Superior. Fonte: Andrade (2011). A experiência foi a principal fonte de atualização dos professores. Esse fato corrobora com o que vimos nas aulas anteriores. A educação de adultos deve partir da experiência, não à toa ela é o elo mais importante em programas pensados para adultos. A segunda fonte de desenvolvimento profissional docente foi a observação atenta de seus alunos. Da mesma forma que a primeira, a segunda fonte também é relacionada com a prática docente. Novamente, é preciso pensar que qualquer possibilidade de formação continuada de adultos precisa partir do contexto do trabalho. A terceira e a nona fonte de desenvolvimento estão relacionadas à coletividade: troca de ideias com os colegas no grupo de trabalho e a observação do comportamento dos colegas. A observação é uma forma de interação entre as pessoas, ainda que sem palavras. 5454 A formação continuada ocorre na interação e na troca de experiências, portanto, a coletividade é fator essencial no planejamento de programas formais ou não formais. Da mesma forma, as possibilidades de formação continuada precisam promover reflexão nos educandos; é por meio dela que as práticas, conceitos, experiências serão revisitadas e, possivelmente, ressignificadas, contribuindo assim para a aprendizagem e para o desenvolvimento profissional. Dentre as outras fontes de desenvolvimento, podemos ainda destacar: experiências sociais fora do ambiente de trabalho (formação escolar recebida, experiência pessoal e familiar); situações promovidas no próprio trabalho (reuniões de planejamento da instituição, orientações pedagógicas fornecidas em cursos, cursos de atualização promovidos pela direção da instituição); e outras fontes de conhecimento (consulta a livros e revistas especializadas, participação em seminários e congressos sobre Educação e publicações voltadas para a educação superior). Os cursos oferecidos com o objetivo de promover a educação continuada também são bastante variáveis, segundo Andrade (2011). Pouco mais da metade dos professores questionados alegaram ter feito algum tipo de curso nos últimos dois anos com cargas horárias que variavam entre 8 a 80 horas. Isso mostra que a formação continuada pode ser de inúmeras formas, desde que seja intencional e promova interação entre as pessoas e reflexão sobre suas práticas. 2. Desenvolvimento profissional docente A formação continuada está relacionada a programas de formação, nos quais buscamos novos conhecimentos, mas o desenvolvimento profissional é mais amplo do que apenas a educação formal. 5555 55 Podemos encontrar diversos conceitos de desenvolvimento profissional, pois ele tem se modificado ao longo do tempo conforme a evolução da compreensão sobre o assunto. Carlos Marcelo (2009) considera o desenvolvimento profissional como um processo a longo prazo, no qual se integram diferentes oportunidades e experiências que promovem o crescimento profissional. Nesse processo, desenvolvido no local de trabalho, tem-se momentos coletivos e individuais; o importante é que eles contribuam para o desenvolvimento de competências profissionais por meio de diferentes experiências, formais ou informais. Nos processos formais, como vimos, temos os cursos promovidos por instituições. Já os processos informais acontecem no dia a dia, por meio da reflexão que fazemos de nossas ações e ideias. Para os professores, Carlos Marcelo (2009) explica que as experiências e práticas são condições essenciais para o desenvolvimento profissional. Para a experiência, ele afirma que são três as categorias que influenciam crenças e conhecimento dos professores: as pessoais; as baseadas em conhecimento formal (entendido como aquele que é trabalhado na escola); e a experiência escolar de sala de aula. O elemento prática tambémpossui três elementos, para o autor: conhecimento para a prática, conhecimento na prática e conhecimento da prática. Os conhecimentos para a prática, segundo o autor, são aqueles que trazemos dos processos formais, principalmente os cursos de formação inicial. Os conhecimentos na prática e o conhecimento para a prática relacionam-se com o local de trabalho, especialmente com a interação com colegas e alunos, quando são percebidas necessidades de aperfeiçoamento profissional. 5656 Carlos Marcelo (2009) explica que o desenvolvimento profissional docente possui sete características: é um processo de longo prazo; baseia-se no construtivismo; ocorre em contextos concretos; relaciona-se com os processos de reforma da escola; é um processo colaborativo; pode adotar diferentes contextos e formas; e envolve reflexão na prática e sobre a prática. Ser um processo a longo prazo é uma das características mais marcantes do desenvolvimento profissional. Aprendemos ao longo do tempo com as experiências que temos, principalmente se elas foram relacionadas aos conhecimentos prévios que já temos, ou seja, refletimos sobre a nova experiência e a relacionamos com outras vividas ou conceitos aprendidos anteriormente. O desenvolvimento é construído pelo professor de forma ativa quando realiza tarefas relacionadas ao ensino (planejamento, observação, reflexão, processos administrativos). Começamos a lecionar com várias dúvidas de como atuar; conforme passamos por diferentes experiências, vamos nos desenvolvendo. O profissional tem de estar aberto às novas aprendizagens e à observação atenta de sua ação. Na observação atenta e cuidadosa dos alunos, o professor percebe quais estratégias estão sendo mais bem recebidas e quais precisam ser revistas. A cada período letivo, o professor do ensino superior reelabora seu plano de ensino, revisando seus objetivos educacionais e estratégias de aula, refletindo sobre suas práticas. Essa ação, muitas vezes inconsciente, coloca o professor no papel ativo da sua própria aprendizagem. O contexto concreto diz respeito às formas de contratação, jornadas de trabalho, recursos materiais e humanos. Situações que variam em cada instituição. Cada experiência nos proporciona aprendizado, que, por sua vez, contribui para o nosso desenvolvimento profissional. 5757 57 O contexto concreto leva à característica proposta por Carlos Marcelo (2009) de que o desenvolvimento profissional se relaciona com os processos de reforma da escola. Sempre que a instituição muda, por qualquer que seja o motivo, as relações de poder e de trabalho são afetadas. A cada mudança, é preciso se adequar à nova realidade, aprendendo a agir de novas maneiras, reorganizando as formas de trabalho. O desenvolvimento profissional é um processo colaborativo; acontece em diversas situações nas quais o professor se relaciona com alunos, com os colegas ou com instâncias administrativas da coordenação da instituição. Pelo que vimos até agora, podemos perceber que o desenvolvimento profissional ocorre em diferentes contextos e formas. Portanto, não existe um modelo que dê conta de proporcionar o desenvolvimento do docente a contento em todas as realidades. Parece óbvio, mas quando estamos em cursos de formação continuada, muitas vezes, os docentes buscam “receitas” de como agir. Isso não é possível, pois depende de sua experiência anterior, do local onde trabalham, de sua formação e de seus conhecimentos prévios. Apesar de precisarmos de outras pessoas para aprendermos sobre o mundo que nos cerca, precisamos de momentos individuais, quando podemos refletir sobre o que foi vivido. Cada experiência vivida tem um significado diferente para cada pessoa; não podemos aprender com a experiência do outro. Isso faz com que o desenvolvimento seja pessoal, individual. Para que a experiência seja uma fonte de aprendizagem do docente, ele precisa ter certo envolvimento do profissional; a aprendizagem e o desenvolvimento dependem da “implicação afetiva” de cada um em determinada situação. 5858 Parte do processo individual do professor relaciona-se com a reflexão sobre sua própria prática. Essa reflexão permite ao professor aprender cada vez mais, recorrendo a conhecimentos e a experiências vividas. O processo de reflexão para o desenvolvimento profissional tem sua base nos escritos de Schön (1992), que desenvolveu a proposta de profissional reflexivo, no qual estão envolvidos três conceitos interdependentes: o conhecimento-na-ação, a reflexão-na-ação, e a reflexão sobre a ação e sobre a reflexão-na-ação. O conhecimento na ação é o componente inteligente que orienta a atividade humana e se manifesta no saber fazer e saber explicar o que se faz. Ao mesmo tempo em que se faz uma ação, pode-se pensar nela, em um processo de diálogo; essa seria o que Schön chama de reflexão-na-ação. Esta reflexão pode ser considerada o primeiro espaço de confronto entre a realidade prática e a teoria aprendida, podendo nascer, a partir daí, uma nova teoria, conceito ou esquema. A reflexão sobre a ação e a reflexão-na-ação ocorrem após a prática, é um momento de avaliação do que aconteceu. O professor pode modificar sua compreensão daquela experiência e, assim, reconstruir sua prática. Para isso, é necessário haver uma avaliação cuidadosa de suas ações, procedimentos, estratégias. Assim, o desenvolvimento profissional docente é um processo de longo prazo que ocorre de forma contextualizada e em um tempo específico. Em cada experiência que vive, curso que frequenta ou relação que estabelece ao longo da vida, o docente está se desenvolvendo. Dessa forma, a formação continuada está relacionada a programas de formação, nos quais buscamos novos conhecimentos, enquanto o desenvolvimento profissional é mais amplo; diz respeito a todas as experiências do docente que o permitem melhorar como pessoa ou como profissional. 5959 59 TEORIA EM PRÁTICA Por vezes, somos chamados a elaborar programas de capacitação de profissionais em diferentes contextos, educacionais ou em empresas. A partir disso, o que deve ser considerado no desenvolvimento desse programa para que ele seja proveitoso para o desenvolvimento profissional dos funcionários e para a empresa? VERIFICAÇÃO DE LEITURA 1. Quais pilares da Andragogia podem ser relacionados à intencionalidade de um adulto em se desenvolver continuamente? a. Motivação, orientação para a aprendizagem, prontidão para aprender e necessidade de saber. b. Motivação, necessidade de saber, papel das experiências e prontidão para aprender. c. Motivação, orientação para a aprendizagem, necessidade de saber e autoconceito do aprendiz. d. Motivação, orientação para a aprendizagem, necessidade de saber e papel da experiência. e. Motivação, orientação para a aprendizagem, autoconceito do aprendiz e prontidão para aprender. 6060 2. Sobre formação continuada, escolha a alternativa adequada: a. A formação continuada pode ter diversas fontes, e as que mais têm sucesso são as feitas no mesmo lugar em que o educando trabalha. b. A formação continuada pode ter diversas fontes, mas apenas os cursos formais podem proporcionar real desenvolvimento. c. A formação continuada pode ter diversas fontes e todas são importantes desde que possibilitem desenvolvimento. d. A formação continuada tem diversas fontes e apenas as que são feitas fora do contexto de trabalho são importantes. e. A formação continuada pode ter diversas fontes, mas apenas as que são de fontes informais proporcionam melhor reflexão sobre a própria prática. 3. A formação continuada precisa promover a reflexão e a interação entre as pessoas. Isso se justifica em função de: a. A reflexão é resultado da interação entre pessoas e só pode ser atingida se o educando tiver capacidade de estudar por conta própria b. A reflexão é resultado de estudos aprofundados por meio de cursos e leituras. 6161 61 c. A interação promove troca de
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