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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE – UNICENTRO SETOR DE CIENCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS CAMPUS CEDETEG CURSO DE AGRONOMIA EDUARDO DIAS DALLASTRA GEOVANE MUZZOLON JOÃO RAFAEL MARCZAL Tecnologia de Produtos Agropecuários PRATICA DE GELEIA DE MORANGO GUARAPUAVA 2020 EDUARDO DIAS DALLASTRA GEOVANE MUZZOLON JOÃO RAFAEL MARCZAL TECNOLOGIA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS Relatório elaborado para a disciplina de Tecnologia de produtos agropecuários, do curso de Agronomia, da Universidade Estadual do Centro-Oeste – Campus CEDETEG, como requisito parcial de avaliação. Professor: João M. Folador Rodriguez GUARAPUAVA 2020 1. INTRODUÇÃO A fabricação de geleia é o processamento de frutos e ou sucos ou extratos aquosos de frutos, podendo apresentar pedaços de frutas inteiras com variadas formas, sendo o preparo a base de frutas e açúcar com ou sem adição de água de pectinas e ácidos e outros ingredientes. Onde as geleias de frutas devem ser designadas como “geleias de ...” (BRASIL, 2001). Para a conservação de frutas com a dição de açúcar onde deve receber um tratamento adicional para a conservação. Um exemplo desse tipo de alimento, são as geleias de frutas que são obtidos pela cocção de frutas em diferentes formas das frutas com açúcar e agua, obtendo uma forma gelatinosa. Também deve ser coloração e odor natural da fruta sem adição de corantes e aromatizantes, podendo ser adicionado pectina e acidulantes para correção de qualquer deficiência que a fruta possa apresentar. E a consistência deve ser semissólido, e podendo ser elaborado com mais de um tipo de fruta e designada com simples ou mista (XAVIER, M. W. R, et al. 2018). A produção de geleia de morango é uma atividade que pode ser rentável para pequenos produtores e assim dessa forma a produção artesanal desse tipo de produto estimula pelo fato de que é um emprego das frutas que não seriam aceitas para consumo e assim dando um destino a produção. Diante disso verificou através de estudos por parte de pesquisas de alunos e professores para a melhor forma de se processar as frutas (VALE, B. S. A. 2011). 2. MATÉRIAIS E MÉTODOS Foram lavadas em água corrente as embalagens de envase, logo após foram higienizadas permanecendo por 15 minutos em água clorada 20ppm. A fruta foi descongelada (morango). A formulação foi calculada de acordo com a quantidade final de produto desejada. A formulação para a produção de geleia é: Polpa 50%, sacarose 42%, glicose 6,8%, ácido cítrico 0,2% pectina 1%. Adicionou-se a uma panela de tamanho suficiente a polpa (20 kg), sacarose (16,8 kg), glicose (2,72 kg) e ácido cítrico (0,08 kg ou 8 g), separou-se um pouco da sacarose para adicionar misturado com a pectina, para colaborar na sua dissolução. Concentrou-se a mistura até 55° Brix. Após atingido o Brix desejado adicionou-se o “pré-mix” de pectina (0,4 kg de pectina + sacarose). Continuou-se a concentração até atingir 68-70°Brix. Após atingir o ponto desejado, foi realizado o envase a quente (superior a 85°C), as embalagens foram fechadas e foi realizada a inversão (3-5 minutos) das mesmas. A seguir foram resfriadas e assim foi finalizado o preparo do produto, tendo um rendimento de 40 kg de geleia. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES O mecanismo de formulação do gel consiste em adicionar pectina, água e açúcar, sendo muito importante, pois é necessário dissolver toda a pectina a fim de se obter o efeito desejado e aproveitar toda a sua capacidade de formação de gel Pectina é um polissacarídeo que, juntamente com a celulose e hemicelulose, formam o material estrutural das paredes celulares dos vegetais. As frutas maduras geralmente possuem menos pectina que as imaturas. O processo de congelamento das frutas tende a diminuir o seu teor de pectina. As frutas geralmente apresentam em sua composição a pectina de alto teor de metoxilação. As soluções dessa pectina só formam gel quando as concentrações de ácido e açúcar do meio estão nas quantidades ideais para permitir a interação entre as moléculas de pectina (pH entre 2.7 e 3.6 e concentração de sólidos entre 64 a 71. O ácido, que é necessário para a formação de gel, quando em falta na fruta, poderá ser adicionado (até certo limite). A vantagem de se trabalhar com frutas com alto teor de acidez é que uma matéria prima com acidez de 0,1 a 0,5% resulta numa economia de açúcar de aproximadamente 20%. O ácido cítrico adicionado, além de auxiliar na formação do gel pela remoção de cargas da molécula de pectina, promove, com o auxílio do aquecimento, a formação de açúcar invertido no meio gerando glicose e frutose, carboidratos mais solúveis que a sacarose que irão evitara cristalização do produto final. Devido a essa formação, a adição de glicose deve ser controlada para que não haja prejuízos na formação do gel. O ácido deve ser adicionado no final do processo e é necessária para abaixar o pH e dar um gel satisfatório, pois a pectina, quando sujeita ao calor em meio ácido, sofre hidrólise perdendo totalmente o poder geleificante Os açúcares, além de fonte energética, atuam como agentes de sabor, de escurecimento (reações das carbonilas), controladores da atividade de água e agentes modificadores da textura dos alimentos. Dentre as várias propriedades dos açúcares, a caramelizarão é uma das reações mais relevantes na elaboração de geleia de frutas. A quantidade de água no processamento não pode exceder a 20%, para evitar escurecimento, perda de sabor e aroma devido o cozimento excessivo, sendo assim, adicionasse água apenas quando a fruta precisa de um cozimento prévio para facilitar a dissolução do açúcar. O produto final apresentou características físicas e sensoriais típicas de geleia de morango como gosto e odor característicos, cor, boa espalhabilidade e um gel de média viscosidade, sendo macia ao cortar, porém, firme, com sabor ácido e doce a o mesmo tempo. A geleia de frutas se mostrou produto de fácil preparo, que exige de poucos recursos tecnológicos e podem ser preparadas com frutas que seriam descartadas por estarem machucadas ou amassadas, porem em boas condições de consumo, nunca frutas podres. Sua produção se feita e acordo com as boas práticas de fabricação oferece um produto com características sensoriais agradáveis, com qualidade e segurança ao consumidor. 4. CONCLUSÃO A partir das pesquisas realizadas é possível concluir que a geleia de fruta é um produto importante nas indústrias de conservas, embora no país, o consumo não seja tão elevado, é um produto de fácil preparo, de alta aceitabilidade e economicamente viável. Através dos procedimentos relatados, foi possível obter um produto (geleia de morango chileno) com ótimas características sensoriais, físico-químicas e microbiológicas. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS BRASIL. Legislação brasileira para geleias de frutas. Resolução normativa n°15/78, extraída do compendio da legislação de alimentos, ABIA 2001. Disponível em: http://www.ufrgs.br/afeira/produtos/hortalicas/geleia-de- pimentao/legislacao. Acesso em: 07 de Nov. de 2020. VALE, Bruno Sancler Alves. Resgate de saberes populares no ensino de Química: produção artesanal de geléia de morango. 2011. Disponível em: https://bdm.unb.br/handle/10483/1735. Acesso em: 07 de Nov. de 2020. XAVIER, M. W. R. et al. Conservação de Frutas a Partir da Produção de Geleias: uma Revisão da Literatura. International Journal of Nutrology, v. 11, n. S 01, p. Trab259, 2018. Disponível em: https://www.thieme- connect.com/products/ejournals/abstract/10.1055/s-0038-1674556. Acesso em: 07 de Nov. de 2020.
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