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@medemepenho 1 Farmacologia II- 2º Estágio Por Monizy Moreira ANALGÉSICOS DOR Experiência subjetiva e difícil de definir; Presente em diferentes patologias e seu controle é um dos principais objetivos terapêuticos; Diferencia-se da nocicepção, que está estritamente relacionada a percepção de estímulos nocivos, sem componentes emocionais (afetivos) da dor LESÃO TECIDUAL x LESÃO NEURONAL (dor neuropática). NOCICEPÇÃO AGUDA E LESÃO TECIDUAL NOCICEPÇÃO AGUDA: associa-se a atividade de impulsos em fibras aferentes primárias de pequeno diâmetro (com pouca mielina) em nervos periféricos; LESÃO TECIDUAL: Leva a liberação de um fator, como prostaglandinas (PG), bradicinina (BK) e citocinas, que atuam sobre terminações nervosas, seja ativando-as diretamente, ou potencializando sua sensibilidade. As fibras aferentes nociceptivas entram na medula espinal e conectam-se a vias de projeção até o tálamo córtex somatossensitivo, além de áreas afetivas e cognitivas. O tráfego contínuo de sinais provoca ativação de vias facilitadoras espinais, ampliando o grau de ativação do cérebro por um determinado estímulo; HIPERALGESIA: aumento da intensidade da dor associada a estímulo nocivo leve. DOR NEUROPÁTICA: Não está relacionada com qualquer lesão de tecido periférico- é desencadeada por alterações anatômicas e bioquímicas complexas no nervo e na medula espinal que causam dores espontâneas e alodinia, dor provocada por estímulo não nocivo; Esse estado doloroso parece depender da ativação dos aferentes sensoriais de limiar baixo (fibras Abeta). VIAS INIBITÓRIAS DESCENDENTES Do sistema nervoso para a periferia. Via que auxilia no controle dos impulsos no corno posterior da medula espinal; Área cinzenta periaquedutal (CPA): localizada no mesencéfalo que ao ser estimulada eletricamente é capaz de produzir analgesia; Projeções da CPA estimulam o bulbo rostroventral que, por sua vez, inibe os neurônios espinotalâmicos que conduzem o sinal doloroso. Essa via tenta inibir a entrada da percepção dolorosa (via fisiologicamente analgésica). O GABA inibe essa via (pois ela só é ativada em momentos específicos). CLASSES FARMACOLÓGICAS OPIOIDES: Ópio: obtido a partir da papoula (Papaver somniferum), é utilizado pela humanidade há milhares de anos tanto com finalidades sociais (promotor de euforia) quanto medicinais (analgésico e antidiarreico); 1806: ocorreu o primeiro isolamento da morfina (a partir do ópio); Além dos notáveis efeitos benéficos, dependência de efeitos adversos também são conhecidos há bastante tempo o que impulsionou a busca por analgésicos opioides sintéticos. São eles: morfina, codeína, oxidocona, meperidina (petidina) e fentanil. Associação entre opióide e um AINE. RECEPTORES OPIÓIDES: Somente na década de 1950 foi proposto que o efeito analgésico de opioides ocorreria através da interação com receptores específicos; Evidências farmacológicas apontaram para a existência de três receptores opioides: mu (μ), kappa (k) e delta; Um quarto receptor, o ORL, foi clonado com base na sua homologia estrutural com outros membros da família; Receptores opioides estão distribuídos pelo cérebro e medula espinal. São GPCRs, princpamente do tipo G/Go. “Por que temos receptores para substâncias da papoula em nosso corpo? @medemepenho 2 Farmacologia II- 2º Estágio Por Monizy Moreira Em 1970 começaram a ser descritos ligantes fisiológicos, os peptídeos opioides endógenos: as endorfinas, as encefalinas e as dinorfinas. EFEITO ANALGÉSICO DOS OPIOIDES: Existem locais de ação supraespinais e espinais; Na ação supraespinal (mais especificamente na área cinzenta pereaquedutal-CPA): a ativação de receptores opioides mu (μ) na membrana de interneurônios GABAérgicos tonicamente ativos resulta na ativação de uma via descendente inibitória da dor (1). Na ação espinal: acontece na própria medula. Quando o opioide ativa esse receptor do tipo mu (μ) na fibra que está conduzindo a percepção dolorosa, tem-se como consequência a inibição de canais de Ca2+ alterados por voltagem. O canal de cálcio no terminal pré-sináptico é importante para estimular a exocitose do neurotransmissor, e ao fechá-lo, menos cálcio entra, impedindo ou dificultando a saída do neurotransmissor. Quando se tem a ativação do receptor do tipo mu (μ) no receptor de segunda ordem, tem-se a abertura de canais de K+. O potássio é um íon que está mais concentrado dentro da célula, então ao abrir o canal para o potássio, ele vai sair (efluxo). Desse modo, a célula sofre hiperpolarização. Isso é importante porque a condução da informação vai estar dificultada e irá dificultar a entrada do sinal doloroso. OUTROS EFEITOS DE OPIOIDES: EUFORIA: Receptores mu (μ)- A morfina causa sensação de euforia (contentamento e bem-estar), útil para os efeitos analgésicos por reduzir ansiedade e agitação (lembrar que heroína também é um opioide); Também pode ocorrer disforia: receptores kappa (k), um estado desagradável, caracterizado por inquietação e mal-estar (BAD). DEPRESSÃO RESPIRATÓRIA Os analgésicos opioides podem produzir depressão respiratória significativa ao inibirem os mecanismos respiratórios do tronco encefálico; Consiste na causa principal de morbidade secundária ao tratamento com opioides (mortes por intoxicação quase sempre se devem à parada respiratória ou à obstrução respiratória). DEPRESSÃO DO REFLEXO DA TOSSE: A codeína suprime a tosse em doses subanalgésicas (ação antitussígena), por um mecanismo central não relacionado aos seus efeitos analgésicos, contudo ainda não totalmente esclarecido; Codeína normalmente também é empregada em dores leves a moderadas (Tylex- codeína + paracetamol; Codaten- codeína + diclofenato sódico). TRATO GASTRINTESTINAL: Os receptores opioides distribuem-se nos neurônios entéricos entre os plexos mioentéricos e submucoso, e sua ativação resulta em aumento do tônus e redução da motilidade; Estimativas sugeriram que 40-95% dos pacientes tratados com opioides tenham constipação (efeito adverso mais comum). TOLERÂNCIA FARMACOLÓGICA: Necessidade de doses crescentes de opioides para obter analgesia observada no início do tratamento; Dessensibilização; Estende-se a maioria dos efeitos farmacológicos dos opioides incluindo analgesia e depressão respiratória, mas afeta bem menos as ações constipantes. O único efeito que não sofre tolerância farmacológica: constipação. ANTAGONISTA OPIOIDE O antagonista opioide puro, naloxona, é derivado da morfina e apresenta afinidade elevada pelos receptores μ; Quando administrado na ausência de agonistas, esse agente é inerte, porém se for administrado por via intravenosa a um indivíduo tratado com morfina, é capaz de reverter os efeitos por completo dentro e poucos minutos; A naloxona se liga ao receptor μ e não permite a sua ativação. Sua principal aplicação consiste no tratamento da superdosagem aguda de opioides. @medemepenho 3 Farmacologia II- 2º Estágio Por Monizy Moreira Vantagem da associação: AINE + Opioide O AINE vai inibir a produção de mediadores inflamatórios (ex: protaglandinas), dificultando a condução de informação dolorosa. TRATAMENTO DA DOR NEUROPÁTICA A dor neuropáica, dor grave e debilitante que ocorre em condições como a neuralgia do trigêmeo e neuropatia diabética, normalmente são consideradas resistentes aos opióides; Diversos fármacos não-opioides foram descritos como eficazes sobre a dor neuropática, muitas vezes resultado de observações casuais; ANTIDEPRESSIVOS TRICICLÍCOS (inibir receptação de serotonina e norepinefrina): amitriptilina,nortriptilina e desipramina; IRSN (diminui a atividade neural): duloxetina e venlafaxina; ANTICONVULSIVANTES (diminui a atividade neural): gabapentina, carbamazepina e fenitoína; ANESTÉSICO LOCAL (inibir a condução de informação): lidocaína.
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