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3 Processo de Producao de material didatico para a EaD

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Prévia do material em texto

Cuiabá, 2010
Oreste Preti
PRODUÇÃO DE 
MATERIAL DIDÁTICO 
IMPRESSO:
ORIENTAÇÕES TÉCNICAS 
E PEDAGÓGICAS
PROCESSO DE PRODUÇÃO
DO TEXTO DIDÁTICO
É na fala do educador, no ensinar (intervir, devolver, 
encaminhar), expressão do seu desejo, casado com o 
desejo que foi lido, compreendido pelo educando, que 
ele tece o seu ensinar. Ensinar e aprender são movidos 
pelo desejo e pela paixão (Madalena Freire, 1999).
Existe diferença entre um modelo pedagógico baseado 
na aprendizagem [focado na pessoa que aprende, cujo 
sentido é educar] e um modelo pedagógico que se sus-
tenta fundamentalmente no ensino [focado na pessoa 
que ensina, cujo propósito é somente ensinar].
Mencionamos, na primeira unidade, que na Educação a Distân-
cia, tradicionalmente, foram seguidos dois caminhos para apoiar o estu-
dante no processo de aprendizagem: a produção de texto didático especí-
fico ou a elaboração do Guia de Estudo.
3
Figura 4 - Caminhos na elaboração do texto de apoio à aprendizagem do estudante na EaD
62 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
A elaboração de Guia de Estudo é prática usual em cursos de pós-
graduação, pelo perfil dos estudantes e pelas características dos cursos 
com foco numa formação acadêmica mais densa. O professor seleciona 
uma obra de referência (texto-fonte), ou partes de uma obra ou de dife-
rentes obras, e elabora o Guia de Estudo, em que orienta o estudante 
sobre o percurso da disciplina, as leituras a serem realizadas e as respecti-
vas atividades de aprendizagem.
Aqui no Brasil, a produção do texto específico é prática mais 
comum nas instituições que oferecem cursos a distância. Por isso, trata-
rei deste segundo caminho.
Encontramos em algumas instituições de EaD a prática de o 
professor-autor elaborar, juntamente com o Texto Didático, o Guia 
Didático. Por quê? 
O Guia Didático não é elaborado para dar suporte ao estudante, 
mas para orientar o professor que irá utilizar o texto didático para ensi-
nar. Daí nomeá-lo de Guia Didático. Nele, o autor apresenta o texto, 
justifica a escolha dos temas e da abordagem, indica leituras comple-
mentares (textos, filmes, sites) que podem ser propostas aos estudantes, 
elabora atividades de aprendizagem, sugere estratégias didáticas, ofere-
ce orientações gerais sobre como proceder no uso do texto, etc.
Por onde começar?
Em nossa prática docente, no início do ano ou da oferta de nova 
disciplina, geralmente começamos definindo os temas a serem desenvol-
vidos em sala de aula (conteúdo, ementas), preparamos ou selecionamos 
textos para cada tema, redigimos os objetivos. O Plano de Ensino está 
pronto. Mais tarde, elaboramos as atividades de avaliação, não é?
Queremos propor-lhe um desafio. Experimente fazer outro cami-
nho. Defina os objetivos e elabore atividades de aprendizagem com as 
respectivas respostas ou comentários às possíveis respostas que o estu-
dante poderá dar. Somente depois, defina as unidades temáticas e come-
ce a redigir o texto.
Segundo Jesus Martin Cordero (1999), este segundo caminho, 
em relação ao primeiro, típico de professores do ensino presencial, 
apresenta vantagens, entre elas:
- deixar o texto para o 
final evita tentações de 
“sair da trilha”;
- escrever as atividades 
de autoavaliação logo 
após os objetivos faz 
com que o autor se 
63Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
centre mais nos objetivos e que todos os objetivos sejam aborda-
dos nas atividades;
- escrever as respostas das atividades antes do texto significa 
que as repostas vão ser verdadeiras respostas. Você pode 
incorporar às respostas informações que, de outro modo, 
teriam que ir no texto. Assim, parte do ensino pode ser feito por 
meio dessas respostas;
- escrever o texto ao final implica que não se vai escrever em 
demasia. Tudo o que você precisa é escrever o suficiente para 
chegar à primeira atividade de aprendizagem. Depois, escreve 
um pouco mais para chegar à atividade seguinte e assim por 
diante. Os parágrafos do texto se tornam uma espécie de “pon-
te”, os quais levam de uma atividade à seguinte;
- o estudante, ao perceber que parte do ensino é aprendido pelas 
respostas, se dá conta de que não pode prescindir das atividades. 
Você concorda com o autor, professor da Faculdade de 
Psicologia da Universidad Nacional de Educación a 
Distancia da Espanha (UNED)? Vai aceitar o desafio?
Aqui, para que nossa conversa flua mais tranquila, vamos seguir o 
caminho tradicional na produção do texto.
3.1 PLANO DE ENSINO 
Ao ser convidado para escrever o texto didático de sua 
disciplina, é fundamental que você redija e apresente à coor-
denação do curso breve documento em que você apresentará 
sua proposta.
Antes de fazer opção pelos temas que pretende desenvolver, 
procure:
- definir com clareza os objetivos da disciplina (geral e especí-
ficos);
- justificar a importância da disciplina na formação do profissio-
nal e sua relação com as demais do curso;
- indicar e justificar a bibliografia básica que servirá de referência 
na produção de seu texto, que deverá estar disponibilizada na 
biblioteca (virtual e do Polo de Apoio Presencial). 
Disciplina (do latim): 
instrução, 
ensinamento, lição, 
adestramento. 
64 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Ao elaborar o plano, não esqueça que os papéis dos dois sujeitos 
envolvidos nesse processo formativo devem estar bem-definidos em sua 
proposta:
Professor / Autor Estudante / Leitor
Por quê? Justificar Importância da disciplina, seu contexto
Para quê? Definir objetivos O que deve dar conta (aprendizagem)
O quê? Selecionar conteúdo O que faz (competência final)
Como? Orientar aprendizagem Como fazer (estratégias metacognitivas)
Avaliar o quê, Organizar atividades Com o quê (condição)
Como? Definir avaliação Com que rendimento (critérios)
Quando? Em que momentos (processo)
Mais que tudo, seu texto didático deverá oferecer ao estudante 
pistas e marcas do que se espera dele no processo de leitura e de aprendi-
zagem.
Por onde começar, então?
a- Seleção de conteúdo
A seleção dos pontos-chave de sua disciplina, da escolha dos 
“nós” que servirão para amarrar sua rede textual e propiciar integração 
com todos os componentes desta rede, é momento crucial. Dele depende-
rá grande parte de sua facilidade ou dificuldade em escrever de maneira 
integrada e do estudante compreender, ou não, seu texto.
Como fazer esta seleção?
Sua experiência docente pode lhe indicar o caminho.
Aqui uma sugestão. Para definir os temas/conceitos que você 
considera importantes serem aprendidos pelo estudante, pode recorrer à 
dinâmica do mapa conceitual.
Certamente, você deve saber de que se trata e já fazer uso dele, ou, 
pelo menos, já ouviu falar dele. De que se trata?
Trata-se de técnica desenvolvida pelo psicólogo americano 
Joseph D. Novak e seus colaboradores (Univ. de Cornell - 
EUA), a partir das contribuições de David P. Ausubel. É uma 
ferramenta para organizar e representar conhecimento, para 
buscar estabelecer conexões e relações simbólicas entre 
conceitos/temas de determinada área do conhecimento.
O mapa, na realidade, é um diagrama que apresenta relações 
(simbólicas e de “hierarquias” conceituais) entre conceitos de uma disci-
plina e que deriva sua existência da própria estrutura da disciplina. Por 
Técnica criada pelo 
psicólogo inglês 
Tony Buzan, na 
década de 1970.
65Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
isso, o mapa não é autoexplicativo; 
quem o faz dá o sentido.
Em palavras mais simples, 
é um organizador prévio que 
oferece um panorama do “conteú-
do” de sua disciplina, expressando 
os conceitos fundamentais que 
serão tratados e suas relações. É 
um “mapa da disciplina”, que 
permite visualizar a estrutura e a 
organização global de seus concei-
tos-chave.
Você poderá, na abertura 
da disciplina, apresentar este mapa ao estudante, descrever como o 
construiu, os sentidosque você lhe atribui, para que ele também pos sa 
visualizar como você pensou a disciplina, saber o que é significativo 
para você como professor da disciplina, quais os conceitos principais e 
as relações entre eles.
Organizadores prévios
- são ajudas, ferramentas que podem melhorar a assimilação 
do texto pelo leitor;
- oferecem ao leitor contexto significativo;
- favorecem estratégias de codificação para integrar informa-
ção nova num contexto significativo.
Ex. Lista de conteúdo, diagrama com representação da estrutura do 
módulo em estudo, tempo de duração do estudo, documentos para 
consulta (mapas, relatórios…), equipamentos a serem utilizados 
(microscópio, lupa, computador…), metas e objetivos, visão geral 
do curso, sumário
Atenção! Ao selecionar os conceitos básicos de sua 
disciplina e ao apresentá-los no mapa conceitual de 
sua disciplina, não se esqueça de relacioná-los com os 
objetivos propostos e de estabelecer relações claras.
Alguns exemplos, a título de ilustração.
66 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Fonte: http://penta2.ufrgs.br/edu/colaborede/groupware
Para construção de 
mapa conceitual pode 
usar o software 
gratuito: 
IHMC CMap Tools 
(Institute for Human 
and Machine 
Cognition) - 
http://ihmc.us
http://cmap.ihmc.us/
download
Exemplo 1
67Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
MOREIRA, Marco Antônio. Mapas conceituais: 
instrumentos didáticos de avaliação e de análise de 
currículo. S. Paulo: Moraes, 1987.
Leia o cap. 2 – Mapas Conceituais como instrumento de ensi-
no (p. 35-44), em que o autor tece comentários sobre o uso de mapas 
conceituais na preparação de sua unidade de ensino e dá exemplos.
Do mesmo autor, que fez parte da equipe do psicólogo Joseph 
D. Novak (1987-88), o texto “Mapas conceituais e Aprendizagem 
Significativa” (1997), disponível em: www.if.ufrgs.br/~moreira.
Além de discutir o que se entende por mapa conceitual e 
fundamentar o conceito, o autor exemplifica como pode ser usado no 
ensino e sugere passos na construção de um mapa conceitual.
AMORETTI, Maria Suzana Marc. Mapas conceituais: modelagem 
colaborativa do conhecimento. Informática na Educação: Teoria & 
Prática. Vol. 3, n.12. Porto Alegre, set. 2000. p. 49-55. Disponível 
em: http://www.pgie.ufrgs.br/~suzana.
Exemplo 2
68 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
A autora, Ph. D. em ciências da linguagem, tem publicações 
nacionais e internacionais em congressos e revistas científicas de 
renome. Trabalha também com a linha de pesquisa em Mapas Con-
ceituais no Tratamento da Informação.
 (http://www.planeta.terra.com.br/educacao/suzana)
TAVARES, Romero. Construindo mapas conceituais. Disponível 
em: http://www.cienciasecognicao.org/pdf/v12/m347187.pdf. 
Acesso em: 4-4-09.
Site educacional UFRGS 
http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapasconceituais/ 
b- Organização do conteúdo em unidades temáticas
Após discussões com os demais professores do curso, cada um 
apresentando o mapa conceitual de sua disciplina, definem-se os concei-
tos e os temas centrais que cada um irá trabalhar no texto didático, e como 
serão interligados. 
A equipe de professores do mesmo curso busca identificar te-
mas/conceitos que podem servir de conexão entre diferentes campos do 
saber/disciplinas, para que o MDI ofereça ao estudante, pelo menos, cer-
ta multidisciplinaridade do conteúdo em foco. Para isso, os autores de-
vem verificar, no projeto pedagógico, quais os eixos norteadores ou os 
princípios propostos para balizar a formação do estudante, do futuro pro-
fissional. O desejável seria que a equipe pudesse construir o MDI de ma-
neira interdisciplinar.
Em seguida, definir uma primeira estrutura do texto didático, que 
poderá ser modificada no processo de redação e revisão do texto.
Unidade I - tema geral 
1.1 - tema específico 
1.2 - tema específico 
1.3 - tema específico 
Unidade II
Unidade III
Exemplo, retirado do texto didático: Estudar a distância: uma 
aventura acadêmica. Vol 2 – A construção da pesquisa (PRETI, 2005):
69Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Nos caminhos da aventura: os trabalhos acadêmicos
1 A pesquisa
2 No início, a pergunta
3 Os caminhos
 3.1 Por onde caminhar?
 3.2 Ponto de partida
 3.3. Planejamento
 [...]
4 O Seminário Temático
 4.1 Em busca do sentido “original”
 4.2 Outros sentidos
 [...]
5 Redigindo trabalhos acadêmicos
 5.1 Aprenda a escrever, aprenda a pensar
 5.2 Construção lógica do texto
 [...]
Enfim, à aventura
Referências
Estrutura
Conjunto de ideias de base que são tratadas no texto, a ordem com 
que se apresentam estas ideias e as relações que possuem entre si [...] 
É a base da compreensão na leitura. [...] (LANDRY, 1985, p. 222).
Segundo a autora, a estrutura um texto não se limita a traçar um 
plano. É muito mais, pois você precisa ter em conta uma quantidade de 
variáveis e integrar perspectivas diferentes, como:
- as variáveis didáticas e epistemológicas: cada área de conhe-
cimento tem estrutura própria, mas ela não pode se distanciar 
das demais do curso e necessita integrar sua abordagem com 
as de outras disciplinas. A forma como você ira estruturar e 
apresentar sua disciplina, seu texto, irá influenciar na compre-
ensão do leitor;
70 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
- a credibilidade da disciplina: o autor necessita manter equilíbrio 
entre o conhecimento produzido em sua área e sua opção episte-
mológica e ideológica, pois isso contribui na formação sólida do 
estudante;
- as características dos estudantes: saber o que eles já estudaram 
no curso e o que conhecem sobre o tema de sua disciplina, até 
que ponto dominam conceitos básicos e/ou termos particulares 
para poder compreender novos conceitos que você pretende 
ensinar em sua disciplina, sua capacidade leitora;
- as opções pedagógicas: cada professor-autor tem seu jeito de 
ensinar, sua maneira de ser em sala de aula, estratégias próprias 
para conseguir se comunicar com os estudantes, etc. Cuidado, 
porém, com a tentação de repassarmos muito mais conteúdo, 
porque o dominamos melhor, e fazer pouco recurso a estratégias 
didáticas, como as atividades de aprendizagem;
- a coesão do texto: a estrutura de seu texto precisa ficar clara 
também para o estudante. Abordaremos isto no tópico que trata 
da redação.
Para C. M. Reigeluth e Merill (1982 apud LANDRY, 1985), as 
ideias básicas (organizadoras do conteúdo) formam a estrutura prin-
cipal do texto, ao redor da qual vão se elaborando as ideias de suporte, 
em planos sucessivos. Sugerem, então, sete etapas para melhor estru-
turar um texto:
- escolher, ordenar e ajustar as ideias de base;
- escolher as ideias que vão sustentar as de base e ordenar a maté-
ria sequencialmente;
- escolher estratégias que possibilitem reter informações novas às 
informações anteriores (analogias, exemplos, etc.);
- escolher estratégias de revisão (resumos, sínteses, exercícios, etc.)
- redigir os elementos das estratégias;
- definir a apresentação do texto (formato, ilustrações, etc.).
Você pode ir além dessa simples estrutura de seu texto. Pode 
traçar, de maneira mais detalhada e prática, seu percurso na elaboração 
do texto.
Quando realizamos oficinas com autores, sugerimos o preenchi-
mento do seguinte quadro.
 
 
71Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Quadro 2 – Quadro do planejamento da disciplina para produção do MDI
Disciplina: 
Ementa:
Objetivo(s) Geral(is):
Disciplina que serve de base para a sua:
Disciplinas com afinidade:
Sua disciplina é base para que disciplina:
Ao planejar seu percurso na elaboração do texto didático, antes de 
iniciar a escrever, você será levado a pensar previamente diferentes aspec-
tos e estratégias didáticas que tornarão seu texto, pedagógico e comunica-
tivo. Além disso, a elaboração deste quadroo ajudará a não perder a dire-
ção e chegar mais tranquilamente ao final de sua caminhada como autor.
Certamente não terá dificuldade em realizar este planejamento, 
pois, ao longo de sua trajetória docente, deve ter armazenado rico materi-
al de suporte às suas aulas (anotações, questões, contos, charges, ilustra-
ções, contos, casos, atividades de avaliação, etc.). Chegou a hora de 
retirar tudo isto do baú para ganhar espaço ao sol e iluminar seu texto.
Finalizada esta fase de planejamento, é o momento de você “pôr a 
mão na massa” e começar o longo, intenso e prazeroso trabalho de reda-
ção. Você irá escrever sobre um tema que domina, mas, de importância 
não menor, deverá prestar atenção “para quem” você está escrevendo. 
Isso lhe exigirá cuidados para que sua linguagem, sem deixar de ser 
técnica e precisa, seja simples e clara, o que a tornará compreensível. 
Unidades
I
II
III
Tópicos 
Subtemas
Objetivos
Específicos
Atividades
exercícios
Glossário
Link
Saber mais
Dados
Fatos
Exemplos
Contos
Metáforas
Imagens
Fotos
Charges
Desenhos
Quadros
Tabelas
Diagramas
Previsão
n. pág.
72 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
É o desafio de você se equilibrar sobre uma corda bamba, entre 
expressar conteúdo teórico e científico com precisão e fazê-lo de manei-
ra acessível ao estudante, mantendo-o motivado ao longo da leitura.
Ao desenvolver seu tema, procure ter como caráter 
central a solução de um desafio, e não o esclarecimento 
de uma solução; um discurso mais interrogativo e 
menos afirmativo; não “como” acontecem as coisas, os 
fatos, mas “por que” acontecem de determinado modo e não de outro.
3.2 REDAÇÃO
Aprender a escrever é, em grande parte, se não princi-
palmente, aprender a pensar, aprender a encontrar 
ideias e a concatená-las, pois, assim como não é possí-
vel dar o que não se tem, não se pode transmitir o que a 
mente não criou ou não aprovisionou (GARCIA, 1977).
Escrever bem é o resultado de um percurso constituído 
de muita prática, muita reflexão e muita leitura. É uma 
ação em que o sujeito se envolve […] Não existem 
esquemas prévios ou roteiros infalíveis que possam 
substituir tal envolvimento. É a voz do indivíduo que 
orienta o texto. Portanto, este é imprevisível (GARCEZ, 
2004. p. 6).
Othon M. Garcia, em sua conhecida obra “Comunicação em prosa 
moderna” (1967), e Lucília Helena do Carmo Garcez, autora de “Técnica 
de Redação - o que é preciso saber para bem escrever” (2001), são claros: 
sem reflexão não há produção escrita. O filósofo alemão Georg W. F. 
Hegel (1770-1831) também dizia que, quando faltam as palavras, na 
realidade o que falta é o pensamento. Um provérbio francês, bastante 
conhecido, traduz bem esse pensamento: “o que é bem-concebido é 
enunciado claramente, e as palavras para expressá-lo vêm facilmente”.
Portanto, escrever implica expor o que armazenamos, no andar 
do tempo, em nossos pensamentos e reflexões, a partir de nossa prática 
como docentes e como cidadãos. 
Por isso, não há regras ou roteiros a serem seguidos que nos 
levem com tranquilidade e segurança à produção escrita. É processo 
particular de anos de experiência no exercício da palavra escrita.
73Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
É com a experiência de quem já trilhou o caminho da produção de 
textos didáticos que gostaria de apontar alguns cuidados que você deve 
ter como escritor, para que seu texto seja comunicativo.
Alguns cuidados básicos:
- redação clara, objetiva, direta, com moderada densidade de 
informação;
- sugestões explícitas ao longo do texto (o que é importante e 
relevante, sugestão de leituras, atividades);
- texto estruturado de maneira que propicie coerência interna 
(“costura”, articulação) e localização fácil da informação (por 
meio da numeração, destaques, ícones, etc.);
- apresentação clara dos objetivos;
- linguagem simples e científica, ao mesmo tempo;
- linguagem coloquial, dialogando o máximo possível com o 
estudante (troca de opiniões com o leitor, perguntas, palavras de 
estímulo);
- convite à crítica, à reflexão, a expandir as leituras e os conheci-
mentos além do que está proposto no texto didático;
- linguagem adequada às características dos estudantes, especial-
mente quanto ao nível de escolaridade, idade e interesses.
A estrutura do texto tem que ser nítida também para o leitor. Por 
meio de esquemas ou redes, podem-se identificar as idéias-base de um 
texto, suas relações e o que é mais importante. É isso que seu texto deve 
propiciar ao estudante-leitor.
Além disso, você precisa ter em conta:
- possíveis dificuldades do estudante (sua experiência em sala de 
aula certamente lhe será valiosa nesse momento): conceitos 
errôneos, preconceitos, lacunas importantes, conhecimentos 
prévios indispensáveis. Assim você poderá pensar em estratégi-
as, a serem propostas em seu texto, para que o estudante supere 
essas dificuldades;
- o que você pretende que o estudante dê conta (competências, 
habilidades) ao final da leitura de seu texto didático;
- características próprias da disciplina;
- características do texto escrito (introdução, desenvolvimento, 
conclusão; títulos, subtítulos, esquemas, resumos, questões, 
atividades).
74 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Leia com atenção essas “curiosidades”, para melhor 
dimensionar a extensão de seu texto com a carga horá-
ria da disciplina, o tempo disponível e a capacidade 
leitora do estudante.
- Uma leitura reflexiva dá conta de 50 a 100 palavras por minuto 
(2 horas de leitura para uma unidade de 20 páginas, em média);
- uma leitura lenta, que possibilite compreensão do texto, conse-
gue, em média, ler entre 3 a 6 mil palavras por hora;
- frases longas, tanto quanto as demasiadamente curtas, cansam. 
O recomendável é de 10 a 14 palavras para cada unidade signi-
ficativa de informação (50 a 70 caracteres).
A leitura, então, é uma experiência compartilhada desigualmente: 
há leitores, e leitores. Seu desafio é dar conta de atingir tanto o leitor com 
certa dificuldade de leitura, redigindo texto que tenha legibilidade lin-
guística, como o leitor com melhor capacidade, apresentando-lhe desafi-
os para que se sinta também motivado à leitura. Ainda mais. Como vimos 
em outra passagem, o texto escrito é um meio pouco interativo, o que 
exige de você desenvolver estilo e estratégias para efetivar interação com 
diferentes tipos de leitor.
O professor da UNED Jesus Martin Cordero (1999), em oficinas 
realizadas aqui no Brasil com autores de material didático, e a professora 
Francine Landry (1985) da Télé-université du Québec (Canadá), brin-
dam-nos com algumas orientações simples mas fundamentais. Vejamos 
algumas delas.
Quadro 3 - Variáveis que atingem a legibilidade linguística
Aspectos Negativos Aspectos Positivos
Palavras
- longas - curtas
- abstratas - concretas
- raras - familiares
- instrumentais / técnicas - cheias de sentido
- referindo-se a idéias - referindo-se a ações
- polissêmicas - com sentido constante
75Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Aspectos Negativos Aspectos Positivos
Frases
- largas - curtas
- pouco estruturadas - bem-estruturadas
- passivas - ativas
Verbos
- transformados em nomes abstratos - de ação
- no pretérito - no presente
- cortina de palavras entre sujeito-verbo - sujeito próximo ao verbo
- ausência de “conectores” linguísticos - conectores presentes 
(assim, também, quero 
dizer, em consequência, 
em resumo, ao 
contrário, etc.)
Seu estilo de escrever pode ter impacto positivo ou negativo na 
compreensão do texto, dado que a legibilidade depende não somente do 
contexto em que está inserido seu leitor, bem assim da maneira como 
você escreve e busca se comunicar com esse leitor-estudante.
Portanto, seguem mais algumas orientações. Na hora de redigir, 
faça uso de:
- Realces tipográficos (negrito, itálico, sublinhado). Mas evite 
abusos para nãotornar o texto poluído e dificultar a leitura.
- Elementos que ajudam a tornar o texto visualmente “homo-
gêneo”: 
• definições podem aparecer com determinado ícone, ou 
tipo de letra, ou um símbolo que remete ao glossário;
• exemplos podem aparecer em caractere menor;
• atividades, questionamentos podem aparecer com 
destaque do texto.
(Daí a importância de o projeto gráfico do material 
didático ser bem desenhado por sua instituição e você 
tomar conhecimento dele antes de começar a escrever).
76 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
- Frases para chamar a atenção do leitor:
Observe bem; gostaria de destacar; é muito importante; 
vale lembrar especialmente; o problema é; a solução 
para esta questão; em resumo; Efetivamente.
- Palavras ou números para ordenar ou enumerar:
Em primeiro lugar; 1º - 2º; A) - B); consequentemen-
te; por outro lado; depois; finalmente; dando continui-
dade; como acabamos de.
- Partículas ou conectivas causais:
Porque; em conseqüência; portanto; então; logo; devido 
a; uma vez que. 
- Conectivas adversativas:
Porém; por outro lado; apesar de; em troca; mas; sem 
dúvida; ao contrário; contudo; entretanto.
- Frases de transição:
• para indicar objetivos:
Nosso propósito nesta unidade; o que desejamos neste 
trabalho; por meio deste exemplo procuramos compro-
var; o objetivo dessa unidade; esperamos que você, 
após o estudo deste tópico, seja capaz de.
• divisão de ideias:
Em primeiro lugar; depois; em seguida; outro aspecto; 
por um lado; se X defende esta abordagem, Y se posicio-
na diferentemente.
• inserção de exemplos:
Para exemplificar, podemos; exemplo disso; como exem-
plo; assim, é o que ocorre no caso; numa situação em que.
• inserção de citações ou para paráfrases:
Segundo o especialista X; X afirmou que; de acordo 
com o pensamento de; resumindo a teoria de.
• conteúdo parcial ou final:
Em vista disso podemos concluir; diante do que foi dito; 
em suma; em resumo; concluindo; portanto; assim.
77Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
No Apêndice, no tópico “Alguns 'pecados' 
dos textos didáticos”, você encontrará orientações 
simples e claras, com exemplos e indicações biblio-
gráficas, para tornar seu texto comunicativo.
Além dos aspectos da linguagem, há outros elementos que podem contri-
buir na legibilidade do texto didático, os chamados índices de acesso, 
isto é, elementos que orientam o leitor sobre o percurso do texto, sua 
estrutura e aspectos centrais ou importantes a serem lembrados ou assi-
milados. Mais que tudo, 
permitem aos estudantes selecionar as partes relativas a 
seus objetivos [...] contribuem, assim, a que os estudan-
tes realizem leitura mais autônoma, menos dependente 
da pedagogia prevista pelo autor (LANDRY, 1985, 234).
Quadro 4 - Índices de acesso
INDICES
SUMÁRIO
ESQUEMA 
LÓGICO
RESUMO
LÉXICO E 
GLOSSÁRIO
ÍNDICE
DEFINIÇÃO
Lista de unidades, títu-
los, tópicos principais.
Representação visual 
das ideias principais e 
suas relações.
Resumo das ideias prin-
cipais de partes do texto.
Apresentação e defini-
ção de termos especiali-
zados, técnicos, pouco 
desenvolvidos no texto.
Ordenação alfabética e 
localização de elementos 
importantes (conceitos, 
temas, pessoas, eventos).
COMENTÁRIOS
Dá uma ideia global do 
texto, contribui para loca-
lizar informação.
No começo de uma parte, 
permite visualizar rapi-
damente a estrutura dessa 
parte.
Antes de um texto, pre-
para e orienta a leitura. 
Depois do texto, recapi-
tula as ideias principais.
Não deve substituir as 
definições postas no inte-
rior do texto. Serve para 
completar definições en-
contradas em dicionários.
Seve para localizar rapi-
damente uma Informa-
ção. Necessita tempo.
78 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Lista de 
OBJETIVOS
TÍTULOS
SUBTÍTULOS
Lembretes
Chamadas
Lista de competências, 
habilidades e mudanças 
de comportamento espe-
radas.
Designação de uma par-
te do texto.
Indicação de uma parte 
do texto.
Colocados na parte supe-
rior ou inferior da página.
Localização de outra 
parte do texto ou de ou-
tro texto que se refere ao 
tema tratado.
Antes das unidades, ori-
enta a leitura. Depois, 
servem para averiguar o 
apreendido.
É o índice mais utiliza-
do. A seleção das pala-
vras dos títulos é de pri-
meira Importância.
É colocado no interior 
do texto.
Geralmente repete o títu-
lo da unidade. Facilita a 
busca rápida...
Facilita a integração 
entre os textos e as par-
tes do curso.
Fonte: adaptação de LANDRY, 1985, p. 234-5.
Essas breves orientações, desde que seguidas, podem contribuir 
em tornar a leitura do estudante mais rápida, eficiente e produtiva, 
levando-o a economizar tempo. A um estudante que trabalha e alega 
“falta de tempo” para o estudo, para realização das atividades, isso pode 
fazer diferença.
Mas o que dizem as pesquisas sobre a redação do texto didático?
A partir da psicologia cognitiva, diferentes estudos sugerem 
algumas estratégias para tornar o conteúdo do texto didático acessível ao 
estudante, entre elas:
- Situar o conteúdo, contextualizando-o em seus aspectos históri-
cos, conceituais;
• Recuperar material significativo desde o começo;
- Hierarquizar e ordenar o conteúdo;
• Apresentar o tema ou tópico central no começo;
- Destacar as ideias fundamentais (introdução, objetivos, esque-
mas, resumos, glossário);
79Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
- Simplificar a sintaxe e o vocabulário;
- Usar conectores que ressaltam as relações dominantes, ao nível 
da macroestrutura do texto;
- Recorrer a ajudas, pistas, sinalizações.
Segundo os estudiosos, essas estratégias favoreceriam a compre-
ensão do texto por parte do estudante.
Não se preocupe diante de tantas “orientações”. Ao escrever e 
reescrever o texto, você irá desenvolver sua capacidade de expressão 
referente ao domínio do tema e ao manejo da linguagem, dando ao texto 
clareza, coerência, firmeza, riqueza e beleza. 
Você fará sua parte. Deixe que o leitor também faça a dele, ou, 
como diz nosso poeta Mario Quintana, em A coisa:
A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o 
leitor entende uma terceira coisa... e, enquanto se passa 
tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar 
que não foi propriamente dita.
A título de ilustração, leia dois textos a seguir, elaborados no 
processo de redação da disciplina estatística para um curso técnico, com 
a finalidade de apresentar, logo no início do texto didático, a disciplina 
do curso ao estudante.
Apresentando a Disciplina
- versão inicial - 
A estatística é um conjunto de métodos para coletar, orga-
nizar, resumir, analisar, planejar experimentos, interpretar um 
conjunto de observações, para que se possa realizar a tomada de 
decisões. O objeto de estudo da estatística são os fenômenos 
aleatórios que representam as variabilidades dos dados dos 
fenômenos da natureza. Caracterizam-se por se repetirem, pelos 
resultados não serem os mesmos a cada repetição e por serem 
feitas várias repetições apresentando acentuada regularidade 
nos seus resultados [...]
80 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
- 2ª versão - 
Prezado estudante:
Bem-vindo ao mundo mágico da estatística, com seus 
números, gráficos, quadros, tabela. Um mundo capaz de nos 
abrir os olhos para enxergar e tentar entender o intermediário 
que talvez exista entre o certo e o errado, ou possibilitar a discus-
são para entender cada um desses extremos. 
Bem-vindo a um mundo onde a aleatoriedade dos acon-
tecimentos não permite que se tomem decisões ou se façam 
afirmações sem antes analisar e avaliar dados numéricos colhi-
dos em experimentos científicos, no caso de ramos das ciências 
como a medicina, a biologia e a química, ou em pesquisas sobre 
opiniões de pessoas ou de grupos sobre os mais diversos temas 
ou assuntos, entre os quais têm um forteapelo cultural aqueles 
associados a tópicos ambientais. 
Tal crescimento é evidenciado pelo expressivo número de 
pesquisas e de publicações, bem como pela crescente atuação 
técnica de profissionais estatísticos e ambientalistas em ativida-
des públicas e privadas que visam à elaboração de diagnósticos 
e análises de temas geoambientais e socioambientais. 
Você já pode perceber, então, a importância da Estatística 
em seu curso e em sua formação profissional, pois ela tornará 
possível sua interação com o meio ambiente, ao estudá-lo e ao 
tirar conclusões a partir de dados coletados e processados.
[...]
O que você pensou ao ter em suas mãos este fascículo de 
estatística? Sentiu algum tipo de resistência, imaginando se 
tratar de conteúdo difícil ou que nada tem que ver com sua 
formação como técnico [...]?
Não se preocupe. Isso é comum acontecer, pois, na escola, 
infelizmente criamos certo “medo” de disciplinas que trabalham 
com números, como se fossem uma espécie de bicho-papão, 
não é? Ou ficou curioso para saber de que trata a estatística e em 
que ela pode contribuir para sua formação?
81Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Você percebeu diferenças entre a primeira versão e a outra (após 
idas e vindas entre o autor e designer educacional)? Na primeira, a preo-
cupação central do autor é logo definir o que é estatística e sua finalidade! 
Já na segunda, o autor procura contextualizar este campo do saber, sua 
importância e utilidade, e procura provocar o leitor indagando sua atitu-
de inicial diante do tema e, logo em seguida, o motiva ao estudo. 
Como dissemos em passagem anterior, a produção do texto 
didático não é atividade solitária. Você, certamente, irá contar com equi-
pe multidisciplinar, disposta a contribuir na reelaboração de seu texto 
para torná-lo pedagógico e comunicativo.
Para finalizar este tópico, queremos que você retome a reflexão 
por nós citada na abertura da primeira unidade, lembra? 
Dizia a autora que a qualidade do texto 
didático tem influência na aprendizagem, ou não, 
do estudante, embora não seja o único fator. Você 
concorda com a autora?
Reflexão
Antes de passar para a unidade seguinte para tratarmos dos ele-
mentos pré-textuais e textuais de seu texto didático, gostaria de fazer breve 
pausa para justificar minha opção por propor que seu material didático 
impresso seja organizado em unidades temáticas, e não em “aulas”.

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