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Erros inatos do metabolismo
Os erros inatos do metabolismo (EIM) são distúrbios de natureza genética que geralmente correspondem a um defeito enzimático capaz de acarretar a interrupção de uma via metabólica. Ocasionam, portanto, alguma falha de síntese, degradação, armazenamento ou transporte de moléculas no organismo.
Tais erros do metabolismo são considerados a causa das Doenças Metabólicas Hereditárias (DMH) em que a ausência de um produto esperado, acúmulo de substrato da etapa anterior à interrompida ou o surgimento de uma rota metabólica alternativa podem levar ao comprometimento dos processos celulares.
Esse grupo de doenças representa cerca de 10% de todas as doenças genéticas. E ainda hoje, são tidos por muitos profissionais como casos extremamente raros de se deparar durante a prática clínica sendo, muitas vezes, a última hipótese diagnóstica. Em grande parte, são doenças que afetam todo o organismo e podem se manifestar em qualquer faixa etária.
A incidência isolada de cada uma das doenças metabólicas é pequena, até porque tratam-se de doenças que, em geral, têm herança autossômica recessiva. No entanto, se forem contabilizados os dados dos cerca de 500 distúrbios conhecidos, a freqüência se torna mais expressiva, de aproximadamente 1/5000 nascidos vivos. Deve ser considerado que os números baixos podem representar, não só a raridade dos distúrbios, como, também, a subestimação de seu diagnóstico.
EIM dividem-se em duas categorias:
· a Categoria 1, engloba as alterações que afetam um único sistema orgânico ou apenas um órgão, como o sistema imunológico e os fatores de coagulação ou túbulos renais e eritrócitos;
· a Categoria 2, abrange um grupo de doenças cujo defeito bioquímico compromete uma via metabólica comum a diversos órgãos, como as doenças lisossomais, ou restrito a um órgão apenas, porém com manifestações humorais e sistêmicas.
MUCOPOLISSACARIDOSES 
As Mucopolissacaridoses (MPS) são doenças metabólicas causadas por erro inato do metabolismo. Estes erros levam à formação inadequada de enzimas, substâncias fundamentais para diversos processos químicos em nosso organismo. As enzimas que não funcionam adequadamente são encontradas nos lisossomos (estrutura que funciona como uma usina de reciclagem nas células).
No paciente com MPS, os lisossomos não conseguem cumprir corretamente sua função, que é digerir grandes moléculas para serem utilizadas ou reutilizadas. No caso desta doença, tais moléculas mal digeridas são os Glicosaminoglicanos (GAGs), responsáveis pela lubrificação e união entre os tecidos (O principal papel dos glicosaminoglicanos é manter e apoiar o colágeno, a elastina e a turgidez (ressalto) nos espaços celulares e manter as fibras proteicas em equilíbrio e proporção. Também promove a capacidade das fibras de colágeno e elastina para reter a umidade, permanecendo solúvel) Daí uma consistência mucóide, viscosa.
Tais partículas (GAGs) se acumulam no lisossomo, fazendo as células crescerem. Outra parte é eliminada pela urina. Com isso ocorre o acúmulo em órgãos como a pele, o fígado e o baço. Portanto, as MPS são também consideradas doenças de depósito lisossômico.
Há diversos tipos de Mucopolissacaridoses, que diferem de acordo com a enzima que está em falta do organismo do paciente.
As MPS têm origem genética e hereditária. Como a maioria das doenças metabólicas, elas têm herança de caráter autossômico recessivo. Ou seja, os pais são sadios, mas carregam um gene que determina a doença, e que só se manifesta em dose dupla. Assim, os pais portadores têm, a cada gestação, 25% de chance de ter um filho que desenvolva a MPS (e 75% de ter um filho sem a doença, sendo que 50% podem também carregar o gene, mas sem desenvolver a doença).
A exceção é a MPS tipo II (Síndrome de Hunter), com herança ligada ao cromossomo X. Neste caso, a mãe portadora (sadia mas que carrega o gene tem 50% de chance de ter um filho homem com a doença, e 50% de ter uma filha que carregue o gene da doença para seus descendentes).

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