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TRABALHO DE PESQUISA EM ENFERMAGEM I - deficientes visuais

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FACULDADE CAPIXABA DA SERRA – MULTIVIX 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
O APRENDIZADO DA HIGIENE CORPORAL POR CEGOS E 
PORTADORES DE BAIXA VISÃO EM SALA DE AULA: 
PERCEPÇÕES DE PROFESSORES E ALUNOS 
 
 
 
ANA CAROLINA ESPÍNDULA ALCÂNTARA 
BRISA CAROLINA LACERDA GAMA DO NASCIMENTO 
EVILLIN DE FREITAS VEZZONI 
RUMI IZABEL PRESTES 
RUTH GODINHO DA ROCHA LIMA 
 
 
 
SERRA-ES 
2019 
 
O APRENDIZADO DA HIGIENE CORPORAL POR CEGOS E 
PORTADORES DE BAIXA VISÃO EM SALA DE AULA: 
PERCEPÇÕES DE PROFESSORES E ALUNOS 
 
 
 
 
 
 
ANA CAROLINA ESPÍNDULA ALCÂNTARA 
BRISA CAROLINA LACERDA GAMA DO NASCIMENTO 
EVILLIN DE FREITAS VEZZONI 
RUMI IZABEL PRESTES 
RUTH GODINHO DA ROCHA LIMA 
 
 
 
Projeto de pesquisa do Curso de 
Graduação em Enfermagem apresentado 
à Faculdade Capixaba da Serra – 
MULTIVIX, como requisito parcial para 
avaliação. Orientador: Laerson da Silva de 
Andrade 
 
 
 
 
SERRA- ES 
2019 
 
O aprendizado da higiene corporal por cegos e portadores de baixa 
visão em sala de aula: percepções de professores e alunos 
The learning of body hygiene by blind and visually impaired people in the 
classroom: teachers and students perceptions 
El aprendizaje de la higiene corporal por personas ciegas y con discapacidad 
visual en el aula: percepciones de profesores y alumnos 
 
Ana Carolina Espíndula Alcântara*, Brisa Carolina Lacerda Gama do Nascimento*, Evillin de Freitas 
Vezzoni*, Rumi Izabel Prestes*, Ruth Godinho da Rocha Lima* 
 
* Acadêmica de Enfermagem na Faculdade Capixaba da Serra – Multivix 
 
 
RESUMO 
Tomando como ponto de partida as teorias que compreendem os processos de desenvolvimento 
cognitivo humano, a impossibilidade de apreensão visual do cego e portadores de baixa visão no 
aprendizado, e a constante necessidade que tem da utilização das mãos como meio de conhecimento 
de mundo, o presente trabalho acadêmico aborda sobre a necessidade de integrar na prática 
pedagógica de ensino sobre cuidados da saúde no âmbito escolar, a compreensão dos processos 
próprios de aprendizagem do deficiente visual e utilização de recursos didáticos diferenciados 
essenciais para que eles também sejam incluídos no acesso a informações pertinentes a saúde própria 
e coletiva, especialmente a da higiene corporal e da lavagem de mãos. 
Palavras-chave: Cegos, Inclusão, Cegueira, Deficiência visual, Higiene corporal, Higiene das mãos, 
Educação dos cegos, Educação em saúde. 
 
ABSTRACT 
Taking as its starting point the theories that understand the processes of human cognitive development, 
the impossibility of visual apprehension of the blind and people with low vision in learning, and the 
constant need for the use of hands as a means of world knowledge, the present This academic work 
discusses the need to integrate into the pedagogical practice of teaching about health care in schools, 
the understanding of the own learning processes of the visually impaired and the use of essential 
differentiated didactic resources so that they are also included in the access to pertinent information. 
own and collective health, especially that of body hygiene and handwashing. 
Keywords: Blind, Inclusion, Blindness, Visual Impairment, Body Hygiene, Hand Hygiene, Blind 
Education, Health Education. 
 
RESUMEN 
Tomando como punto de partida las teorías que entienden los procesos del desarrollo cognitivo 
humano, la imposibilidad de la comprensión visual de los ciegos y las personas con baja visión en el 
aprendizaje, y la necesidad constante de usar las manos como un medio de conocimiento mundial, el 
presente Este documento analiza la necesidad de integrarse en la práctica pedagógica de la enseñanza 
sobre la atención de la salud en las escuelas, la comprensión de los propios procesos de aprendizaje 
de los discapacitados visuales y el uso de recursos didácticos diferenciados esenciales para que 
también se incluyan en el acceso a la información pertinente. salud propia y colectiva, especialmente 
la de higiene corporal y lavado de manos. 
Palabras clave: Ciego, inclusión, ceguera, discapacidad visual, higiene corporal, higiene de manos, 
educación para ciegos, educación para la salud. 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 Sabe-se que a higiene é imprescindível para manter a saúde corporal, além 
de ser o meio mais eficaz para se evitar a propagação de doenças virais, parasitárias 
e bacterianas. O simples ato de higienização das mãos é um meio poderoso para 
redução da contaminação de alimentos, infecções cruzadas e de evitar a propagação 
de doenças. Porém devido ao fato dos microorganismos patógenos não serem 
sempre visíveis a olho nu, a adesão a higienização correta é prejudicada, pois pensa-
se que basta simplesmente ensaboar as mãos ou enxaguá-las em água corrente das 
mãos para estar seguro e protegido. Encontra-se a barreira visual tanto para os que 
que enxergam, assim como para os portadores de baixa visão e cegos que são 
privados da plenitude do uso da visão, pois ambos não podem ver a patogenicidade 
dos microorganismos. Porém devido a frequência muito superior que o cego 
necessita utilizar as mãos para obter uma percepção de mundo, para a leitura e 
escrita em braile, o risco de propagação de patógenos pelo toque é muito mais 
acentuado, e por vezes menos temido pela falta de conhecimentos que possuem dos 
danos potenciais pelo simples fato de não se cuidar adequadamente. 
 O aprendizado da higiene corporal, especialmente a da higienização 
correta das mãos, assim como qualquer aprendizado intelectual e social, necessita 
da utilização dos sentidos de percepção sensoriais, especialmente o da visão. 
Embora 80% do aprendizado humano seja facilitado pela capacidade visual, é 
necessário compreender que esse processo é multifatorial, ou seja envolve todos 
os sentidos corporais e cognitivos. Sendo assim, para obter um pleno 
conhecimento e apreensão de um objeto de estudo, deve-se envolver todos os 
sentidos na captação de conhecimentos, tanto no ambiente familiar, quanto no 
estudantil. Para o deficiente visual este processo de descoberta de mundo 
necessita mais do que nunca de estímulos extra-visuais, voltados para os sentidos 
tácteis, auditivos, do olfato e do paladar, o que torna por vezes o aprendizado 
especial no ambiente escolar comum, precário e quase impossível. Como 
consequência o portador de cegueira e de baixa visão, não consegue receber as 
informações de forma eficaz para o seu progresso intelectual. Muitos alunos ficam 
a margem do conhecimento devido a falta de entendimento dos professores de 
ensino regular e do seu despreparo para lidar com as limitações visuais de seus 
 
alunos, somadas ao pouco interesse e/ou falta de criatividade na elaboração e 
utilização de materiais didáticos próprios para este tipo de deficiência abordado. A 
própria problematização da cegueira e da baixa visão quanto a sua origem, que 
pode ser congênita ou adquirida e muitas vezes associadas a deficiências mentais 
e danos cerebrais graves, soma-se aos fatores que dificultam a possibilidade de 
uma padronização no ensino, pois até mesmo em um ambiente escolar que reúna 
apenas deficientes visuais haverá diferentes níveis de limitações diferentes, 
necessitando assim uma abordagem individualizada que só podem ser 
disponibilizadas plenamente em escolas especiais, como é o caso do Instituto de 
Braile do Espírito Santo. 
 Diante de tal cenário, é importante reconhecer a eficácia deste instituto 
na educação dos cegos e portadores de baixa visão, e conhecer os métodos 
utilizados por este e outros institutos próprios para dar acessibilidade aos cegos e 
aplica-los também no ensino da área da saúde, utilizando-os em favor dos alunos 
para que possam atingir seu máximo potencial cognitivo e se tornarem assim 
também eles protagonistas no trabalho de divulgação sobre higienização corporal 
e riscos de doenças, pois
eles serão capazes de “ver com as mãos” aquilo que 
para todos que possuem adequada visão está oculto, “enxergando” com o 
conhecimento adquirido. 
 
 
2. RELEVÂNCIA E JUSTIFICATIVA 
 
 A importância deste trabalho está em apontar a pouca quantidade de estudos 
existentes referentes ao ensino de higienização para portadores de cegueira, de 
baixa ou nenhuma acuidade visual. O que acarreta no despreparo do profissional de 
saúde para uma adequada abordagem em sala de aula e evidencia a falta de recursos 
pedagógicos que possibilitem o entendimento do processo de aprendizagem próprio 
e diferenciado desses alunos. Esta pesquisa visa suprir essa carência, na medida do 
possível, com alguma fonte de conhecimento e despertar o interesse dos 
profissionais da saúde para se aprofundarem mais sobre o tema abordado neste 
trabalho e se sintam impelidos para educarem com solicitude os que não possuem o 
adequado uso do sentido visual. 
 
 
 
3. OBJETIVOS 
 
 Este trabalho tem por objetivo geral apresentar uma síntese dos artigos 
recolhidos através de uma pesquisa exploratória, referentes aos assuntos abordados 
para destacar a importância do processo cognitivo próprio dos deficientes visuais de 
cada grau de acuidade visual, afim de entender suas peculiaridades e incentivar a 
criatividade do educador, especialmente dos oriundos da área da saúde, para um 
melhor desenvolvimento na criação de materiais eficazes para o ensino de 
higienização aos cegos e alunos de baixa visão. Traz também um breve resumo do 
processo histórico-cultural de educação especial dos cegos no âmbito mundial e na 
conjectura brasileira, de forma especial no Espírito Santo. Diante da complexidade 
da cegueira e das dificuldades que ela acarreta, nos níveis físicos, psíquicos e sociais 
do indivíduo portador e de sua família, vê-se a necessidade de descobrir novos 
métodos didáticos para atender suas necessidades especiais. 
 Para atingir o fim específico deste trabalho, foi realizada uma pesquisa de 
campo de levantamento de dados no Instituto Luis Braille de Espirito Santo, por 
meio de questionários respondidos por educadores e alunos, tendo a finalidade de 
utilizar o conhecimento adquirido sobre o real conhecimento que possuem do 
assunto “higiene corporal” somados a pesquisa bibliográfica anterior para 
aprofundar por meio de palestras no próprio Instituto esse assunto de suma 
importância no combate a doenças. 
 
 
4. METODOLOGIA DA PESQUISA 
 
 Para a realização da pesquisa foi necessário primeiramente a escolha do tema 
específico do trabalho. Após definido o tema “O aprendizado da higiene corporal por 
cegos e portadores de baixa visão em sala de aula: percepções de professores e 
alunos” foram formuladas algumas perguntas norteadoras a respeito do tema, 
seguem abaixo as perguntas: 
• “Qual a importância da higienização das mãos?” 
 
• “Quais as dificuldades dos deficientes visuais relacionadas a higiene corporal?” 
• “Como funciona o processo cognitivo de pessoas privadas de visão?” 
• “Qual foi o processo histórico das escolas especiais para cegos no âmbito 
mundial e brasileiro?” 
• “Quais metodologias adequadas e não adequadas para ensinar cegos?” 
• “O que é o ILBES e qual o seu trabalho específico?” 
• “Como é feito o ensino por profissionais da saúde no Instituto Luis Braille de 
Espirito Santo?” 
 Afim de responder estas perguntas foi realizado primeiramente pesquisa de 
revisão bibliográfica de artigos científicos já existentes, utilizando os seguintes 
descritores: Cegos, Inclusão, Cegueira, Deficiência visual, Higiene corporal, 
Higiene das mãos, Educação dos cegos, Educação em saúde. As bases de dados 
utilizadas foram a Scielo e a Web of Science, onde foram encontrados 50 artigos 
no total, sendo respectivamente 45 e 5 artigos provenientes de cada plataforma 
anteriormente mencionada. 
 Para uma melhor divisão metodológica a pesquisa foi dividida em dois 
momentos, primeiramente foram realizadas pesquisas bibliográficas 
sistematizadas e depois pesquisa de campo com levantamento de dados. 
 As pesquisas bibliográficas foram realizadas dos dias 07 a 14 de Setembro 
de 2019, ao total foram usados sete dias consecutivos. Já para a pesquisa de 
campo com levantamento de dados, foram utilizadas as mesmas perguntas 
norteadoras para o desenvolvimento de questionários de abordagem qualitativa. 
Foram elaboradas as seguintes perguntas em formato de questionário escrito em 
braile em papel especial para os alunos impressas no próprio instituto por meio de 
uma impressora especial importada. 
 
 QUESTIONÁRIO PARA OS ALUNOS: 
- Qual seu nome e idade? 
- Há quanto tempo é aluno no Instituto Luis Braille de Espirito Santo? 
- Você consegue aprender coisas novas no Instituto? 
- Quando começou a ter dificuldade visual? 
- Quais as causas da sua dificuldade visual? 
- Qual o seu grau de acuidade visual? 
 
- Qual a sua maior dificuldade decorrente da deficiência visual? 
- O que é higiene corporal e qual a sua importância? 
- Você costuma lavar as mãos antes de comer, antes e depois de usar o banheiro, 
antes de cozinhar? 
 
 Essas perguntas foram entregues a cada um dos entrevistados e lidas em 
voz alta para os que não possuem conhecimento de braile, facilitando a 
compreensão. Já para os professores, foi preparado outro questionário conforme 
o modelo abaixo: 
 
 QUESTIONÁRIO PARA OS EDUCADORES: 
- Porque decidiu trabalhar com deficientes visuais no ILBES? 
- O que te motiva mais a ensinar cegos e portadores de baixa visão? 
- Você já encontrou alguma dificuldade no ensino aos cegos? Qual foi? 
- Você acha importante ensinar nas classes sobre higienização corporal e lavagem 
de mãos? 
- Você acha suficiente o conhecimento de higiene que os seus alunos possuem? 
- O que acha que poderia melhorar na abordagem sobre higiene? 
 
 No dia 02 de setembro de 2019 foi realizada a primeira visita de campo ao 
Instituto Luis Braille de Espirito Santo (ILBES), localizado na Av. Mal. Mascarenhas 
de Moraes, 2430 - Bento Ferreira, Vitória - ES, 29052-015, no horário das 08h às 13h. 
Onde foi apresentado o projeto de pesquisa desenvolvido para Assistente social 
responsável Marisa. Houve um primeiro diálogo com a professora de massoterapia e 
fisioterapeuta Carol, Juliana administradora do projeto desenvolvido de 
massoterapia, Thays funcionária do ILBES, Jéssica e Bernadete pedagogas. Todos 
foram unânimes na acolhida de nosso grupo e abriram as portas para o 
desenvolvimento da pesquisa de campo no dia 27 de setembro de 2019, das 08h às 
12h onde foram coletadas respostas qualitativas aos questionários tanto dos 
educadores quanto dos alunos. A pesquisa iniciou com a assinatura o termo de 
consentimento livre e esclarecido individualmente, dando permissão para fotografar, 
gravar áudio e imagens da ação realizada e testemunhos dos funcionários e alunos 
cegos e de baixa visão participantes das aulas. 
 
5. RESULTADOS 
 
 Dos 50 artigos coletados na pesquisa bibliográfica sistematizada, 20 foram 
excluídos pelo título, e 30 foram examinados por resumo. Desses 30, 14 foram 
subtraídos por não terem o resumo adequado ao tema do trabalho. Ao total 16 artigos 
foram selecionados para uma leitura mais completa e aprofundada, tendo um deles 
sido excluído por duplicidade de assunto e outros 3 por critério de elegibilidade 
também descartados. Foram o restante, no total de 12 artigos incluídos na revisão 
bibliográfica sistemática. Esses doze artigos foram lidos na íntegra resumido e 
organizado nas tabelas expostas posteriores ao fluxograma deste trabalho 
destacando de cada um a base de dado de onde foram coletados, os autores e o ano 
de publicação do artigo, o título de cada um, o tipo de estudo utilizado, o público, os 
objetivos e os resultados dos mesmos.
Base de 
dados 
 
Autor/Ano 
Periódico Título 
Tipo de 
estudo 
Público Objetivo Resultados 
Scielo 
Simone 
José 
Maciel da 
Rocha, 
Edson 
Pereira da 
Silva. 
 
(2016) 
Revista 
Brasileira de 
Educação 
Especial 
Cegos e 
Aprendizagem 
de Genética 
em Sala de 
Aula: 
Percepções 
de 
Professores e 
Alunos 
Questionários 
mistos e 
questionários 
baseados na 
escala de 
Likert. 
 
Quali-
quantitativo. 
Professores e 
alunos de 
turmas mistas 
sobre o 
processo de 
ensino-
aprendizagem 
de genética. 
Investigar as 
percepções de 
professores e 
alunos de 
turmas mistas 
sobre o 
processo de 
ensino-
aprendizagem 
de genética. 
 
Os resultados 
evidenciaram 
a forte 
influência de 
referências 
visuais nas 
percepções de 
professores e 
alunos 
videntes sobre 
as dificuldades 
enfrentadas na 
aprendizagem 
de genética. 
 
Base de 
dados 
 
Autor/Ano 
Periódico Título 
Tipo de 
estudo 
Público Objetivo Resultados 
Scielo 
Cristina 
Bianchi, 
Kim 
Ramos, 
Maria da 
Conceição 
Barbosa-
Lima. 
 
(2016) 
Ensaio 
Pesquisa em 
Educação 
em Ciências 
(Belo 
Horizonte) 
Conhecer as 
cores sem 
nunca tê-las 
visto. 
Teste de 
associação 
livre de 
palavras 
 
Qualitativo e 
de estudo de 
caso. 
Nove 
estudantes 
cegos desde 
o nascimento, 
com idade 
entre 16 e 24 
anos, e em 72 
estudantes 
videntes, com 
idades entre 
16 e 21 anos 
Responder 
algumas 
questões que 
foram 
levantadas em 
pesquisas 
recentes sobre 
o ensino de 
física a alunos 
com deficiência 
visual levando 
em 
consideração 
que todos os 
sentidos são 
mobilizados no 
processo de 
aprendizagem, 
sendo assim, 
multissensorial. 
Demonstrou que 
as associações 
dos alunos 
(cegos e 
videntes) às 
cores 
evidenciam 
componentes 
multissensoriais 
como 
percepções 
táteis, auditivas, 
gustativas, 
olfativas e 
emocionais, 
além das 
visuais, 
mobilizadas no 
processo de 
aprendizagem. 
 
Base de 
dados 
 
Autor/Ano 
Periódico Título 
Tipo de 
estudo 
Público Objetivo Resultados 
Scielo 
 
Cristiana 
Brasil de 
Almeida 
Rebouças, 
Moziane 
Mendonça 
de Araújo, 
Fernanda 
Cavalcante 
BragaI, 
Giselle 
Taveira 
Fernandes, 
Samira 
Cavalcante 
Costa 
 
(2016) 
 
Revista 
Brasileira de 
Enfermagem 
Avaliação da 
qualidade de 
vida de 
deficientes 
visuais. 
Estudo 
exploratório 
por 
entrevista. 
 
Descritivo e 
quantitativo e 
experimental. 
20 deficientes 
visuais da 
Associação 
de Cegos do 
Estado do 
Ceará. 
Avaliar a 
qualidade de 
vida de 
deficientes 
visuais 
utilizando 
WHOQOL-100. 
Os participantes 
se autoavaliaram 
com boa 
qualidade de 
vida (68,75%).O 
resultado da 
pesquisa mostra 
a importância do 
enfermeiro em 
realizar ações de 
educação em 
saúde 
promovendo o 
empoderamento, 
autonomia e 
garantia de 
acesso na 
sociedade para 
os deficientes 
visuais. 
 
 
Base de 
dados 
 
Autor/Ano 
Periódico Título 
Tipo de 
estudo 
Público Objetivo Resultados 
Scielo 
Adriana Lia 
Friszman 
de Laplane, 
Cecília 
Guarneiri 
Batista 
(2008) 
Cedes, 
Unicamp 
Ver, não ver 
e aprender: 
Participação 
de crianças 
com baixa 
visão e 
cegueira na 
escola. 
Qualitativa 
Crianças cegas 
e crianças de 
acuidade visual 
normal. 
Discutir o 
desenvolvimento 
e a 
aprendizagem 
de crianças com 
deficiência 
visual, seus 
modos de 
apreensão do 
mundo e o uso 
de recursos para 
auxiliar na 
participação 
escolar. 
O sucesso 
escolar de 
alunos com 
deficiência 
visual é um dos 
desafios da 
inclusão. E é 
necessária 
presença de um 
professor capaz 
de identificar a 
necessidade do 
aluno. 
 
Base de 
dados 
 
Autor/Ano 
Periódico Título 
Tipo de 
estudo 
Público Objetivo Resultados 
Scielo 
Gabriel 
Bertozzi de 
Oliveira e 
Sousa 
Leão, 
Cássia 
Geciauskas 
Sofiato 
 
(2019) 
Revista 
Brasileira 
de 
Educação 
Especial 
A Educação 
de Cegos 
no Brasil do 
Século XIX: 
Revisitando 
a História 
Pesquisa 
documental. 
 
Qualitativa 
Fontes 
primárias 
localizadas no 
Arquivo 
Nacional, na 
Biblioteca 
Nacional, no 
Almanak 
Laemmert e em 
fontes 
bibliográficas 
Apresentar e 
analisar a 
estrutura 
organizacional 
do Imperial 
Instituto dos 
Meninos Cegos. 
Apresentar 
documentos e 
reflexões até 
então inéditas e 
reconhecer os 
esforços 
emanados 
pelos três 
diretores para o 
estabelecimento 
e a manutenção 
do Imperial 
Instituto dos 
Meninos Cegos 
no recorte 
temporal 
definido. 
 
Base de 
dados 
 
Autor/Ano 
Periódico Título 
Tipo de 
estudo 
Público Objetivo Resultados 
Scielo 
Wandelcy 
Leão 
Junior, 
Giseli 
Cristina do 
Vale Gatti. 
 
(2016) 
Revista 
História da 
Educação 
 
História de 
uma 
instituição 
educacional 
para o 
deficiente 
visual: o 
instituto de 
cegos do 
Brasil 
Central de 
Uberaba 
(Minas 
Gerais 
1942-1959) 
 
Referências 
teóricas. 
 
Qualitativa. 
Base em 
referências 
teórico-
metodológicas 
da pesquisa 
historiográfica 
sobre 
instituições 
escolares, 
destacadamente 
por autores. 
Comunica os 
resultados de 
investigação 
sobre o Instituto 
de Cegos do 
Brasil Central - 
ICBC. 
Este estudo 
mostra que a 
importância de 
a instituição não 
se ter se 
envolvido em 
questões de 
segmento 
religioso ou 
partidárias nas 
relações sociais 
estabelecidas 
inicialmente 
pelos 
fundadores, o 
que foi 
fundamental 
como base de 
apoio e 
sustentação 
para alcançar 
osobjetivos 
almejados. 
 
 
 
Base de 
dados 
 
Autor/Ano 
Periódico Título 
Tipo de 
estudo 
Público Objetivo Resultados 
Scielo 
 
Renata 
Campos 
Leão, 
Álisson de 
Carvalho 
Gonçalves, 
Celso 
Tadeu 
Barbosa 
dos 
Santos, 
Anderson 
Assunção 
Andrade, 
,Marlene 
Cabrine 
dos Santos 
Silva, 
Márcia 
Benedita 
de Oliveira 
Silva. 
 
(2018) 
 
Cadernos 
Saúde 
Coletiva 
Ocorrência de 
enteroparasitos 
e coliformes 
termotolerantes 
nas mãos de 
manipuladores 
de alimentos 
de um hospital 
de ensino. 
Método 
descritos 
Amostras das 
mãos de 44 
manipuladores 
de alimentos 
de um hospital 
de ensino. 
O objetivo 
deste trabalho 
foi avaliar a 
presença de 
enteroparasitos 
e coliformes 
termotolerantes 
nas mãos dos 
manipuladores 
de alimentos 
de um hospital 
de ensino de 
Uberaba, 
Minas Gerais. 
15,9% (7/44) 
das amostras 
foram positivas 
para ocorrência 
de coliformes 
termotolerantes 
e 9,1% (4/44) 
dos conteúdos 
subungueais 
foram positivos 
para 
protozoários 
intestinais (3 
Blastocystis 
spp. e 1 
Giardia spp.). 
 
Base de 
dados 
 
Autor/Ano 
Periódico Título 
Tipo de 
estudo 
Público Objetivo Resultados 
Scielo 
Mônica de 
Carvalho 
Magalhães 
Kassar. 
 
(2011) 
Educar em 
Revista 
Educação 
especial na 
perspectiva da 
educação 
inclusiva: 
desafios da 
implantação de 
uma política 
nacional. 
Estudo de 
caso. 
Escola pública 
municipal 
considerada 
como 
representativa 
de sucesso e 
aponta para 
limites da 
materialização 
da política 
proposta do 
governo 
federal 
Analisar os 
desafios do 
oferecimento 
de uma 
educação 
especial dentro 
da atual 
política de 
educação 
inclusiva do 
Governo 
Federal. 
O estudo 
evidenciou que 
as mulheres 
fazem uso 
abusivo de 
bebida alcoólica 
para esquecer ou 
amenizar as 
consequências 
de dificuldades 
financeiras; 
divergências na 
relação conjugal; 
violência física; 
 
Base de 
dados 
 
Autor/Ano 
Periódico Título 
Tipo de 
estudo 
Público Objetivo Resultados 
Scielo 
Joana 
Belarmino 
de Souza. 
 
(2018) 
Psicologia: 
Ciência e 
Profissão 
Cegueira, 
Acessibilidade 
e Inclusão: 
Apontamentos 
de uma 
Trajetória. 
Descritiva 
qualitativa. 
Inventário das 
minhas 
próprias 
vivências. 
Explorar o 
tema da 
acessibilidade 
e da inclusão 
dos cegos na 
era tecnológica 
baseada na 
própria 
experiência da 
autora. 
O estudo 
evidenciou que 
as mulheres 
fazem uso 
abusivo de 
bebida alcoólica 
para esquecer ou 
amenizar as 
consequências 
de dificuldades 
financeiras; 
divergências na 
relação conjugal; 
violência física; 
 
 
Base 
de 
dados 
 
Autor/Ano 
Periódico Título 
Tipo de 
estudo 
Público
Objetivo Resultados 
Scielo 
Abelardo 
Couto 
Junior, 
Lucas 
Azeredo 
Gonçalves 
de Oliveira. 
 
(2016) 
Revista 
Brasileira de 
Oftalmologia. 
As principais 
causas de 
cegueira e 
baixa visão 
em escola 
para 
deficientes 
visuais. 
Estudo 
observacional 
do tipo 
transversal. 
 
 
165 alunos 
avaliados, 
91 alunos 
(55%) são 
legalmente 
cegos e 
apenas 74 
(45%) dos 
alunos são 
enquadrados 
como baixa 
visão. 
 
Identificar e 
analisar as 
principais 
causas de 
cegueira e baixa 
visão em escola 
para deficientes 
visuais. 
As principais 
causas de 
cegueira e baixa 
visão nos alunos 
do Instituto 
Benjamin 
Constant são por 
doenças 
evitáveis. 
 
Base 
de 
dados 
 
Autor/Ano 
Periódico Título 
Tipo de 
estudo 
Público Objetivo Resultados 
Scielo 
Olivia von 
der WeidI. 
 
(2015) 
Sociologia & 
Antropologia. 
O corpo 
estendido de 
cegos: 
cognição, 
ambiente, 
acoplamentos. 
 
 Misto. 
Analise 
manuais de 
Estimulação 
Precoce e 
Orientação e 
Mobilidade 
produzidos 
pelo 
Ministério da 
Educação 
(MEC) e 
material de 
campo 
realizado no 
Instituto 
Benjamin 
Constant. 
Pretende 
explicitar os 
pressupostos de 
uma noção de 
cognição 
presente em 
manuais de 
desenvolvimento 
e aprendizagem 
para crianças 
cegas e 
algumas de 
suas 
consequências 
conceituais. 
O estudo 
evidenciou que as 
mulheres fazem 
uso abusivo de 
bebida alcoólica 
para esquecer ou 
amenizar as 
consequências de 
dificuldades 
financeiras; 
divergências na 
relação conjugal; 
violência física; 
 
Base 
de 
dados 
 
Autor/Ano 
Periódico Título 
Tipo de 
estudo 
Público Objetivo Resultados 
Scielo 
Catarina de 
Siena 
Vieira 
Amorim, 
Isabella 
Ferreira 
Pinheiro, 
Vitória 
Geovana 
Silva 
Vieira, 
Rafael 
Alves 
Guimarães, 
Patrícia 
Silva 
Nunes, 
Tamíris 
Augusto 
Marinho. 
 
(2019) 
 
Texto & 
Contexto – 
Enfermagem. 
Higiene das 
mãos e 
prevenção da 
influenza: 
conhecimento 
de discentes 
da área da 
saúde. 
Estudo 
observacional 
do tipo 
transversal. 
262 
discentes do 
Instituto 
Federal de 
Goiás. 
Descrever e 
analisar o 
conhecimento 
de discentes da 
área da saúde 
sobre higiene 
das mãos e a 
prevenção e 
transmissão do 
vírus influenza. 
Maior percentual 
de erro nos 
questionamentos 
envolvendo 
transmissão do 
vírus influenza, 
compartilhamento 
de objetos de uso 
pessoal e 
manutenção de 
ambientes 
ventilados. 
Evidenciou ainda 
falhas no 
conhecimento 
referente à 
higiene das mãos 
e de alguns 
aspectos da 
técnica. 
 
 Os resultados encontrados no presente estudo sugerem que o trabalho com 
deficientes visuais é muito mais eficaz quando se entende as causas e consequências 
das limitações que possuem, assim com a necessidade de se trabalhar criativamente 
com eles, de forma que possam compreender com estímulos extravisuais os conceitos 
por vezes abstratos, mas que por comparações e utilizando a linguagem imaginativa 
e figurada podem sim ser compreendidas. Notou-se necessário conhecer a história do 
ensino especial aos cegos e a trajetória de inclusão que ainda está sendo aplicada no 
Espírito Santo por meio do Instituto de Braile do Espírito Santo. Dentre os 12 artigos 
selecionados, nove falam enfatizando a importância de inovar na educação dos 
deficientes visuais, dois apresentam a história da implantação de escolas especiais 
para cegos no Brasil, um analisa as causas da cegueira, e dois apresentam pesquisas 
realizadas sobre higiene de mãos e corporal. 
 No artigo intitulado Cegos e Aprendizagem de Genética em Sala de Aula: 
Percepções de Professores e Alunos (ROCHA et al.,2016), os autores apontaram 
que mais da metade dos professores entrevistados indicou perceber diferenças de 
aprendizagem de genética entre alunos sem deficiência visual dos que possuem 
deficiência, pois estes aprendem mais lentamente que aqueles. Eles atribuem esta 
dificuldade a impossibilidade que os cegos possuem de visualizarem as imagens 
utilizadas em sala de aula. Os mesmos professores afirmam que “a metodologia de 
ensino tem papel fundamental na superação das diferenças de aprendizagem entre 
cegos e videntes. ” (ROCHA et al.,2016). O que ressalta a importância de utilização 
de métodos diferenciados para cada necessidade particular. Pode-se citar que os 
meios mais indicados para solucionar esta disparidade são: a utilização de material 
didático táctil, atendimento individualizado, desenvolvimento de metodologia, livros 
em braile, etc. 
 Segundo a publicação acadêmica, Conhecer as cores sem nunca tê-las 
visto (BIANCHI et al.,2016), os autores abordam o problema de ensinar a cegos a 
diferença das cores tendo analisado que a incapacidade deles verem não excluem a 
capacidade de aprenderem com os demais sentidos o conceito de cores, pois a 
percepção visual embora visto como sentido privilegiado para as representações 
mentais, não excluem a contribuição simultânea da audição, olfato, paladar e tato. 
 
A percepção visual tem sido conceituada como o sentido privilegiado para a 
produção de representações mentais. No entanto, audição, olfato, paladar e 
tato contribuem simultaneamente na produção dessas representações. 
 
Conhecimentos e aprendizagens produzidos sob uma perspectiva 
basicamente visual são considerados incompletos, já que qualquer processo 
de significação pode ser considerado multissensorial por excelência; não 
privamos estímulos sensoriais em favor de alguma percepção específica no 
contato com o mundo. (SOLER, 1990, citado por BIANCHI et al.,2016) 
 
 Segundo o artigo Avaliação da qualidade de vida de deficientes visuais 
(REBOUÇAS et al., 2015), que aponta a deficiência visual como um impedimento de 
caráter orgânico relacionado a enfermidades oculares afetando o funcionamento 
normal da visão. Podendo acarretar uma ausência total da capacidade visual no 
indivíduo podendo dar-se com ou sem a percepção de luz. 
 
A deficiência visual pode ser compreendida como um impedimento de caráter 
orgânico relacionado a enfermidades oculares que afetem o funcionamento 
normal da visão. Isto pode acarretar a ausência total da capacidade visual no 
indivíduo e pode dar-se com ou sem a percepção de luz, podendo ser 
herdada ou adquirida. (SALOMÃO, 2008, citado por REBOUÇAS et al., 2015) 
 
 Essa incapacidade pode ser herdada ou adquirida e por isso afeta 
profundamente a qualidade de vida do portador, assim como, a percepção que o 
indivíduo tem de sua inserção no contexto em que vive, sua posição na vida e seus 
objetivos e expectativas. Portanto, mensurar a qualidade de vida de um indivíduo não 
só diz respeito a avaliação do seu estado de saúde, mas vai muito além disso, abrange 
os diversos aspectos de sua vida. Essa qualidade de vida se constrói desde o primeiro 
e mais primordial vínculo que a criança portadora de deficiência cria: o laço entre ela 
e sua mãe. 
 Segundo a pesquisa, Ver, não ver e aprender: Participação de crianças 
com baixa visão e cegueira na escola (LAPLANE et al., 2008)., que aborda que o 
contato visual é uma das formas em que mãe e filho estabelecem relações na primeira 
infância. 
 
As pesquisas que comparam o desenvolvimento de bebês cegos e bebês que 
enxergam mostram que vários aspectos do desenvolvimento de bebês cegos 
podem sofrer atrasos a partir do segundo mês de vida, devido à função 
exercida pela visão na calibração dos sistemas proprioceptivo e vestibular 
(PRECHTL et al., 2001, citado por LAPLANE et al., 2008) 
 
 “A ausência de visão teria como decorrência um atraso no desenvolvimento 
do controle da postura e dos movimentos. ” (LAPLANE et al., 2008). Vários dentre os 
estudos citados notam que os eventuais atrasos vão sendo compensados graças à 
plasticidade cerebral e à experiência, de modo que ao chegar à adolescência, o 
 
desenvolvimento se apresenta em geral como normal, a menos que a criança tenha 
sido privada de experiências sensoriais,
motoras, cognitivas e sociais significativas. 
 Os autores fazem ainda uma análise fantástica sobre o processo primordial 
de desenvolvimento intelectual do portador de cegueira e de baixa visão. Segundo 
este artigo, a criança ao nascer estabelece uma relação inicial com o mundo social 
por meio do vínculo com a mãe ou com o adulto por quem é cuidada 
 
Ao nascer, a criança estabelece uma relação inicial com o mundo social por 
meio do vínculo com a mãe ou com o adulto por quem é cuidada. Todas as 
vertentes teóricas coincidem na atribuição de grande importância a esse 
vínculo inicial que constitui a matriz sobre a qual serão construídos sentidos 
e significados por meio da linguagem e da ação mediada. As percepções tátil, 
olfativa, visual e auditiva são as vias de acesso da informação que provêm 
desse mundo social que se apresenta ao recém-nascido como fonte do 
alimento, segurança e bem-estar. Dentre os sentidos, o da visão tem papel 
importante na configuração do vínculo. O contato visual é uma das formas 
em que mãe e filho estabelecem relações. O que fazer quando a criança não 
devolve o olhar da mãe? [...] A deficiência visual será responsável por 
alterações ou atrasos no desenvolvimento? (LAPLANE et al., 2008) 
 
 Explica como todas as vertentes teóricas coincidem na atribuição de grande 
importância a esse vínculo inicial que constitui a matriz sobre a qual serão construídos 
sentidos e significados por meio da linguagem e da ação mediada. 
 
Assim, se o contato visual com a criança não for possível, a mãe e os adultos 
em volta estabelecerão contato preferencialmente por meio do toque e da 
voz. O modo de embalar a criança, o tom de voz e os sons do ambiente 
ajudarão a construir as primeiras relações da criança com o mundo. Na 
medida em que a linguagem seja adquirida essas experiências serão 
investidas de sentido. O toque é um estímulo sensorial indispensável para o 
desenvolvimento. (LAPLANE et al., 2008) 
 
 Existem dois aspectos importantíssimos de serem considerados com 
atenção, a necessidade de internação hospitalar que muitas vezes privam o bebê 
deficiente visual do contato importante do toque, e a dificuldade de aceitação de 
adaptação que suas famílias passam nos primeiros anos para com sua condição 
especial. 
 
[...] é importante lembrar que bebês com deficiência visual muitas vezes 
passam por internações hospitalares prolongadas no início da vida. 
Ambientes como a UTI neonatal seguem normas rígidas em relação à 
manipulação dos bebês e aos estímulos sensoriais permitidos. Mais 
recentemente, esse aspecto tem sido considerado nas rotinas hospitalares e 
alguns serviços de saúde já adotam a prática de estimular os bebês 
internados por meio da voz e do toque. Em contrapartida, é necessário 
considerar que as famílias de crianças com deficiência visual severa 
atravessam um processo difícil de aceitação e adaptação às condições que 
os bebês apresentam. (LAPLANE et al., 2008) 
 
 
 Destaca-se assim a importância que estímulos ambientais sejam 
incrementados e adaptados o mais precocemente possível para o sucesso do 
desenvolvimento da criança. 
 
Crianças com baixa visão ou cegueira podem ter esse interesse diminuído 
pela falta de estímulos e podem, assim, tornar-se apáticas e quietas. Por isso, 
é preciso que o ambiente seja organizado para promover ativamente o 
desenvolvimento por meio dos canais sensoriais que a criança possui, de 
modo tal que ela seja capaz de participar nas atividades cotidianas e de 
aprender como qualquer criança. (LAPLANE et al., 2008) 
 
 Como síntese deste artigo, concluímos que “Se a visão é uma função 
importante, é preciso destacar que a sua ausência ou deficiência não impede o 
desenvolvimento, embora possa limitar, principalmente, a sua dimensão social. ” 
(VIGOTSKI, 2000, citado por LAPLANE et al., 2008). 
 Adentramos assim nos conteúdos de dois outros artigos, o primeiro intitulado 
A Educação de Cegos no Brasil do Século XIX: Revisitando a História (LEÃO e 
SOFIATO, 2019), que aponta O Imperial Instituto dos Meninos Cegos como “a 
primeira instituição escolar fundada no Brasil, no Rio de Janeiro, voltada à educação 
de pessoas com deficiência visual [...].” (LEÃO e SOFIATO, 2019), porém aponta a 
crítica a este modelo educacional que disponibilizavam: 
O Imperial Instituto dos Meninos Cegos instituiu as bases para a educação 
dos cegos no Brasil e, apesar de dar certa autonomia e proporcionar o 
desenvolvimento intelectual de seus alunos, fora criticada pelo seu caráter 
asilar, assumido por meio de suas práticas ao longo da história. (LEÃO e 
SOFIATO, 2019) 
 
 O segundo artigo, Educação especial na perspectiva da educação 
inclusiva: desafios da implantação de uma política nacional (KASSAR, 2011), se 
propõe analisar os desafios do oferecimento de uma educação especial dentro da 
atual política de educação inclusiva do Governo Federal: 
 
Este artigo propõe-se a analisar os desafios do oferecimento de uma 
educação especial dentro da atual política de educação inclusiva do Governo 
Federal. Para tanto, apresenta um breve histórico a respeito das diretrizes 
educacionais baseadas na separação de alunos, que sustentaram a 
educação especial no Brasil desde sua implantação até a adoção de uma 
política de matrículas em massa de crianças com ou sem deficiências nas 
escolas públicas. Discute as condições de implantação da proposta do 
Governo Federal de um "sistema educacional inclusivo", que conta com um 
suporte de atendimento educacional especializado para complementar e 
suplementar a educação escolar. (KASSAR, 2011) 
 
 
 Complementando a estes dois artigos anteriores, o texto História de uma 
instituição educacional para o deficiente visual: o instituto de cegos do Brasil 
Central de Uberaba (Minas Gerais 1942-1959) (JUNIOR e GATTI, 2016) apresentou 
um olhar histórico anterior a implantação da educação especial no Brasil, mas num 
contexto de mundo buscam um entendimento sobre a origem da educação especial e 
seu desenvolvimento histórico. 
 
Para buscar um entendimento sobre a origem da educação especial no Brasil 
é preciso retroceder ao século 19, quando as crianças com deficiências eram 
abandonadas nas portas de conventos e igrejas e eram cuidadas por 
religiosos. A implantação da roda nas Santas Casas de Misericórdias do 
Brasil, em Salvador, no Rio de Janeiro e em Recife, efetivou a 
institucionalização dos cuidados por religiosos não somente às crianças 
abandonadas e órfãs, mas também àquelas com algum tipo de deficiência ou 
doença. Nesse espaço eram protegidas, alimentadas, recebiam educação e 
os cuidados necessários até certa idade. Depois, outros destinos eram dados 
a elas dependendo da idade e do sexo. Pode-se dizer que tal prática é 
consequência da pregação do cristianismo, com a doutrina da caridade e o 
amor pelos indivíduos. Sendo assim, tal como os indigentes, os abandonados 
e nascidos com deficiência deveriam manter-se vivos e abrigados em 
hospitais de caridade. (JUNIOR e GATTI, 2016) 
 
 O desenvolvimento de uma consciência de ajuda a pessoa com deficiências 
físicas e cognitivas, foi um processo demorado, que só no século 19 foi começando a 
se desvencilhar do aspecto religioso e partir para o de uma busca por sociedade com 
direitos igualitários, o que demonstra a influência do iluminismo neste processo. 
 
Somente a partir de meados do século 19, por meio de ações isoladas de 
indivíduos e de grupos, são garantidos alguns poucos direitos às crianças 
abandonadas ou com deficiências. [...] No final do século 19 houve aumento 
do interesse da sociedade para a educação dos portadores de deficiência. A 
questão da doença mental começava a ganhar destaque, pois, para o 
momento político da época, com divergência de ideias por melhores 
condições de vida, era preciso ajustar o portador de deficiência à sociedade. 
Apesar
disso, o aumento de instituições criadas não foi significativo. De forma 
sutil a educação para os deficientes inseriu-se em meio às propostas da 
educação regular e, nesse momento, surgiram outras instituições 
especializadas em educação especial. (JUNIOR e GATTI, 2016) 
 
 A autora do texto Cegueira, Acessibilidade e Inclusão: Apontamentos 
de uma Trajetória (DE SOUZA, 2018)., ela mesma portadora de cegueira, Joana 
Belarmino de Souza, partilha suas próprias vivências, tendo nascido cega, e através 
da educação especial foi alfabetizada através do método braile. Ela convida o leitor a 
interrogar-se “Como o mundo tem olhado para a cegueira?” (DE SOUZA, 2018). E 
através de seu próprio testemunho de superação nos leva a refletir que devemos 
 
“pensar a cegueira como uma forma de visão. ” (DE SOUZA, 2018) e não como a 
ciência a torna conhecida como patologia e incapacidade. 
 
Quando observamos o imaginário forjado sobre a cegueira ao longo da 
história da cultura, nos deparamos, pelo menos até os primórdios do século 
XX, com um conjunto de compreensões que a tomaram como desgraça, 
castigo a ser expiado, sobretudo como patologia. Num outro ângulo, operava 
uma espécie de visão mágica da cegueira, que também colocava seus 
indivíduos num patamar distante da normalidade. Tais compreensões 
reverberaram sobretudo na ciência, que tomou a visão como o sentido mais 
importante e fundamental para a obtenção de conhecimento e em geral 
pensou a cegueira como patologia, geradora de incapacidades naqueles que 
a possuíam. (DE SOUZA, 2018) 
 
 Porém, quais são As principais causas de cegueira e baixa visão em 
escola para deficientes visuais? (JUNIOR e DE OLIVEIRA, 2016). Dentre as 
principais causas estão: lesões no nervo óptico, doenças hereditárias, deficiência nas 
vias visuais. Porém as causas podem variar conforme o local analisado, os países em 
desenvolvimentos por exemplo, apresentam características diferentes: 
 
Os países em desenvolvimento apresentam mais casos associados à 
infecção e deficiências nutricionais como sarampo, oftalmia neonatal, 
catarata devido à rubéola e xerostomia por deficiência de vitamina A, porém 
existem outras causas significantes de cegueira como catarata congênita, 
glaucoma congênito, distrofias retinianas hereditárias e anormalidades 
congênitas que mantêm sua prevalência tanto em países desenvolvidos 
como em países em desenvolvimento. O Brasil apresenta características 
semelhantes aos países em desenvolvimento [...]. (JUNIOR e DE OLIVEIRA, 
2016) 
 
 Porém as dificuldades que o portador de deficiência visual passa ao longo 
da vida, influencia significativamente a vida dele e de seus familiares, de tal modo que 
permanece ainda uma chaga na sociedade. 
 
Independente da causa, a cegueira infantil traz sérios agravos à criança e sua 
família por toda vida, influenciando as perspectivas pessoais, educacionais, 
de emprego e sociais. Evitar a cegueira infantil ainda permanece sendo um 
grande desafio. A eliminação da cegueira previnível ou tratável na infância é 
uma prioridade para OMS até o ano 2020. Sendo assim, identificar a 
epidemiologia é fundamental para prevenção. (JUNIOR e DE OLIVEIRA, 
2016) 
 
 O corpo estendido de cegos: cognição, ambiente, acoplamentos. 
(WEID, 2015) trata a bengala como um objeto-corpo perceptivo, ou seja, como uma 
extensão do tato do deficiente visual, com o qual ele é capaz de perceber e sentir o 
mundo ao seu redor, como se o braço do deficiente visual se prolongasse e 
alcançasse o chão. 
 
A bengala, em uma metáfora perceptiva, é comparada ao prolongamento do 
braço e das mãos, ao sentido do tato - as oscilações, interrupções e variações 
do caminho são transmitidas pela ponta e pelo cabo da bengala às mãos do 
cego e, através dela, é como se o seu tato se estendesse ao chão. (WEID, 
2015) 
 Esse método de uso da bengala branca para auxiliar a locomoção foi uma 
invenção do médico oftalmologista Richard Hoover, que durante a Segunda Guerra 
Mundial, viu a necessidade de inventar um meio de ajudar os veteranos de guerra que 
haviam ficados cegos. 
 
A técnica do toque com a bengala foi desenvolvida por Hoover como um 
método seguro e eficiente de locomoção para os cegos. Quando executada 
corretamente fornece proteção contra objetos situados na calçada; transmite 
características da textura das superfícies em contato com sua ponta ao 
conduzir as vibrações para o dedo indicador, a mão e os ouvidos; alerta o 
usuário para mudanças verticais na superfície, tais como aclives, buracos, 
declives. Qualquer omissão ou desvio na execução prescrita da técnica do 
toque reduz a sua efetividade, pondo em risco a segurança do indivíduo. A 
bengala branca é descrita não apenas como uma ferramenta ou um 
dispositivo que pode ser utilizado por cegos para alcançar independência, 
mas também como um símbolo da cegueira. (WEID, 2015) 
 
 Para auxiliar a adaptação dos cegos ao uso da bengala são necessários que 
sejam estimuladas por meio de técnicas próprias já desde a infância, os chamados 
treinamentos de Orientação e Motilidade (OM), que não necessariamente devem 
começar com o uso em si da bengala, mas podendo ser trocada a princípio por 
brinquedinhos que tenham a mesma finalidade. 
 
A introdução e as técnicas de uso da bengala longa são apresentadas para a 
pessoa cega nos treinamentos de Orientação e Mobilidade (OM). No caso da 
criança que nasce cega é indicado desde cedo o desenvolvimento de 
atividades conhecidas como "pré-bengala", que envolvem experiências 
preliminares com o objetivo de facilitar a compreensão do uso e a posterior 
manipulação eficiente da bengala. Dentre essas atividades encontram-se, 
principalmente, brinquedos de empurrar - carrinhos de boneca, bastão com 
rodinhas na ponta, banquinhos e cadeirinhas, raquete grande feita com 
bambolê, carrinho de feira, vassouras etc. -, os quais exploram posições do 
braço e do punho, o deslocamento com o auxílio de um objeto e a relação 
entre o chão, o objeto e o corpo durante o movimento. (WEID, 2015) 
 
 A utilização de objetos, e da própria mão pelos deficientes visuais é tão 
constante e necessária, e diariamente essencial ao aprendizado e conhecimento de 
tudo ao seu redor e a seu próprio corpo, que mais do que nunca, demonstra a 
necessidade de que paralelamente com a utilização destes meios, sejam eles também 
ensinados sobre a necessidade de higienização correta das maõs, para que eles não 
se tornem fonte frequente de contaminação para si e para os que estão ao seu redor. 
 
 Na pesquisa Ocorrência de enteroparasitos e coliformes 
termotolerantes nas mãos de manipuladores de alimentos de um hospital de 
ensino (LEÃO et al., 2018) os autores descrevem como é importante a higienização 
no controle de contaminações por meio de alimentos manipulados de forma incorreta 
o que acarreta em sua contaminação e no adoecimento de quem se alimenta deles. 
O que ressalta a importância de ensinar aos deficientes visuais, de forma que possam 
compreender sua importância, a higiene corporal, especialmente a higiene das mãos. 
 
Os dados sobre os fatores de risco para as doenças transmitidas por 
alimentos (DTA) indicam que a maioria dos surtos resulta de práticas 
inadequadas de manipulação de alimentos. Dessas práticas, a má 
higienização das mãos é identificada como uma das mais importantes, 
podendo proporcionar a introdução de agentes patogênicos nos alimentos 
durante a produção, processamento e/ou distribuição deles. (LUES, 2005, 
citado por LEÃO et al., 2018). 
 
 Para os autores do artigo Higiene das mãos e prevenção da influenza: 
conhecimento de discentes da área da saúde (AMORIM et al., 2019), a importância 
de que profissionais da área da saúde tenham adquiram o conhecimento da 
importância da higienização
das mãos é vital e sumamente importante. 
 
A importância da HM se deve ao fato de que as mãos possuem a capacidade 
de abrigar microrganismos, constituindo-se a principal via de transmissão 
durante a assistência à saúde. Os microrganismos podem ser transferidos 
entre superfícies, através do contato direto (pele com pele) ou indireto, por 
meio de objetos e superfícies recém-contaminadas. Assim, a HM é a medida 
mais simples e menos onerosa para prevenir as infecções relacionadas aos 
cuidados à saúde, tendo como objetivo interromper a cadeia de transmissão 
de microrganismos veiculadas pelo contato. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017, 
citado por AMORIM et al., 2019). 
 
 O ambiente escolar é portanto, tanto para o acadêmico de saúde, quanto para 
os alunos confiados a profissionais de saúde, o meio mais eficaz da propagação do 
ensino de higienização corporal e de mãos, sendo um meio útil e propício para a 
aquisição e divulgação desse meio para evitar a disseminação de vírus, fungos e 
bactérias, dentre outros patógenos. 
 
Destaca-se ainda, o ambiente de aprendizagem como lugar de transformação 
social, capaz de modificar hábitos de futuros profissionais e melhorando a 
qualidade de assistência em saúde. A consolidação desses saberes 
possibilita a formação de multiplicadores em saúde, capazes de oferecer uma 
assistência de segura e de baixo risco. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017, 
citado por AMORIM et al., 2019). 
 
 Confirmando os dados acima citados retirados dos artigos pesquisados, 
verificamos por meio da pesquisa realizada no Instituto Luis Braille de Espirito Santo 
 
que graças a alguns profissionais conscientes os alunos tem uma base boa sobre 
higienização. 
 Um dos alunos, que frequenta o ILBES desde criança, Jaderson José 
Gardiman de Oliveira, 31 anos, nascido com deficiência visual devido a Toxoplasmose 
congênita, com ausência completa de visão, disse que aprendeu nas aulas, que teve 
de Massoterapia, sobre a importância de higienizar bem as mãos, e afirma que 
costuma lavar as mãos, antes de comer, antes e depois de usar o banheiro, antes de 
cozinhar. Ele disse também que faz questão de falar sobre isso com seus conhecidos. 
 Para Maria de Fátima Sobrinho Souza, 51 anos, aluna do ILBES desde 2013, 
e participante do curso de Massoterapia concedido pela professora Karolina com o 
patrocínio e parceria da ArcelorMittal, no mesmo Instituto, o ensino foi uma ajuda para 
se adaptar as limitações visuais que possui, uma vez que nasceu com visão e aos 
poucos foi perdendo (hoje possui apenas 25% de visão). A entrevistada começou 
apresentar quadro de Glaucoma com 30 anos e mesmo fazendo tratamento no 
HUCAN perdeu 75 % da sua visão após diagnosticar-se diabetes. Ela notou que as 
imagens começaram a escurecer aos poucos diante dos seus olhos, até que ela 
perdeu a visão. Em depoimento ela conta que no começo, ficou bastante chocada. 
Acreditou que não ia servir para mais nada. Ela trabalhava no departamento de 
Recursos Humanos de uma empresa, então precisava ter visão para fazer as fichas, 
escanear documentos, etc. Após ser aposentada por invalidez, seu marido a largou e 
ela ficaram quatro meses em casa sem sair para nada. Então um dia seu filho entrou 
no quatro e chorando pediu para sua mãe se reerguer, pois precisava dela. “Foi ai que 
ela decidiu que precisava fazer algo, porque se eu ficasse sem fazer nada eu ia ficar 
doida”. 
 
“Tive muita dificuldade em minha adaptação à nova vida, mas meus filhos 
foram fundamentais nessas trajetórias. Hoje eu saio me divirto. A gente 
percebe que os cegos não deixam de viver por conta de uma deficiência. Eu 
amo ir ao barzinho. As pessoas até acham diferente eu continuar saindo. 
Então eu falo: - Eu perdi a visão, não morri. Comecei a ver o humor na minha 
deficiência.” (SOUZA, 2019) 
 Edna Gardiman de Oliveira, 55 anos, mãe de aluno da instituição também se 
disponibilizou a participar das entrevistas. O filho dela faz atividades de educação 
física, informática, teatro e braile no ILBES. Ela testemunha sobre a importância de 
ensinar os deficientes visuais a adquirirem sua própria independência, também no ato 
 
de se higienizar adequadamente e afirma que seu filho é muito mais cuidadoso da 
higienização que ela mesma. 
Meu filho nasceu com toxoplasmose congênita, e faz acompanhamento 
oftalmológico na HUCAN, e quando ele era pequeno foi encaminhado pelo 
hospital para instituição. Foi muito triste, ele é meu filho mais novo, e sua irmã 
mais velha não tem nenhum problema de saúde. E descobri que ele não ia 
enxergar foi bem doloroso. Foi muito difícil, eu não tive logo as instruções 
necessárias para trabalhar ele, no dia a dia e por esse motivo acredito que 
ele muito dependente de mim até hoje. Ele até os 5 anos usava fraldas, mas 
um dia conversei com uma psicóloga que encontrei por acaso no banco de 
espera de um consulta com o oftalmologista e ela me orientou sobre a 
necessidade de torna-lo independe, foi ái que comecei a tirar a fralda, ensinar 
ele a tomar banho, escovar os dentes e lavar as mãos. Toda sua higiene 
sozinho. Sim, principalmente de pequeno, eu creio que hoje já é bem mais 
fácil do que antes, eu falo que pelas experiências que eu passei se tivesse 
outro filho com cegueira, seria muito diferente. Acho que o sistema deveria 
na hora que desse o diagnostico já nos encaminhar para locais que pudesse 
nos auxiliar, ninguém nasce sabendo ser mãe, muito menos mãe de um 
deficiente, não importa qual seja. Se eu não tivesse encontrado essa 
psicóloga eu estaria colocando fralda no meu filho até hoje. (DE OLIVEIRA, 
2019) 
 Edson Ribeiro Junior, 30 anos, aluno do ILBES desde 2010. Aluno de 
Esportes, informática e massoterapia no Instituto. Atualmente faz faculdade de 
Educação Física e pretende levar os conhecimentos adquiridos na Massoterapia para 
a profissão quando se formar. Sua maior dificuldade foi na escola, pois na sua época 
não havia escola especializada para deficiente visual próximo. Hoje ele tem limitação 
apenas para identificar ônibus e fazer comparas. Ele possui apenas 10% da visão 
devido a toxoplasmose que foi adquirida por sua mãe durante a gravidez e acarretou 
em sua deficiência. Edson mora com seus pais, mas se considera uma pessoa 
independente, pois consegue se locomover sozinho e realizar sua atividade 
normalmente. Atualmente trabalha como massagista em uma empresa, profissão que 
adquiriu graças ao Instituto. 
O instituto me ajudou a fazer treinamento de mobilidade. Lá, comecei a 
aprender a usar bengala e ter autonomia para andar na rua e para fazer 
atividades do dia a dia. Tive aula de braile mais aprofundada e de informática 
adaptada. No curso, a professora Carol sempre nos falou de como é 
importante ser uma pessoa de boa aparência e de fazer a higiene para 
proteção nossa e de nossos clientes. Sempre lavo as mãos conforme foi 
ensinado, após passo álcool não só nas mãos como também faço a limpeza 
das macas e cadeiras de massagem entre um cliente para outro. Minha mãe, 
sempre me manteve limpo, de unhas e cabelos cortados, roupas limpas. 
(JUNIOR, 2019) 
 Ele afirmou também sobre a importância do incentivo necessário ao 
deficiente visual para que não seja tratado como coitadinho e inútil, sem eles se vejam 
assim, mas se sintam capazes de fazer o futuro com dignidade e igualdade. 
 
 
Tem muita gente que enxerga bem, mas não vê. Tem muito cego com os 
olhos sãos. Eu queria muito ajudar a promover o empoderamento e a 
qualidade de vida de outros deficientes. Gostaria de alargar a perspectiva do 
olhar do povo, que está cegamente viciado no “cego herói, exemplo de 
superação”, e não enxerga o cego como ser humano, com direito de ser visto 
e ouvido como indivíduo, não como pedinte. Quero que as pessoas deixem 
de preconceito e olhem os deficientes, independentemente de sua limitação, 
como uma pessoa normal, capaz de fazer
o que qualquer outra pessoa 
faz.(JUNIOR, 2019) 
 
 Wolmar de O. Loureiro, 57 anos, avô de um menino de nome Vicente, que 
tem 7 meses participa do ILBES acompanhando a filha e o neto, também quis opinar 
sobre a importância da higienização para evitar “contrair ou disseminar doenças 
contagiosas” (LOUREIRO, 2019) através de simples hábitos de lavar com água e 
sabão e desinfetar as mãos com álcool , tomar banhos regularmentes, lavar alimentos, 
etc. Ele ressalta a importância da preparação dos profissionais da área da saúde para 
o entendimento das necessidades especiais dos deficientes visuais. “É necessário 
uma melhor capacitação de profissionais que entendam mais a fundo as necessidades 
de pessoas com deficiência visual, e possam assim, prestar um atendimento mais 
eficaz e humanizado.” (LOUREIRO, 2019). Sua filha e mãe do Vicente Higino Loureiro, 
de um ano e 11 meses, não quis se identificar mas falou em nome do filho que 
frequenta o Instituto Luiz Braille do Espírito Santo desde 26 de Fevereiro de 2019, que 
o filho aprendeu muitas coisas durante este tempo, praticamente tudo segundo ela, 
desde a “se locomover, se alimentar, conhecer as coisas e lugares ao redor, etc” (MÃE 
DO VICENTE, 2019). Ela disse que seu filho possui deficiência desde que nasceu, 
devido a má formação no nervo óptico, mas que só descobriu nos primeiros meses de 
vida, devido a falta que apresentava de percepção dos brinquedos coloridos e 
móbiles, e um excessivo interesse pelos brinquedos que fazem barulho. A dificuldade 
inicial que enfrentou foi a de um diagnóstico preciso, para saber como deveria lidar e 
estimular o desenvolvimento motor do bebê. Ela precisou largar o trabalho, e logo que 
soube do ILBES em Vitória o buscou para suprir as necessidades que o filho tinha na 
creche por falta de profissionais capacitados para ajuda-lo a se desenvolver melhor. 
Quando interrogada sobre a sua maior dificuldade com a deficiência do filho ela 
afirmou se a dificuldade no sistema de inclusão nas creches, no grupo social. Quando 
interrogada sobre a higienização das mãos do filho ela disse que ele não tem costume 
de lavar as mãos. 
 
 Entre as 7 pessoas selecionadas para a entrevista, duas eram responsáveis 
por ensinar no Instituto, dois participavam por motivo familiar, e o restante são alunos 
matriculados nas aulas. Os resultados qualitativos foram agrupados por semelhança 
e também divergências de informações. Por exemplo a importância da higiene 
corporal e de mãos e o ensino especial dos deficientes visuais por profissionais 
capacitados ambos estabeleceram relações de proximidade e semelhança; por isso, 
os dois construtos puderam ser analisados tanto separadamente quanto em conjunto. 
 Os participantes demonstraram haver uma aproximação entre o ensino 
recebido no ILBES, com a capacidade de superação das limitações inerentes a 
dificuldade visual. É unânime entre eles a necessidade de uma maior especialização 
e capacitação dos profissionais de saúde e professores para o ensino aos portadores 
de cegueira e baixa acuidade visual o que demonstra que os artigos pesquisados 
estão coerentes com a realidade vivida por estes alunos e professores. 
 
 
6. DISCUSSÃO 
 
 
 Os resultados encontrados no presente estudo sugerem que se faz realmente 
necessário um ensino particularmente voltado ao deficiente visual ensinando a 
higienização corporal. O profissional da área da saúde precisa se capacitar para 
ensinar o deficiente a higienização correta das mãos e do corpo, e assim o aluno 
possa criar autonomia no cuidado de si e dos outros e também ele possa se tornar um 
propagador de conhecimento. O espaço escolar do Instituto Luiz Braile do Espírito 
Santo e de outros institutos especializados na educação de deficientes visuais é o 
espaço comunitário que, através das relações sociais e didática criativa e inovadora, 
possibilita dar poder aos sujeitos com deficiência visual e construir uma sociedade 
onde o cego pare de ser visto como um doente e passe a ser visto com um ser humano 
capacitado para o trabalho, família e mundo. 
 Isso indica que quem participa de uma educação especial tende a ter um grau 
autoconfiança maior do que os deficientes apenas em ensino regular pois a 
participação ali permite um olhar diferente da realidade das suas limitações, um saber 
pronunciar-se a respeito de questões sociais e defender sua própria dignidade e seu 
espaço na sociedade e além de abrir portas a empregos e oportunidades
 
 
7. CRONOGRAMA 
 
 
 
 
Setembro 
Atividade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 
Metodologia PIO X 
Formulação da Pergunta X X 
Busca da dos descritores X X X 
Busca dos Artigos X X X X X 
Análise dos Artigos X X X X X 
Pesquisa de campo 1 X 
Preparação de questionários X X X X 
Pesquisa de Campo 2 X X 
Análise de resultados X X X X 
Escrita do Trabalho pré-projeto X X X X X 
Escrita final do trabalho X X X X X 
 
 
 
 
 
8. REFERÊNCIAS 
 
 
 
1. LAPLANE, Adriana Liz Frizman de; BATISTA, Cecília Guarneiri. Ver, não ver e aprender: 
Participação de crianças com baixa visão e cegueira na escola. Disponível 
em:<http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v28n75/v28n75a05.pdf>. Acesso em: 8 set 2019. 
 
2. LEÃO, Gabriel Bertozzi de Oliveira e Sousa; SOFIATO, Cássia Geciauskas. A Educação de 
Cegos no Brasil do Século XIX: Revisitando a História. Disponível 
em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
65382019000200283&lang=pt>. Acesso em: 8 set. 2019. 
 
3. JUNIOR, Wandelcy Leão; GATII, Giseli Cristina do Vale. História de uma instituição 
educacional para o deficiente visual: o instituto de cegos do Brasil Central de 
Uberaba(Minas Gerais, Brasil, 1942-1959). Disponível 
em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2236-
34592016000300389&lang=pt>. Acesso em: 8 set. 2019. 
 
4. ROCHA, Simone José Maciel da; SILVA, Edson Pereira da; Cegos e Aprendizagem de 
Genética em Sala de Aula: Percepções de Professores e Alunos. Disponível 
em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
65382016000400589&lang=pt>. Acesso em: 8 set. 2019. 
 
5. BIANCHI, Cristina; RAMOS, Kim; BARBOSA-LIMA, Maria da Conceição. Conhecer as cores 
sem nunca tê-las visto. Disponível 
em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-
21172016000100147&lang=pt>. Acesso em: 9 set. 2019. 
 
6. REBOUÇAS, Cristiana Brasil de Almeida; ARAÚJO, Moziane Medonça de; BRAGA, Fernanda 
Cavalcate; FERNANDES, Giselle Taveira; COSTA, Samira Cavalcanti. Avaliação da 
qualidade de vida de deficientes visuais. Disponível em:< 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672016000100072&lang=pt>. 
Acesso em: 9 set. 2019. 
 
7. JUNIOR, Abelardo Couto; DE OLIVEIRA, Lucas Azeredo Gonçalves. As principais causas de 
cegueira e baixa visão em escola para deficientes visuais. Disponível 
em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
72802016000100026&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 10 set. 2019. 
 
8. WEID, Olivia von der. O corpo estendido de cegos: cognição, ambiente, acoplamentos. 
Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2238-
38752015000300935&lang=pt>. Acesso em: 10 set. 2019. 
 
9. AMORIM, Catarina de Siena Vieira; PINHEIRO, Isabella Ferreira; VIEIRA, Vitória Geovana 
Silva; GUIMARÃES, Rafael Alves; NUNES, Patrícia Silva; MARINHO, Tamíris Augusto. 
Higiene das mãos e prevenção da influenza: conhecimentos de discentes da área da 
saúde. Disponível em:< http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
07072018000400327&lang=pt>. Acesso em: 10 set. 2019. 
 
10. LEÃO, Renata Campos; GONÇALVES, Álisson de Carvalho; SANTOS, Celso Tadeu Barbosa 
dos; ANDRADE, Anderson Assunção; SILVA,Marlene Cabrine dos Santos; SILVA, Márcia 
Benedita de Oliveira. Ocorrência de enteroparasitos e coliformes termotolerantes nas 
mãos de manipuladores de alimentos de um hospital de ensino. Disponível em:< 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-462X2018000200211&lang=pt>. 
Acesso em: 10 set. 2019. 
 
11. KASSAR, Mônica de Carvalho Magalhães. Educação especial na perspectiva da educação 
inclusiva: desafios da implantação de uma política nacional.Disponível em:< 
 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40602011000300005>. Acesso 
em: 12 set. 2019. 
 
12. DE SOUZA, Joana Belarmino. Cegueira, Acessibilidade e Inclusão: Apontamentos de uma 
Trajetória. Disponível em:< http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
98932018000300564&lang=pt>. Acesso em: 13 set. 2019. 
 
13. RUTIGLEANO, Bernadete. Pedagoga pelo Programa Criança Esperança e atua no 
Instituto Luiz Braille do Espírito Santo. Entrevista concedida a Rumi Izabel Prestes, no 
ILBES em Vitória-ES, 17 de Setembro de 2019. [A entrevista encontra-se transcrita nos 
resultados deste trabalho] 
 
14. AVELLAR,Karolina. Fisioterapeuta e professora de massoterapia pela ArcelorMittal 
atuante no Instituto Luiz Braille do Espírito Santo. Entrevista concedida a Rumi Izabel 
Prestes, no ILBES em Vitória-ES, 17 de Setembro de 2019. [A entrevista encontra-se transcrita 
nos resultados deste trabalho] 
 
15. LOUREIRO, Vicente. Aluno de estimulação do Instituto Luiz Braille do Espírito Santo. 
Entrevista concedida pela mãe a Rumi Izabel Prestes, no ILBES em Vitória-ES, 17 de Setembro 
de 2019. [A entrevista encontra-se transcrita nos resultados deste trabalho] 
 
16. SOUZA, Maria de Fátima. Aluna da professora Karolina no curso de Massoterapia 
ministrado no Instituto Luiz Braille do Espírito Santo. Entrevista concedida a Ana Carolina 
Espíndula Alcântara no ILBES em Vitória-ES, 17 de Setembro de 2019. [A entrevista encontra-
se transcrita nos resultados deste trabalho] 
 
17. JUNIOR, Edson. Aluno da professora Karolina no curso de Massoterapia ministrado no 
Instituto Luiz Braille do Espírito Santo. Entrevista concedida a Ana Carolina Espíndula 
Alcântara, ILBES, Vitória, 17 de Setembro de 2019. [A entrevista encontra-se transcrita nos 
resultados deste trabalho] 
 
18. DE OLIVEIRA, Jaderson. Aluno da professora Karolina no curso de Massoterapia 
ministrado no Instituto Luiz Braille do Espírito Santo. Entrevista concedida a Brisa Carolina 
Lacerda Gama do Nascimento, ILBES, Vitória, 17 de Setembro de 2019. [A entrevista encontra-
se transcrita nos resultados deste trabalho] 
 
19. DE OLIVEIRA, Edna. Aluna da professora Karolina no curso de Massoterapia ministrado 
no Instituto Luiz Braille do Espírito Santo. Entrevista concedida a Brisa Carolina Lacerda 
Gama do Nascimento, ILBES, Vitória, 17 de Setembro de 2019. [A entrevista encontra-se 
transcrita nos resultados deste trabalho]

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