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ESTUDO DE CASO - DIREITO TRIBUTÁRIO 2

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DA BAHIA
Professor: 
Salvador, Bahia.
Outubro de 2020
DIREITO TRIBUTÁRIO E FINANCEIRO II
Estudo de caso:
1ª parte-Elementos essenciais para estudar o processo: AGRAVO REGIMENTAL(AGRAVO INTERNO) no RECURSO ESPECIAL Nº 1.097.710 - BA (2008/0235109-2) Superior Tribunal de Justiça:
1. Fatos (nome do caso e suas partes, o que aconteceu de fato e processual, e a sentença). E quando cabe Agravo regimental (Agravo Interno) no STJ?
RESPOSTA:
AGRAVO REGIMENTAL, agravante: Município de Salvador, agravado: Empresa baiana de águas e saneamento s/a embasa, procurador: David Bittencourt Luduvice Neto, Advogado: Lício Bastas Silva Neto e Relator Ministro Luiz Fux.
Do Fato: AGRAVANTE : MUNICÍPIO DE SALVADOR PROCURADOR : DAVID BITTENCOURT LUDUVICE NETO E OUTRO(S)
Lapso temporal no lançamento de crédito tributário, ou seja, prescrição e decadência do crédito tributário.
AGRAVADO : EMPRESA BAIANA DE ÁGUAS E SANEAMENTO S/A EMBASA
ADVOGADO : LÍCIO BASTAS SILVA NETO E OUTRO(S)
Definição: Decorrido o lapso temporal de cinco anos, sem que o Fisco se manifeste, extingue-se o direito da Administração de efetuar o lançamento e constituir o crédito tributário. AMARO, Luciano, Direito Tributário Brasileiro, 4ª ed. São Paulo: Saraiva,1999.
Sentença: Foi CONHECIDO do agravo regimental para DAR PROVIMENTO ao recurso especial. Minis. Luiz Fux.
Cabimento. O art. 1.021 do CPC estabelece que o agravo interno é cabível contra decisão proferida pelo relator. Sua leitura pode, então, gerar a impressão de que este recurso só pode ser empregado como meio destinado a impugnar decisões monocráticas, unipessoais, proferidas pelos relatores.
DECISÃO: AGRAVO REGIMENTAL. PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO PORHOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO.PRESCRIÇÃO DO DIREITO DE COBRANÇA JUDICIALPELO FISCO. PRAZO QÜINQÜENAL. TRIBUTO SUJEITO ÀLANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. INOCORRÊNCIA
2. Problemas (o que está em disputa) 
RESPOSTA:
- Regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado.
- Regra da decadência do prazo de lançar nos casos em que notificado o contribuinte de medida preparatório do lançamento, em se tratando de tributos de sujeitos a lançamento de ofício ou de tributos sujeitos a lançamento por homologação em que incorre o pagamento antecipado; 
- Regra da decadência do direito de lançar nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação em que há parcial pagamento da exação devida;
 - Regra da decadência do direito de lançar em que o pagamento antecipado se dá com fraude, dolo ou simulação, ocorrendo notificação do contribuinte acerca de medida preparatória; 
- Regra da decadência do direito de lançar perante anulação do lançamento anterior;
- Possibilidade de alteração de crédito, prazo prescricional e decadência.
- Cuida-se de agravo regimental interposto pelo MUNICÍPIO DE SALVADOR em face de decisão monocrática de minha lavra, proferida em sede de recurso especial, cuja ementa restou assim vazada:
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO
CPC. PRESCRIÇÃO DO DIREITO DE COBRANÇA JUDICIAL PELO FISCO. PRAZO QÜINQÜENAL. TRIBUTO SUJEITO À LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. OCORRÊNCIA.
3. Histórico processual (quais eventos dentro do sistema judicial levaram ao presente caso) 
RESPOSTA:
A Primeira Seção, quando do julgamento do REsp 973.733/SC, sujeito ao regime dos recursos repetitivos, reafirmou o entendimento de que " o dies a quo do prazo quinquenal da aludida regra decadencial rege-se pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelando-se inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal.
O agravante sustenta que constituído o crédito de ISS pelo lançamento supletivo de ofício materializado no auto de infração, lavrado em 23.04.1993, uma vez que a contribuinte, notificada do lançamento optou por instaurar o processo administrativo fiscal por meio da impugnação do lançamento (no qual se promove o controle da legalidade da autuação), desse momento até a decisão de última instância, não houve curso da prescrição, haja vista que manifestamente configura causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 151, III, do CTN. De fato, sequer teve início o prazo prescricional, na medida em que, imediatamente após constituído o crédito tributário e a notificação do contribuinte acerca do lançamento, seguiu-se a impugnação do contribuinte instaurando o processo administrativo fiscal.
Deveras, assim como ocorre com a decadência do direito de constituir o crédito tributário, a prescrição do direito de cobrança judicial pelo Fisco encontra-se disciplinada em cinco regras jurídicas gerais e abstratas, a saber: (a) regra da prescrição do direito do Fisco nas hipóteses em que a constituição do crédito se dá mediante ato de formalização praticado pelo contribuinte (tributos sujeitos a lançamento por homologação); (b) regra da prescrição do direito do Fisco com constituição do crédito pelo contribuinte e com suspensão da exigibilidade; (c) regra da prescrição do direito do Fisco com lançamento tributário ex officio; (d) regra da prescrição do direito do Fisco com lançamento e com suspensão da exigibilidade; e (e) regra de reinício do prazo de prescrição do direito do Fisco decorrente de causas interruptivas do prazo prescricional.
d)Como o tribunal decidiu a questão? Qual regra de direito é fornecida pelo caso?
RESPOSTA:
A constituição definitiva do crédito tributário pressupõe a inexistência de discussão ou possibilidade de alteração do crédito. Ocorrendo a impugnação do crédito tributário na via administrativa, o prazo prescricional começa a ser contado a partir da apreciação, em definitivo, do recurso pela autoridade administrativa. Antes de haver ocorrido esse fato, não existe 'dies a quo' do prazo prescricional, pois, na fase entre a notificação do lançamento e a solução do processo administrativo, não ocorrem nem a prescrição nem a decadência. (art. 151, III, do CTN).
Enquanto há pendência de recurso administrativo, somente a partir da data em que o contribuinte é notificado do resultado do recurso ou da sua revisão, tem início a contagem do prazo prescricional.
Da análise superficial das datas apostas, constata-se a consumação do prazo, eis que decorridos mais de 5 (cinco) anos da data que o crédito foi definitivamente constituído, nos termos do arts. 174, caput e 151, inc. III do CTN, qual seja 25.04.93, após o vencimento do prazo para recurso administrativo.
O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contadoda data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. Ora, se a lei fala em início de constituição do crédito tributário, tem-se como marco o início do lançamento. Assim, mesmo que seja o lançamento contestado ou impugnado por meio de recurso administrativo, entende o professor Ives Gandra que já se operou o prazo decadencial e teve início o prazo prescricional. Dessa forma, podemos ter após o lançamento a sua definitividade, quando não impugnado ou dispensa a sua exigibilidade pela interposição de recurso administrativo, nos termos do art. 151, III, do CTN.No mesmo sentido ensina Sacha Calmon Navarro Coelho, em Curso de Direito Tributário Brasileiro: Não existe lançamento inicial ou final, provisório e definitivo. O lançamento é ato jurídico simples e que tem por objetivo constituir o crédito tributário, o que não se altera com o processo revisional.
A jurisprudência desta Corte apresenta divergência. Na posição mais ortodoxa, à qual me filio, tem-se precedentes da Primeira e Segunda Turmas, para quem a constituição do crédito tributário é feito por ato único, o lançamento, que serve de marco para o prazo decadencial.
e) Argumentos da parte (o argumento oposto de cada parte sobre a questão)
O agravante sustenta que constituído o crédito de ISS pelo lançamento supletivo de ofício materializado no auto de infração, lavrado em 23.04.1993, uma vez que a contribuinte, notificada do lançamento optou por instaurar o processo administrativo fiscal por meio da impugnação do lançamento (no qual se promove o controle da legalidade da autuação), desse momento até a decisão de última instância, não houve curso da prescrição, haja vista que manifestamente configura causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 151, III, do CTN. De fato, sequer teve início o prazo prescricional, na medida em que, imediatamente após constituído o crédito tributário e a notificação do contribuinte acerca do lançamento, seguiu-se a impugnação do contribuinte instaurando o processo administrativo fiscal.
f) Julgamento (o que o tribunal realmente decidiu)
Dentro do entendimento visualizado nesta explicativa exposição, concluo que tem razão a recorrente, porque embora o fato gerador tenha ocorrido em 1989 e date a constituição do crédito de 12/05/92, a interposição do recurso administrativo ensejou o aparecimento de um lapso temporal que não é computado para nenhum efeito, funcionando como uma espécie de hiato, até o seu julgamento, quando foi a empresa notificada do resultado, em
18/09/97, constituindo-se então o crédito em definitivo.
Na hipótese, a decadência segue o disposto no art. 150, § 4º do CTN. Contando-se cinco anos do fato gerador, este datado de 1989, inocorreu a decadência, porque constituído o crédito em 12/05/92 com a lavratura do auto de infração, conforme previsto na Súmula 153/TFR.
Ora, entre a data da constituição definitiva do crédito tributário, em 18/09/97 e a data da citação, em 09/06/99, não ocorreu lapso temporal superior a cinco anos, o que afasta a prescrição originária (art. 174, I do CTN)."
Destarte, considerando-se que, no lapso temporal que permeia o lançamento e a solução administrativa não corre nem o prazo decadencial, nem o prescricional, ficando suspensa
a exigibilidade do crédito até a notificação da decisão administrativa, que, in casu, ocorreu em 11/04/2002 (fl. 55), exsurge, inequivocamente, a inocorrência da prescrição, porquanto execução fiscal foi proposta em 12/07/2002 e em 24/09/2002 (fl. 05-apenso) juntou-se aos autos a exceção de pré-executividade apresentada pela Empresa.
Ex positis, CONHEÇO do agravo regimental para DAR PROVIMENTO ao recurso especial.
2ª PARTE
Analisar o contexto: social, jurídico, fatos relevantes, dispositivos jurídicos aplicáveis ao caso e Avaliar a decisão do caso
Quais são as consequências de decisão do caso para:
a)Sociedade,
Pode-se dizer que as melhores consequências possíveis são aqueles que trazem menos risco à sociedade e aos envolvidos no caso.
b) Instituições
Causa o bloqueio patrimonial do acusado, e causa o seu estigma social, já que passa a ser visto publicamente como alguém que está sendo acusado, com a concordância inicial e preliminar do juiz, de não ter probidade para administrar a coisa pública.
c) Ordenamento jurídico
A idéia-chave do pragmatismo jurídico quanto ao papel das conseqüências na decisão judicial não poderia ser descrita simplesmente como sendo “o juiz deve sempre adotar a decisão que tenha as melhores conseqüências para o caso”. neste sentido, não basta olhar para as consequências, é necessário analisar as consequências além do caso, a longo prazo, dado que, em determinadas situações
d) para partes envolvidas
Utilização equilibrada dessas ferramentas, para que seja possível a análise das consequências, e a busca da melhor das consequências possíveis, ainda que para isso, a aplicação pura da norma seja o melhor caminho para este objetivo.
COMPLEMENTO DAS RESPOSTA:
Notou-se que o presente recurso trouxe uma dicotomia quanto interpretação do art. 174 do CTN. Pois embora a hermenêutica conceda a possibilidade de interpretação dos dispositivos legais, entendemos que o judiciário deve buscar de forma técnica, qual era o intento do legislador quando constituiu o dispositivo normativo, bem como, buscar uma compreensão coerente no que se refere a alguns institutos jurídicos que não devem ser confundidos.
Em nosso entendimento, o provimento do presente recurso trouxe uma estabilidade nas futuras decisões judiciais. Uma vez que os Tribunais mesmo em meio a controvérsias, tendem a buscar segurança jurídica nas decisões; pois a inocorrência dessa situação, pode ocasionar um descredito do poder judiciário perante sociedade, e por consequência um desrespeito às instituições. 
Se partíssemos da ideia, que as instituições do Estado, fazendo parte de uma mesma engrenagem, que tem como objetivo o bem da coletividade, não consiga conviver de forma harmônica, o corpo social como um todo entraria em colapso.
Portanto, a segurança jurídica advinda do provimento da presente decisão, surgiu como um ponto de equilíbrio não só entre os tribunais, mas também, entre as partes envolvidas na lide, bem como entre toda a maquina estatal, visto que tal discursão por hora não mais será posta a apreciação do poder judiciário.

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