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Teste Bens Públicos

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Caso 01
A Empresa Pública do Estado X é responsável pela prestação do serviço público de fornecimento de água à população. Em virtude de crise econômica causada pela gestão indevida dos recursos da empresa, não efetiva o pagamento de dívidas com algumas empresas prestadoras de serviço e de valores derivados de condenações judiciais. Em virtude do inadimplemento, os credores solicitam ao Poder Judiciário a determinação de medidas destinadas à decretação da penhora dos bens da empresa pública, os quais estão relacionados à atividade desenvolvida, para que os seus créditos sejam satisfeitos. Dessa forma, considerando o conceito doutrinário de bens públicos e o entendimento jurisprudencial sobre o assunto, qual o argumento a ser alegado em favor da empresa pública a fim de impedir a penhora dos bens?
O § 1º, inciso II do art. 173, da Constituição Federal, estabelece que tanto a empresa pública quanto a sociedade de economia mista, que explorem atividade econômica, vale dizer, sejam elas prestadoras de serviço ou de produção e comercialização de bens, sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, o que se pode pressupor, estarem sujeitas à falência e terem seus bens penhorados. Contudo essa sujeição não é plena, já que para existência das empresas estatais, deve existir o interesse público, consubstanciado nos imperativos de segurança nacional e no interesse coletivo e, por essa razão, os bens dessa empresa pública que fornece água, sendo esse um serviço essencial, são, em tese, impenhoráveis.
 
Caso 02
O governador do Estado X pretende realizar reforma estatal, a fim de obter recursos para a realização de alguns projetos. Nesse contexto, tem a intenção de vender determinados bens públicos, todavia, os imóveis estão destinados à prestação de serviços públicos de responsabilidade do Estado e, para tanto, encaminha solicitação ao setor jurídico para verificar a possibilidade de alienação desses bens. Assim sendo, considerando a classificação dos bens públicos, é possível a efetuação da alienação? Se sim, quais são os requisitos a serem cumpridos?
É possível realizar a alienação desde que esses bens imóveis cumpram certos requisitos como: Desafetação do bem, interesse público justificado, avaliação prévia, autorização legislativa, licitação na modalidade concorrência. Nesse caso concreto em específico como os imóveis estão afetados a prestarem serviços públicos de responsabilidade do estado, não poderão ser alienados.
 
Caso 03
João, em virtude da ausência de outro local para residir, passou a ocupar determinado imóvel público, havendo consciência da qualificação jurídica do local, onde residiu durante décadas e, para melhorar a estrutura, realizou reformas na habitação. Todavia, o Estado X, que é proprietário do imóvel, tem a intenção de recobrar a propriedade, logo, implicando retirada de João da localidade. João lhe procura em consulta a fim de saber se tem direito à aquisição da propriedade do imóvel e, em hipótese negativa, se tem possibilidade de mover ação em face do Estado cobrando indenização pelas benfeitorias realizadas. Dessa forma, considerando que João não tem direito a nenhuma forma de legitimação da posse e o entendimento doutrinário e jurisprudencial sobre o assunto, qual a resposta às solicitações de seu cliente?
A ocupação irregular de bem público não pode ser classificada como posse, mas mera detenção, possuindo, portanto, natureza precária. Segundo consolidou o STJ, a posse é o direito reconhecido a quem se comporta como proprietário, não havendo como reconhecer a posse a quem, por proibição legal, não possa ser proprietário. Assim, a ocupação de área pública, quando irregular, não pode ser reconhecida como posse, mas como mera detenção. Em função disso João não terá direito sobre as benfeitorias efetivadas no bem.
Caso 04
Manoel e Artur objetivam efetuar a utilização privada de bens públicos, contudo, para objetivos diversos, e, assim, procuram-lhe para orientar a medida a ser adotada. Manoel tem a intenção de realizar festa particular, a qual necessita da utilização de parcela da rua do Munícipio por determinado período de tempo e, Artur, por sua vez, tem o interesse de ser o responsável por uma das lanchonetes localizadas em certa Universidade Estadual. Assim sendo, considerando as formas de uso privado dos bens públicos, qual a espécie aplicada às intenções de Manoel e Artur e algumas das características básicas dos procedimentos a serem aplicados.
No caso de Manoel basta uma autorização de uso, sendo caracterizado enquanto ato administrativo, unilateral, discricionário, concedido provisoriamente de maneira geral, não existe dever de utilização senão a mera faculdade. Para Artur será necessária uma concessão de uso, que se expressa pela obrigatoriedade contratual onde o poder público confere à pessoa determinada o uso privativo de bem público, nesse caso com a presença do contrato administrativo, exigência de licitação, prazo determinado e etc.
Caso 05
O Estado X tem a intenção de permitir a utilização de determinados bens públicos dominicais, contudo, sem perder a propriedade dos imóveis. Em relação ao terreno localizado em certa área com potencial para investimentos, pretende conceder a exploração por terceiros para que instalem seus empreendimentos e o explorem por tempo determinado, quando o terreno deve voltar à posse do Estado. Já quanto às salas desocupadas em prédio público, busca as ceder para que, em virtude de solicitação realizada, o Município Y utilize-as, provisoriamente, para a prestação de serviço público. Assim sendo, considerando as formas de uso de bens públicos, quais são as aplicadas às hipóteses descritas?
 A primeira trata-se de concessão de direito real de uso e a segunda a concessão de uso.
Caso 06
João, ao realizar obras em sua casa, descobriu a existência de petróleo em seu terreno, logo, em primeiro momento, pensou em desempenhar atividade de explorá-lo, já que, em sua visão, por estar em sua propriedade, o recurso mineral, pertence-lhe. Dessa forma, considerando os bens públicos em espécie de acordo com a disciplina constitucional, João está correto?
Não, porque segundo o art.20, IX da Constituição Federal, pertence a união os recursos minerais, inclusive os do subsolo, sendo compulsória a participação da Federação na exploração segundo Art.20,§1º.

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