Buscar

Prévia do material em texto

Aluno Robson Vital
Matricula 201903371856
1. (ADAPTADA - INEP - 2012 – Direito - ENADE) Nos contratos de massa, os valores constitucionais da dignidade da pessoa humana, do trabalho e da livre iniciativa, o preenchimento do conceito de "Estado Democrático de Direito", os princípios da liberdade, justiça e solidariedade, o da igualdade e as diretrizes da política nacional do consumo, entre as quais se destaca o princípio da boa-fé, oferecem aos tribunais sólidas bases de referência para a interpretação, no contrato, de uma “normativa intervencionista", quando violados, ou em vias de serem violados, ditos princípios. MARTINS-COSTA, J. Crise e modificação da ideal de contrato. In: TEPEDINO, G.; FACHIN, L. E. Doutrinas essenciais: obrigações e contratos. v. 111. São Paulo: RI, 2011. 
A assertiva acima revela o direito civil na sua perspectiva constitucionalizada, na qual princípios modernos foram inseridos na esfera contratual em complementação aos princípios clássicos. Desse modo, escolha dois princípios contratuais da concepção moderna e explane sobre duas das suas principais características (1,5). 
Princípio da autonomia da vontade
O princípio da autonomia da vontade é um dos princípios contratuais clássicos. Desde o direito romano pessoas tem a liberdade de contratar escolhendo com quem, sobre o que e com o conteúdo que quiserem ao celebrar seu contrato. Tal princípio teve seu apogeu após a Revolução Francesa, com a predominância do individualismo e culto a liberdade em todas as áreas, incluindo o direito contratual.
O alicerce do princípio da autonomia da vontade é a ampla liberdade contratual e o poder dos contratantes de disciplinar seus interesses por acordos de vontades, por contratos nominados ou inominados, tutelados pela ordem jurídica, mesmo sem precisar do Estado para tal. O princípio da liberdade e o da propriedade, presentes na Constituição Federal dão respaldo para tal situação, pois permitem que a pessoa proprietária de algo faça com este o que quiser.
As partes tem a faculdade de celebrar ou não os contratos, a princípio, sem nenhuma intervenção de terceiros. Porém, existem limitações nas quais as partes não podem escolher todo o conteúdo do contrato. A principal delas é a lei, não podem ser acordados objetos ilícitos. O poder de autorregulamentação dos interesses pertence às partes, porém estes deverão ser lícitos como diz o artigo 421 do Código Civil.
O artigo 425 do Código Civil prevê a liberdade de contratar ao dizer que podem ser estabelecidos contratos atípicos que são os resultados de acordos de vontade não regulamentadas pelo ordenamento jurídico, geradas pelas necessidades e interesses das partes.
Princípio da obrigatoriedade dos contratos
Pacta Sunt Servanda
O princípio da obrigatoriedade dos contratos representa a força vinculante das convenções, como ninguém é obrigado a contratar pelo princípio da autonomia da vontade, os que o fizerem serão obrigados a cumprir o contrato que celebraram se este for válido e eficaz, pois foram as partes que escolheram e aceitaram os termos e cláusulas descritos sem interferência do juiz.
A força obrigatória significa a irreversibilidade da palavra empenhada, e tem por fundamentos a necessidade de segurança nos negócios jurídicos, que deixaria de existir se os contratantes tivessem a opção de não cumprir o que acordaram, e a intangibilidade ou imutabilidade do contrato, pois o acordo faz lei entre as partes.
Pacta sunt servanda diz que os contratos devem ser cumpridos e não podem ser alterados nem pelo juiz sem ter a concordância de ambas as partes contraentes. Qualquer alteração ou revogação tem que ser um acordo bilateral para ser permitida.
No caso de inadimplemento, a parte lesada poderá utilizar-se dos instrumentos judiciários para obrigar a parte inadimplente a cumprir o contrato ou indenizá-lo por perdas e danos, sob pena de execução patrimonial. A previsão legal para tal está no artigo 389 do Código Civil.
02 ADAPTADA - FGV - 2010 - OAB - Exame de Ordem Unificado - II - Primeira Fase) Durante dez anos, empregados de uma fabricante de extrato de tomate distribuíram, gratuitamente, sementes de tomate entre agricultores de uma certa região. A cada ano, os empregados da fabricante procuravam os agricultores, na época da colheita, para adquirir a safra produzida. No ano de 2009, a fabricante distribuiu as sementes, como sempre fazia, mas não retornou para adquirir a safra. Procurada pelos agricultores, a fabricante recusou-se a efetuar a compra. O tribunal competente entendeu que havia responsabilidade pré-contratual da fabricante. Discorra sobre qual é fundamento jurídico, presente no Código Civil e na jurisprudência, que viabilizada a responsabilidade précontratual, apresentando as principais características do instituto 
aracterísticas do instituto (valor: 1,5). 
deriva da violação à boa -fé obje tiva na fase das negociações preliminares à formação do contrato. 
O princípio da boa-fé objetiva impõe às partes durante a execução dos contratos, uma atuação pautada nos deveres de honestidade, lealdade e informação, consoante estabelecem o artigo 422 do Código Civil e artigo 4º, inciso III, do CDC.
3.	(ADAPTADA - FGV - 2015 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XVII - Primeira Fase) Renato é proprietário de um imóvel e o coloca à venda, atraindo o interesse de Mário. Depois de algumas visitas ao imóvel e conversas sobre o seu valor, Renato e Mário, acompanhados de corretor, realizam negócio por preço certo, que deveria ser pago em três parcelas: a primeira, paga naquele ato a título de sinal e princípio de pagamento, mediante recibo que dava o negócio por concluído; a segunda deveria ser paga em até trinta dias, com a exibição das certidões negativas do vendedor, ficando acordado no contrato que as partes poderiam exercer o direito de arrependimento apenas até o dia pagamento da referida parcela; a terceira seria paga na data da lavratura da escritura definitiva, em até noventa dias a contar do fechamento do negócio.  
Antes do pagamento da segunda parcela, Mário celebra, com terceiros, contratos de promessa de locação do imóvel por temporada, recebendo a metade de cada aluguel antecipadamente. Renato, ao tomar conhecimento de que Mário havia celebrado as promessas de locação por temporada, percebeu que o imóvel possuía esse potencial de exploração. Em virtude disso, Renato arrependeu-se do negócio e, antes do vencimento da segunda parcela do preço, notificou o comprador e o corretor, dando o negócio por desfeito. Com base na hipótese formulada, informe se o contrato pode ser extinto assim como pretende Renato, indicando em qual das modalidades de extinção contratual se enquadra, bem como o que acontece caso o contrato seja extinto? (valor: 1,5).  
O vendedor perde o sinal pago e o comprador pode exigir uma indenização pelos prejuízos a que a desistência deu causa, se o seu valor superar o do sinal dado, sendo devida a comissão do corretor, não obstante o desfazimento do negócio antes de aperfeiçoar-se.
4.	(ADAPTADA - FGV - 2013 - OAB - Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase) José celebrou com Maria um contrato de compra e venda de imóvel, no valor de R$100.000,00, quantia paga à vista, ficando ajustada entre as partes a exclusão da responsabilidade do alienante pela evicção. A respeito desse caso, vindo a adquirente a perder o bem em decorrência de decisão judicial favorável a terceiro, explique o que se segue: 
a) Tal cláusula é possível pelo ordenamento jurídico brasileiro?
Art. 447 CC Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública
b) Não obstante a cláusula de exclusão da responsabilidade pela evicção, existe alguma possibilidade de Maria não fazer jus a alguma reparação pela evicção? 
Denunciação à Lide
Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo.
Não atendendo o alienante à denunciaçãoda lide, e sendo manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou usar de recursos.
Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.
Base: Código Civil  - artigos 447 a 457.
5.	(ADAPTADA – FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase) Maria decide vender sua mobília para Viviane, sua colega de trabalho. A alienante decidiu desfazer-se de seus móveis porque, após um serviço de dedetização, tomou conhecimento que vários já estavam consumidos internamente por cupins, mas preferiu omitir tal informação de Viviane. Firmado o acordo, 120 dias após a tradição, Viviane descobre o primeiro foco de cupim, pela erupção que se formou em um dos móveis adquiridos. Poucos dias depois, Viviane, após investigar a fundo a condição de toda a mobília adquirida, descobriu que estava toda infectada. Assim, 25 dias após a descoberta, entrou em contato com Maria com o intuito de redibir os móveis. Maria, se negou a devolver o dinheiro e pegar os móveis de volta, fazendo com que Viviane movesse uma ação judicial, contendo como pedido que a alienante devolvesse os móveis adquiridos, reavendo o preço pago, mais perdas e danos. Sobre o caso apresentado, informe se: a) Na hipótese, Viviane respeitou o prazo decadencial imposto pelo CC para constituir seu direito;
sim, Estabelece o art. 73[17], inciso I do CTN que o direito da Fazenda de constituir o crédito tributário extingue-se após 05 (cinco) anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento por homologação poderia ter sido efetuado.
b) Qual a Ação Edilícia cabível e se a adquirente faz jus as perdas e danos reclamadas (valor: 2,0).
Além da devolução da quantia paga ,neste caso caberia uma ação de danos morais e materiais de a cordo com o princípio da boa fé.

Mais conteúdos dessa disciplina