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varicela INTRODUÇÃO É a primo-infecção pelo vírus varicela-zóster (VZV). Comum na infância, distribuição universal. Etiologia: VZV ou HHV-3. VZV: ➢ DNA dupla fita. ➢ Família Herperviridae. ➢ Subfamília alfa-herpesvírus. ➢ Sozonalidade: inverno e primavera. ➢ Taxa de ataque domiciliar: 65-86%. Antes da vacinação era uma doença universal da infância → tetraviral c/ 15 meses e reforço aos 4 anos. Maior morbimortalidade → lactentes, adultos, imunocomprometidos. Infecção primária = varicela. VZV latente nos gânglios nervosos sensoriais → infecção recorrente: herpes zoster (em 10-15%, geralmente após 45 anos). FISIOPATOLOGIA Inoculação do vírus na mucosa de via aérea superior → replicação no tecido linfoide local → disseminação p/ sistema reticuloendotelial. 2ª viremia → exantema. Resposta imune celular e humoral. Latência nos gânglios da raiz dorsal. QUADRO CLÍNICO Transmissão pelas vias aéreas. Incubação: 15-21 dias. Pródromos leves → mal-estar, febre moderada, manchas eritematosas, dor abdominal leve, cefaleia. FASE EXANTEMÁTICA Exantema polimórfico maculopapulovesicular. 1º - manchas eritematosas. 2º - vesículas, pústulas e crostas, principalmente tronco; menos lesões nas extremidades; lesões nas mucosas. Evolução → surtos c/ lesões em vários estágios de evolução. Couro cabeludo → face → tronco → extremidades. Lesões pruriginosas → facilita coinfecção bacteriana. Novas lesões a cada 3-5 dias (picos de viremia). VARICELA MODIFICADA Em crianças vacinadas. Exantema maculopapular (<50 lesões) + febre baixa. Menos contagiosa. VARICELA PROGRESSIVA + comum em imunodeprimidos. Desenvolvimento contínuo de lesões → varicela hemorrágica (discrasia sanguínea por comprometimento plaquetário). Dor abdominal intensa + envolvimento, principalmente hepático. Mortalidade 20%. EXAMES DIAGNÓSTICOS Essencialmente clínico. Citodiagnóstico de Tzanck. Anatomopato. Isolamento viral: imunofluorescência, imunoperoxidase ou microscopia eletrônica. Sorologia: aumento IgM e soroconversão p/ IgG indica infec. recente. Leucopenia nas primeiras 72h. Linfocitose. Elevação transaminases (75%) → não significa necessariamente visceralização. Etiológico: ➢ Casos graves/duvidosos. ➢ Id. viral PCR nas lesões. ➢ Sorologia pareada. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Estrófulo, impetigo bolhoso. TRATAMENTO 1ª LINHA Aciclovir VO: primeiras 24h e manter por 5 dias. ➢ Somente se risco de doença grave: adolescentes, doenças crônicas, uso crônico de corticoides. ➢ 200 mg, 5x/dia. ➢ < 2 anos: ½ dose. ➢ Imunocomprometidos: 2x dose; pode-se usar via EV 10 mg/kg. Aciclovir EV: por 7 d. ➢ Doença grave, disseminada, grávidas, imunodeprimidos. 2ª LINHA - SINTOMÁTICOS Febre → paracetamol ou dipirona. Não usar AAS: risco da síndrome de Reye. Prurido → anti-histamínico. 3ª LINHA Água boricada → limpeza lesões. Antibiótico tópico. Não se usa permanganato de K+ → seca as vesículas mas seca a pele universalmente → + prurido e + escoriações → aumenta risco coinfecção bacteriana. OBS. Teratogênico no 1º trim. gestacional. Varicela neonatal: pode ser fatal. COMPLICAÇÕES INFECÇÃO BACTERIANA SECUNDÁRIA ÀS LESÕES. S. aureus ou S. pyogenes. Eritema na base da vesícula. Recrudescência da febre após 3-4 d. do início do exantema. HEPATITE Leve e assintomática. TROMBOCITOPENIA Petéquias. COMPLICAÇÕES GRAVES Infecções invasivas: pneumonia (adultos), varicela gangrenosa, sepse bacteriana, artrite, fasciíte necrosante, osteomielite. Doenças mediadas por toxinas: Staphilococcus aureus. SNC: geralmente 6 dias após início do exantema; ataxia cerebelar, meningoencefalite; autolimitada. PROFILAXIA Vacina c/ 15 meses e 4 anos. Isolamento de contato e respiratório de gotículas. PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO Imunocompetentes → apenas em surtos hospitalares → vacina em até 3-5 dias. Imunocomprometidos, grávidas e RN → IgHAVZ em até 4 dias.
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