Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
25/05/20 1 Fisiologia Respiratória Funções básicas do sistema respiratório: troca de gases entre a atmosfera e o sangue (oxigênio entre no sistema circulatório e CO2 seja exteriorizado), regulação do pH corporal, proteção contra patógenos e substâncias irritantes inaladas e vocalização. Visão geral da respiração celular e respiração externa O sangue venoso rico em CO2 chega aos alvéolos onde ocorrerão trocas gasosas levando a captação de O2. O sangue venoso devido a essa captação de O2 será transformado em sangue arterial rico em oxigênio que retornará para o coração. O coração se encarrega de distribuir esse sangue oxigenado para os tecidos. Nos tecidos ocorre o consumo de oxigênio enquanto o metabolismo celular produz CO2. Esse CO2 será transmitido para a circulação que retornará para o coração através do sangue venoso no interior de uma veia. Portanto, há uma respiração externa na qual envolve os alvéolos pulmonares e uma respiração interna (celular) presente nas células dos tecidos – consumo de oxigênio celular e eliminação de CO2. Ossos e músculos do tórax circundam os pulmões A cavidade torácica circunda os pulmões. Os ossos e músculos dessa cavidade são muito importantes, pois é através deles que é possível compreender a dinâmica respiratória. Os dois pulmões são envolvidos por uma membrana denominada de pleura visceral e na parede torácica há a pleural parietal aderida. Entre as pleuras parietal e visceral há o líquido pleural que mantém as duas membranas aderidas. Toda vez que a parede torácica se movimenta para fora ou para dentro ambas as pleuras acompanham o movimento, ou seja, o formato do pulmão é modificado. Portanto, a caixa torácica pode aumentar ou reduzir de tamanho. Esse tamanho é modificado pela movimentação da musculatura esquelética. Os principais músculos relacionados a respiração são os músculos intercostais externos (entre as costelas), intercostais internos, abdominais, esternocleideomastoideos, escalenos – todos os músculos associados a caixa torácica são músculos da respiração. Esses músculos são divididos em: - Músculos inspiratórios: participam da entrada do ar – ao contrair aumentam o tamanho/volume da cavidade torácica. Ex.: músculos intercostais externos, escalenos (acessório), esternocleideomastoideos (acessório), diafragma. - Músculos expiratórios: participam da saída do ar – ao contrair reduzem o tamanho/volume da cavidade torácica. Ex.: músculos intercostais internos, abdominais. Obs.: o diafragma é o principal músculo respiratório. Durante a ventilação, o ar flui devido ao gradiente de pressão entre os pulmões e atmosfera, ou seja, devido a diferença de pressão entre esses dois ambientes. Para isso, é necessário a movimentação dos músculos esqueléticos da caixa torácica que propiciam o aumento e a redução do seu tamanho permitindo a entrada de ar. Assim, durante a inspiração a cavidade torácica aumenta de tamanho e a pressão em seu interior é menor do que a encontrada na atmosfera permitindo que o ar flua para o interior dos pulmões. Em contrapartida, na expiração a cavidade torácica reduz de tamanho e a pressão no seu interior se torna maior do que a pressão atmosférica e o ar flui por diferença de pressão para o ambiente externo. A diferença de pressão, portanto, é criada pela movimentação musculatura e dos ossos da caixa torácica. Da mesma forma ocorre com os alvéolos que durante a entrada de ar aumentam seu volume e, consequentemente a pressão alveolar encontra-se menor do que a atmosférica fluindo ar para seu interior. Já durante a saída de ar os alvéolos reduzem o seu volume e, consequentemente aumentam a pressão, fluindo ar para o ambiente externo. É importante destacar que sem a diferença de pressão não há fluxo e consequentemente o ar não pode fluir para o interior dos pulmões. O movimento de alça de balde está relacionado a movimentação das costelas durante a inspiração que se direcionam para cima e para fora aumentando a direção lateral da caixa torácica – movimento para lateral das costelas. O músculo diafragma ao contrair abaixa aumentando o volume da cavidade torácica. O primeiro sinal que um indivíduo realiza quando está cansado é posicionar as mãos na cintura (posição do açucareiro). Isso ocorre, pois colocar as mãos na cintura de certa forma promove o aumento da cavidade torácica e consequentemente o aumento do alvéolo, reduzindo a pressão intra-alveolar e facilitando a captação de maior quantidade de ar (oxigênio). Indivíduos que mantém a integridade da musculatura não apresentam dificuldades de captação do ar. Doenças que afetam o neurônio motor que se direciona para os músculos esqueléticos respiratórios podem dificultar a respiração e, infelizmente levar o indivíduo à óbito. O diafragma abaixa os órgãos da cavidade abdominal aumentando a caixa torácica em altura (sentido vertical) - respiração abdominal. Os músculos intercostais aumentam a caixa torácica em largura e profundidade (para os lados e para frente e para trás). Nesse processo, as costelas são levantadas e o esterno é projetado para a frente – respiração torácica. Recém-nascidos apresentam ossos intercostais e músculos que compõem a cavidade torácica. Entretanto, em seus primeiros dias utilizam em maior proporção o diafragma para a sua respiração, pois os músculos intercostais só apresentam funcionalidade quando as costelas apresentam certo grau de inclinação. Isso ocorre porque as costelas dos recém-nascidos não apresentam a angulação necessária para tornarem os músculos intercostais funcionais por serem inicialmente horizontais. Por esse motivo, o aumento do volume torácico cabe ao diafragma – respiração abdominal. Gestantes fazem o uso dos músculos intercostais para a sua respiração, pois o diafragma é incapaz de comprimir o abdômen (devido à presença do feto) para aumentar o volume torácico – respiração torácica. Respiração abdominal, diafragmática ou intercostal: uso do diafragma para a respiração. Respiração torácica: uso dos músculos intercostais. Os músculos expiratórios não são necessários durante a expiração (retirada do ar dos pulmões). O pulmão quando está recebendo ar apresenta uma elasticidade devido à presença de fibras elásticas (elastina), essas fibras após se expandirem retraem 25/05/20 2 promovendo a redução do tamanho e o aumento da pressão nos alvéolos e do pulmão como um todo, não sendo necessário a utilização dos músculos expiratórios para promover a saída de ar dos pulmões. Esses músculos são utilizados somente em situações de exercício intenso, quando há necessidade de expulsão do ar com uma frequência maior. Portanto, de forma geral, a expiração é um processo passivo causado pelas fibraselásticas do pulmão, as quais são “ativadas” quando o órgão expande. Vias aéreas aquecem, filtram e umedecem o ar inspirado Toda a cavidade nasal apresenta a função fundamental de manter o ar de forma adequada para que possa acessar o sistema respiratório (aquecido, filtrado e umidificado). O epitélio respiratório é composto por células ciliadas para que haja uma limpeza da cavidade nasal e consequentemente da laringe. As células da cavidade nasal e laringe apresentam uma camada salina na região da localização dos cílios celulares que permite a fixação de partículas de poeira, que, posteriormente, serão movidas até a faringe pelos cílios onde serão eliminadas. Os alvéolos pulmonares são envolvidos por uma rede de capilares onde há ramificações da veia pulmonar (sangue venoso) bem como ramificações da artéria pulmonar (sangue arterial). Os alvéolos são constituídos por dois tipos celulares: pneumócitos tipo I e pneumócitos tipo II. Pneumócitos tipo I: constituem a superfície de troca alveolar. Estão presentes em maior quantidade nos alvéolos. Permite a troca dos gases entre os alvéolos e os capilares sanguíneos. Pneumócitos tipo II ou células surfactantes: sintetizae secreta o líquido surfactante alveolar. Líquido surfactante: substância que mantém os alvéolos abertos impedindo o colabamento dos alvéolos – quebra a tensão superficial da água. A troca dos gases ocorre simplesmente por diferença de concentração, ou seja, por difusão. A área de todos os alveolos pulmonares é cerca de 70m2 (tamanho aproximado a de uma quadra de tênis). No interior dos alvéolos há a presença de macrófagos que apresentam a função de fagocitar partículas estranhas, proteção e limpeza dos alvéolos. Além disso há a presença de fibras elásticas entre os alvéolos que são responsáveis pela retração do alvéolo sem a utilização da musculatura expiratória após a sua expansão. Se essas fibras sofreram danos, sua capacidade se torna prejudicada impedindo a remoção do ar. Complacência e elasticidade pulmonares Complacência: é a capacidade de expansão pulmonar. Elasticidade: é o comportamento elástico dos pulmões, a capacidade do pulmão de retornar ao estado de repouso. A matriz pulmonar e a tensão superficial dos alvéolos são responsáveis por esse processo. Enfisema: destruição das fibras de elastina (fibras elásticas) – aumento da complacência e diminuição da elasticidade, ou seja, o ar entra nos pulmões, mas não consegue ser eliminado. O indivíduo apresentará um tórax ou peito em barril (pulmão avantajado). A elastina é destruída pela elastase (liberada pelos macrófagos). O indivíduo apresenta dificuldade para expirar, o pulmão perde a sua elasticidade e a expiração se torna uma necessidade consciente. Doenças pulmonares restritas (fibróticas): redução da complacência pulmonar – o ar entra, mas o pulmão não consegue acomodar o ar. Características: -Tecido fibroso cicatricial. - Inalação de matéria particulada fina (asbesto e sílica – são consideradas tóxicas e repousam no leito alveolar): provocam o espessamento e rigidez. - Macrófagos secretam fatores de crescimento que estimulam os fibroblastos. - Colágeno inelástico. Circulação pulmonar: baixa pressão e alto fluxo O ventrículo esquerdo remove por minuto cerca de 5L de sangue enviando para a circulação sistêmica de todo o corpo. O ventrículo direito, por sua vez, envia a mesma quantidade de sangue para os pulmões, esse sangue é direcionado para os pulmões com uma pressão relativamente baixa. Por este motivo, os capilares pulmonares devem ter uma grande capacidade de fazer reabsorção, pois caso contrário poderá ocorrer um edema pulmonar. Dessa forma, o sistema de drenagem deve ser eficiente junto ao ambiente linfático que é responsável pela complementação da reabsorção evitando problemas de troca. A pressão atmosférica na cavidade pleural ajuda a manter os pulmões inflados A pressão intrapleural é uma pressão negativa (cerca de 3mm de Hg), ou seja, é subatmosférica (menor do que a atmosfera). Essa pressão é criada graças as propriedades elásticas do pulmão. Quando a pleura parietal é perfurada, a pressão intra- pleural se iguala a pressão atmosférica e o pulmão murcha devido a essa condição (pneumotórax), ou seja, o pulmão colapsa devido as pressões que se igualaram - fraturas de costelas, lesões de parede torácica.
Compartilhar