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Dosimetria - Sistema trifásico - Anotações (atualizado em 2020 1)

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DIREITO PENAL II 
- DOSIMETRIA DA PENA – 
 
ANTÔNIO CARLOS F. S. FILHO 
 
@CRIMINAL.ANTONIOFILHO 
 
 
Professor Universitário (UCAM e UNESA – Graduação; UNIFLU – Pós) 
Conselheiro OAB/RJ 12ª Subseção 
Advogado Criminalista 
1) SISTEMAS DE APLICAÇÃO DA PENA: Mecanismos para concretizar 
a pena abstrata definida pela lei. Diferenciam-se em relação à 
quantidade de etapas (fases) do cálculo matemático de definição 
da pena. 
a) BIFÁSICO: Desenvolvido por Roberto Lyra, foi adotado 
pelo CP para fixação da pena de multa (CP, 49, §1º) 
 
b) TRIFÁSICO: Desenvolvido por Hungria, foi adotado pelo 
CP, 68 para a pena privativa de liberdade (PPL) 
 
> Atenção: Não houve menção às penas restritivas de direito 
(PRD) porque estas, no sistema do Código Penal, não são 
aplicadas autonomamente, mas sim por substituição de uma 
PPL, previamente dosada (CP,44). 
 
1.D) LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE: Embora seja aplicado o sistema 
trifásico, pode haver circunstâncias, patamares e/ou dinâmica 
de aplicação diferentes. 
 
PENA DE MULTA 
 
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo 
penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada 
em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, 
de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. 
 
1) ESPÉCIES 
a) ABSTRATA (CP, 32, III e 58): Cominada pelo legislador 
no preceito secundário de um tipo penal 
 > Cumulativamente (Ex.: CP, 138) 
 > Alternativamente (Ex.: CP, 130) 
 
>> Atenção: A cominação de pena de multa não é 
obrigatória, havendo diversas infrações penais 
que não a estipulam em seu preceito secundário 
(Ex.: CP, 121 e 129) 
 
b) SUBSTITUTIVA OU VICARIANTE (CP, 44, §2.º e 60, §2.º): 
Estabelecida pelo juiz, na sentença condenatória, em 
substituição à PPL aplicada ao condenado 
 
>> Atenção – Cumulatividade: Nada impede a aplicação 
de multas substitutiva e abstrata cumuladas, salvo na 
legislação especial 
 
STJ, 171. Cominadas cumulativamente, em lei especial, 
penas privativa de liberdade e pecuniária, é defeso a 
substituição da prisão por multa. 
 
DIREITO PENAL II 
- DOSIMETRIA DA PENA – 
 
ANTÔNIO CARLOS F. S. FILHO 
 
@CRIMINAL.ANTONIOFILHO 
 
 
Professor Universitário (UCAM e UNESA – Graduação; UNIFLU – Pós) 
Conselheiro OAB/RJ 12ª Subseção 
Advogado Criminalista 
2) IMPOSSIBILIDADE DE CONVERSÃO EM PRISÃO: Tacitamente proibida 
(CP, 51), recentemente alterado pelo “Pacote Anticrime” 
(L13964/2019), que manteve a natureza de dívida de valor da 
multa. 
 
Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, 
a multa será executada perante o juiz da execução penal 
e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas 
relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive 
no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da 
prescrição. 
 
> ATENÇÃO – A multa tem natureza penal? Embora não se 
discuta que a multa é dívida de valor, debate-se se isto 
a desnatura como sanção penal. 
- STF, Plenário, AP 470, 04/2015: A multa tem natureza 
penal, conforme clara interpretação da CRFB, 5º, 
XLVI, “c”. Aliás, seu não pagamento pode ser 
considerado como obstáculo para a progressão de 
regime (LEP, 112). 
 
- STJ, 3ª Seção, REsp 1519777, 09/2015: A multa possui 
natureza extrapenal, de modo que o seu não pagamento 
não impede a declaração de extinção da punibilidade 
tampouco interfere no cumprimento da pena. 
 
- STF, Pleno, ADI3150 (2018): A multa tem natureza 
penal, devendo sua execução, como regra, ser 
patrocinada pelo Ministério Público. 
 
- STJ, 5ª T, REsp 1850903/SP, 04/2020 (I671): A multa 
tem natureza penal, de sorte que “não se pode mais 
declarar a extinção da punibilidade pelo cumprimento 
integral da pena privativa de liberdade quando 
pendente o pagamento da multa criminal”. A mesma 
posição foi adotada pela 6ª T, podendo-se concluir 
que o STJ alterou a sua posição, convergindo com o 
STF. 
 
3) COBRANÇA DA MULTA 
> LEGITIMIDADE (Ass. Cont.) 
- STF, Pleno, ADI3150 (2018): Ministério Público 
(LEP, 164) e, subsidiariamente, Fazenda Pública 
 
- STJ, 3ª Seção, REsp 1519777/SP (2015, reafirmado em 
2019): Fazenda Pública, dada a natureza extrapenal da 
multa. 
 
DIREITO PENAL II 
- DOSIMETRIA DA PENA – 
 
ANTÔNIO CARLOS F. S. FILHO 
 
@CRIMINAL.ANTONIOFILHO 
 
 
Professor Universitário (UCAM e UNESA – Graduação; UNIFLU – Pós) 
Conselheiro OAB/RJ 12ª Subseção 
Advogado Criminalista 
> Atenção: Embora o Pacote não aponte para a parte 
legítima, ao afirmar a competência da VEP parece 
corroborar a posição do STF. Neste sentido, aliás, 
foi proferida no último 20/05 decisão monocrática do 
Min. Ribeiro Dantas (STJ, REsp 1857339/SP). 
 
> PARCELAMENTO 
 
L7210/84, Art. 169. Até o término do prazo a que se 
refere o artigo 164 desta Lei, poderá o condenado 
requerer ao Juiz o pagamento da multa em prestações 
mensais, iguais e sucessivas. 
 
4) SISTEMA BIFÁSICO 
> 1ª FASE (CP, 49): Definição da quantidade de dias-multa, 
de 10-360. 
>> Critérios 
- C1: Circunstâncias judiciais (1ª fase da PPL) 
- C2*: O juiz deverá realizar cálculo 
proporcional baseado na PPL final, ou seja, 
naquela estabelecida ao fim do sistema 
trifásico. 
- C3: Situação econômica 
 
 
CÁLCULO POR EQUIPARAÇÃO 
PPL MULTA 
 
Pena aplicada – Pena mínima 
Pena máxima – Pena mínima 
 
 
X (Quantidade de dias-multa) – 10 
360 – 10 
Caso a PPL seja inferior ao mínimo ou superior ao máximo 
Pena mínima 
____________ 
Pena aplicada 
Pena mínima 
________ 
X (Quantidade de dias multa) 
 
>> Legislação extravagante: Pode prever “janela” de 
dias–multa maior 
 
> 2ª FASE: Definição do valor de cada dia-multa, de 1/30 
a 5 salários mínimos, vigentes ao tempo do fato. 
 
>> Réu rico (CP, 60, §1º): Aumentada até o triplo, se 
ineficaz 
 
>> Réu pobre (STJ, REsp 822831/RS): Não há causa legal 
de redução ou isenção. Admite-se, porém, a fixação no 
mínimo. 
DIREITO PENAL II 
- DOSIMETRIA DA PENA – 
 
ANTÔNIO CARLOS F. S. FILHO 
 
@CRIMINAL.ANTONIOFILHO 
 
 
Professor Universitário (UCAM e UNESA – Graduação; UNIFLU – Pós) 
Conselheiro OAB/RJ 12ª Subseção 
Advogado Criminalista 
 
>> Legislação extravagante: Pode prever critérios e 
“janelas” diferentes. 
 
PPL 
 
SISTEMA TRIFÁSICO 
1ª 
Pena abstrata 
(mínima) > Pena-
base 
Circunstâncias 
judiciais (CP, 59) 
 
2ª 
Pena-base > P. 
intermediária 
Circunstâncias (legais) 
agravantes/atenuantes 
(CP, 61-67) 
3ª 
P. Intermediária 
> P. final, 
concreta ou 
aplicada 
Circunstâncias (legais) 
majorantes/minorantes 
(CP, 68) 
 
 >> Hierarquia das fases 
>>> As circunstâncias que integram a fase 
posterior sempre terão patamar de valoração mais 
elevado que o anterior 
 
>>> A circunstância que se amolde à fase 
posterior sempre deverá ser nesta considerado, 
não podendo ser avaliada em duas ou mais fases 
ao mesmo tempo, pois veda-se o bis in idem. Neste 
ponto, a hierarquia das fases gera o que chamamos 
de caráter residual das fases, isto é, “sobra” 
para a 2ª fase o que não aderiu na 3ª e, para a 
1ª, o que não foi considerado em nenhuma delas. 
 
[ EXEMPLO DE DISTRIBUIÇÃO 
DAS CIRCUNSTÂNCIAS ] 
QUALIFICADORA/ 
PRIVILÉGIO 
(Aumento/diminuição da pena 
abstrata) 
3ª FASE 
(“Fração”) 
2ª FASE 
(CP, 61-
67) 
1ª 
FASE 
(CP, 
59) 
Noite X 
Envolveu 3 pessoas 
(João, Carlos e João Carlos) 
 
 X 
Motivo: desejo de receber 
herança (CP, 121, §2º, I) 
X 
(CP, 61, 
II, “a”) 
 
Vítima maior de 60 anos 
 
X 
(CP, 121, 
§4º) 
(CP, 61, 
II, “h”) 
 
Mediante tortura X 
(CP, 121, §2º, III) 
 
(CP, 61, 
II, “d”) 
 
Vítima ascendente dos 
executores 
X 
(CP, 61, 
“e”) 
 
João tinha maus antecedentes 
 
X 
(CP, 
59) 
Carlos era reincidente 
 
X 
(CP, 61, 
I) 
 
 
 
DIREITO PENAL II 
- DOSIMETRIA DA PENA – 
 
ANTÔNIO CARLOS F. S. FILHO 
 
@CRIMINAL.ANTONIOFILHO 
 
 
Professor Universitário (UCAM e UNESA – Graduação; UNIFLU – Pós)Conselheiro OAB/RJ 12ª Subseção 
Advogado Criminalista 
- CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS – 
(1ª FASE) 
 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos 
antecedentes, à conduta social, à personalidade do 
agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências 
do crime, bem como ao comportamento da vítima, 
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para 
reprovação e prevenção do crime 
 
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao 
critério do art. 59 deste Código;[...] 
 
1) PONTO DE PARTIDA: O cálculo dosimétrico se inicia da pena 
mínima abstratamente cominada, ou seja, o mínimo previsto na 
lei, devendo-se observar, entretanto, se a infração é simples, 
qualificada ou privilegiada. 
 
 CONCEITO PONTO DE PARTIDA 
CRIME 
SIMPLES 
É a forma básica do delito, normalmente 
prevista no caput. 
Pena mínima 
abstrata 
CRIME 
QUALIFICADO 
É a forma mais gravosa do crime, a que 
o legislador comina pena mínima e/ou 
máxima superior às da forma simples 
(Ex.: CP, 121, §2º; 129, §§1º, 2º e 9º) 
Pena mínima 
abstrata do tipo 
penal qualificado 
CRIME 
PRIVILEGIADO 
É a forma mais branda do crime, a que 
o legislador comina pena mínima e/ou 
máxima inferior às da forma simples 
(Ex.: CP, 121, §3º; 155, §2º, primeira parte) 
Pena mínima 
abstrata do tipo 
penal privilegiado 
 
> PLURALIDADE DE QUALIFICADORAS - O que fazer se houver 
mais de uma qualificadora? Tecnicamente, embora seja 
possível que um fato se amolde a mais de uma situação 
prevista como crime qualificado, no instante do cálculo da 
pena não há possibilidade de se aplicarem duas ou mais 
qualificadoras ao mesmo tempo. Isto porque basta uma 
qualificadora para deslocar a pena abstrata (mínima e 
máxima), de modo que a segunda seria inócua. Para resolver 
este problema, então, a doutrina majoritária determina a 
redistribuição da(s) qualificadora(s) excedente(s) nas 
fases da dosimetria. 
>> Síntese: Havendo mais de uma qualificadora, uma 
funciona como tal e a outra deverá ser considerada na 
3ª, 2ª ou 1ª fase, conforme o caso (STJ, Jurisprudência 
em teses 7). 
 
2) INTERAÇÃO DE CIRCUNSTÂNCIAS 
> CARÁTER RESIDUAL: Uma circunstância não poderá ser 
considerada na 1ª fase se tiver aderência como 
qualificadora, privilégio, majorante, minorante, agravante 
ou atenuante. 
DIREITO PENAL II 
- DOSIMETRIA DA PENA – 
 
ANTÔNIO CARLOS F. S. FILHO 
 
@CRIMINAL.ANTONIOFILHO 
 
 
Professor Universitário (UCAM e UNESA – Graduação; UNIFLU – Pós) 
Conselheiro OAB/RJ 12ª Subseção 
Advogado Criminalista 
 
> NEUTRALIDADE: As circunstâncias podem ser definidas pelo 
magistrado como a) Favoráveis; b) Neutras; c) 
Desfavoráveis. À falta de elementos de convicção, não se 
presume o favor/desfavor, sendo a circunstância 
considerada neutra. 
 
>> Irrelevância quantitativa da circunstância 
favorável: O cálculo da pena é iniciado no mínimo 
legal, considerada eventual qualificadora ou 
privilégio. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS 
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS 
EFEITO 
 
FAVORÁVEL 
 
São neutras, não 
implicando alteração da 
pena, que permanece no 
mínimo (salvo se existir 
circunstância desfavorável). 
NEUTRA 
DESFAVORÁVEL/NEGATIVA 
A pena é aumentada, ainda 
que existam 
circunstâncias 
favoráveis ou neutras. 
 
>> Impossibilidade de compensação: As circunstâncias 
favoráveis, por serem neutras, não compensam as 
negativas. É dizer, havendo circunstância negativa, 
a pena fatalmente será aumentada, ainda que as outras 
7 circunstâncias favoreçam o acusado. 
 
2) QUANTUM DE AUMENTO: Não há quantum definido, devendo o juiz, 
à luz da individualização da pena, respeitar o princípio da 
proporcionalidade. 
 
> Critério doutrinário: 1/8. 
>> Respeita a hierarquia das fases, pois não há 
quantum menor no CP, que, no mínimo, cogita de 
aumentos de 1/6. 
 
>> Relaciona-se com a quantidade de circunstâncias 
judiciais (Crítica: Comportamento da vítima) 
 
> Base de Cálculo: Não há critério fixo para a conta, 
devendo prevalecer aquilo que se mostrar mais proporcional 
no caso concreto. 
a) Intervalo (REGRA): Calcula-se o 1/8 com base no 
intervalo de pena, ou seja, subtrai-se a pena mínima 
da pena máxima e o resultado é divido por oito (Pmáx 
– Pmín/8) 
DIREITO PENAL II 
- DOSIMETRIA DA PENA – 
 
ANTÔNIO CARLOS F. S. FILHO 
 
@CRIMINAL.ANTONIOFILHO 
 
 
Professor Universitário (UCAM e UNESA – Graduação; UNIFLU – Pós) 
Conselheiro OAB/RJ 12ª Subseção 
Advogado Criminalista 
 
 Exemplo: Pena de 01 a 09 anos 
1 +1a +1a +1a +1a +1a +1a +1a +1a 9 
 
 Exemplo2: Pena de 01 a 05 anos 
1 +6m +6m +6m +6m +6m +6m +6m +6m 5 
 
b) Pena mínima: Excepcionalmente, nas hipóteses em 
que o cálculo por intervalo se mostrar irrazoável e 
desproporcional, realizam-se os aumentos com base na 
pena mínima abstrata (Pmín/8). 
 
2.D) QUAL A POSIÇÃO DO STJ SOBRE O QUANTUM DE AUMENTO? 
> STJ, 6ª T, AgRg no AREsp 1476032/PR (23/06/2020): Não há 
critério matemático. Por accountability, proporcionalidade 
e individualização, deve o juiz considerar a)o número de 
circunstâncias negativas; b) o intervalo de pena abstrata; 
c) o montante de pena aplicado pelos Tribunais em casos 
semelhantes. 
 
> STJ, 6ª T, AgRg no HC 557.448/ES, Rel. Sebastião Reis 
(12/08/2020): 1/6 sobre a pena mínima 
 
> STJ, 5ª T, HC 590.354/SP, Rel. Ribeiro Dantas 
(24/08/2020): 1/8 sobre o “intervalo”. 
 
3) TETO? (Ass. Cont.) 
- C1: Pena máxima abstrata (STJ, 2008) 
- C2: Pena média, que corresponde à soma da mínima e da 
máxima, divida por dois (STF, 1998) 
 
4) PISO? A menor pena-base possível corresponde à pena mínima 
abstrata (mínimo legal). 
 
Art. 53 - As penas privativas de liberdade têm seus 
limites estabelecidos na sanção correspondente a cada 
tipo legal de crime. 
 
5) CIRCUNSTÂNCIAS EM ESPÉCIE: Estudaremos agora cada uma das 
circunstâncias judiciais do artigo 59 do Código Penal. 
Considerando a abstração de sentido das expressões, entretanto, 
em todas elas é preciso se lembrar da proibição ao bis in idem. 
 
5.1) CULPABILIDADE: Em termos simples, corresponde ao tanto de 
castigo que o fato merece. Tecnicamente, é o grau de 
reprovabilidade ou censurabilidade da conduta, sendo 
desfavorável quando ultrapassa a “normalidade” do crime. 
 
DIREITO PENAL II 
- DOSIMETRIA DA PENA – 
 
ANTÔNIO CARLOS F. S. FILHO 
 
@CRIMINAL.ANTONIOFILHO 
 
 
Professor Universitário (UCAM e UNESA – Graduação; UNIFLU – Pós) 
Conselheiro OAB/RJ 12ª Subseção 
Advogado Criminalista 
≠ Culpabilidade em sentido estrito ou como camada do crime: 
No conceito de crime, a culpabilidade corresponde à reunião 
entre imputabilidade, potencial consciência da ilicitude 
do fato e inexigibilidade de conduta diversa. A presença 
destes requisitos é essencial para que se possa falar em 
crime. Logo, não poderão ser considerados na dosimetria. 
 
STJ, Jurisprudência em teses: A culpabilidade normativa, 
que engloba a consciência da ilicitude e a exigibilidade 
de conduta diversa e que constitui elementar do tipo 
penal, não se confunde com a circunstância judicial da 
culpabilidade (art. 59 do CP), que diz respeito à 
demonstração do grau de reprovabilidade ou 
censurabilidade da conduta praticada. 
 
> Direito Penal do fato: Ao determinar que a dosimetria 
deve considerar a reprovabilidade da conduta, o CP abraçou 
a doutrina do DP do Fato, que pune alguém pelo que fez, e 
não pelo que é (DP do Autor) 
 
> Crimes culposos: A valoração da culpabilidade deve 
considerar o grau de descumprimento do dever objetivo de 
cuidado. 
 
> Transbordamento da normalidade 
 
STJ, Jurisprudência em Teses: O aumento da pena-base em 
virtude das circunstâncias judiciais desfavoráveis (art. 
59 CP) depende de fundamentação concreta e específica 
que extrapole os elementos inerentes ao tipo penal. 
 
EXEMPLOS 
JURISPRUDENCIAIS 
(STJ E STF) 
ADMITIDO NÃO ADMITIDO 
 Frieza do acusado 
 Brutalidade 
 Vários tiros à 
queima-roupa Cargo público que 
permite acesso à 
informação 
privilegiada 
 
 Consciência sobre a 
ilicitude do fato 
 Qualidade de 
funcionário público, 
em crimes funcionais 
 Ciência da qualidade 
de documento, em 
crime de uso de 
documento falso 
 Ofensa à moralidade 
pública, em crime 
próprio de prefeito 
 
5.2) ANTECEDENTES: Passado do réu, com relevância penal e 
recoberto por sentença penal condenatória transitada em 
julgado. 
 
CRFB, 5.º [...] 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito 
em julgado de sentença penal condenatória; 
DIREITO PENAL II 
- DOSIMETRIA DA PENA – 
 
ANTÔNIO CARLOS F. S. FILHO 
 
@CRIMINAL.ANTONIOFILHO 
 
 
Professor Universitário (UCAM e UNESA – Graduação; UNIFLU – Pós) 
Conselheiro OAB/RJ 12ª Subseção 
Advogado Criminalista 
 
> O que significa “trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória”? Trânsito em julgado é a cristalização de um 
provimento judicial, em razão de ter se tornado definitivo, por 
força do esgotamento dos recursos disponíveis (seja porque não 
interpostos, seja porque já decididos). “Sentença penal 
condenatória”, por seu turno, deve ser compreendida como a 
sentença (1º grau) ou o acórdão (2º grau e Cortes Superiores) 
proferido no âmbito de um processo que atribui a prática de 
crime ou contravenção penal a um indivíduo com idade igual ou 
maior que 18 anos. 
 
STJ, 444. É vedada a utilização de inquéritos policiais 
e ações penais em curso para agravar a pena-base. 
 
STF, Plenário, RE 591.054/SC (I772): A existência de 
inquéritos policiais ou de ações penais sem trânsito em 
julgado não podem ser considerados como maus antecedentes 
para fins de dosimetria da pena. 
 
> Como se provam os maus antecedentes? Não é necessária certidão 
elaborada pelo Cartório do juízo criminal, bastando a Folha de 
Antecedentes Criminais, desde que apresente informações 
suficientes sobre o trânsito em julgado. A mesma regra 
probatória vale para a reincidência. Lembre-se, porém, que NUNCA 
haverá maus antecedentes nem reincidência sem trânsito em 
julgado. 
 >> incluir decisão do stj sobre consulta à internet 
STJ, 636. A folha de antecedentes criminais (FAC) é 
documento suficiente a comprovar os maus antecedentes e 
a reincidência. 
 
> Sistema da perpetuidade: Diferentemente da reincidência, que 
se depura (“desaparece”) depois de passados 05 anos, os maus 
antecedentes são perpétuos. É dizer, uma sentença penal 
condenatória transitada em julgado tem potência para gerar maus 
antecedentes pelo resto da vida do réu. 
 
>> ATENÇÃO – Tese da temporariedade dos maus antecedentes: 
O STF já decidiu pela superação do sistema da perpetuidade, 
fundamentando na dignidade humana, proporcionalidade e no 
direito de estar só (right to be alone – direito ao esquecimento). 
No entanto, a posição ainda não se consolidou, seja no 
STF, seja no STJ. A matéria está pendente de julgamento 
no STF, submetida ao regime de repercussão geral. 
 
STF, RE593.818 – Repercussão geral reconhecida: MATÉRIA 
PENAL. FIXAÇÃO DA PENA-BASE. CIRCUNSTÂNCIAS JUDIDICAIS. 
MAUS ANTECEDENTES. SENTENÇA CONDENATÓRIA EXTINTA HÁ MAIS 
DE CINCO ANOS. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE NÃO-
CULPABILIDADE. MANIFESTAÇÃO PELO RECONHECIMENTO DO 
REQUISITO DE REPERCUSSÃO GERAL PARA APRECIAÇÃO DO RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO. 
 
DIREITO PENAL II 
- DOSIMETRIA DA PENA – 
 
ANTÔNIO CARLOS F. S. FILHO 
 
@CRIMINAL.ANTONIOFILHO 
 
 
Professor Universitário (UCAM e UNESA – Graduação; UNIFLU – Pós) 
Conselheiro OAB/RJ 12ª Subseção 
Advogado Criminalista 
> É possível que alguém seja considerado, simultaneamente, 
portador de maus antecedentes e reincidente? SIM, desde que cada 
uma das circunstâncias seja avaliada com base em uma anotação 
criminal diferente, ou seja, desde que haja mais de um trânsito 
em julgado condenatório. A mesma anotação criminal, porém, não 
pode justificar aumento tanto na 1ª quanto na 2ª fase. 
 
STJ, 241. A reincidência penal não pode ser considerada 
como circunstância agravante e, simultaneamente, como 
circunstância judicial. 
 
STJ, Jurisprudência em teses: Havendo diversas 
condenações anteriores com trânsito em julgado, não há 
bis in idem se uma for considerada como maus antecedentes 
e a outra como reincidência. 
 
> CUIDADO - “Falsos trânsitos em julgado condenatórios”: Algumas 
sentenças transitadas em julgado aparentam ser condenatórias, 
mas não são, ou, a despeito de o serem, não terão eficácia para 
gerar aumento de pena. Nestes casos, não induzem maus 
antecedentes nem reincidência. Seguem os principais exemplos: 
 
a) Sentença homologatória de suspensão condicional do 
processo ou transação penal 
 
L9099/95, 76. Art. 76. Havendo representação ou 
tratando-se de crime de ação penal pública 
incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o 
Ministério Público poderá propor a aplicação 
imediata de pena restritiva de direitos ou multas, 
a ser especificada na proposta. 
[...] 
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público 
aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a 
pena restritiva de direitos ou multa, que não 
importará em reincidência, sendo registrada apenas 
para impedir novamente o mesmo benefício no prazo 
de cinco anos. 
[...] 
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste 
artigo não constará de certidão de antecedentes 
criminais, salvo para os fins previstos no mesmo 
dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos 
interessados propor ação cabível no juízo cível. 
 
STJ, Jurisprudência em teses: A extinção da 
punibilidade do agente pelo cumprimento das 
condições do sursis processual, operada em processo 
anterior, não pode ser sopesada em seu desfavor como 
maus antecedentes, personalidade do agente e conduta 
social. 
 
STJ, Jurisprudência em teses: A transação penal não 
tem natureza jurídica de condenação criminal, não 
gera efeitos para fins de reincidência e maus 
DIREITO PENAL II 
- DOSIMETRIA DA PENA – 
 
ANTÔNIO CARLOS F. S. FILHO 
 
@CRIMINAL.ANTONIOFILHO 
 
 
Professor Universitário (UCAM e UNESA – Graduação; UNIFLU – Pós) 
Conselheiro OAB/RJ 12ª Subseção 
Advogado Criminalista 
antecedentes e, por se tratar de submissão 
voluntária à sanção penal, não significa 
reconhecimento da culpabilidade penal nem da 
responsabilidade civil. 
 
b) Sentença homologatória de acordo de não persecução 
penal 
 
CPP, 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o 
investigado confessado formal e circunstancialmente 
a prática de infração penal sem violência ou grave 
ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, 
o Ministério Público poderá propor acordo de não 
persecução penal, desde que necessário e suficiente 
para reprovação e prevenção do crime, mediante as 
seguintes condições ajustadas cumulativa e 
alternativamente: 
[...] 
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não 
persecução penal não constarão de certidão de 
antecedentes criminais, exceto para os fins 
previstos no inciso III do § 2º deste artigo. 
 
c) Sentença concessiva de perdão judicial 
 
CP, 120. A sentença que conceder perdão judicial não 
será considerada para efeitos de reincidência. 
 
STJ, 18. A sentença concessiva do perdão judicial é 
declaratória da extinção da punibilidade, não 
subsistindo qualquer efeito condenatório. 
 
d) Sentença que reconhece prescrição da pretensão punitiva 
ou abolitio criminis (CP, 107, IV e III) 
 
e) Sentença que reconhece anistia (CRFB, 5.º, XLIII e 48, 
VIII; CP, 107, II) 
 
> CUIDADO 2 - Trânsitos em julgado condenatórios “sem eficácia”: 
Há ainda sentenças penais que, apesar de condenatórias, não 
possuirão eficácia para configurar maus antecedentes e/ou 
reincidência. Segue o rol exemplificativo (também presente no mapa 
mental). 
 
a) Sentença de procedência de ação socioeducativa 
transitada em julgado (Ato infracional): Não constitui 
sentença penal, mas sim infracional. Na realidade, não 
podem interferirna aplicação da pena a nenhum título. 
 
STJ, 3ª Seção, 12/2017. Conforme o entendimento firmado 
no âmbito na Terceira Seção, a prática de ato infracional 
não justifica a exasperação da pena-base, por não 
configurar infração penal, não podendo, portanto, ser 
valorada negativamente na apuração da vida pregressa do 
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ANTÔNIO CARLOS F. S. FILHO 
 
@CRIMINAL.ANTONIOFILHO 
 
 
Professor Universitário (UCAM e UNESA – Graduação; UNIFLU – Pós) 
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Advogado Criminalista 
réu a título de antecedentes, personalidade ou conduta 
social. (HC 364.532/SP, j. 07/12/2017) 
 
>> Atenção – Efeitos processuais penais: O STJ tem 
reconhecido a possibilidade de os antecedentes 
infracionais (FAI) serem utilizados para definição 
de afirmação periculosidade do agente em sede de 
decretação de prisão provisória. 
 
STJ, 3ª Seção, 6/2016. Se os atos infracionais não 
servem, por óbvio, como antecedentes penais e muito 
menos para firmar reincidência (porque tais 
conceitos implicam a ideia de ‘crime’ anterior), não 
podem ser ignorados para aferir a personalidade e 
eventual risco que sua liberdade plena representa 
para terceiros (RHC n. 63.855/MG, Rel. p/acórdão 
Ministro Rogerio Schietti Cruz, Dje 13/6/2016). 
 
b) Sentença condenatória transitada em julgado por artigo 
28 da Lei 11.343/06 (Porte de drogas para consumo 
pessoal) 
 
STJ, Posição moderna (HC 453.437/SP): Cabe ressaltar 
que as condenações anteriores por contravenções 
penais não são aptas a gerar reincidência, tendo em 
vista o que dispõe o artigo 63 do Código Penal, que 
apenas se refere a crimes anteriores. E, se as 
contravenções penais, puníveis com pena de prisão 
simples, não geram reincidência, mostra-se 
desproporcional o delito do artigo 28 da Lei 
11.343/2006 configurar reincidência, tendo em vista 
que nem é punível com pena privativa de liberdade. 
 
c) Sentença estrangeira condenatória transitada em julgado 
por fato atípico no Brasil: Por não atender ao requisito 
da dupla tipicidade, não produz efeitos penais no 
Brasil. 
 
 
ANTECEDENTES REINCIDÊNCIA 
(Explicação completa aqui) 
SEMELHAN-
ÇAS 
1. Pressuposto principal: Sentença penal condenatória transitada em julgado 
 
2. Forma de comprovação: Basta a FAC. 
D 
I 
F 
E 
R 
E 
N 
Ç 
A 
S 
1ª fase 
Circunstância judicial 
2ª fase 
Circunstância agravante 
Bons ant. / Maus ant. Primário / Reincidente 
Sistema perpetuidade 
 
* Ver acima posição do STF 
Sistema temporariedade 
 
> Descrito no CP, 64, determina um período 
depurador, que, uma vez transcorrido, “apaga” 
a reincidência. É dizer, passado o prazo 
depurador, a sentença penal condenatória 
transitada em julgado perde a eficácia geradora 
de reincidência, podendo configurar maus 
antecedentes (vide Caso 2 da coluna de maus 
antecedentes) 
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ANTÔNIO CARLOS F. S. FILHO 
 
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Advogado Criminalista 
a) Infração penal anterior 
(IP¹) 
 
b) Infração penal posterior, 
sob julgmento (IP²) 
 
c) Julgamento da infração 
penal posterior (IP²) após 
SPCTJ da infração penal 
anterior (IP¹) 
 
> ATENÇÃO: A infração penal sob 
julgamento (IP²) pode ocorrer 
antes ou depois da SPCTJ da 
infração penal (=/= Reincidência) – 
vide caso 1. 
d) Infração penal anterior (IP¹) 
 
a) SPCTJ da infração penal anterior 
 
b) Infração penal posterior, sob 
julgamento (IP²) 
 
c) Sentença da infração penal sob 
julgamento (IP²) após SPCTJ da 
infração penal anterior (IP¹) 
 
CASO 1 
| | | 
Julgamento 
da IP² 
| 
IP
¹ 
IP
² 
Trânsito em 
julgado 
condenatóri
o da IP¹ 
 
 
 
CASO 2* 
| | | 
Julgamen
to da 
IP² 
| 
IP¹ Trânsito 
em 
julgado 
condenat
ório da 
IP¹ 
IP² 
 
 
> Atenção: Este Caso 2 somente será de 
maus antecedentes se ausentes os 
requisitos da reincidência 
 
 
> NÃO OCORRÊNCIA < 
| | | 
Julgamento 
da IP¹ 
| 
IP
¹ 
IP
² 
Trânsito em 
julgado 
condenatóri
o da IP² 
 
 
 
ÚNICO CASO 
| | | 
Julgamento da IP² 
| 
IP
¹ 
Trânsito em 
julgado 
condenatóri
o da IP¹ 
IP
² 
 
 
 
OBSERVAÇÕES 
 
 Temporariedade (CP, 64,I): Entre a 
extinção da punibilidade da primeira 
condenação e a nova infração (IP²) não pode 
transcorrer mais que cinco anos. 
o Livramento condicional ou sursis: 
Se, na primeira condenação, foi 
concedido sursis ou livramento 
condicional não revogado, os 05 
anos de depuração não são contados 
do término da pena, mas sim da data 
da audiência admonitória (Concessão 
do Livramento ou sursis) 
 
 Infrações excluídas: Há infrações 
penais que, se figurarem na posição (IP¹), 
não configurarão reincidência (vide mapa 
mental) 
 
 
COMPREENSÃO 
DIDÁTICA 
Tem maus antecedentes quem, na 
data do julgamento, “olhando para 
trás” enxerga uma infração penal 
anterior àquela pela qual está 
sendo julgado bem como o trânsito 
em julgado condenatório desta 
mesma infração (em qualquer 
momento). 
É reincidente quem, na data do crime pelo 
qual está sendo julgado, “olhando para trás” 
enxerga um trânsito em julgado condenatório 
(obviamente, por crime anterior) 
 
 
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ANTÔNIO CARLOS F. S. FILHO 
 
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Advogado Criminalista 
5.3) CONDUTA SOCIAL: Avaliação da interação do réu com o meio 
em que vive (Ex.: O réu é solidário; O réu costuma andar embriagado; 
O réu não trabalha/é vadio; O réu usa entorpecentes – “é maconheiro”). 
> Crítica: A circunstância permite que o juiz se valha de 
Direito Penal do Autor, que deve ser repelido. 
 
EXEMPLOS 
JURISPRUDENCIAIS 
(STJ E STF) E 
DOUTRINÁRIOS 
ADMITIDO 
(Doutrina) 
NÃO ADMITIDO 
 Histórico de dispensa 
com justa causa 
 Devedor contumaz de 
pensão alimentícia 
 Pessoa com pouca 
aceitação na 
comunidade em que 
vive 
 Desemprego, por si 
só 
 Fato de não estar 
estudando, por si 
só 
 Ausência de 
ocupação lícita 
 
 
 
5.4) PERSONALIDADE: Avaliação psíquica do réu, o seu retrato 
psicológico (Ex.: O réu é violento; O réu é voltado à pratica de 
crimes). 
> Críticas: 1. Direito Penal do Autor; 2. Envolve 
considerações abstratas e distantes do contraditório; 3. 
Fora do campo de conhecimento do juiz 
 
> STJ: O juiz pode avaliar a personalidade, desde que haja 
provas concretas sobre ela no processo, não se exigindo 
obrigatoriamente prova pericial. 
 
5.5) MOTIVOS: O porquê do crime. 
> Cuidado: Muitos motivos já são contemplados nas demais 
fases ou como qualificadora/privilégio. Caso isto 
aconteça, diante do caráter residual da 1ª fase, nela não 
deverão ser considerados, evitando-se o bis in idem. 
 
5.6) CIRCUNSTÂNCIAS: O juiz poderá considerar outros dados 
relacionados ao crime, desde que sejam relevantes na prática 
criminosa e, com isso, despertem maior grau de reprovação. 
 
EXEMPLOS 
JURISPRUDENCIAIS 
(STJ E STF) 
ADMITIDO 
 Prática de homicídio por arma de fogo em 
local de aglomeração 
 Estelionato contra vitima que confiava no 
criminoso 
 Complexidade extraordinária do esquema de 
evasão de divisas 
 
5.7) CONSEQUÊNCIAS: O resultado do crime que extrapole a sua 
“normalidade”. 
 
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ANTÔNIO CARLOS F. S. FILHO 
 
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> Exaurimento: Nos crimes formais, que se consumam com a 
simples prática da conduta, o implemento do resultado 
naturalístico (exaurimento) pode ser considerado com 
consequência que excede à normalidade. 
 
 > Resultados graves em crimes culposos 
 
5.8) COMPORTAMENTO DA VÍTIMA:Nunca poderá ser considerada em 
desfavor do réu. Condutas da vítima que estimulem ou facilitem 
o crime serão valoradas em favor do réu. 
 
STJ, Jurisprudência em Teses: O comportamento da vítima 
em contribuir ou não para a prática do delito não 
acarreta o aumento da pena-base, pois a circunstância 
judicial é neutra e não pode ser utilizada em prejuízo 
do réu. 
 
- CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES E ATENUANTES – 
(2ª FASE: PENA PROVISÓRIA OU INTERMEDIÁRIA) 
 
1) PONTO DE PARTIDA: A aplicação da pena intermediária se inicia 
na pena-base, ou seja, aquela que resulta das operações da 1ª 
fase. 
 
2) INTERAÇÃO DE CIRCUNSTÂNCIAS 
> Caráter residual: Uma circunstância não poderá ser 
considerada na 2ª fase se tiver aderência como 
qualificadora, privilégio, majorante ou minorante. 
 
> Valoradas: Diferentemente da 1ª fase, as agravantes e 
atenuantes não são neutras, ou seja, as agravantes elevam 
a pena, ao passo que as atenuantes a diminuem. 
 
2) QUANTUM DE AUMENTO OU DIMINUIÇÃO: Não há quantum definido, 
devendo o juiz, à luz da individualização da pena, respeitar o 
princípio da proporcionalidade. 
> Critério Doutrinário: 1/6, com raios de aceitação tanto 
pelo STF (HC 69392/SP e 69666/PR) quanto pelo STJ 
(HC303841/RJ) 
 
3) TETO? Pena máxima abstrata, de sorte que mesmo que existam 
agravantes, não poderão elevar a pena além deste patamar. 
 
4) PISO? Segundo a posição majoritária, é a pena mínima 
abstrata, de modo que ainda que haja atenuantes, não poderão 
diminuir a pena aquém deste patamar. 
 
DIREITO PENAL II 
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ANTÔNIO CARLOS F. S. FILHO 
 
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CP, art. 53. As penas privativas de liberdade têm seus 
limites estabelecidos na sanção correspondente a cada 
tipo legal de crime. 
 
STJ, 231. A incidência da circunstância atenuante não 
pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal. 
 
> Teses defensivas de reação à posição do STJ 
>> Superação total: A Súmula 231 viola o artigo 65, 
que, ao tratar das atenuantes, utiliza a palavra 
“sempre” (atenuam), demonstrando que essas 
circunstâncias não devem ser afastadas nem mesmo 
quando conduzirem à diminuição da pena aquém do 
mínimo. Ademais, impedir a diminuição nesses casos 
configuraria violação ao p. da individualização da 
pena, já que permitiria que pessoas em situação 
desigual - ambos com pena-base fixada no mínimo, mas 
um com direito à atenuante e outro sem – recebessem 
o mesmo tratamento – pena mínima. 
 
>> Superação parcial – Tese da atenuante diferida: 
Determina que, quando se antever que na terceira fase 
haverá aumento, é possível, na segunda, 
antecipadamente, aplicar atenuante que diminua a pena 
a patamar inferior ao mínimo. 
 
5) CONCURSO DE CIRCUNSTÂNCIAS (CP, 67): Na 1ª fase, a existência 
de circunstâncias favoráveis não interfere na eficácia das 
circunstâncias negativas que se fizerem presentes, já que como 
aquelas são neutras, estas promovem aumento na pena, sabendo-
se que as favoráveis (=neutras) não “diminuem a força” das 
negativas (Ficou perdido? Releia aqui). Já na 2ª fase, a lógica é 
diferente: a existência para o mesmo réu de agravante(s) e 
atenuante(s) faz com que estas interajam em razão de serem 
valoradas (Valoradas?! Não entendeu?! Volte aqui). Assim, a atenuante 
amortiza (=abranda o aumento), anula (=compensação) ou prepondera 
(=diminui a pena) a agravante. Para definir como será a interação, 
é necessário saber se a circunstância (agravante ou atenuante) é 
comum ou preponderante. 
 
ESPÉCIE AGRAVANTE ATENUANTE 
COMUM 
A regra é que as agravantes e atenuantes sejam 
classificadas como comuns. Assim, o rol das 
comuns é encontrado por exclusão, ou seja, a 
circunstância que não for preponderante é comum. 
PREPONDERANTE 
1. Reincidência 
 
2. Motivos (Ex.: Motivo 
fútil) 
 
1. Motivos (Ex.: Relevante 
valor moral) 
 
2. Personalidade 
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ANTÔNIO CARLOS F. S. FILHO 
 
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3. Personalidade 
 
> “Balanceamento” das circunstâncias: Uma vez 
classificadas as circunstâncias em concurso, basta colocá-
las em uma “balança” a fim de definir qual dos dois 
“pratos” “pesará mais”, se o das agravantes ou o das 
atenuantes, ou ainda se a “balança” se estabilizará. No 
primeiro caso, faz-se um aumento; no segundo, diminuição; 
e, havendo equilíbrio, compensação, isto é, a agravante 
anula a atenuante, de modo que a pena nem sofre aumento 
nem diminuição. São possíveis, deste modo, x cenários. 
 
 
 
AGRAVANTE x ATENUANTE 
 
RESULTADO 
Comum x Comum 
Compensação 
Preponderante x Preponderante 
Comum x Preponderante Diminuição de pena 
Preponderante x Comum Aumento de pena 
 
> Posições jurisprudenciais: O STJ, interpretando o CP, 
67, firmou posições sobre algumas circunstâncias 
especificamente. 
 
>> Menoridade relativa e senilidade (“Super” 
preponderante): A atenuante da menoridade e 
senilidade (CP, 65, I) prepondera sobre qualquer 
agravante, o que inclui as que são classificadas como 
preponderantes. Assim, no balanceamento entre 
menoridade relativa e uma agravante (comum ou 
preponderante) a pena diminuirá. 
 
>>> Atenção: Para que não reste dúvida, a 
menoridade prepondera até mesmo sobre a 
reincidência! 
 
ATENUANTE x AGRAVANTE RESULTADO 
CP, 65, I x 
Comum 
Diminuição 
de pena Preponderante 
(inclusive a Reincidência) 
 
>> Confissão (Preponderante): Para a 3ª Seção do STJ, 
a confissão está ligada à personalidade, sendo por 
DIREITO PENAL II 
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ANTÔNIO CARLOS F. S. FILHO 
 
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Advogado Criminalista 
isso preponderante. Assim, no balanceamento entre 
confissão e uma agravante comum, a pena diminuirá, 
mas se a agravante for preponderante, haverá 
compensação. 
 
>>> Cuidado – Reincidência: Embora a confissão 
também prepondere sobre a reincidência, o STJ 
afirma que, no caso de múltipla reincidência 
(=multirreincidência), é “inviável a compensação 
integral” (Jurisprudência em Teses, 10). 
 
ATENUANTE x AGRAVANTE RESULTADO 
Confissão 
(Preponderante) 
x 
Comum Diminuição de pena 
Preponderante 
(inclusive a 
Reincidência) 
Compensação 
Multirreincidência* 
Aumento de pena, abrandado 
pela atenuante 
 
6) LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE: Assim como na 1ª fase, o rol das 
agravantes e atenuantes pode ser inovado pela legislação 
especial. 
 
7) AGRAVANTES EM ESPÉCIE (CP, 61 e 62): As agravantes estão 
previstas em rol taxativo, o que deriva do princípio da 
legalidade. 
 
> Caráter exclusivamente doloso: As agravantes ostentam 
caráter doloso, o que importa em duas regras de aplicação. 
 
(1) Somente podem ser aplicadas em crimes dolosos: Em 
crimes culposos, não incidem agravantes. 
> Exceção – Reincidência: A reincidência é a 
única agravante que incide tanto em crimes 
culposos quanto em dolosos. 
 
(2) Somente podem ser aplicadas se o agente atuar com 
dolo em relação à agravante. Faltando este, ainda que 
o crime em si seja doloso, não incide o agravo (Ex.: 
José pratica lesão corporal dolosa contra Maria, que está 
grávida de um mês, fato desconhecido por José. Neste caso, José 
responderá por lesão corporal dolosa, mas não incidirá sobre ele 
a agravante do CP, 61, II, h) 
 
> Cuidado – Bis in idem: Muitas das circunstâncias que 
figuram no rol de agravantes também aparecem no Código 
Penal como qualificadora ou majorante. Nestes casos, por 
força do caráter residual (Esqueceu o que é?! Releia aqui), não 
devem ser consideradas como agravantes. 
DIREITO PENAL II 
- DOSIMETRIADA PENA – 
 
ANTÔNIO CARLOS F. S. FILHO 
 
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Ex.: O motivo torpe e a vítima maior de 60 anos, no homicídio 
– CP, 121, §2º, I e §4º 
 
> Cognoscibilidade de ofício: Embora o assunto seja 
controvertido na doutrina de Processo Penal, ao pé da letra 
da lei, o juiz pode, de ofício (sem provocação das partes), 
aplicar uma agravante na sentença. 
 
CPP, 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá 
proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério 
Público tenha opinado pela absolvição, bem como 
reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido 
alegada. 
 
 
6.1) REINCIDÊNCIA (CP, 63): Como dito (Cale a pena relembrar as bases 
dos maus antecedentes, aqui), a reincidência tem como pressuposto a 
existência de sentença penal condenatória transitada em julgado 
pretérita e por infração penal anterior ao delito sob 
julgamento, de tal modo que é reincidente quem, na data da 
infração penal pela qual está sendo julgado (IP²), se “olhasse 
para trás” enxergaria um trânsito em julgado condenatório (da 
IP¹). 
 
| | | 
Julgamento da IP² 
| 
IP
¹ 
Trânsito em 
julgado 
condenatóri
o da IP¹ 
IP
² 
 
 
 
 
> Espécies de reincidência 
 
 REAL FICTA GENÉRICA ESPECÍFICA 
Conceito 
O agente 
reincide após 
ter cumprido 
a pena pela 
infração 
penal 
anterior 
O agente 
reincide antes 
/ durante o 
cumprimento da 
pena da 
infração penal 
anterior 
O agente 
reincide 
praticando 
infração 
penal 
diversa da 
anterior 
O agente 
reincidente 
praticando a 
mesma infração 
penal pela qual 
anteriormente foi 
condenado 
Exemplos 
Crime praticado 
na porta da 
cadeia, no dia da 
soltura 
(#lilicantou) 
Crime praticado no 
interior do 
presídio, durante 
o cumprimento de 
pena 
Furto 
+ 
Homicídio 
Roubo 
+ 
Roubo 
 
>> É possível a multirreincidência? Sim. Se o agente 
possuir mais de uma sentença penal condenatória 
transitada em julgado preenchendo os requisitos da 
reincidência, será considerado multirreincidente, o 
que não configura bis in idem. 
DIREITO PENAL II 
- DOSIMETRIA DA PENA – 
 
ANTÔNIO CARLOS F. S. FILHO 
 
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> Sentenças penais condenatórias transitadas em julgado 
que não geram reincidência: Além dos casos já tratados 
quando do estudo dos maus antecedentes (Esqueceu?! Veja aqui), 
não geram reincidência as sentenças condenatórias, mesmo 
quando transitadas em julgado, se a infração anterior (IP¹) 
for uma das seguintes. 
 
 (1) Crime político, próprio ou impróprio 
 
 (2) Crime militar próprio 
 
CP, art. 64. Para efeito de reincidência: 
[...] 
II - não se consideram os crimes militares próprios e 
políticos 
 
(3) Contravenção, se a infração sob julgamento (IP²) 
for um crime: Por erro legislativo, ao definir 
reincidência, o legislador somente tratou, no Código 
Penal, da sucessão de crimes (Crime¹ + Crime²) e, na Lei 
de Contravenções Penais, da sucessão de contravenções 
(Contravenção¹ + Contravenção) e da sucessão de crime por 
contravenção (Crime + Contravenção), esquecendo-se da 
situação de uma contravenção ser sucedida por crime 
(Contravenção + Crime). 
 
CP, art. 63. Verifica-se a reincidência quando o agente 
comete novo crime, depois de transitar em julgado a 
sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha 
condenado por crime anterior 
 
Lei de Contravenções Penais, art. 7º. Verifica-se a 
reincidência quando o agente pratica uma contravenção 
depois de passar em julgado a sentença que o tenha 
condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer 
crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção. 
 
INFRAÇÃO PENAL 
ANTECEDENTE (IP¹) 
INFRAÇÃO PENAL 
POSTERIOR / SOB 
JULGAMENTO (IP²) 
TRATAMENTO 
JURÍDICO 
Crime Crime Reincidente, desde que 
atendidos os demais 
requisitos da reincidência 
Crime Contravenção 
Contravenção Contravenção 
Contravenção Crime 
Não reincidente, mas com maus 
antecedentes (MAJ) 
 
 
> Sistema da temporariedade - Período depurador: 
Diferentemente dos maus antecedentes, que são perpétuos 
(Dúvidas?! Veja o quadro comparativo), a reincidência é 
temporária, deixando de existir depois de passados 05 anos 
DIREITO PENAL II 
- DOSIMETRIA DA PENA – 
 
ANTÔNIO CARLOS F. S. FILHO 
 
@CRIMINAL.ANTONIOFILHO 
 
 
Professor Universitário (UCAM e UNESA – Graduação; UNIFLU – Pós) 
Conselheiro OAB/RJ 12ª Subseção 
Advogado Criminalista 
entre a extinção da punibilidade da infração penal 
antecedente (IP¹) e a sob julgamento (IP²). 
 
CP, art. 64. Para efeito de reincidência: 
I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data 
do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior 
tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) 
anos, computado o período de prova da suspensão ou do 
livramento condicional, se não ocorrer revogação; 
 
>> Contagem do período depurador (CP, 10): O prazo de 
05 anos de depuração tem natureza penal, de forma que 
deve ser contado incluindo-se o primeiro dia. Assim, 
para saber o fim do período depurador deve-se somar 
05 anos ao termo inicial e subtrair um dia. Não faz 
diferença se os dias são ou não úteis tampouco se há 
ou não ano bissexto. 
Ex.: Termo inicial em 15/01/2010. Réu reincidente até 
14/01/2015 
 
PRAZO MATERIAL / PENAL PRAZO PROCESSUAL 
Inclui-se o primeiro dia Exclui-se o primeiro dia (CPP, 798) 
A contagem é iniciada na 
data de um fato definido 
pela lei 
A contagem é iniciada com a 
intimação/citação, e nunca com a juntada 
aos autos do comprovante de notificação 
(STF, Súmula n.º 710) 
Contam-se dias úteis e 
não úteis, sem 
prorrogações 
 
Contam-se dias úteis e não úteis, salvo 
se o primeiro dia ou o último dia da 
contagem for não útil, casos em que haverá 
prorrogação até o primeiro dia útil 
seguinte (STF, Súmula n.º 310) 
 
 Exceção: O prazo para juntada de 
documentos antes do Plenário do 
Júri é de 03 dias úteis (CPP, 232, 
parágrafo único) 
 
>> Termo inicial: A contagem do prazo depurador é 
feita não em relação à data da infração penal 
antecedente, da sua sentença ou do trânsito em 
julgado, mas sim da extinção da punibilidade 
posterior ao trânsito em julgado (regra), que costuma 
ocorrer com o término de pena, mas pode se manifestar 
de outras formas (vide CP, 107). 
 
REGRA 
 . Período depurador . 
| | 
. Cumprimento de pena . 
| 
Julgamento da IP² 
| | | | 
IP¹ Trânsito em 
julgado 
condenatório da 
IP¹ 
Início do 
cumprimento de 
pena 
 Extinção da 
punibilidade 
da IP¹ 
 Fim do 
período 
depurador 
IP² 
 
 
 . Reincidência ficta . . Maus antecedentes ... 
 . Reincidência real . 
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- DOSIMETRIA DA PENA – 
 
ANTÔNIO CARLOS F. S. FILHO 
 
@CRIMINAL.ANTONIOFILHO 
 
 
Professor Universitário (UCAM e UNESA – Graduação; UNIFLU – Pós) 
Conselheiro OAB/RJ 12ª Subseção 
Advogado Criminalista 
 
>>> Exceção: Se ao réu for concedido sursis (CP, 
77) - benefício concedido na sentença, que 
suspende a aplicação da pena, mantendo o 
condenado sob avaliação - ou livramento 
condicional (CP, 83) - benefício que põe o 
condenado em liberdade, mantendo-o sob avaliação 
– o termo inicial do período depurador é 
antecipado, passando a ser a data da audiência 
admonitória, que é o ato processual em que são 
apresentadas as condições do sursis ou do 
livramento ao condenado e colhida a sua anuência 
quanto ao benefício. 
 
EXCEÇÃO – SURSIS 
 . Período depurador . 
| | 
 . Período de prova. 
 
Julgamento da IP² 
| | | | | 
IP¹ Trânsito em 
julgado 
condenatório da 
IP¹ 
Audiência 
admonitória do 
sursis (se não 
revogado) 
 Extinção da 
punibilidade 
da IP¹ 
Fim do período 
depurador 
IP² 
 
 
 . Reincidência ficta . . Maus antecedentes ... 
 . R. real . 
 
EXCEÇÃO – LIVRAMENTO CONDICIONAL 
 . Período depurador . 
| | 
 . Cumprimento de pena . 
 . Período de prova . 
 
Julgamento da IP² 
| | | | | | 
IP¹ Trânsito em 
julgado 
condenatório 
da IP¹ 
Início do 
cumprimento 
de pena 
Audiência admonitória do livramento 
condicional 
(se não revogado) 
Extinção da 
punibilidade 
da IP¹ 
Fim do período 
depurador 
IP² 
 
 
 . Reincidência ficta . . Maus antecedentes ... 
 . R. real . 
 
>>> CUIDADO: A contagem somente é 
antecipada se o sursis ou livramento não 
vier a ser revogado. Caso isto ocorra, a 
contagem obedecerá à regra, ou seja, será 
feita a partir da extinção da punibilidade. 
 
QUAL O TERMO INICIAL DE CONTAGEM 
DO PRAZO DEPURADOR? 
REGRA 
Data da extinção 
da punibilidade 
EXCEÇÃO 
Concessão de sursis ou 
livramento condicional 
Data da audiência 
admonitória, 
salvo se revogado 
o benefício 
 
 
>> Persistência de maus antecedentes: Vencido o prazo 
depurador, caso praticada nova infração penal, o 
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ANTÔNIO CARLOS F. S. FILHO 
 
@CRIMINAL.ANTONIOFILHO 
 
 
Professor Universitário (UCAM e UNESA – Graduação; UNIFLU – Pós) 
Conselheiro OAB/RJ 12ª Subseção 
Advogado Criminalista 
indivíduo não poderá ser tratado como reincidente. 
Como os maus antecedentes são perpétuos, porém, 
amargará o agente a condição de portador de maus 
antecedentes (Não entendeu muito bem?! Veja aqui)