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Pacientes Queimados U N I D A D E 6 Dietoterapia I PROFESSOR FÁBIO COSTA DE VASCONCELOS Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia Nutricionista Especialista em Nutrição Clínica Especialista em Nutrição Oncológica CONSIDERAÇÕES GERAIS Extremos de Idade: Idosos e Crianças Adultos Jovens: violência e acidentes elétricos Alto Custo - Curto Prazo: internação - Médio a Longo Prazo: sequelas QUEIMADURA CONSIDERAÇÕES GERAIS QUEIMADURA CONSIDERAÇÕES GERAIS QUEIMADURA CONSIDERAÇÕES GERAIS QUEIMADURA Transplante de Pele ou Enxerto Autoenxerto é aquele em que o tecido é retirado do próprio paciente. Isoenxerto, o tecido é proveniente de um irmão gêmeo univitelino. Autoenxerto Autoenxerto Homoenxertos ou aloenxertos são aqueles em que o tecido é tirado de indivíduos da mesma espécie. Heteroenxertos, também denominados de xenoenxertos, são tecidos de outras espécies. PELE DE PEIXE TILÁPIA Homoenxertos ou aloenxertos são aqueles em que o tecido é tirado de indivíduos da mesma espécie. Heteroenxertos, também denominados de xenoenxertos, são tecidos de outras espécies. Curativo biológico temporário com o objetivo de fechar a ferida evitando • a contaminação de fora para dentro • a desidratação e • as trocas diárias de curativos ➢ Diminui desconforto e dor aos pacientes ➢ Reduz os custos do tratamento Grande queimado tem seu metabolismo aumentado em até 200% DISFUNÇÃO IMUNE MORTE RISCO DE INFECÇÕES ÚLCERA POR PRESSÃO DIMINUIÇÃO CICATRIZAÇÃO Hipercatabolismo x Massa Magra 10% Williams FN, et al Crin Plastic Surg, 2009: 36, 583-596 20% 40% 30% Nutrição • A alimentação via oral ou via tubo terá início imediatamente após a internação. HEMODINAMICAMENTE ESTÁVEL Nutrição 1. Adulto com queimaduras em áreas superiores a 20% e criança com área queimada superior a 15%; 2.Necessidade de suporte ventilatório; 3.Múltiplas intervenções cirúrgicas; 4.Estado nutricional comprometido anterior à queimadura; 5.Perda de peso superior a 10% durante o tratamento; 6.Idosos com mais de 20% de área corporal queimada. Nutrição Quando utilizar alimentação via sonda nasogástrica, dar preferência ao uso de bombas de infusão (se disponíveis), correndo lentamente, ao invés de alimentação com infusões do volume horário, “em bolo”, evitando plenitude e não interferindo na alimentação via oral. Nutrição O volume inicial da dieta enteral é de: Aproximadamente 1000ml para os adultos 1 a 2 ml/kg/hora para as crianças Nutrição O volume é aumentado gradativamente, observando-se sempre sinais de intolerância à dieta, como: • Distensão abdominal; • Vômitos; • Diarreia. Cálculos de Requerimentos 1) Equação Harris e Benedict Fator Estresse: 1,4 – 1,8 DESUSO Superestima as necessidades nutricionais Cálculos de Requerimentos Cálculos de Requerimentos Cálculo segundo a superfície queimada < 40% 30 – 35 Kcal/kg/d ≥ 40% 35 – 45 Kcal/Kg/d Berger MM, ESPEN 2009; 4 e-308; e-312 Composição da Dieta de Pacientes Queimados O quê e quanto dar? Lipídios < 30% 15-30% Proteína 1,5 – 2,0 g/kg/d Carboidratos < 5 g/kg/d Berger MM, ESPEN 2009; 4 e-308; e-312 Composição da Dieta de Pacientes Queimados -0,06 -0,04 -0,02 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 Rica em Lipídio Rica em CHO Nutrientes Dieta Rica Lipídio Dieta Rica em CHO Energia (Kcal/dia) 2136 ± 261 2139 ± 26 PTN (g/d) 85 ± 10 87 ± 13 CHO (g/d) 252 ± 29 436 ± 51 LIP (g/d) 89 ± 12 4.1 ± 0.7 Balanço protéico e composição da dieta: CHO x LIP Hart D. et al Crit Care Med 2001. 29: 1318 -1324 Síntese Protéica Catabolismo Protéico Balanço Protéico Nutrientes Dieta Rica Lipídio Dieta Rica em CHO Energia (300ml) 183 300 PTN (g/d) 21% 15% CHO (g/d) 30% 82% LIP (g/d) 49% 3% Balanço protéico e composição da dieta: CHO x LIP Lee J.O et al J Surg Research 2011; 166, e83 – e90. Dieta Rica em CHO 1) Redução na estadia em UTI (45d vs 30d, p < 0,01) 2) Incidência de sepse (11% vs 20%, p < 0,01) 3) Sobrevida (p < 0.01) CARBOIDRATOS Serra MCVF et al. Rev Bras Queimaduras. 2011;10(3):93-5 A oferta de carboidratos é fundamental, já que a área queimada e os componentes celulares do sistema imune são consumidores de glicose. Além disso, a administração de carboidratos minimiza o catabolismo proteico. PROTEÍNAS Serra MCVF et al. Rev Bras Queimaduras. 2011;10(3):93-5 Os aminoácidos constituem a principal fonte energética na fase aguda da lesão. A alanina e a glutamina são maciçamente mobilizadas para gliconeogênese. A reposição de proteínas é importante para melhora na sobrevida e no processo cicatricial 2-3 g/kg/dia suprem as necessidades diárias destes pacientes (24h a 48h) Alterações Intestinais x Nutrição Enteral VARIÁVEIS EN (24h) N: 123 EN (24-48h) N:30 P-valor SARA 57,8 40,0 0,13 INFECÇÃO 54,5 80,0 0,01 PERMANÊNCIA UTI 40,7 52,5 0,03 SOBREVIDA 78,9 66,7 0,16 Nutrição Enteral Precoce (<24h) Versus Precoce (24-48h) ESTUDO MULTICÊNTRICO Mosier MJ et al J Burn Care Res 2011, 32:104-109 Variáveis Enteral N:35 Parenteral N:25 p-Valor Mortalidade (%) 2 (5,7) 5 (20) 0,117 Melhora Clínica 51 57 0,279 Infecção (%) 6 (17,1) 11 (44) 0,023 Uso de Antibióticos (d) 12,5 ± 3,0 19,8 ± 3,6 < 0,001 Hemoglobina (g/L) 10,06 ± 1,34 8,29 ± 1,45 < 0,001 Albumina (g/L) 44,74 ± 5,73 36,20 ± 6,88 < 0,001 Nutrição Enteral versus Nutrição Parenteral Mosier MJ et al J Burn Care Res 2011, 32:104-109 Imunonutriçao - Pacientes Queimados -Cicatrização de feridas -Função imunológica Berger MM, ESPEN 2009; 4 e-308; e-312 Vitamina A (crescimento epitelial) Cobre Zinco Selênio Vitamina C (síntese de colágeno) Requerimentos ↑ x 20 Glutamina Arginina Ômega 3 Vasconcelos M.I.L, et al. J Arq. Gastroenterol, 1998. AA – Condicionalmente essencial -Infecção - Perda Nitrogenada - Permanência Hospitalar - Dias de utilização ventilador Glutamina CATABOLISMO - Atrofia das vilosidades - Translocação Bacteriana Glutamina APLICAÇÃO CLÍNICA Os grandes queimados, podem apresentar redução em até 25% de glutamina intracelular Consequências prejudiciais para mucosa intestinal e para o sistema imune Serra MCVF et al. Rev Bras Queimaduras. 2011;10(3):93-5 Glutamina RECOMENDAÇÃO Serra MCVF et al. Rev Bras Queimaduras. 2011;10(3):93-5 Em pacientes queimados, a infusão recomendada é de Vasconcelos M.I.L, et al. J Arq. Gastroenterol, 2008. Papel Arginina L-arginina L-ornitina Prolina Uréia Poliaminas Arginase 1 Induzível Óxido nítrico Sintetase (iNos) L-citrulina Óxido Nítrico Vasconcelos M.I.L, et al. J Arq. Gastroenterol, 2008. Atividade da ARGINASE 10 x MAIOR PRODUÇÃO DE COLÁGENO Arginina – Pacientes Queimados QUEIMADURAS Processo de Cicatrização Vasconcelos M.I.L, et al. J Arq. Gastroenterol, 2008. - Colágeno - Proliferação Celular - Ativa macrófagos Arginina POLIAMINAS / PROLINA Produção de ÓXIDO NÍTRICO Vasconcelos M.I.L, et al. J Arq. Gastroenterol, 2008. Atividade da ARGINASE iNOS ATIVADA AUMENTANDO A CONCENTRAÇÃO DE ÓXIDO NÍTRICO Arginina ÓXIDO NÍTRICO ↑↑ vasodilatação ↑↑ adesão da membrana ↑↑ radicais livres ↑↑ dano celularSEPSE Vasconcelos M.I.L, et al. J Arq. Gastroenterol, 2008. VITAMINA C – Pacientes Queimados Estimula a proliferação celular, bem como a síntese de colágeno TIPO I e TIPO III pelos fibroblastos dérmicos É co-fator para duas enzimas essenciais na biossíntese do colágeno Lisil e a Prolil Hidroxilases Considerações Finais 1) Queimadura se caracteriza-se por estado metabólico 2) Anorexia pode ter impacto negativo na terapia nutricional 3) Incentivo ao uso de suplementos conforme protocolo 4) Objetivo TN – sobrevivência - Fornecer substratos energéticos - Recuperação da condição metabólica e nutricional Considerações Finais 5) Nutrição precoce reduz o HIPERMETABOLISMO 6) Requerimentos= 40% SCQ 7) Lipídio: < 30%; Proteína: 1,4 a 2,0 g/kg/dia; Carboidrato:< 5g/kg/dia 8) Glutamina, Arginina OBRIGADO fcvnutri@yahoo.com.br
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