Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ENGENHARIA DE TRÁFEGO Profº Abrão C. Merij ESTUDO DO TRÁFEGO Nesta disciplina, estudaremos os principais elementos da engenharia de tráfego, bem como a importância do levantamento dos dados estatísticos para avaliar as necessidades e avalizar novos modais para reduzir o tempo entre origem e destino, seja para transporte de pessoas ou produtos, como commodities ou até mesmo produtos de alto valor agregado. O desenho do novo Viaduto do Orleans, proposto pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), apresenta uma solução para o tráfego na região sem que haja interrupções nos deslocamentos por sobre a BR-277 e sem a necessidade de desapropriações no entorno. Para isso, conhecer os elementos para mensurar e identificar os gargalos no transporte, avaliar e projetar novos meios de solução é fundamental para enfrentar as dificuldades nos municípios e estados da federação. São exemplos desses elementos: pessoas, condutores, vias, veículos e meio ambiente, a partir desses dados, utiliza-se processos e procedimentos praticados a nível nacional e/ou internacional na engenharia de tráfego. Iniciaremos abordando a importância dos transportes, os tipos de sistemas viários e os tipos de integração de transportes urbanos, e por fim, os procedimentos adotados para realização dos levantamentos de dados para a determinação do volume de tráfego de uma rodovia. Sistemas de Transporte Os modais de transportes são de suma importância para o país, pois são eles que movimentam o PIB (Produto Interno Bruto). Nesse sentido, são necessários sistemas de transporte para retirar o minério ou matéria-prima de extração para encaminhar as indústrias de transformação, ou seja, retirar a matéria-prima da origem e transportá- la até o seu destino. O Governo Federal instituiu, por meio da Lei 12.587, que os modais de transporte sejam integrados e estabeleçam nos municípios a melhor mobilidade e acessibilidade na logística de cargas e pessoas (BRASIL, 2012). A integração entre a extração de minério e os modais é de grande importância, pois nem sempre um mesmo modal consegue alcançar todas as regiões, por exemplo, uma ferrovia, muitas das vezes não consegue retirar o minério do ponto de extração e dependerá de caminhões para carregá-la até uma estação, e para o destino final, necessitando de outro modal para entregá-la, o mesmo acontece com outros sistemas, tais como, portos e aeroportos. Tráfego Urbano Agora que você tem conhecimento da importância dos modais e de sua integração, vamos analisar e avaliar as condições do tráfego urbano. Para isso, devemos conhecer os seguintes elementos: Vias Vamos entender um pouco mais sobre as vias, sua classificação, posição hierárquica, seus tipos e, por fim, sua função. Classificação Segundo sua Administração e Jurisdição As vias relacionadas ao modal rodoviário, você certamente já sabe, são as rodovias, e são classificadas segundo sua jurisdição, nos âmbitos Federal, Estadual, Municipal ou particular. As rodovias estaduais são administradas por órgãos como o DER (Departamento de Estradas e Rodagem), ou seja, gerenciadas pelo estado, porém com o investimento e manutenção realizada pelo estado e pela federação (BRASIL, 2010). No Quadro 1.1, podemos identificar os níveis de jurisdição e as entidades responsáveis pela formulação e execução da política de infraestrutura viária. Níveis de Jurisdição Entidades Responsáveis Política Rodoviária Formulação da Política Execução da Política Federal Ministério dos Transportes DNIT Estadual Secretaria do Estado DER Municipal Secretaria Municipal DMER Na figura é possível verificar a Rodovia Federal BR-010, que sai do estado de Goiás passando por Tocantins até chegar ao Maranhão, cada estado administra a rodovia com o Departamento de Estradas e Rodagem. Nos casos de ruas pavimentadas em conjuntos residenciais, essas vias não são administradas pelo município e sim pelo condomínio, pois a manutenção e segurança fazem parte da administração condominial. Por outro lado, os casos de concessões de estradas são administrados pelas concessionárias, que são responsáveis por manter, implementar e realizar a manutenção e segurança da via. O significado do número das estradas brasileiras As “BRs” são as vias federais. O nome delas sempre vem acompanhado de mais três algarismos. O primeiro indica o tipo da rodovia e os dois seguintes definem a posição, a partir da orientação da estrada em relação à capital federal, Brasília, e aos limites norte, sul, leste e oeste. Assim, um viajante que trafega pela BR-101 sabe, automaticamente, que está em uma rodovia longitudinal (que cruza o país de norte a sul) – indicado pelo primeiro algarismo, 1 – e que está no ponto mais ao leste de Brasília indicado pelos dois números seguintes, 01. http://www.turismo.gov.br/%C3%BAltimas-not%C3%ADcias/5385-como-entender-o-significado-do-n%C3%BAmero-das-estradas-brasileiras.html O raciocínio funciona assim: as estradas que começam com o algarismo 0, como por exemplo a BR 040, são as que ligam Brasília ao interior do país (rodovias radiais) desenhando um círculo ao redor da capital federal. A numeração dessas rodovias varia no sentido horário. Já as estradas que começam com o algarismo 1 são as longitudinais. Entre essas vias, as que terminam com números entre 01 e 49 estão, em ordem crescente do litoral para o interior, a leste de Brasília enquanto de 51 a 99 estão a oeste da capital federal. Há ainda as rodovias que cruzam o país em linhas horizontais (transversais), cujo primeiro algarismo é 2, como por exemplo, BR-230, BR 262 e BR 290. A lógica para os demais números é semelhante ao das rodovias longitudinais. O número de uma estrada transversal é 00 e 49, se a rodovia estiver ao norte da Capital, e entre 50 e 99, se estiver ao sul, em função da distância da rodovia ao paralelo de Brasília. Outro tipo de rodovias são as diagonais, que começam pelo algarismo 3, como por exemplo BR-304, BR-324 e BR-364. Elas podem ser de dois tipos: orientadas na direção Nordeste para Sudoeste ou no sentido Noroeste para Sudeste. No primeiro caso, os dois números finais da rodovia variam, segundo números pares, de 00, no extremo Nordeste do país, a 50, em Brasília e de e de 50 a 98, no extremo Sudoeste. Por fim, as rodovias de ligação iniciam pelo algarismo 4. Estas rodovias apresentam-se em qualquer direção, geralmente ligando rodovias federais, ou pelo menos uma rodovia federal a cidades ou pontos importantes ou ainda a fronteiras internacionais. Classificação segundo sua Função As rodovias podem ser classificadas em relação a sua função, conforme descrevemos no quadro a seguir: Arterial Rodovia que provê alta mobilidade, alcance de grandes distâncias, interestaduais, podendo ser internacional, com maior velocidade e poucas interferências. Coletora São rodovias que, além de mobilidade, proveem acesso às arteriais, velocidade um pouco reduzida devido a quantidade de entradas e saídas por atender locais povoados. Local Rodovia que provê acesso às coletoras ou arteriais, porém contêm interseções e algumas vezes semáforos os quais reduzem a velocidade da via e são de tráfego intermunicipal ou rurais. Classificação Segundo suas Características Físicas Nesse contexto, as características físicas das vias podem ser classificadas em: • vias não pavimentadas, também conhecidas como estradas de terra; • vias pavimentadas, rodovias de mão única ou com duplo sentido. Sendo assim, essas rodovias podem conter duas, três ou mais faixas. Além das características físicas, as rodovias podem ser classificadas em relação às características técnicas, conforme a Tabela: Classe do Projeto Características Critérios de Classificação Velocidade de Projeto por Região (km/h) Plana Ondulada Montanha 0 Via Expressa com controle total de acesso Decisão Administrativa 120 100 80 I A Pista Dupla com controle parcial de acesso O volume de tráfegoprevisto reduzirá o nível de serviço em uma rodovia de pista simples 100 80 60 B Pista Simples com controle parcial de acesso VHP > 200 VMD > 1400 100 70 50 II Pista Simples 700 < VMD < 1400 100 70 50 III Pista Simples 300 < VMD < 700 80 60 40 IV Pista Simples VMD < 300 80-60 60-40 40-30 VHP = Volume Horário de Projeto VMD = Volume Médio Diário Na classificação, outro fator importante é o nível de serviço que pode ser definido como uma medida qualitativa das condições de operação, seja referente ao conforto e conveniência dos motoristas, como: a liberdade na escolha da velocidade, finalidade para mudar de faixas nas ultrapassagens e saídas e entradas na via e proximidade dos outros veículos. Existem seis níveis de serviço, classificados de A até F, o nível A corresponde às melhores condições de operação, enquanto o nível F às piores condições (PONTES FILHO, 2013). Veículo Os veículos que trafegam em rodovias podem ter diversas características a serem consideradas, tudo dependerá da natureza dos estudos em análise e de sua finalidade, pois antes de realizar o levantamento é necessário planejar e reservar pessoas para contabilizar os tipos de veículos que passam em um trecho da rodovia. Tipos de Veículos Um dos principais elementos da engenharia de tráfego é o veículo, pois é por meio desse elemento que as vias são dimensionadas geometricamente, mas para isso é necessário identificar os tipos de veículos e suas características. Dessa forma, os veículos podem ser classificados em: Leves Automóvel (Passeio) Turismo pequenos (4 a 9 pessoas) até 2 toneladas Pesados oCaminhões oÔnibus Especiais • Tratores • Máquinas de Obras Públicas As dimensões para veículos pesados e especiais autorizados para rodagem em rodovias brasileiras, com ou sem carga, são: largura máxima: 2,60m; altura máxima: 4,40m; comprimento total: veículos simples: 14,00m; veículos articulados: 18,15m; veículos com reboques: 19,80m. Necessidades Geométricas As necessidades geométricas das vias são consideradas nas dimensões autorizadas e a contagem é baseada em informações de veículos de projeto para a composição do tráfego, que podem ser divididos em quatro grupos: VP: veículos de passeio leve (automóveis, utilitários, pickups, furgões e etc.); CO: veículos comerciais rígidos, compostos de unidade tratora simples (caminhões e ônibus convencional com 02 eixos e 06 rodas); O: veículos comerciais rígidos de maiores dimensões que o CO básico (ônibus de longo percurso e caminhões longos); SR: veículo comercial articulado, composto normalmente de unidade tratora simples e semirreboque. Assim, podem-se dimensionar os veículos conforme tabela a seguir: Características dos Veículos Veículos de Projeto (m) VP CO O SR Largura Total 2,1 2,6 2,6 2,6 Comprimento Total 5,8 9,1 12,2 16,8 Raio mínimo da Roda externa dianteira 7,3 12,8 12,8 13,7 Raio mínimo da roda interna traseira 4,7 8,7 7,1 6,0 Capacidade da Via As rodovias com características geométricas parecidas podem retratar diferentes capacidades, pois são influenciadas pelos polos geradores de tráfego que as utilizam. Nos estudos de capacidade, os veículos são contados como unidades de carro de passeio – UCP (BRASIL, 2006) –, nesse tipo de avaliação as bicicletas e as motocicletas não são contabilizadas, pois não exercem carga na via e não geram congestionamento, porém podem ocasionar incidentes ou até mesmo acidentes nas vias. Para fins de contabilização de veículos, estabeleceram uma equivalência de unidade de carro de passeio para os demais veículos. Podemos verificar essa equivalência na Tabela: Tipo de Veículo VP CO O SR Fator de Equivalência 1 1,5 2 2 Determinação do Volume de Tráfego A determinação do Volume de Tráfego, ou Fluxo de Tráfego, é definida por meio da quantidade de veículos que passam por um trecho da rodovia, quando há mais de uma faixa nesta via, pode-se realizar o levantamento por uma faixa ou pelo total das faixas excedentes, durante um dia, divididos em 24 horas e essas horas em frações de 15 minutos. Composição do Tráfego A composição do tráfego é definida em relação aos veículos que trafegam na via, como: comprimento, largura, peso ou velocidade. Por meio dessas informações, é possível determinar as características geométricas e estruturais que definirão a capacidade e os recursos necessários para os usuários da rodovia. Tipos de Contagem A contagem dos veículos que trafegam em uma via pode ser realizada de duas formas: a contagem manual ou a contagem automática. Contagem Manual A contagem manual é realizada por meio de um dispositivo mecânico que pode ficar fixado em uma prancheta ou diretamente na mão do agente, para contabilizar os veículos que passam naquela seção, ao clicar no botão é registrado o valor, que pode ser uma contagem genérica que contabiliza carro de passeio, ônibus e caminhão, ou mais apurada, em que será definido que tipo de veículo cada pesquisador irá contar. O dispositivo de contagem manual (mecanismo de contagem numérica), é utilizado pelos pesquisadores de campo, os quais ficam em um trecho ou seção da via para contar a quantidade de veículos que passam num período estipulado. Além desse dispositivo, existe também o contador manual eletrônico que dispõe de uma base de dados que contabiliza a contagem realizada pelo pesquisador. Contagem Automática A contagem automática é realizada por equipamentos como: sensores, radares, células fotoelétricas e outros dispositivos magnéticos, que são computados e armazenados em computadores, e com isso podemos contabilizar o volume de tráfego por dia, semana, mês ou ano. Além disso, existe o contador portátil que utiliza tubos com sensores para realizar a contagem durante 24h, porém este tipo de dispositivo pode ser furtado devido seu tamanho. Outro tipo de contagem é a automática permanente, em que as empresas privadas, que têm concessão das rodovias, implantam como sistema de monitoramento e controle, também são utilizadas para fins estatísticos da região. A contagem também pode ser realizada por meio de câmeras que as próprias empresas instalam ao longo da via para fiscalizar e manter a segurança da rodovia. Como Escolher os Postos de Contagem de Tráfego Os postos de contagem, normalmente, são instalados em interseções de vias onde há maior fluxo de veículos, seja em vias urbanas ou rurais, o Quadro a seguir mostra os tempos que devem ser coletados os dados dos veículos. Nos casos de concessão de via, a concessionária terá que realizar constantemente a avaliação do volume de tráfego em toda sua extensão. No caso de vias Arteriais, são necessários levantamentos manuais para aferição dos equipamentos, pois eles têm uma precisão aceitável e os dados são obtidos nos sistemas automáticos, dessa forma, eles servem como base e são realizados sazonalmente. Tipo de via horas dias semanas Período Urbana (DER) Arteriais 24h manual e automático 7 dias 2 semana Sazonal e mensal Urbana (DER) Maior Importância 8h manual 3 dias 2 semanas Sazonal Urbana (DER) Menor Importância 6h às 10h e 16h às 20h 1 dia 1 semana Sazonal Urbana (Privada) 24h 7 dias 2 semanas Mensal Rural (DER) 6h às 10h e 16h às 20h 3 dias 1 semana Sazonal Estudo de Tráfego O estudo de tráfego está atrelado a três elementos principais: o fluxo, a velocidade e a densidade. As características básicas desses elementos possibilitam a análise e avaliação da mobilidade dinâmica da fluidez dos veículos em uma via (BRASIL, 2006). Características Básicas do Tráfego As características básicas do tráfego são identificadas pelo volume ou fluxo, velocidade e densidade da via; assim podemos relacioná-las pela quantidade de veículos em um determinado trecho (espaço) da via, normalmente em um quilômetro e num determinado tempo. Veremos como cada elemento pode se comportar e quais são os métodos utilizados para contabilizar e avaliar as condições, iniciando com o volume.Volume O volume pode ser avaliado de algumas formas, dentre elas está o volume médio diário (VMD) que é considerado por meio da contagem de veículos em um trecho da via durante 24 horas. Esse Volume Médio Diário pode ser realizado: diariamente, semanalmente, mensalmente e anualmente. Segundo Brasil (2006), o volume médio diário pode ser avaliado da seguinte forma: I. Volume Médio Diário Anual (VMDa): número total de veículos trafegando em um ano dividido por 365. II. Volume Médio Diário Mensal (VMDm): número total de veículos trafegando em um mês dividido pelo número de dias do mês. III. Volume Médio Diário Semanal (VMDs): número total de veículos trafegando em uma semana dividido por 7. IV. Volume Médio Diário em um Dia de Semana (VMDd): número total de veículos trafegando em um dia de semana. A unidade utilizada para os volumes ou fluxos são veículos por dia (v/d). O volume em campo é realizado de hora em hora nas 24 horas do dia, e cada hora deve ser fracionada em 15 minutos, e com os dados dos volumes e horas desenvolve-se um gráfico com todos os dias do ano para se definir o fator K. Para maior precisão da contagem dos veículos são realizados diferentes levantamentos, como o caso de um pesquisador contar veículos de passeio, outra pesquisa para veículos pesados, pois os veículos pesados são contabilizados para análise da estrutura e geometria da via. Quando a contagem é genérica, utiliza-se como visto anteriormente o fator de equivalência (BRASIL, 2006). Na contagem horária durante o dia, inevitavelmente, existirá variação, e a partir destas variações podemos definir o horário de pico, em grandes metrópoles é possível identificar os horários de pico da manhã, tarde e noite. Como o horário de pico é definido com o maior valor de volume hora pico (vhp) do dia, e desse volume utiliza-se a fração de 15 minutos que teve a maior quantidade de veículos, define-se o fator de horário de pico (fhp) dividindo o volume de hora pico pela maior quantidade de veículos da fração de 15 minutos do (vhp) vezes 4, como segue na equação 1. fhp = vhp / (15min/4) Um exemplo disso, é que no horário de pico podemos avaliá-lo com os dados apresentados na Tabela 1.4: Hora do dia Hora do dia com frações de 15 minutos Volume hora 1º - 15 min 2º - 15 min 3º - 15 min 4º - 15 min 6h00 - 7h00 9 veíc. 11 veíc. 10 veíc, 10 veíc. 40 veíc. 7h00 - 8h00 12 veíc. 18 veíc. 16 veíc, 14 veíc. 60 veíc. 8h00 - 9h00 11 12 14 14 51 veíc. 9h00 - 10h00 10 11 12 12 43 veíc. Como o maior fluxo ou volume hora foi de 60 veículos, no horário das 7h00 às 8h00, utilizaremos esse número como volume de horário de pico, e a maior fração de 15 minutos desse mesmo horário foi de 18 veículos. Então, o fator de horário de pico ficará da seguinte forma: fhp = 60 / (4 . 18) -> fhp = 0,833 ou 83,33%. Entretanto, existe também uma variação entre os dias da semana, entre os dias do mês e entre os dias do ano, e essas variações são avaliadas gerando um gráfico para cada situação destas porcentagens e com as variações anuais pode-se obter o valor k anual em relação a 30ª hora ou a 50ª hora do ano. Após a definição do horário de pico e o fator de horário de pico, é possível planejar as futuras intervenções que serão necessárias na via devido ao aumento de veículos ou congestionamento nesta rodovia. Volume do Horário de Projeto Para planejar implementações ou a necessidade de duplicação da via utilizamos o volume de horário de projeto que normalmente deve ser avaliado após 10 anos da rodovia em funcionamento utilizando-se do fator k para essa verificação. O volume do horário de projeto é definido por meio do volume total de horas pelo fator k, ou para análise do dia é o volume total dos horários pelo fator de horário de pico, para a semana o volume médio total da semana pelo fator médio de pico da semana. Velocidade Outro elemento importante no estudo do tráfego é a velocidade, ela é considerada uma característica complexa, pois quando se está congestionado e o tempo que se leva para se movimentar é menor que a velocidade de projeto, velocidade da via, e quando existem veículos que passam da velocidade diretriz (velocidade de projeto, velocidade definida para via) dificulta o estabelecimento das informações, isso porque o espaço não será contabilizado como padrão, seja de tempo ou espaço, o mesmo ocorre para aqueles que trafegam abaixo da velocidade da via. As velocidades podem ser classificadas da seguinte maneira: Velocidade: é a relação entre a distância percorrida pelo veículo (d) e o tempo gasto para percorrê-lo (t), conforme equação 2 v = d/t Em que: v = velocidade; d = distância ou espaço; t = tempo percorrido. Velocidade Instantânea: é a velocidade de um veículo em um instante determinado; Velocidade Pontual: é a velocidade instantânea de um veículo quando passa por um determinado ponto ou seção da via. Velocidade Média no Tempo: é a média das velocidades pontuais de todos os veículos que passam por um determinado ponto ou seção da via; Velocidade Média de Viagem: é a velocidade média percorrida em um trecho de uma via, contabilizando as paradas; Velocidade Média de Percurso: é a velocidade em um trecho de uma via, determinada pela razão do comprimento do trecho pelo tempo médio gasto em percorrê-lo. Velocidade Percentual N% (VPN%): é a velocidade abaixo da qual trafegam N% dos veículos. É comum utilizar VP 85% como valor razoável para fins de determinação da “velocidade máxima permitida” a ser regulamentada pela sinalização; Velocidade de Fluxo Livre: é a velocidade média dos veículos de uma determinada via, quando apresenta volumes baixos de tráfego e não há imposição de restrições quanto às suas velocidades, nem por interação veicular nem por regulamentação do trânsito; Velocidade Diretriz ou Velocidade de Projeto: é a velocidade selecionada para fins de projeto, da qual se derivam os valores mínimos de determinadas características físicas diretamente vinculadas à operação e ao movimento dos veículos; Velocidade de Operação: é a mais alta velocidade com que o veículo pode percorrer uma dada via atendendo às limitações impostas pelo tráfego, sob condições favoráveis de tempo. Não pode exceder a velocidade de projeto. Uso do estudo da velocidade média: • Estudo de locais críticos (acidentes); • Determinação de elementos geométricos; • Estudos antes/ depois; • Verificação de tendências de velocidades de vários tipos de veículos através de levantamentos periódicos; • Dimensionamento sinalização / tempo amarelo dos semáforos; • Determinação da distância de visibilidade e zonas de “não ultrapassagem”. Densidade A densidade pode ser analisada pelo número de veículos por unidade de comprimento da via, normalmente, ela é calculada para um trecho de um quilômetro. Esse tipo de medida pode ser avaliado em campo pelos pesquisadores como também por meio do cálculo da Equação 3. D = F / v Em que: D = Densidade F = Fluxo (ou volume) V = velocidade Espaçamento e Intervalo Os espaços entre veículos são denominados de GAP, e o intervalo de tempo ou frente a frente dos veículos que passam em uma seção é definido como Headway, como exemplificado na Figura 1.4: Ao se deparar com um volume muito grande de veículos ou com um congestionamento é possível realizar alguns cálculos para determinar a situação da via, como segue nas Equações 4, 5, e 6 (BRASIL, 2006). •D = 1000 / em (Equação 4) •hm = em / vm (Equação 5) •Fm = 3600 / hmm (Equação 6) Em que: •vm = velocidade média (m/s) •Fm = Fluxo médio (veic./h) •D = Densidade (veíc./km) •em = espaçamento médio (m/veíc.) •hm = Headway médio (s/veíc.) Podemos perceber que a engenharia de tráfego avalia diversas características dos principais elementos, seja a via, o veículo, a velocidade, o volume ou a densidade, para planejar, gerenciar e controlar o tráfego urbano ou rural.
Compartilhar