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INFÂNCIA E SUAS LINGUAGENS
Letramento e matemática na Educação Infantil
Flavia dos Reis Medeiros
Jeferson Messias dos Santos
Stefanie Chagas Pujol
VivianaAraújo Alves
Professora Viviane Cupertino
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Licenciatura em Pedagogia (FLX2450) – Prática Interdisciplinar: Infância e suas linguagens
08/07/2020
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo analisar, apresentar e instigar a importância da aprendizagem de letramento e matemática na Educação Infantil, suas contribuições no desenvolvimento da criança, em busca de uma pratica educacional de qualidade. De quais maneiras o professor e/ou educador podem estar aplicando conteúdos,atentos às informações geradas pelas crianças, tendo em vista que nem sempre são claras e objetivas, pois nessa fase elas desenvolvem noções importantes para sua autonomia, sendo capazes de pensar e resolver problemas, pois o que ela aprende na primeira infância será levado ao longo da vida. A importância do lúdico na matemática é fundamental, pois, a criança se dispersa bastante, sendo que por meio de brincadeiras e jogos um estimulo para seu aprendizado e memorização de números e cálculos, desenvolvendo de maneira divertida um aprendizado espontâneo. Diante o exposto, a pesquisa permitiu analisar como ocorre o letramento e matemática na educação infantil e seu desenvolvimento através do lúdico. 
Palavras-chave:Alfabetização e Letramento. Matemática na Educação Infantil.Lúdico.
1 INTRODUÇÃO
A matemática esta constante em nossas vidas. Utilizamos a matemática no nosso dia a dia, desde uma conversa entre adultos sobre a bolsa de valores, como entre as crianças na comparação do tamanho de um objeto, desenhando, entendendo o tempo e quantidades. As crianças estão imersas em um mundo em que tem com a matemática a todo o momento. Sendo assim, o estudo do uso do letramento na matemática na educação infantil é uma das etapas mais importantes na vida de uma criança, pois nela, as crianças estabelecem relações, levantam hipóteses, tiram conclusões e confrontam idéias tornando-se sujeitos autônomos, capazes de pensar e resolver problemas. O docente deve estar seguro do seu ensino e principalmente de sua prática, pois “como professor preciso me mover com clareza [...] preciso conhecer as diferentes dimensões que caracterizam a essência da prática, o que me torna mais seguro no meu próprio desempenho” (FREIRE, 2009, p.68). Cabe ao profissional docente compreender a importância da matemática e de como ela se manifesta, compartilhando elementos significativos e contribuir para o desenvolvimento do letramento matemático. O desenvolvimento infantil é visível, quando a criança passa a atribuir novos significados a um conhecimento já acomodado. Caso a criança tenha dificuldades, o professor deve buscar novas propostas de mediação de informações, para lograr êxito no letramento matemático, pois onúmero de alunos que enfrentam problemas nas disciplinas da matemática é consideravelmente elevado, isso proporciona um índice significativo de repetência.
É importante o trabalho do professor e da família, pois o eixo principal deste trabalho fundamenta-se em discutir e destacar a importância do ensino do letramento e matemática na educação infantil. Para que a criança tenha um bom alicerce no seu cotidiano de vida, sendo fundamental o trabalho da matemática desde cedo de forma divertida, senão pode ser causa de grande parte de repetentes no futuro. 
Respeitando o modo de aprender e ser da criança, o professor precisa planejar o trabalho com os conhecimentos matemáticos por meio de experiências interessantes e significativas para as crianças, em um processo permeado de intencionalidade didática. Situações de jogos representam uma boa situação-problema, o que potencializa as capacidades para compreensão e explicação dos fatos e conceitos da matemática
Por meio dessa pesquisa, buscou-se direcionar que os alunos desenvolverão melhor seus conceitos matemáticos através do lúdico, e desta forma serão melhores preparados para os estudos futuros. O lúdico no letramento matemático na educação infantil, além de dinâmico, faz com que alunos sintam maior prazer em aprender, pois eles se identificam bastante com as brincadeiras e jogos. 
O presente estudo, desenvolvido pela pesquisa bibliográfica possibilita refletir sobre elementos fundamentais para o letramento matemático e o lúdico em crianças na educação infantil. 
2 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Ainda que sejam dois termos diferentes, alfabetização e letramento são interdependentes e indissociáveis, um complementa o outro.Para os educadores, é importante identificar a diferença entre os termos, pois além da língua portuguesa, podem contribuir para outras áreas do conhecimento, como a matemática.
Soares (2004) explica que: 
é necessário reconhecer que alfabetização – entendida como a aquisição do sistema convencional de escrita – distingue-se de letramento – entendido como o desenvolvimento de comportamentos e habilidades de uso competente de leitura e da escrita em práticas sociais: distinguem-se tanto em relação aos objetos de conhecimento quanto em relação aos processos cognitivos e lingüísticos de aprendizagem e, portanto, também de ensino desses diferentes objetos.
 A alfabetização equivale a um processo de aprendizagem básica, mas amplo e complexo, onde se desenvolve a habilidade de ler e escrever de acordo com as regras de determinado idioma, por intermédio dela, o aluno passa a utilizar a leitura e a escrita como uma maneira de se comunicar com seu meio.
É importante frisar que o letramento tem seu início antes do processo de alfabetização e se estende por toda a vida do indivíduo. Ele começa muito antes de a criança pegar um lápis ou conhecer as letras e as formas de escrever. A partir de suas vivências cotidianas com a família e com a sociedade, os pequenos participam de tal prática de maneira intensa através de diversas situações, como no contato com materiais escritos em lugares distintos e de variadas formas.Letramento é o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever, o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita.
Cabe ressaltar que o indivíduo letrado não é somente aquele que sabe ler e escrever de forma básica, mas sim, aquele que domina o uso da escrita e da leitura no seu dia a dia, utilizando- a e compreendendo-a nos mais variados contextos, ou seja, a pessoa letrada possui uma forte intimidade com a leitura e a escrita, indo muito além da habilidade básica de ler e escrever.
 Por estas razões, pode-se afirmar que a essencialidade do letramento não é somente verificada nos primeiros anos do Ensino Fundamental e sim em toda a trajetória escolar, visto que irá auxiliar o aluno não só na disciplina de Língua Portuguesa e Redação como também em outras disciplinas, sendo que o letramento permite compreender, refletir, avaliar, apreciar a leitura e a escrita em todas as instâncias sociais. Associando o letramento como um fenômeno social que ultrapassa o espaço escolar, ou então aplicando novos métodos de ensino da escrita e da leitura.
Portanto, a diferença entre alfabetização e letramento é a de que, enquanto a alfabetização consiste em um processo básico de ensinar as crianças a escrita e a leitura, o letramento vai, além disso, fazendo que a criança adquira p domínio da linguagem escrita e falada, utilizando-a nos mais diferentes contextos. Também se pode dizer que, enquanto a alfabetização consiste no desenvolvimento de um processo técnico de ler e escrever, o letramento pode ser compreendido como o apreço por ler e escrever.
Por exemplo, uma criança que ainda não iniciou o processo de alfabetização, mas os pais procuram estimular à leitura ao contar historinhas e apresentar algumas letras que formam as palavras, é viável dizer que este é o início do letramento, já que os pais estão estimulando a criança para que ela vá além da alfabetização básica, progredindo sua compreensão de mundoe valorização da leitura no seu cotidiano.
3 LETRAMENTO NA MATEMÁTICA
A matemática está presente na vida das crianças desde muito cedo, sem mesmo elas compreenderem que estão criando relações matemáticas enquanto, por exemplo, engatinham e andam por diferentes espaços, passam por baixo de mesas e bancos, entram e saem de uma cabana ou exploram diferentes propriedades de objetos e possibilidades de manipular um brinquedo, etc.
A aprendizagem ocorre por meio das novas experiências e percepções que o indivíduo tem em relação a algum conteúdo ou conhecimento. As diretrizes Curriculares (2010) apresentam como necessidade de garantia de experiências na Educação Infantil que:
Promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança; Favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e musical; Recriem, em contextos significativos para as crianças, relações quantitativas, medidas, participação das crianças nas atividades individuais e coletivas; Incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo e à natureza. (BRASIL, 2010, p. 25-26)
Essas experiências são apresentadas no trabalho com a matemática, na argumentação e da procura pela validação do seu ponto de vista, da antecipação de resultados de experiências não realizadas, da aceitação do erro, da busca por dados que faltam para resolver problemas, da exposição e escuta das idéias de outros, entre outros. 
Para o RCNEI (1998, p.213), as noções matemáticas ocorrem por meio de experiências promovidas pelas “interações como o meio, pelo intercâmbio com outras pessoas que possuem interesses, conhecimentos e necessidades que podem ser compartilhados”. Ainda segundo RCNEI (1998, p.213)
As crianças têm e podem ter várias experiências com o universo matemático e outros que lhes permitem fazer descobertas, tecer relações, organizar o pensamento, o raciocínio lógico, situar-se e localizar-se espacialmente. Configura-se desse modo um quadro inicial de referências lógico matemáticas que requerem outras, que podem ser ampliadas. São informais, da relação individual e cooperativa da criança em diversos ambientes e situações de diferentes naturezas, sobre as quais não se tem planejamento e controle. 
A continuidade da aprendizagem matemática não dispensa a intencionalidade e o planejamento, dando importância a atitudes indispensáveis do adulto como reconhecer potencialidades, para tecer comentários, para formular perguntas, para suscitar desafios, para incentivar a verbalização pela criança, etc. 
Piaget, um dos principais teóricos da Educação Infantil, defendia uma educação ativa, por meio da experimentação, onde a criança é agente do seu conhecimento e o constrói gradualmente. Sua preocupação não era necessariamente com a aprendizagem dos conteúdos e, sim, com o processo de desenvolvimento do intelecto da criança.Em relação ao ensino da matemática para as crianças, ele dizia ser considerável proporcionar a elas, esquemas de ação nos quais pudessem representar futuramente, já que a criança, nesta fase estava mais desenvolvida no aspecto sensório-motor do que na lógica verbal.
A compreensão matemática não é questão de aptidão da criança. É um erro supor que um fracasso em matemática obedeça a uma falta de aptidão. A operação matemática deriva da ação: resulta que a apresentação intuitiva não basta, a criança deve realizar por si mesma a operação manual antes de preparar a operação mental. [...] Em todos os domínios da matemática, o qualitativo deve preceder ao numérico. (PIAGET, 1950 apud MUNARI, 2010, p. 19). 
O trabalho com a matemática vai além da contagem de objetos, envolve também as relações mentais que a criança vai desenvolvendo a partir de diferentes situações que vivencia dentro da sua rotina. Dessa forma, a criança é convidada, todos os dias, a resolver situações-problemas, superar desafios, em um ambiente lúdico e penetrado de afeto e encorajamento, que terá como resultados uma aprendizagem significativa e desenvolvimento saudável e prazeroso.
Para o trabalho efetivo, é necessário que as práticas pedagógicas tenham certa frequência e regularidade, assim as crianças vão atribuindo significados às suas experiências ou começam a tentar alternativas de atuação. Cabe ao professor ter clareza dos objetivos que quer trabalhar com suas crianças, para poder pensar em materiais, preparar espaços, fazer intervenções quando forem necessárias, aproveitando atividades ligadas a outras áreas do conhecimento, como uma atividade de movimento, hora da história ou hora do lanche, por exemplo.
Como podemos perceber o ensino significativo da matemática na educação infantil, não está relacionado com o fato de ensinar números, nem ouvir as crianças pequenas fazendo contagens, nas quais só estão repetindo uma seqüência, e sim, este trabalho deve estar presente em diversos momentos do dia, onde as crianças, em primeiro lugar, deverão explorar o meio em que vivem, estabelecendo relações do seu corpo, das suas sensações, com o ambiente externo, brinquedo, objetos, diferentes espaços e pessoas. 
Assim, estaremos proporcionando que vivenciem experiências diversificadas, em um ambiente provocador e afetivo, onde estejam imersas em conteúdos matemáticos sem precisar o professor ficar repetindo por diversas vezes os conceitos, como se eles fossem aprendidos de fora para dentro.
O ensino da matemática deve ser encorajador, a fim de que as crianças pensem, analisem, busquem estratégias, elaborem hipóteses, enfim, que elas vivam e sintam a Matemática. Conforme afirma Becker, “ A função do professor não é a de um treinador, um “domesticador” que não tem consciência de sua ação, mas sim de um educador capaz de criar relações construtivas na interação com seus alunos” (2001).
Depende do planejamento do professor, a maneira de como são organizadas as salas nas instituições de Educação Infantil, dos objetivos que pretende alcançar, do que quer desenvolver/estimular nas crianças, tornando-se assim, parte integrante da prática pedagógica.
Aquela organização da sala, de forma linear, com mesas e cadeiras, onde a criança não pode escolher com qual atividade quer brincar, dependendo apenas do que o professor selecionou para a turma desenvolver ao mesmo tempo, simboliza uma visão que há muito tempo deixou de ser indicada para o trabalho com as crianças. 
Atualmente, o esquema de organização dos espaços da Educação Infantil é a de cantinhos/ 
ambientes facilitadores de aprendizagem. Essa organização é um elemento curricular importante na Educação Infantil, pois dá suporte e cria possibilidades de diferentes formas de aprendizagem. 
Para o letramento na matemática uma boa opção seria a do cantinho dos jogos, onde podem ser oferecidos variados tipos de jogos como: quebra-cabeças, memória, dominó, bingo, entre outros.
Neste caso, os jogos:
[...] auxiliam o letramento matemático, a relacionar os instrumentos de trabalho às profissões e animais domésticos e selvagens. Blocos lógicos servem para classificação de cores, formas e espessuras, mas a criança pode dar outros usos, como empilhar, juntar os blocos para criar formas de animais e objetos, ou um bloco virar sabonete, pente ou comida na brincadeira imaginária. (KISHIMOTO, 2010, p. 7-8).
O letramento inicia-se muito antes de a criança pegar um lápis ou conhecer as letras e as formas de escrever. A partir das vivências cotidianas com a família e com a sociedade, os pequenos participam de tal prática de maneira intensa em diversas situações, como no contato com matérias escritas em lugares diversos e de variadas formas.
Percebemos que o letramento na matemática é fundamental para o desenvolvimento da criança e vai de encontro ao que ocorre, muitas vezes, nasescolas da Educação Infantil em que as atividades propostas pelos professores são de repetição e que não permitem que as crianças aprendam os conceitos matemáticos com significado e eficiência. 
4 MATEMATICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A educação infantil é a primeira etapa em que as crianças são educadas. Essa fase é marcada por descobertas e aprendizagens intensas, sendo princípios norteadores desse ensino, conceber a criança como cidadã, sujeito de direitos e ativos no seu processo de construção do conhecimento. 
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil - DCNEI – (BRASIL, 2010), o currículo da Educação Infantil deve ser composto por um:
Conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural artístico, ambiental, cientifico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de idade (BRASIL, 2010, p.12)
A construção da base do conhecimento se dá na primeira infância. Desde muito pequenas, em busca de respostas as suas indagações, crianças interagem e aprendem com o meio social no qual vivem, fazendo perguntas e provocando curiosidade em tudo a sua volta. Portanto tudo o que a criança aprende, nesta etapa, será levado ao longo de toda sua vida. É essencial que haja um bom alicerce, papel esse que é do professor e, também, da família. Nessa faixa etária, é preciso considerar o rápido e intenso processo de mudança vivido pelas crianças. Durante sua vida cotidiana, a criança constrói conhecimentos sobre o mundo que a cerca e o conhecimento matemático é parte integrante desse universo.
Diversas ações intervêm na construção dos conhecimentos matemáticos como recitara seu modo e seqüência numérica, fazer comparações entre quantidades e entre notações numéricas e localizar-se espacialmente. Essas ações ocorrem fundamentalmente no convívio social e no contato das crianças com histórias, contos, músicas, jogos, brincadeiras, etc. (BRASIL, 1998, p.213)
Para a construção de conhecimentos matemáticos, os jogos e brincadeiras que envolvem regras, noções espaciais (em cima, embaixo, atrás), conceitos, organização, seqüência, geometria e contagem oral são excelentes recursos, ajudam muito na construção do conhecimento.
As crianças, mesmo bem pequenas, já desenvolvem essas experiências, pois segundo Lopes e Grando (2012, p.5) quando:
Manipulando objetos, colocando um dentro do outro, desenhando, entendendo o tempo (quanto tempo brincou? Quanto tempo vai demorar para um desenho começar, etc.), entendendo quantidades (quantos anos tem? Qual o maior pedaço do bolo, quem tem mais balas, etc.). Tais conhecimentos matemáticos que foram produzidos pelo homem e que o ajudam a fazer uma “leitura matemática de mundo” exercem certo fascínio nas crianças e estimulam a curiosidade epistemológica delas, aumentando o desejo por conhecê-los. (LOPE; GRANDO, 2012, p.5)
Os jogos de encaixe, brinquedos de empilhar ou ordenar, jogos da memória ou de formas geométricas também auxiliam na aprendizagem, pois ensinam na prática o que ainda é abstrato na teoria.
Pensar em um trabalho que atenda às necessidades das crianças, proporcionando oportunidade para viver, participar e compreender um mundo que exige diferentes conhecimentos e habilidades.
Segundo o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil – RCNEI – (BRASIL, 1998), documento de cunho educacional para os profissionais que atuam diretamente na educação infantil: 
As crianças participam de uma série de situações envolvendo números, relações entre quantidades, noções sobre espaço. Utilizando recursos próprios e pouco convencionais, elas recorrem à contagem e operações pra resolver problemas cotidianos, como conferir figurinhas, marcar e controlar os pontos de um jogo, repartir as balas entre os amigos, mostrar com os dedos a idade, manipular o dinheiro e operar com ele, etc. Também observam e atuam no espaço ao seu redor e, aos poucos, vão se organizando seus deslocamentos, descobrindo caminhos, estabelecendo sistemas de referência, identificando posições e comparando distâncias. Essa vivência inicial favorece a elaboração de conhecimentos matemáticos. (BRASIL, 1998, p.207)
	Além do aprofundamento e o envolvimento dos números, é preciso garantir oportunidades para que elas sejam capazes de:
Reconhecer e valorizar os números, as operações numéricas, as contagens orais e as noções espaciais como ferramentas necessárias no seu cotidiano; comunicar idéias matemáticas, hipóteses, processos utilizados e resultados encontrados em situações-problema relativas a quantidade, espaço físico e medida, utilizando a linguagem oral e a linguagem matemática; Ter confiança em suas próprias estratégias na sua capacidade para lidar com situações matemáticas novas, utilizando seus conhecimentos prévios, (BRASIL, 1998, p.215)
Para explorar essas linguagens e idéias, é preciso despertar a curiosidade das crianças com experiências desafiadoras que incentive o levantamento de hipóteses e a construção de argumentos, que possibilite a criança pensar por si e ter idéias. 
É preciso trabalhar o mesmo assunto de maneiras variadas, “pois é justamente essa diversificação de atividades, experiências e contextos, a respeito de um mesmo conceito, que favorece a formação do que está sendo construído pela criança” (LORENZATO, 2011, p.29).
Portanto, a matemática na educação infantil deve ter como um dos seus objetivos, situações que envolvam matemática no dia a dia, conhecimentos numéricos, saber contar, noções de espaço físico, medidas, formas, estimulação de autoconfiança da criança ao se deparar com problemas e desafios, noções de grande/pequeno, perto/longe, dentro/fora, começo/meio/fim, antes/agora/depois, frente/atrás/ao lado, ganhar/perder, aumentar/diminuir. O conhecimento da criança, deve ser ampliado cada vez mais, cabendo ao professor estar atento a todo momento para estimular o aluno a sempre querer saber mais.
5 LETRAMENTO MATEMÁTICO COM CRIANÇAS DE 4 A 5 ANOS
A maioria das pessoas associa letramento com o a matéria Português, porém é importante ressaltar que existe também o letramento matemático na Educação Infantil. 
Na Educação Infantil, através de brincadeiras, o aprendizado é incentivado. Através do lúdico é possível prender a atenção das crianças, já que, nessa fase, elas se perdem o foco rapidamente. Nessa idade entre 4 e 5 anos, as crianças gostam de:
Perguntar os “porquês” das coisas; dá preferência ao que conhece e não ao que vê; inicialmente o centro continua sendo o próprio corpo, mas em seguida a criança consegue avançar, tomando como referência um objeto; apresentam dificuldades em considerar dois atributos simultaneamente; a percepção visual é mais forte que a correspondência um a um; os conceitos que envolvem tempo se apresentam como os mais difíceis para à criança; por meio de manipulação de materiais concretos; a criança já consegue adicionar e iniciar a contagem com significado. (LORENZATO, 2011, p.5)
É necessário iniciar o trabalho com poucos objetos e ir aumentando aos poucos, utilizando o contexto de vida das crianças na construção de atividades, dar prioridade ao concreto, ao real e ao manipulável. Ao planejar as aulas, o professor deve estar atento para não perder de vista as estratégias pedagógicas. As brincadeiras que envolvem o letramento matemático devem ter a finalidade de desenvolver na criança: imaginação, prazer em aprender, participação ativa nas aulas, conhecimento dos números, contagem, memorização, noção de espaço, medidas e formas, dentre outros.
O ponto de partida, no planejamento das aulas, é a ligação do conteúdo com a vivência dos alunos, pois, desta forma a criança aprenderá com maior facilidade, que resulta em uma base sólida de aprendizado.
Independente da faixa etária das crianças, quando falamos de letramento matemático os jogos são excelentes meios para associar teoria à prática de uma maneira divertida. Por levarem a problemas que serão resolvidos, os jogos instigam a investigação, criaçãode estratégias e busca por soluções; com isso auxiliam no desenvolvimento de capacidades como compreensão, raciocínio lógico, prazer da descoberta, superação de desafios e, conseqüentemente a resolução de conceitos da Matemática de forma leve e descontraída.
Vale ressaltar que os jogos, assim como os demais tipos de brincadeiras, não devem ser entendidos somente como ferramentas de lazer, o correto é aliar-se o lúdico com a intencionalidade didática.
Para crianças de 4 a 5 anos, o letramento de Matemática é geralmente dividido em:
Números e sistema de numeração: é o aprendizado da contagem, escrita e notação numérica. É neste momento que há o desenvolvimento da capacidade de resolver problemas através de operações matemáticas. Para a construção do conceito de números, sugere-se começar com a quantidades (muito/pouco), com a contagem de objetos e materiais concretos presentes no dia a dia das crianças; apresentar ás crianças tarefas em que tenham que dividir, somar e subtrair, como por exemplo distribuir materiais aos colegas, podem ocorrer por meio de brincadeiras que envolvam a contagem oral, como esconde-esconde.
Grandezas e medidas: a criança desenvolve ao conseguir entender que um brinquedo é mais pesado que o outro ou qual deles está mais próximo. Para provocar essa percepção sugere-se ensinar as crianças a medir os colegas e comparar o resultado de cada um deles; diferenciar uma comida quente e outra fria; explicar a diferença entre um copo cheio e outro vazio.
Formas e espaço: nesta etapa as crianças passam a identificar e distinguir objetos, figuras, contornos e pontos de referência. Nesta fase de aprendizagem, pode utilizar materiais de diferentes formas e texturas nas aulas, como por exemplo, pedir para que desenhem com massa de modelar, areia ou argila.
 As crianças possuem necessidades distintas entre si, por isso não existe uma receita mágica para o ensino da matemática, mas uma maneira de contribuir para a aprendizagem, de uma forma lúdica e objetiva, mas ao mesmo tempo, divertida e alegre, um exemplo de atividade é o que sugere na imagem abaixo:
FIGURA 1: IDENTIFICANDO NUMERAIS.
FONTE: Paiva, Núbia Silvia Guimarães. Portal do professor. Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=25483. Acesso em 16, Jun. 2020.
Nesta atividade, o objetivo era de trabalhar quantidades de formas concreta, lúdica e, neste caso, inclusiva; reconhecendo números no contexto diário; relacionando numerais às quantidades correspondentes; fazer contagem recitativa e desenvolver o raciocínio lógico. Atendendo o aluno de forma individualizada, para assim ajudá-lo mais efetivamente. Foi proposto um momento em que a professora mostrou alguns números e juntamente com a criança organizar as quantidades correspondentes. Mostram-se os números para a criança, um de cada vez e constrói assim a relação quantidade/numeral. 
6 IMPORTÂNICA DO LÚDICO NO LETRAMENTO MATEMÁTICO
Na fase da ludicidade na educação infantil, a criança ainda está desenvolvendo a capacidade de atenção, pois elas dispersam com muita facilidade e as brincadeiras ajudam nesse processo, pois as crianças sentem-se atraídas pela atividade voltada para seu mundo. 
Segundo ZatzHalaban (2006); brincar é essencial para a criança, pois é deste modo que ela descobre o mundo à sua volta e aprende a interagir com ele. O lúdico está sempre presente, o que quer a criança esteja fazendo. 
A utilização dos jogos nas atividades, contribui no desenvolvimento e interesse de cada criança, tornando-as capazes de compreender com clareza as atividades e trabalhos aplicados pela escola. Durante as atividades, é possível ensinar deixando de existir diferenças entre alunos em relação ao aprendizado. Todos têm a capacidade de aprender, de uma maneira totalmente interessante para sua idade. 
Segundo Kishimoto (1998) o jogo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para gastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, social e moral. 
Além de um bom aprendizado, o lúdico proporciona um ótimo relacionamento entre professor/aluno/aprendizagem, pois um depende do outro, sendo que o brincar para as crianças não deve ter o espírito de competição, mas sim o prazer de descobrir e aprender. 
É por meio do lúdico, que a criança descobre o mundo, e por isso, os conteúdos trabalhados, envolvendo o letramento e matemática na educação infantil, devem ser apresentadas a elas por meio de jogos, brincadeiras, músicas, desenhos, entre outros.
As brincadeiras envolvendo o letramento matemático devem ter a finalidade de desenvolver nas crianças o prazer em aprender, pró-atividade nas aulas, atenção, imaginação, conhecimento dos números, contagem, memorização, noção de espaço, medidas e formas, autoconfiança para resolver problemas e desafios, entre outros. 
O primeiro contato com o lúdico faz com que os alunos participem ativamente das aulas, para que o resultado seja positivo, o professor deve estar preparado e abusar da criatividade proporcionando prazer em aprender aos alunos, brincadeiras para o aprendizado da matemática, com finalidade de desenvolver capacidades importantes como a memorização, a imaginação, a noção do espaço, a percepção e a atenção.
7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, a presente pesquisa permitiu analisar como a alfabetização e o letramento matemático cursa na educação infantil. Compreender como o letramento se constitui no ambiente da educação é de obrigação de todo professor que atua com crianças de 0 a 5 anos. Iniciou-se um levantamento bibliográfico com o objetivo de como estes elementos podem ser inseridos na matemática. Em si, ela não abrange apenas números e símbolos, mas, se caracteriza muito mais que decorar fórmulas e realizar contagens. Se faz necessário compreende-la. Atribuir a matemática de maneira correta trará benefícios ao futuro das nossas crianças. 
Temos a importância do letramento da matemática na educação infantil. A criança está disposta a novas aprendizagens, e demonstra o interesse por aquilo que lhe é evidenciado, conseguindo com a sua curiosidade, observar a beleza que existe nos elementos da matemática por mais complexos que sejam. Comparado, tamanho da matemática na educação o que eles aprendem são, metaforicamente, aquela primeira luz que se acende, para que possam sustentar toda a curiosidade de uma aprendizagem. Assim discorremos esse assunto amplo e benéfico para todos, inclusive as crianças
REFERÊNCIAS
BECKER, Fernando. Educação e construção do conhecimento. Porto Alegre: Artmed, 2001.
Biazioli, Angélica. A importância do letramento na Educação Infantil. Estadão, 14 mar 2018. 
Blog Disponível em <https://educacao.estadao.com.br/blogs/blog-dos-colegios-salesiano-liceu-coracao-de-jesus/a-importancia-do-letramento-na-educacao-infantil/>. Acesso em:26 mai. 20.
BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em Educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto Editora, 1994.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para educação infantil. Brasília: MEC, SEB, 2010.
BRASIL. Ministério da Educação. Governo Federal. Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília, 1998.
HALABAN, Sérgio; ZATZ, André e ZATZ, Silva. Brinca Comigo! Editora Marco Zero: 2006.
https://cursos.novaescola.org.br/curso/14/letramento-matematico-na-educacao-infantil
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/o-ensino-matematica
http:///www.figuradelinguagem.com/gramatica/qual-a-diferenca-entre-alfabetizacao-e-letramento.Acesso em: 15 Jun.2020.
https://blog.portabilis.com.br/dicas-de-letramento-matematico-na-educacao-infantil/. Acesso em: 28 Mai.2020.
KAMIL, Constance. A criança e o número. Campinas: Papirus, 2008
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