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CASO Clinic DPOC e ASMA

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CASO 4 
A.N.M., 70 anos, solteira, 5 filhos, católica praticante, analfabeta, fumou durante 53 anos e 
parou há uma semana, nega etilismo. Hipertensa, faz uso contínuo de captopril e refere ter 
enfisema, com diagnóstico de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Foi internada com 
queixa de fraqueza, dispneia e tosse produtiva persistente. No exame físico constatou-se a 
paciente consciente, que deambula com auxílio, e possui pele e mucosas hipocoradas; 
apresentou MMSS frios com leitos ungueais pouco cianóticos; tórax simétrico, movimento 
respiratório torácico, amplitude superficial, taquidispneica, roncos em brônquios e crepitações 
bibasais e diminuição da expansibilidade. Constataram-se ainda extremidades com perfusão 
periférica maior que três segundos, pulsos rítmicos e filiformes, sem edema. Para essa paciente 
foi identificado exames laboratoriais informando acidose respiratória, elevação de hemácias e 
manutenção nos níveis de bicarbonato. 
 
1- Descreva quais são as duas principais patologias que desencadeiam a DPOC e explique 
o que é e como esta doença se manifesta (sintomas – explicando cada um) 
 
Enfisema pulmonar: No enfisema, o comprometimento na troca de oxigênio e de dióxido de 
carbono resulta da destruição das paredes dos alvéolos hiper distendidos além dos bronquíolos 
terminais e destruição das paredes dos alvéolos. À medida que as paredes dos alvéolos são 
destruídas, um processo acelerado por infecções recorrentes, a área de superfície alveolar em 
contato direto com os capilares pulmonares diminui continuamente. Esse processo provoca 
aumento do espaço morto, área pulmonar em que não pode ocorrer nenhuma troca gasosa, e 
comprometimento da difusão de oxigênio, levando à hipoxemia. Os pulmões perdem a 
elasticidade. 
Sintomas: 
• respiração difícil 
• sensação crônica de falta de ar 
• tosse persistente 
• chiado ao respirar 
• inchaço e dor no tórax 
• produção crônica de muco 
• cansaço 
• maior susceptibilidade à infecções pulmonares 
 
Bronquite crônica: presença de tosse e produção de escarro durante pelo menos 3 meses, a cada 
2 anos consecutivos. A irritação constante da fumaça de cigarro ou irritantes ambientais provoca 
aumento no número de glândulas secretoras de muco e células caliciformes, levando à produção 
aumentada de muco. O tamponamento da via respiratória pelo muco diminui a função ciliar, e 
as paredes brônquicas tornam-se espessadas, com estreitamento do lúmen brônquico. Os 
alvéolos adjacentes aos bronquíolos podem sofrer lesão e fibrose, resultando em função alterada 
dos macrófagos alveolares; em consequência, o cliente torna-se mais suscetível à infecção 
respiratória. 
Sintomas: 
• tosse com presença de muco 
• ronco ou chiado no peito 
• fadiga 
• dificuldades para respirar e falta de ar 
• febres e calafrios 
• desconforto no tórax 
• lábios roxos 
• inchaço nos tornozelos, pés e pernas 
• infecções respiratórias frequentes 
 
 
2- Liste e explique quais são os fatores de risco da DPOC. 
 
O tabagismo, a poluição do ar ambiente e a exposição ocupacional (ex.: carvão, algodão, grãos) 
constituem fatores de risco importantes que contribuem para o desenvolvimento da DPOC, que 
pode se estender por um período de 20 a 30 anos. A obstrução do fluxo aéreo é geralmente 
progressiva e está associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões à inalação de 
partículas ou gases tóxicos. 
Outro fator é a deficiência de alfa-1 antitripsina que é a ausência congênita de uma 
antiprotease pulmonar primária, alfa-1 antitripsina, que leva ao aumento da destruição tecidual 
mediada pela protease e enfisema em adultos. 
 
3-Liste e descreva os dois tipos de manifestação da DPOC 
 
As manifestações da DPOC são locais e sistêmicas 
 
 Manifestações locais: redução do volume expiratório forçado, hiperinsuflação, limitação 
ventilatória, dispneia, limitação das AVDs, descondicionamento 
 
Manifestações sistêmicas: Alterações nutricionais (anorexia, desnutrição), alterações psíquicas 
(prejuízo na qualidade de vida por ser uma doença incapacitante), alterações endócrino 
metabólicas, alterações cardiovasculares, alterações musculares, inflamação sistêmica 
(estresse oxidativo, citocinas). 
 
 
4-Explique quais são as complicações da DPOC e seu tratamento abordando também a 
fisioterapia com lábios semicerrados 
 
 
Insuficiência e falência respiratórias, pneumonia, atelectasia e pneumotórax 
 
Tratamento: Cessação do tabagismo, broncodilatadores, corticosteroides e outros 
medicamentos (terapia de aumento da alfa1-antitripsina, antibióticos, agentes mucolíticos, 
agentes antitussígenos, vasodilatadores), as vacinas para reduzir a morbidade grave devido a 
influenza e pneumonia, oxigenoterapia. Em alguns casos, dependendo da gravidade, cirurgia de 
redução do volume pulmonar para melhorar elasticidade e função lobares, uma opção paliativa 
para alívio sintomático, bulectomia para reduzir a dispneia e transplante de pulmão. 
E também a reabilitação respiratória que inclui o ensino da respiração abdomino-diafragmática 
e da respiração com os lábios semicerrados que podem ajudar o doente a controlar e a diminuir 
a dispneia e a sensação de pânico associada aos sintomas, através da melhoria do padrão 
ventilatório, da prevenção do colapso das vias respiratórias e da sincronização entre a respiração 
abdominal e a respiração torácica. Nos exercícios diafragmáticos (o paciente faz inspiração lenta 
nasal profunda utilizando o músculo diafragma, a expiração é feita com lábios semicerrados e, 
para auxiliar, o fisioterapeuta apoia a região abdominal), essas técnicas facilitam a eliminação 
das secreções respiratórias. 
 
 
5- Identifique os sintomas decorrentes da patologia e o que poderia ser feito para melhorá-
los 
 
A paciente apresenta fraqueza, dispneia e tosse produtiva, para melhorar o seu quadro clínico: 
promover a drenagem brônquica, a fim de remover as secreções excessivas da parte acometida 
dos pulmões, terapia antimicrobiana, se possível orientada pelos exames de sensibilidade em 
amostras de escarro, uso de broncodilatadores, incentivar que a paciente continue sem fumar, 
fisioterapia respiratória com percussão, drenagem postural, expectorantes ou broncoscopia 
para remover as secreções brônquicas. Se a paciente apresentar alterações severas no 
funcionamento pulmonar será necessário a ventilação mecânica. 
 
 
6- Explique por que a paciente apresenta acidose respiratória, aumento dos níveis de 
hemácias e manutenção dos níveis de bicarbonato 
 
A acidose respiratória é um problema clínico consequente da hipoventilação. Há uma produção 
acelerada de dióxido de carbono, com aumento de PaCO2 devido à insuficiência ventilatória 
imediata. A hipoventilação alveolar resulta em uma hipercapnia, que é o PaCO2 aumentado, que 
por sua vez reduz a proporção de HCO3−/PaCO2 e diminui o pH. A hipercapnia e a acidose 
respiratória ocorrem quando o problema na ventilação se estabelece e a retirada de CO2 pelos 
pulmões é menor do que a produção de CO2 pelos tecidos. 
 
A eritrocitose se justifica no paciente DPOC pela hipóxia crônica, que determina o aumento na 
produção de eritropoetina, levando, então, a um aumento do número de hemácias. 
 
A manutenção dos níveis de bicarbonato é necessária para uma concentração adequada, pois O 
HCO3 plasmático geralmente está aumentado numa tentativa de combater o distúrbio 
primário. 
 
 
7- Faça o plano de cuidados deste paciente com problemas, diagnóstico, assistência de 
enfermagem, metas esperadas, aprazamento 
 
PROBLEMAS DIAGNÓSTICOS ASSISTÊNCIA METAS APRAZAMENTO 
 
1-Hipertensão 
2-Enfisema com 
DPOC 
3-Fraqueza 
4-Dispneia 
5-Tosse produtiva 
6-Deambula com 
auxílio 
7-Pele e mucosa 
hipocoradas 
 
1-Troca de gases 
prejudicada 
evidenciada pelo 
Enfisema com 
DPOC, associada 
com tosse 
produtiva 
2-Fadiga 
3-Risco de queda 
4-Risco de 
sufocação 
 
1-Manter 
posição de 
Fowler2-Monitorar o 
estado 
respiratório 
3-Estimular a 
tosse 
 4-Realizar 
exercícios de 
respiração 
profunda 
 
1-Melhorar 
permeabilidade 
das vias 
respiratórias 
2-Realizar 
desmame do O2 
assim que for 
possível 
 
3-Repouso para 
conservação de 
energia 
 
Gasometria 
após 30 min. do 
início da 
oxigenoterapia 
 
Avaliar o estado 
respiratório a 
cada 4h 
 
Avaliar SSVV a 
cada 4h 
 
MMSS frios com 
leitos ungueais 
pouco cianóticos 
8-Taquidispneica 
9-Pulsos 
filiformes 
10-Acidose 
respiratória 
 
 
 
 
5-Desequilibrio 
de eletrólitos, 
evidenciada pela 
acidose 
respiratória 
5-Proporcionar 
descanso ao 
paciente 
6-Ajudar na 
deambulação 
7-Elevar grades 
do leito 
8-Controlar 
rigorosamente, 
a terapia com 
líquidos e 
eletrólitos 
9- Monitorar 
débito urinário 
10-Monitorar 
níveis de 
eletrólitos 
séricos 
11-Monitorar 
P.A. e FC 
12-Iniciar 
oxigenioterapia 
de baixo fluxo 
 
4-Manutenção 
dos níveis de 
equilíbrio Ácido-
base 
Mudança de 
decúbito a cada 
2h 
 
 
 
 
8- Explique o que é o pneumotórax e explique os tipos de pneumotórax 
 
Pneumotórax é quando a pleura parietal ou visceral sofre ruptura, e o espaço pleural fica exposto 
à pressão atmosférica positiva. Normalmente a pressão no espaço pleural é negativa ou 
subatmosférica, essa pressão negativa é necessária para manter a insuflação pulmonar. Quando 
a pleura é rompida, o ar penetra no espaço pleural e o pulmão ou parte dele sofre colapso 
 
Tipos de pneumotórax 
• Pneumotórax simples: ocorre pneumotórax simples ou espontâneo quando o ar penetra 
no espaço pleural através de uma ruptura da pleura parietal ou da pleura visceral, isso 
ocorre quando o ar penetra no espaço pleural através da ruptura de uma bolha ou 
fístula broncopleural. O pneumotórax simples pode estar associado a doença pulmonar 
intersticial difusa e enfisema grave 
 
• Pneumotórax traumático: quando o ar escapa de uma laceração no próprio pulmão e 
entra no espaço pleural, ou a partir de uma ferida na parede torácica. Pode resultar de 
traumatismo fechado, de traumatismo torácico ou abdominal penetrante, ou 
lacerações diafragmáticas. O pneumotórax traumático pode ocorrer durante 
procedimentos torácicos invasivos. 
 
• O pneumotórax aberto constitui um tipo de pneumotórax traumático, ele ocorre quando 
uma ferida na parede torácica é grande o suficiente para possibilitar a livre passagem 
de ar para dentro e para fora da cavidade torácica a cada tentativa de respiração 
 
• Pneumotórax hipertensivo: quando o ar é aspirado para dentro do espaço pleural e 
aprisionado a cada respiração. Existe aumento da tensão no espaço pleural afetado, 
provocando colapso do pulmão. O coração, os grandes vasos e a traqueia são 
deslocados para o lado não afetado do tórax (desvio mediastinal), que é uma situação 
potencialmente fatal. Tanto a função respiratória quanto a função circulatória estão 
comprometidas. 
 
9- Explique como é feito a drenagem torácica, princípios e limpeza, assim como a 
traqueostomia (princípios, como é feita e limpeza) 
 
Drenagem torácica é uma técnica cirúrgica que permite, pela inserção de dreno acoplado a um 
sistema específico, acesso à cavidade pleural ou mediastinal. Importante destacar que a 
colocação de dreno torácico é qualificada como um procedimento cirúrgico e invasivo, portanto 
é ato privativo do médico. No entanto é de fundamental importância o auxílio da 
enfermagem para ser realizado a drenagem de tórax. 
Etapas para drenagem torácica: 
1. Posicione o paciente em decúbito dorsal com o membro superior ipsilateral em abdução e com 
a mão apoiada sobre a cabeça. 
2. Localize o 4º ou 5º EIC, na linha axilar posterior, média ou anterior, na borda superior do arco 
costal. 
3. Realize a medida do comprimento do dreno que será inserido. A medida é realizada do meio 
da clavícula até o local escolhido para a inserção. 
4. Realize anestesia local com lidocaína 1 ou 2%. 
5. Faça uma incisão de 1-2 cm paralela ao arco costal e realize a dissecção dos planos, do tecido 
subcutâneo e da musculatura acima do arco costal, utilizando uma pinça hemostática curva. 
6. Posteriormente, utilizando uma pinça com ponta romba do tipo “Kelly curva”, faça uma 
abertura com cerca de 1,5 cm na pleura e introduza o dedo na cavidade pleural. A introdução do 
dedo permite o inventário da cavidade torácica, além de confirmar se a cavidade pleural 
realmente foi atingida. Não usar bisturi ou algo afiado para acessar a cavidade pleural, pois 
lesões graves com exsanguinação fatal já foram descritas. 
7. Faça a clampagem da extremidade do dreno com a pinça hemostática curva e utilize-a para 
direcionar a inserção do dreno. Introduza o dreno em direção cranial e posterior. Avance o dreno 
até o local marcado anteriormente. Vale ressaltar que o último orifício do dreno deve estar, pelo 
menos, 2 cm dentro da caixa torácica. 
8. Faça um ponto em “U” circundando o dreno para fechar a incisão e, em seguida, faça um nó 
em “bailarina” em torno do dreno, usando o mesmo fio. 
9. Realize radiografia de tórax, para confirmação do posicionamento do dreno. 
 
Cuidados de Enfermagem 
• Lavar as mãos, secar e fazer antissepsia com álcool 70% ( ou seguir protocolo 
de cada instituição) 
• Preencher o selo d´água com 300 ml de soro fisiológico 0,9%, ou 500 ml da 
mesma solução.( ou seguir protocolo da sua instituição) 
• Após-instalação do dreno, a mensuração dos débitos dos drenos deverá ser 
feita a cada 6 hora ou intervalos menores caso haja registros de débitos 
superiores a 100 ml/hora.( casos de conteúdo líquido ). 
• A mensuração deverá ser feita colocando uma fita adesiva ao lado da 
graduação do frasco, onde o técnico de enfermagem deverá marcar com uma 
caneta o volume drenado marcando também a hora da conferência 
• A troca do selo d´água deverá ser feita a cada 12h. 
• Clampeiar o dreno para que não haja entrada de ar para a cavidade torácica 
e após a troca, lembrar sempre que o dreno deve ser desclampeado. 
• Os curativos na inserção dos drenos devem ser trocados diariamente 
utilizando os produtos preconizados pelo Serviço de Infecção Hospitalar de 
cada instituição 
• Colocar frasco de drenagem no piso, dentro de suporte, próximo ao leito do 
paciente, ou dependurá-lo na parte inferior do leito, evitando-se desconexões 
acidentais ou tombamento do frasco. 
• "Ordenhar" ou massagear a tubulação na direção do frasco coletor de 
drenagem, de 2 em 2 horas ou conforme protocolo da instituição. 
• Nunca elevar frasco de drenagem acima do tórax sem ser clampeado. 
• Lavar as mãos, conforme após procedimento e sempre que houver 
necessidade 
 
 
 
A traqueostomia é procedimento cirúrgico, realizado pelo médico, que consiste na abertura da 
traqueia para o meio externo, com inserção de um tubo (cânula), para permitir a passagem do 
ar. O principal objetivo é facilitar a respiração e a remoção das secreções traqueobrônquicas em 
excesso. 
 
Os cuidados de enfermagem incluem limpeza da cânula e fixação da traqueostomia: 
 
Usar luvas estéreis, manter a mão dominante esterilizada por todo procedimento. 
Cuidados com a cânula interna de traqueostomia: ao mesmo tempo em que tocar somente a 
superfície externa da cânula, destravar e retirar a cânula interna com a mão não dominante. 
Soltar a cânula interna na cuba com soro fisiológico para limpeza. 
Colocar o colar de traqueostomia, a sonda em “T” ou a fonte de ventilação de oxigênio sobre a 
cânula externa. 
Para evitar a dessaturação de oxigênio nos pacientes afetados, pegar com rapidez a cânula 
interna e usar uma escova pequena para remover as secreções da parte interna e externa da 
cânula interna. Segurar a cânula interna sobre a cuba e enxaguar com soro fisiológico, usando a 
mão não dominante para despejá-lo. 
Usar aplicadores com ponta de algodão e compressas de gaze estéril de 10cmx10cm embebidos 
comsoro fisiológico, limpar as superfícies expostas da cânula externa e do estoma. Limpar com 
movimentos circulares que vão do estoma para fora, com a mão dominante disponível para uso 
dos materiais estéreis. Com a gaze seca de 10cmx10cm, tocar levemente a pele e as superfícies 
expostas da cânula externa. 
Fixar a traqueostomia 
Alerta de segurança: a pessoa que assiste na fixação não pode soltar a cânula de traqueostomia 
até que a nova fixação esteja bem presa. Se for trabalhar sem um assistente, não corte a fixação 
antiga até que a nova esteja devidamente posicionada e presa. 
Posicionar o paciente confortavelmente e avaliar a condição respiratória 
Certificar-se de que as fontes de distribuição de oxigênio e de umidificação estejam no lugar e 
ajustados nos níveis corretos 
 Avaliar o ajuste das novas amarras de traqueostomia e perguntar ao paciente se cânula está 
confortável 
Examinar as cânulas interna e externa quanto a presença de secreções 
Avaliar o estoma quanto a sinais de inflamação, edema ou secreções descoloradas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASO 5 
S.F.A. masculino, pardo, 81 anos, casado, 5 filhos (todos casados), brasileiro, aposentado, não-
alfabetizado, residente em Goiânia, zona urbana, natural de Patos de Minas-MG, católico 
praticante. Foi admitido na unidade de clínica médica proveniente da emergência, com 
diagnóstico médico de asma grave, enfisema pulmonar e bronquite crônica. Está em tratamento 
há 10 anos, sabe que sua doença é grave e não tem cura, e está de certa forma conformado com 
sua situação. Já se acostumou com as internações, com o ambiente hospitalar e com o 
tratamento. Paciente relata que sua casa se tornou uma pequena farmácia com tantos 
medicamentos. Nos últimos anos não tem dormido bem à noite devido a dispnéia noturna, o 
que tem agravado nos últimos 4 meses. Repousa sempre e evita esforços devido à dificuldade 
respiratória aos esforços. Deambulando com auxílio, hipocorado, emagrecido. Orientado auto e 
alopsiquicamente, músculos faciais descontraídos, verbalizando. Apresenta-se hidratado, 
afebril e dispnéico. Pupilas fotorreagentes e isocóricas. Foi tabagista durante 50 anos, tendo 
parado de fumar há 10 anos (desde que descobriu a doença), não toma bebidas alcoólicas, não 
é alérgico. Mantendo respiração por cateter nasal de oxigênio, tipo óculos, percussão pulmonar 
esquerda ressonante e direta submacissa. Ausculta pulmonar com diminuição de murmúrios 
vesiculares no pulmão D, e presença de roncos e sibilos. Ausculta cardíaca com freqüência 
arrítmica. Fígado palpável e doloroso, ruídos hidroaéreos aumentados, abaulamento abdominal 
e flatulência, som timpânico à percussão abdominal. Queixas: Relatou que sentiu febre, falta de 
ar à noite e fadiga ao respirar, queixa anorexia e dificuldade para escarrar. Sinais Vitais: P: 85 
bpm, T: 37C, R: 22 rpm, PA: 110 x 70 mmHg. 
 
1- Diferencie ventilação de respiração, expiração de inspiração, aborde a mecânica 
ventilatória e descreva como ocorre o controle da respiração do nosso corpo. 
Ventilação é fornecimento de ar para dentro e para fora dos pulmões e a Respiração é o processo 
de troca gasosa oxigênio x dióxido de carbono. 
Inspiração é a entrada de ar nos pulmões, que se dá, através da contração da musculatura do 
diafragma e dos músculos intercostais, o diafragma abaixa e as costelas se elevam. 
Expiração é a saída de ar dos pulmões, acontece o relaxamento da musculatura do diafragma e 
dos músculos intercostais, eleva-se o diafragma e as costelas abaixam. Nem todo ar é expulso 
dos pulmões, ficando um pequeno volume que permanece dentro dos alvéolos, evitando que 
haja um colapso nas finas paredes dos alvéolos. 
O movimento respiratório é controlado por um centro nervoso localizado na medula espinal. Em 
condições normais esse centro produz impulso a cada 5 segundos, estimulando a contração da 
musculatura torácica e do diafragma, onde inspiramos. 
 
2- Por que o paciente asmático na crise necessita de atendimento imediato? Explique 
abordando a fisiopatologia da asma. 
A asma é uma reação inflamatória reversível e difusa das vias respiratórias, que leva a 
estreitamento prolongado destas, o qual é exacerbado por várias alterações nas vias 
respiratórias, incluindo broncoconstrição e edema, hiper-responsividade e remodelagem das vias 
respiratórias. A interação desses fatores determina as manifestações clínicas e a gravidade da 
asma. 
Os mastócitos, os macrófagos, os linfócitos T, os neutrófilos e os eosinófilos têm participação 
essencial na reação inflamatória da asma. Quando ativados, os mastócitos liberam mediadores 
químicos, incluindo histamina, bradicinina, prostanoides, citocinas e leucotrienos, que 
perpetuam a resposta inflamatória, causando aumento do fluxo sanguíneo, vasoconstrição, 
extravasamento de líquido da vasculatura, atração dos leucócitos para a área, secreção de muco 
e broncoconstrição. 
As exacerbações agudas da asma causam broncoconstrição em resposta a alérgenos, e a 
liberação de mediadores e dos mastócitos (IgE-dependente), causa contração das vias 
respiratórias. As complicações da asma incluem estado de mal asmático, insuficiência 
respiratória, pneumonia e atelectasia. Com frequência, os episódios agudos de asma resultam 
em hipoxemia, devido à obstrução das vias respiratórias, e em desidratação, em consequência 
da sudorese. É necessário que haja a administração de oxigênio e o monitoramento da oximetria 
de pulso, da GA e da volemia, o atendimento deve ser imediato, visto que a dispneia contínua e 
progressiva aumenta a ansiedade, agravando a situação. 
 
 
3- Liste os sintomas da asma explicando como são desencadeados e os tratamentos mais 
indicados. 
 
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias respiratórias, que provoca hiper-reatividade, 
edema da mucosa e produção de muco. Essa inflamação acaba resultando em episódios 
recorrentes, os sinais/ sintomas mais comuns da asma consistem em: tosse (com ou sem 
produção de muco), dispneia e sibilos (inicialmente na expiração e, em seguida, possivelmente 
durante a inspiração também) . A exacerbação da asma é frequentemente precedida por 
sintomas crescentes nos dias anteriores, mas pode começar de maneira abrupta. Uma sensação 
de aperto torácico e dispneia, a expiração exige esforço e torna-se prolongada 
À medida que a exacerbação progride, podem ocorrer sudorese, taquicardia e pressão diferencial 
alargada e cianose central secundária à hipóxia grave. 
Pacientes com asma podem apresentar períodos assintomáticos alternando com exacerbações 
agudas de poucos minutos a várias horas ou dias de duração. 
Existem duas classes gerais de medicamentos para a asma: medicamentos de alívio rápido para 
o tratamento imediato dos sintomas e das exacerbações da asma e medicamentos de ação 
prolongada para obter e manter o controle da asma persistente. Medicamentos para alívio 
rápido e o alívio dos sintomas agudos e a prevenção da asma induzida por exercício, são 
utilizados agonistas beta-2-adrenérgicos de ação curta (salbutamol, levalbuterol e pirbuterol) 
para relaxar a musculatura lisa. 
Medicamentos de ação prolongada para controle, os corticosteroides são os medicamentos anti-
inflamatórios mais potentes e efetivos para alívio dos sinais/ sintomas, melhora da função das 
vias respiratórias e diminuição da variabilidade do pico de fluxo. O cromoglicato dissódico e a 
nedocromila são agentes anti-inflamatórios leves a moderados, considerados opções para o 
tratamento, a fim de estabilizar os mastócitos. Evitam a asma induzida pelo exercício e podem 
ser utilizados na exposição inevitável a deflagradores conhecidos ou como profilaxia; o seu uso, 
no entanto, está contraindicado nas exacerbações da asma aguda. Os agonistas beta-2-
adrenérgicos de ação longa (LABA) são associados aos anti-inflamatórios para controlar os 
sinais/sintomas da asma. A teofilina é um broncodilatadorleve a moderado, o qual utilizado em 
combinação com corticosteroides inalatórios para os sinais/sintomas noturnos da asma. Para 
controle 130/1152 prolongado, o salmeterol e o formoterol apresentam duração de pelo menos 
12 h para broncodilatação. 
Os inibidores dos leucotrienos ou antileucotrienos incluem montelucaste, zafirlucaste e 
zileutona. Os leucotrienos, que são broncoconstritores potentes que também dilatam os vasos 
sanguíneos e alteram sua permeabilidade. 
Os imunomoduladores impedem a ligação da IgE aos receptores de alta afinidade dos basófilos 
e mastócitos. Omalizumabe é um anticorpo monoclonal utilizado em clientes com alergias e 
asma persistente grave. 
Os antibióticos podem ser apropriados no tratamento das exacerbações agudas da asma em 
clientes com condições comórbidas. A suplementação de oxigênio para aliviar a hipoxemia 
associada às exacerbações moderadas a graves. 
 
 
4- Descreva o que é enfisema pulmonar e liste e explique os principais fatores de risco 
para desenvolvimento desta patologia. 
 
 
No enfisema, o comprometimento na troca de oxigênio e de dióxido de carbono resulta da 
destruição das paredes dos alvéolos hiper distendidos além dos bronquíolos terminais e 
destruição das paredes dos alvéolos. À medida que as paredes dos alvéolos são destruídas, um 
processo acelerado por infecções recorrentes, a área de superfície alveolar em contato direto 
com os capilares pulmonares diminui continuamente. Esse processo provoca aumento do espaço 
morto, área pulmonar em que não pode ocorrer nenhuma troca gasosa, e comprometimento da 
difusão de oxigênio, levando à hipoxemia. Os pulmões perdem a elasticidade. 
Tabagismo é a causa principal, a exposição à poluição atmosférica e inalação de fumaça de 
cigarro e detritos no trabalho são fatores de risco que contribuem para enfisema pulmonar. 
 
 
5- Como o tabaco pode propiciar a desenvolvimento do enfisema? 
 
As substâncias tóxicas presentes no cigarro são as responsáveis pelo desenvolvimento do 
enfisema. Ao serem inaladas, os agentes tóxicos inflamam os alvéolos pulmonares, que se 
tornam rígidos e aumentam de tamanho, destruindo o tecido pulmonar. 
 
6- Descreva os sintomas explicando-os e o principal tratamento 
 
• respiração difícil 
• sensação crônica de falta de ar 
• tosse persistente 
• chiado ao respirar 
• inchaço e dor no tórax 
• produção crônica de muco 
• cansaço 
• maior susceptibilidade à infecções pulmonares 
 
O tratamento para enfisema pulmonar é feito com o uso de medicamentos diários para expandir 
as vias aéreas, como broncodilatadores e corticóides inalatórios, sendo também muito 
importante a adoção de hábitos de vida saudáveis, principalmente parar de fumar, além da 
realização de exercícios de reabilitação respiratória. Já nos casos mais graves, pode ser 
necessário o uso da máscara de oxigênio, por algumas horas ou de forma contínua, assim como 
pode ser indicada a realização de cirurgias para redução do volume pulmonar ou até transplante 
de pulmão. 
 
 
7- Descreva o que é bronquite crônica e liste e explique os principais fatores de risco para 
desenvolvimento desta patologia 
 
A bronquite crônica, uma doença das vias respiratórias, é definida como a presença de tosse e 
produção de escarro durante pelo menos 3 meses, a cada 2 anos consecutivos. A irritação 
constante da fumaça de cigarro ou irritantes ambientais provoca aumento no número de 
glândulas secretoras de muco e células caliciformes, levando à produção aumentada de muco. 
O tamponamento da via respiratória pelo muco diminui a função ciliar, e as paredes brônquicas 
tornam-se espessadas, com estreitamento do lúmen brônquico. Os alvéolos adjacentes aos 
bronquíolos podem sofrer lesão e fibrose, resultando em função alterada dos macrófagos 
alveolares; em consequência, o cliente torna-se mais suscetível à infecção respiratória. 
 
 
8- Como o tabaco pode propiciar a desenvolvimento da bronquite crônica? 
 
Com a inalação constante de substâncias irritantes e tóxicas presentes no cigarro, e pela ação 
local dessas substâncias, ocorrem alterações crônicas dos mecanismos de defesa das vias aéreas 
e broncoespasmo, favorecendo a instalação de infecções frequentes. Com a atuação conjunta e 
prolongada destes elementos, as alterações morfológicas e funcionais das vias aéreas vão se 
perpetuando e agravando com o passar do tempo. 
 
 
9-Descreva os sintomas explicando-os e o principal tratamento e faça a sistematização da 
assistência de enfermagem do paciente acima. 
 
Presença de febre noturna, fadiga, taquipneia, dificuldade para respirar, uso de musculatura 
acessória, hepatomegalia, tosse produtiva com dificuldade para escarrar, hipocorado e 
emagrecido. 
 
Diagnósticos de enfermagem: 
 
1- Eliminação traqueobrônquica ineficaz 
2- Padrão respiratório ineficaz 
3- Distúrbio no padrão do sono relacionado com a dispneia noturna 
4- Deambulação prejudicada 
5- Fadiga 
6- Ventilação espontânea prejudicada 
7- Intolerância à atividade relacionada com o comprometimento da função respiratória 
8- Nutrição desequilibrada: menor do que as necessidades corporais 
 
Assistência de enfermagem: 
 
1- Remoção das secreções 
2- Estímulo da tosse efetiva 
3- Exercícios para reabilitação respiratória 
4- Oxigenoterapia 
5- Promoção de repouso e conservação da energia 
6- Monitorar SSVV, frequência e intensidade da tosse 
7- Avaliar o estado respiratório 
8- Manutenção da nutrição 
9- Realizar gasometria após 30 min de iniciada a oxigenoterapia 
10- Monitorar os níveis de eletrólitos séricos 
11- Monitorar balanço hídrico 
12- Solicitar avaliação com médico hepatologista

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