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Relato Ensino de Ciências

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA
BEATRIZ DE HOLANDA ROSA
RODRIGO COSTA DA SILVA
FRANCISCO YOURI MIRANDA 
RELATO DE EXPERIÊNCIA DA DISCIPLINA DE ENSINO DE CIÊNCIAS DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FORTALEZA
2019
BEATRIZ DE HOLANDA ROSA
RODRIGO COSTA DA SILVA
FRANCISCO YOURI MIRANDA
RELATO DE EXPERIÊNCIAS DA DISCIPLINA DE ENSINO DE CIÊNCIAS DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
Relato apresentado ao Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Ceará, como requisito para obtenção de nota parcial da disciplina de ensino de ciências, ministrada pela Prof. Dr. Maurilene Carmo.
FORTALEZA
2019
SUMÁRIO
RESUMO	4
INTRODUÇÃO	5
RELATOS	6
RESUMO 
O presente trabalho tem como objetivo discorrer sobre as experiências de três graduandos em pedagogia no que tange os experimentos empreendidos na disciplina de Ensino de Ciências, e, bem como, analisar, com base em uma entrevista realizada a uma professora da rede pública municipal de ensino, se, no âmbito do ensino de ciências, estão sendo empreendidas práticas realmente compatíveis com as determinações dos documentos oficiais e a necessidade das crianças. Outro ponto que será analisado na entrevista é se o docente é realmente formado para o trato adequado para com o Ensino de Ciências, tendo em vista a relevância do conteúdo para a formação de cidadãos letrados cientificamente. Após um longo processo de fundamentação teórica e imersão no que seria e de que forma deveria ser trabalhado o conhecimento científico na educação básica, os alunos tiveram a oportunidade de conhecer de forma mais próxima a realidade vivida pelos docentes no que tange o ensino da Ciência. Para realizar tal tarefa, partimos do princípio de que a metodologia do estudo de caso possibilita ao pedagogo em formação pensar, refletir e discutir sobre questões cruciais no que tange o processo de ensino e aprendizagem e, para além disso, o cotidiano dos mais diferentes tipos de instituições. Com isso, baseado no que está sendo debatido, apresentado e questionado pela turma ao longo do período letivo de 2019.2, na disciplina de Ensino de Ciências, ministrada pela professora Profª Dr. Maurilene Carmo, foi apresentada a toda turma, como critério de avaliação e forma de subsídio para o fomento de nossa aprendizagem acerca dos assuntos trabalhados, a produção de um relato elaborado a partir dos experimentos realizados pelos alunos, da professora da disciplina, a professora da rede municipal de ensino e dos textos que foram discutidos ao longo do semestre.
INTRODUÇÃO
 Para que a criança se desenvolva e amplie seus horizontes em relação a fenômenos presentes na natureza e até mesmo na sociedade, é fundamental que ela seja exposta a ambientes onde o Letramento Científico seja uma realidade. A partir de tal conhecimento, ela vai desenvolver competências; tais como: a capacidade de compreender e interpretar as mais diversificadas ideais e, para além disso, a formular ideias científicas nos mais variados contextos, mesmo os cotidianos. O contato com esse tipo de questões é fundamental para que a criança perceba as relações entre o desenvolvimento cientifico e tecnologico, em paralelo aos desequilíbrios que estão presentes tanto na natureza, quanto na sociedade. 
 A partir da disciplina de Ensino de Ciências, os alunos do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Ceará, tiveram a oportunidade de refletir sobre as práticas pedagógicas e as estratégias de aprendizagem adotadas para o ensino de ciências, tendo em vista a relevância de tal conhecimento tanto no âmbito social, quanto no próprio desenvolvimento do sujeito. Ao longo do semestre os alunos tiveram a oportunidade não só de aprender mais em relação a relevância da ciência nos mais diversificados contextos, mas também sobre a relevância da formação para que o pedagogo esteja preparado para lidar com as problemáticas no que tange o ensino de ciências. 
 A disciplina de ciências nas escolas deve estimular os alunos a descobrirem mais sobre os mais distintos fenômenos, e, para além disso, propiciar que as crianças possam investigar e construir hipóteses sobre o conteúdo. A disciplina de ciências deve desafiar as crianças, estimulando o interesse e a curiosidade para delinear problemas e traçar possíveis soluções. 
 A disciplina de ciências nas escolas deve estimular os alunos a descobrirem mais sobre os mais distintos fenômenos, e, para além disso, propiciar que as crianças possam investigar e construir hipóteses sobre o conteúdo. A disciplina de ciências deve desafiar as crianças, estimulando o interesse e a curiosidade para delinear problemas e traçar possíveis soluções. Ao estudar ciências, as pessoas aprendem a respeito de si mesmas, da diversidade e dos processos de evolução e manutenção da vida, do mundo material – com os seus recursos naturais, suas transformações e fontes de energia - do nosso planeta no sistema solar e no universo e da aplicação dos conhecimentos científicos nas várias esferas da vida humana. Essas aprendizagens, entre outras, possibilitam que os alunos compreendam, explique e intervenha no mundo em que vive (BRASIL, 2016).
 A partir dos conhecimentos adquiridos ao longo da disciplina de ensino de ciências, foi possível constatar a relevância do ensino de tal campo para o desenvolvimento dos educandos. A educação científica deve ser permeada por práticas efetivamente eficazes que enxerguem a relevância de tal conhecimento para a formação do sujeito, por conta disso, a formação do docente que vai trabalhar diretamente com esse tipo de conhecimento é crucial para que as crianças construam o conhecimento de forma adequada, não limitadas apenas ao estudo de teorias. 
 Para os alunos da disciplina de ensino de ciências, foi possível vivenciar um ambiente onde o conhecimento científico é trabalhado, mas o foco não é em uma aprendizagem mecânica e tradicional, os alunos tiveram a oportunidade de conhecer diferenciados experimentos e estudar autores que abriram caminho para pensar o ensino de ciência por uma nova ótica e perspectiva. Para além disso, ao ter contato com uma professora da rede pública municipal de ensino, os discentes conseguiram ter uma boa base para entender de que forma estão sendo trabalhadas as ciências na escola de hoje. Tal análise é fundamental para que os alunos consigam perceber quais são as carências presentes nas instituições e busquem, de alguma forma, construir e refletir sobre práticas e estratégias que podem ajudar a sanar determinadas problemáticas. 
 Com base nisso, a seguir serão apresentadas as experiência de três alunos da disciplina, sendo eles: Beatriz, Rodrigo e Francisco Youri. A priori, apresentaremos relatos individuais sobre o professor de ciências dentro da rede pública municipal de Fortaleza e, logo em seguida, iremos discorrer sobre os experimentos científicos na disciplina de Ensino de Ciências. 
Relato 1
Beatriz de Holanda Rosa
394160
 Durante a disciplina de ensino de ciências, os alunos tiveram a oportunidade de se depararem com diferenciadas metodologias para lidar com a temática dentro das escolas. Para além disso, também tiveram a oportunidade de construir uma nova visão no âmbito de ensino de ciências, tendo em vista os conteúdos estudados ao longo do processo formativo. Com base nas novas percepções adquiridas, foi solicitado pela professora Dr. Maurilene Carmo, a realização de uma visita a uma escola do município de fortaleza, tendo em vista a realização de uma entrevista com uma professora que trabalha com a disciplina de ciências dentro de sala de aula. Partindo do interesse em analisar e perceber de que forma vem se tratando o ensino de ciência nas escolas de educação básica, a visita foi realizada no dia 31/10/2019, na Escola Municipal Alvorada, com uma professora do primeiro ano do ensino fundamental e que atua na rede pública municipal desdeo ano de 2004
A escola municipal alvorada é uma instituição pública, que atua na educação infantil, atendendo do Infantil III ao V, e no ensino fundamental do 1º ao 2º ano. A escola funciona durante manhã e tarde e, atualmente, a instituição conta com 423 crianças matriculadas e 25 professores que se dividem entre AEE, Apoio e sala regular.
 A seguir irei discorrer e apresentar as respostas da professora diante dos questionamentos que foram feitos, todavia, foi acordado com a docente que a identidade da mesma não seria aqui exposta. Cabe aqui apenas explicitar que a professora possui vasta experiência em sala de aula, tendo em vista que já atua na rede municipal a mais de 15 anos, sempre com os anos iniciais. Para além disso, já foi supervisora de programas, tais como o PIBID (Programa de Iniciação à Docência), que tem como objetivo formar os futuros docentes de forma mais alinhada a prática. 
 A priori, ao ser questionada sobre o que seria ciência, a professora afirmou que:
“a ciência, no sentido mais amplo da palavra, é o conhecimento. Tudo que você estuda, pesquisa e aprende é uma forma de ciência” , nesse momento, foi perceptível o desconforto da professora, tendo em vista que o questionamento nunca havia sido feito antes. Nesse momento, ela questionou se poderia pesquisar em algum outro material para respaldar sua opinião, todavia, foi informada da relevância de que essas informações fossem dadas com base no que ela vivenciava como professora e com os aprendizados ao longo da formação. 
 Já em relação a importância de se trabalhar Ciências na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental, ela afirmou que considera importante o ensino de ciências tanto na educação, quanto no ensino fundamental e que Acredita que seja importante para despertar na criança desde cedo a curiosidade, o conhecimento sobre o estudo dos seres e da natureza, bem como a vontade de aprender e despertar para os conhecimentos. Segundo ela, o destaque a esses dois pontos, de estudo dos seres vivos e da natureza, são porque os dois são os aspectos mais abordados nessa etapa, bem como questões a respeito do estudo da sociedade e outras coisas mais. A partir da resposta da professora, é possível perceber o quanto ensino de ciências, muitas vezes, vem se limitando a alguns assuntos específicos e não a multiplicidade de temáticas existentes. De acordo com ela, pelo estudo da ciências ser bastante atrelado ao livro didático, na maioria das atividades as crianças não têm oportunidade de experimentar na prática o que está no livro. 
 Ainda no que tange a questão do livro, quando questionada sobre como Como são organizados os conteúdos trabalhados em sala e qual a participação nesse processo, a professora confidenciou que no primeiro ano do ensino fundamental, série em que atua, a o livro trabalhado é o do PNLD, que já vem com os conteúdos organizados e detalhados, cabendo ao professor planejar os conteúdos com base no que é trabalhado no livro didático. E concluiu dizendo que para participar de forma mais ativa, procura pesquisar e inserir nas atividades algumas questões relacionadas ao ensino de ciências, todavia, se sente um pouco limitada nos momentos de prática. Para além disso, o planejamento se dá no horário de planejamento, que é ⅓ das 40 horas semanais. Nesses horários, apesar de se limitar mais ao trato com disciplinas, tais como: Português e Matemática, trata também do planejamento das aulas de ciências, que, segundo ela, são contempladas em duas aulas de 50 minutos que ocorrem na segunda-feira.
 A formação para o ensino de ciências é crucial para o docente que atuará na educação básica, tendo em vista que será ele o grande mediador do processo educacional e do desenvolvimento do pensamento científico, sobre a questão da formação a professora entrevista estabelece que considera que seu processo de formação para o ensino de ciências foi bastante falho. Segundo ela, foi uma questão muito secundarizada, assim como outras áreas do conhecimento, tais como: artes, geografia, história. Em seu processo formativo, de acordo com a docente, o que foi mais abordado foi a questão da alfabetização, do letramento e da matemática. 
 Apesar de não sem sentir que em suas práticas, a docente assinala que considera muito relevante as proposições da BNCC, porém estabelece que “ não mudou muita coisa no ensino de ciências e o que veio foi a questão da organização das habilidades, com o intuito de enriquecer mais o nosso planejamento e nossas práticas. Foi mais uma forma de organizar o planejamento, propondo a questão da interdisciplinaridade. Tanto na execução, quanto no planejamento acredito que ela mudou pra melhor” (Professora x). 
 A partir da fala da professora, foi possível constatar que a ciência não tem sido vista e tratada como um dos focos do processo de aprendizagem. Apesar de se falar sobre a interdisciplinaridade e de se reconhecer a relevância da temática dentro da escola e na formação dos professores, foi possível perceber que na prática existe uma disparidade significativa. Em diálogo posterior à realização da entrevista, a professora confidenciou que sente certa dificuldade ao trabalhar ciências dentro de sala, principalmente por ter tido uma formação falha e por se sentir limitada pelo livro didático. 
 Muitas vezes, dentro do processo educativo a ciência deixa de ser uma disciplina a mais, que poderia ser articulada com as outras, e se torna algo muito distante tanto da realidade dos alunos, quanto da realidade da professora, que sente que a mesma não é tão importante no processo de aprendizagem. Com as afirmações da professora da rede municipal de ensino, foi possível pôr em evidência discussões que foram levantadas ao longo da disciplina de ensino de ciências, principalmente no que tange a relevância da formação docente e do papel do pedagogo nessa área de aprendizagem.
 Para além disso, mesmo se tratando de turmas, tais como a da professora entrevistada, que se encontram no primeiro ou segundo ano do ensino fundamental, é crucial que o planejamento e as práticas dos professores enxerguem esses conteúdos com a devida relevância, tendo em vista a formação das crianças e também as determinações dos documentos oficiais, que discorrem sobre a importância de estimular as crianças a investigarem, discutirem e refletirem sobre a ciência. 
Relato 2
Rodrigo Costa da Silva
391409
As discussões feitas na disciplina de Ensino de Ciências na Faculdade de Educação (FACED - UFC) permitiram compreender a importância do saber científico e como o professor deve direcionar seu trabalho pedagógico a um aprendizado efetivo, uma vez que, considere a amplitude que o estudo de Ciências possui. O trabalho nesse conteúdo deve ser voltado para a importância da investigação científica na sala de aula. Portanto, esse aspecto é imprescindível para que o uso de atividades investigativas, como experimentos, que possam estimular, positivamente, no processo de aprendizado desse conteúdo. Considerando tais fatos, a docente da disciplina de Ensino de Ciências no curso de Pedagogia proporcionou um momento em que uma professora da rede pública visitasse nossa turma, para que apresentasse suas vivências e experiências em uma turma de 5º ano na Escola Municipal Madre Tereza de Calcutá, localizada em Fortaleza.
A professora dessa instituição de rede pública, inicialmente, relata que as aulas para a turma em que leciona são elaboradas a partir de um planejamento feito pelos próprios professores, em dias alternados e/ou aos sábados. Esse planejamento é montado a partir de outros recursos didáticos a serem utilizados em sala, além do próprio livro em si, uma vez que somente o mesmo não sustenta todo o conteúdo preparado para a aula nessa etapa.
Segundo a professora desta escola, o conteúdo é trabalhado nas aulas tanto de forma expositiva, como também através de atividades que proporcionam e possibilitam rendimento no processo de aprendizagem dos alunos. Tais atividades são: aulas de campo, feirasde ciências, trabalhos em grupo, acesso ao acervo multimídia e outros recursos, seminários, e outras atividades que trabalhem e estimulem a oralidade. A disciplina, nessa escola, possui como um dos principais objetivos, trabalhar o letramento científico, ou seja, incentivar a investigação científica dos alunos. É um dos parâmetros pertencentes à BNCC (Base Nacional Comum Curricular), principalmente no que se refere ao Ensino de Ciências nessa modalidade de ensino. Porém, apesar da importância da BNCC no contexto educacional onde consideram os campos de desenvolvimento nessa área, a professora apresenta críticas referentes às unidades temáticas de Ciências: apesar de tais unidades visarem contemplar os estudos voltados à compreensão de matéria, energia e outros fenômenos, a BNCC não traz assuntos que estejam relacionados ao trabalho com o corpo humano, em especial à sexualidade (reprodução, puberdade, etc.), diferente dos livros ofertados pelo MEC (Ministério da Educação) e isso traz a ela, uma visão de que esse documento não regulamenta de forma ampla todos os aprendizados para a escola. 
Ao debater sobre o Ensino de Ciências, faz-se necessário perceber a importância da conciliação entre teoria e prática, objetivando a compreensão da investigação no âmbito escolar. Com isso, pode-se afirmar que utilizar a investigação, como um fator positivo para o aprendizado em Ciências, seja em sala de aula, ou fora da escola, possibilita ao aluno um aprendizado significativo, desde o levantamento de hipóteses, até o processo de sistematização do conhecimento para fundamentar suas questões acerca do mundo.
 
 Relato 3
Francisco Youri Miranda de Freitas
391414
	A relação entre teoria e prática sempre foi marcada por um distanciamento dentro contexto educacional. Na universidade, durante nossa formação acadêmica como pedagogos, nos deparamos com diversas teorias, as quais são excelentes, porém quando nos deparamos com a realidade escolar, o professor precisa agir de forma contrária com essas tais teorias.
	Visando perceber como atualmente está acontecendo essa relação no ensino de ciências na escola pública, a disciplina de ensino de ciências da Faculdade de Educação proporcionou a visita para uma escola pública, localizada no município de Fortaleza/Ce, no dia 30 de setembro de 2019 no período da manhã.
	A escola apresenta uma boa estrutura, com um amplo espaço, infelizmente não pude ver as salas de aula. Nos organizamos para realizar uma entrevista com o professor de ciências, porém não estava presente por motivos de saúde, então conversamos com a coordenadora da escola. Como coordenadora, não havia como aprofundar nos assuntos relacionados ao ensino de ciências tais como: processos avaliativos, aulas, metodologias, entre outros.
	Os materiais (livros) são enviados pelo Ministério da Educação (MEC) e já em 2019 são todos trabalhados na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que norteia a Educação Infantil , Educação Fundamental (Anos iniciais e finais) e Ensino Médio. A escola possui uma ótima relação e parceria com os familiares e responsáveis dos estudantes e sempre que necessário estão contribuindo para o desenvolvimento das atividades, como acontece nas feiras de ciências.
	As habilidades contempladas pela BNCC revela que as crianças necessitam ter experiências para aguçar sua curiosidade, sua argumentação, entre outros. Porém, nas feiras de ciências, citada anteriormente, promovidas pela escola as crianças não participam, apenas os estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental. Embora não tenhamos conseguido assistir uma aula na escola ou conversar com o professor da disciplina, a partir de detalhes citados, é possível notar um pouco da distância entre a teoria e prática dentro do ensino de ciências.
EXPERIMENTOS:
1: “Quanta pressão” 07/11
· A dupla iniciou conversando com a turma sobre a importância de ensinar Ciências e o que o Educador precisa considerar no ensino, abordando o lado do Educador, bem como o do educando. Para a realização do experimento, eles utilizaram os seguintes materiais: um prato fundo, garrafa de vidro transparente, um pouco de líquido colorido, uma vela e uma caixa de fósforos. Iniciaram acendendo a vela e grudando-a no fundo prato, em seguida despejou-se o líquido no prato. Logo após, colocaram a garrafa invertida no prato, desse modo inserindo a vela dentro da mesma e o resultado foi que o fogo da vela foi apagando e o líquido preenchendo o interior da garrafa. A turma foi questionada acerca do motivo que teria feito o líquido adentrar o interior da garrafa e assim surgiram diversas hipóteses. Ao fim, a dupla explicou que ao aquecer o interior da garrafa, aumenta a pressão dentro da mesma e que faz o líquido adentrar seu interior.
2: “Pressão atmosférica 07/11
· A dupla iniciou com a apresentação de um vídeo bem lúdico pra explicar sobre a pressão atmosférica, em seguida exibiu os objetivos do seu trabalho e partiu para o experimento. Garrafa chuveirinho foi o termo utilizado para denominar seu experimento, o qual necessitou que utilizassem os seguintes materiais: uma bacia, água, uma garrafa de plástico com tampa e um prego. Para a primeira parte, enche-se a bacia com água, devem ser efetuados furos no funda da garrafa, tampá-la e mergulha-la. Ocorre que mesmo com os furos a água não adentra a garrafa. 	Na segunda parte do experimento, destampa-se a garrafa, com isso seu interior se enche de água e em seguida tampa-se a mesma. Percebe-se que mesmo com os furos a água não sai da garrafa, porém quando destampada, á água sai normalmente. Novamente foram levantadas diversas hipóteses. A explicação dada é que quando tampada, o ar que contido na garrafa não permite a entrada da água, bem como depois de destampada e adentrar a água em seu interior, em seguida tampar novamente, a pressão do ar no exterior da garrafa impede que a água escorra da mesma.
3: Poluição da água 11/11
· A dupla iniciou conversando com a turma abordando questionamentos como: De onde vem a água que a gente bebe? A água do planeta pode acabar um dia? Devemos economizar água? Trazendo reflexões sobre água potável, mudanças climáticas e sobre a poluição das águas. Para a realização do experimento, eles utilizaram os seguintes materiais: um recipiente plástico, água, iodo e cloro ou água sanitária. O experimento foi iniciado colocando iodo na água no recipiente, o que traz cor na água, em seguida adicionou o cloro tornando a água transparente novamente. A dupla explicou sobre o tratamento da água e seu processo até chegar a nossas casas.
4: Como tirar a casca do ovo sem quebrá-la 11/11
· A equipe iniciou com a apresentação de seu objetivo de seu trabalho e partiu para a demonstração de seu experimento. Para realizar o mesmo, o grupo necessitou dos seguintes materiais: ovos, vinagre, um recipiente de vidro com tampa e uma colher de sopa. Como o experimento necessita de bastante tempo, logo foi realizada anteriormente pelos integrantes da equipe e em cada etapa foram registrando por meio de fotos, que foram exibidas durante a apresentação da equipe. Em seguida, mostrou-se como o ovo ficou após passar horas imersas no vinagre. A turma verificou como o ovo ficou, percebemos que a casca do ovo se desmanchou, podendo até ser possível visualizar o interior do mesmo. Após todos tocarem no experimento, a equipe abriu e seu interior não foi afetado pelo vinagre.
5: Telepatia do palito 14/11
· A equipe da Telepatia do palito apresentou as seguintes problematizações: É possível mover o palito sem tocar nele? É possível que o palito se mova com o copo descartável cobrindo as moedas e o fósforo? Utilizaram os seguintes materiais para o experimento: duas moedas de cinquenta centavos, um copo descartável, uma bexiga, um palito de fósforo e cabelo. Assim, foram colocadas dentro do copo descartável (invertido) as moedas e o palito de fósforo, usaram a bexiga para esfregar em um cabelo seco. Após isso,movimenta-se a bexiga em volta do copo e assim fazendo o palito girar. A equipe explicou que tudo isso se deu por conta da energia estática, responsável por fazer o palito se mover sem ser tocado.
6: Luz e sombra - Francisco Carlos, Solange de Andrade (14/11)
· A responsável pela temática Luz e sombra apresentou inicialmente acerca dos campos de experiência e habilidades presentes na BNCC da Educação Infantil e Ensino Fundamental. Para o experimento foram levantados os seguintes questionamentos: O que é sombra? Como se forma a sombra? Que cor ela tem? Eu consigo pegar? O que eu preciso para fazer sombra? Onde eu posso encontrar a sombra? 	A atividade investigativa sucedeu da seguinte forma, a turma foi convidada ao espaço externo da faculdade, a fim de observarem as sombras formadas através de diversos materiais, o que seria possível registrar o contorno em folha de papel. Para finalizar essa atividade em uma sala com crianças, após a experiência seriam levantadas novamente as problemáticas para ouvir as conclusões que elas chegaram, podendo o Professor contribuir e complementar a fala das crianças.
7: Cromatografia - Liana Alencar, Yone Saraiva (21/11)
· A dupla apresentou o conceito de cromatografia, que é o fato de escrever em cores. Logo, espera-se que a partir dos materiais utilizados no experimento as cores sejam espalhadas, mas qual deles vai espalhar as cores primeiro? 	Para a realização do mesmo, utilizou-se dos seguintes materiais: filtros de papel, canetas hidrocor nas cores azul, preta e vermelha, potes, tesoura, álcool, água e detergente. Foram cortados os filtros em colunas, fazer três círculos utilizando cada cor das canetas em cada filtro. Em seguida, colocou-se nos potes as substâncias, encostando o filtro, porém não deixando que o solvente entre em contato com a caneta. O que se constatou é que entre as três substâncias a água foi que conseguiu diluir as cores de forma mais rápida, pelo fato de ser um solvente mais polar.
8: Arco-íris (Descobrindo sobre a densidade) – Nágila Ruth, Rhaíssa Halliday e Suelena Gonzaga (21/11)
· Ao abordar sobre a densidade, fez-se primeiramente, um levantamento de hipóteses a respeito de sua definição e a partir disso, foi-se discutido se é possível empilhar líquidos diferentes em cima do outro, observando as diferenças em suas composições, e por fim concluir qual líquido é o mais e o menos denso. A atividade se propôs em um experimento, onde se utilizavam os seguintes materiais: água, gelatina (em pó), açúcar, copo de vidro e uma pipeta. Disponibilizaram 7 recipientes diferentes, onde cada copo continha uma combinação diferente de mistura das substâncias. A partir dessas misturas, foi utilizada uma pipeta para pegar um líquido de cada cor e transportar em um recipiente vazio. Após essa etapa de transposição de líquidos diferentes para um recipiente vazio, foi possível compreender as propriedades da densidade que cada líquido possuía, fazendo com que cada líquido se dispusesse em cima do outro, uma vez que possuem diferentes densidades.
9: Fórmula da Invisibilidade - Beatriz Rosa, Rodrigo Costa, Youri Miranda (21/11)
· Ao discutir sobre a invisibilidade, foi perguntado a turma se era possível ser invisível, “o que é luz?” e se “é possível pegar a luz?”. E partindo desse levantamento de hipóteses, buscou-se mostrar um experimento em que pudéssemos compreender se os objetos, ao entrarem em contato com outra substância, ficariam “invisíveis”. E esse experimento, para ser realizado, foram utilizados: 1 garrafa com glicerina, dois recipientes transparentes, 1 objeto pequeno de vidro (refil pequeno de perfume, por exemplo) e água. Inicialmente, foi colocada água no 1º recipiente que continha um objeto, e foi pedido para observar se o mesmo se encontraria invisível com a água, e em seguida, com outro recipiente e um objeto de vidro dentro, foi colocada a glicerina. Em ambos os recipientes, as substâncias foram colocadas até que pudessem cobrir os objetos. No primeiro recipiente foi observado que o objeto ainda aparecia; já no segundo ocorre uma certa translucidez do objeto, dando a impressão de que ele estaria invisível, ou que somente boa parte do seu formato aparecesse ali. Isso ocorreu, devido a propriedade que a glicerina possui, devido a sua consistência que permite que a luz mude seu trajeto ao redor do objeto em que se reflete.
10: Transportando águas coloridas – Ana Paula, Suzanny Nóbrega (25/11)
· O experimento de transportar águas coloridas, teve como objetivo perceber as ações da água na natureza. Para isso, foram levantadas algumas hipóteses sobre, como as plantas fazem para ‘beber água’, como faz para que a água e outros nutrientes cheguem até as folhas; e sobre a atividade investigativa, foi perguntado como seria possível transportar água de um copo para outro, e quais forças estão envolvidas para que esse processo ocorra. O experimento foi realizado com os seguintes materiais: corantes nas cores primárias (vermelho, amarelo e azul), papel toalha, copos descartáveis transparentes e água. O processo consistia em separar os copos transparentes, todos com água dentro. Em seguida, alternar entre o 1º, 3° e 5° copos, corantes de diversas cores (respectivamente, azul, amarelo e vermelho), e por fim, colocar entre os copos, 3 papéis toalhas diferentes, dispondo-os em ponte, interligando-os entre um copo e outro. Com a realização desse experimento, pode-se perceber a ação da água e a do papel toalha, cuja propriedade é de conduzir o líquido para o outro recipiente e possibilitando misturas de cores, dos outros copos. 
11: Audição – Ellie Freitas, Eveline Rocha (25/11)
· No Ensino de Ciências, além de compreendermos as ações da matéria e da energia, também podemos observar o funcionamento do corpo humano, principalmente no que se refere aos sentidos, em especial a audição. Para isso, foram levantadas algumas hipóteses iniciais, através de perguntas norteadoras, como “o que é o som?”, “qual o sentido responsável pela audição?”, “o que é mais rápido: a luz ou o som?” e se “é possível ver o som?”. Tendo em conta esse levantamento, o experimento foi realizado com apenas uma caixinha de som e vários áudios baixados da internet. O experimento foi conduzido em um formato de dinâmica, chamada de Bingo dos Sons, onde eram formadas algumas equipes, e um integrante de cada, precisava ouvir o som e realizar alguma ação (desenho, mímica, ou imitação) para que sua equipe pudesse adivinhar qual era o som ouvido pelo integrante. Contudo, essa atividade permitiu entender como funciona o sentido da audição, conciliando os aprendizados propostos pela BNCC, a partir dos campos de experiências.
12: Abaixo de zero – Julia Victor, Mariana Brígida (28/11)
· Ao se compreender matéria, também pode perceber como ela se comporta nas mais diferentes temperaturas, observando se suas propriedades continuam as mesmas ou se modificam. Considerando esses aspectos, o experimento teve como objetivo entender como ocorre processo de aumento, diminuição e/ou a permanência de temperatura, a partir da combinação de outros elementos. Para esse experimento, foram utilizados os seguintes materiais: ½ litro de água, ½ litro de álcool, 1 lata de refrigerante, 2 colheres de sobremesa de sal, 1 pote de sorvete vazio e 1 garrafa. Primeiramente, prepara-se uma mistura de água+sal+álcool, colocando-a em uma garrafa e logo após, colocar a mistura em um congelador. Em seguida, despeja a mistura da garrafa no recipiente (pote de sorvete) e em seguida, adicione a lata. E por fim, espere 5 minutos, e depois tire a lata, finalizando assim o experimento. Foi observado que a latinha de refrigerante resfriou rapidamente. Isso ocorreu, devido às propriedades do sal e do álcool que não permitem que a água congele, porém a mistura fica bem gelada e líquida, fazendo com que o resfriamento acelerado na latinha, ao entrar em contato com ela, possa ser perceptível.
13: Pupila – Leticia Evellyn, Neciane (28/11)
· Nas discussões referentes ao funcionamento do corpo humano, também é estudado a estrutura doolho humano. Diante disso, a atividade investigativa visa compreender o funcionamento da pupila. Inicialmente são levantadas algumas hipóteses, como entender o que é a pupila e porque elas sofrem dilatação. Em seguida, o experimento é realizado a partir de dois recursos: a pupila em si e uma luz de led ou de câmera de celular. É proposto que seja observado como a pupila se comporta, mediante a quantidade de luz que existe no ambiente, primeiramente com a luz ligada, e em seguida com a luz desligada. Ao observar a pupila, nota-se que ela “muda de tamanho” para facilitar a adaptação no ambiente, ou seja, quanto mais luz o ambiente dispor, mais dilatada (diminuta) fica a pupila. 
14: Forças de atrito – Josely Araujo, Maria Costa (28/11)
· Abordar conteúdos sobre a matéria e seu uso, faz-se imprescindível para que seja possível compreender os fenômenos naturais. Em virtude disso, o experimento visa compreender como ocorre o atrito, sob a ação de dois objetos em contato um com o outro. O experimento é realizado a partir de dois testes. No primeiro teste são utilizados dois livros, e no segundo, 1 bexiga cheia, pimenta moída, sal e um prato. O primeiro experimento pede que pegue os dois livros e intercale suas páginas, entre um livro e outro e depois, segurar os livros pela lombada e tentar separá-los; o segundo teste pede que seja enchida uma bexiga e depois friccioná-la em uma toalha, ou no cabelo de alguém e em seguida, aproximá-la do prato que contém o sal e a pimenta. Após esses dois testes, foram percebidas as diferentes manifestações do atrito. Observou-se no primeiro teste que a força de atrito manteve os livros unidos, pois essa dependia diretamente das propriedades dos materiais utilizados, no caso o papel, fazendo que seja exercida contrariamente ao movimento; enquanto no segundo teste, ocorreu um processo de eletrização, devido a intencionalidade do contato, causando instabilidade na carga exercida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Ao fim, foi possível constatar, a partir da apresentação do presente trabalho, da análise dos conteúdos que foram até aqui estudados, dos experimentos e dos relatos, a relevância do trato adequado com as ciências para a formação do pedagogo e processo de aprendizagem dos alunos. O educador, que deve receber uma formação completa, precisa estar preparado e ser formado para incentivar o aluno não só a descobrir, mas também a investigar os múltiplos fenômenos existentes. 
 A ciência, que é muitas vezes deixada de lado, em detrimento de outros saberes construídos no âmbito escolar, é também elemento crucial para o desenvolvimento da criança em seus múltiplos aspectos. É a partir do conhecimento do mundo e da reflexão, que a criança constrói hipóteses e novos saberes, saberes esses que as tornam mais críticas e conscientes em relação às questões científicas.
 A formação de professores deve ser contínua, tendo em vista que a sociedade está sempre em processo de transformação e desenvolvimento. O professor deve, a partir de práticas e estratégias pedagógicas diferenciadas, propiciar um aprendizado mais concreto e integral para as crianças, fugindo da memorização e do acúmulo de conceitos. O conhecimento científico é fundamental no processo de ensino-aprendizagem, por conta disso, cabe ao professor atentar-se ao desenvolvimento cognitivo dos alunos para que possa construir suas práticas com intencionalidade e coerência, relacionando tais saberes ao cotidiano e ao universo que as crianças conhecem. 
 Para a promoção do conhecimento científico, é crucial que a ciência seja tratada de forma próxima próxima das crianças, despertando a curiosidade, o interesse e a vontade de conhecer o novo. O professor, que é o mediador do processo educativo dentro de sala de aula, tem a difícil tarefa de não apenas trabalhar com tais conteúdos no contexto escolar, mas tornar esse conhecimento intencional e relevante para as crianças.

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