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Revisão de Álgebra Linear - Profa Ana Paula Chiaradia MATRIZES Definição: Conjunto de números, funções, etc... dispostos numa forma retangular (ou quadrada). Neste curso, só iremos usar números reais. Notação: Use [ ] ou ( ). NUNCA use | |, pois significa determinantes, como iremos ver na aula seguinte. Exemplo: A 1 4 4 0 3 2 3x2 B 8 2 1 3x1 C 7 0 1 34 2 0,6 2,7 1 0 D 3 E 5 1 A matriz A é retangular 3x2, ou seja, possui 3 linhas e 2 colunas. A matriz B é uma matriz-coluna 3x1, ou seja, possui 3 linhas e 1 coluna. A matriz C é uma matriz quadrada ___x___, ou seja, possui ___ linhas e ___ colunas. A matriz D é uma matriz quadrada ___x___, ou seja, possui ___ linha e ___ coluna. A matriz E é uma matriz-linha ___x___, ou seja, possui ___ linha e ___ colunas. De uma forma geral, uma matriz Amxn tem m linhas e n colunas, sendo m e n as suas dimensões e sua representação genérica é a seguinte: A a11 a12 . . . a1n a21 a22 . . . a2n . . . . . . . . . . . . am1 am2 . . . amn mxn Usamos as palavras "tamanho" ou "dimensão" ou "ordem" para dizer quantas linhas e colunas uma matriz possui. Use-se letra maiúscula para representá-la: A aij mxn ou aij .com i 1, , m e j 1, ,n m,n Cada elemento da matriz A é representada pela mesma letra em minúsculo e é seguido de dois números subscritos, sendo o primeiro deles o número da linha onde o elemento se encontra e o segundo o número da coluna, ou seja, o elemento a23 encontra-se na segunda linha e terceira coluna. 1 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Exercício 1: Dadas as matrizes: A 1 5 8 0 2 3 1 4 2 6 4 2 B 5 4 5 2 0 5 3 1 2 7 0 2 C 2 3 1 4 5 2 1 1 2 6 5 1 9 2 0 3 3 5 4 0 4 3 4 3 6 9 1 6 D 4 2 1 3 4 6 7 8 9 10 2 5 1 3 5 3 1 0 1 6 4 3 8 4 2 a) Determine a ordem de cada matriz acima. b) Determine os elementos c45,c16,c37,d51,d45,a34,a12,b32 e b23. Vetores: é um caso especial de matrizes, onde uma das dimensões é unitária (igual a 1). Exemplo: Neste caso, B 8 2 1 3x1 é um matriz coluna e E 5 1 1x2 é um matriz linha. Matrizes Especiais Matriz nula: é a matriz de qualquer tamanho com todos os seus elementos iguais a zero. Exemplo:A 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3x5 Um elemento qualquer de uma matriz nula é dado por aij 0 para todos i e j. Obs: Usa-se a notação A 0 para matriz nula. Não confundir com o número zero!!! Matriz quadrada: é a matriz que possui o número de linhas igual ao número de colunas. Neste caso, diz-se que a matriz é de ordem n, onde n é o número de linhas e colunas da matriz. Exemplo: A 7 0 1 34 2 0,6 2,7 1 0 3x3 .Neste exemplo a matriz A é de ordem 3. Os elementos a11,a22,a33, . . . ,ann constituem a diagonal principal de uma matriz quadrada. Exemplo: Marque os elementos da diagonal principal: A 7 4 1 9 3 6 5 1 0 3x3 . 2 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP 3 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Se A é uma matriz quadrada, então Traço é soma dos elementos da diagonal principal, isto é, a11 a22 a33 . . .ann. O traço não está definido se a matriz A não for quadrada. Notação: trA a11 a22 a33 . . .ann k1 n akk número real. Exemplo: Do exemplo acima: trA 7 3 0 10. Exercício 2: Encontre o traço da matriz B 1 2 3 5 6 8 0 1 3 . Matriz diagonal: é uma matriz quadrada que possui todos os elementos fora da diagonal principal nulos. Exemplo:A 7 0 0 0 2 0 0 0 3 3x3 Um elemento qualquer de uma matriz diagonal é dado por: aij 0 se i j d se i j onde d R. Matriz identidade: é uma matriz diagonal que possui todos os seus elementos não-nulos iguais a 1. É geralmente denotada pela letra I. Exemplo: Matriz identidade de ordem 3: I3 1 0 0 0 1 0 0 0 1 3x3 Um elemento qualquer de uma matriz identidade é dado por: aij 0 se i j 1 se i j para i 1, . . . ,n e j 1, . . . ,n. Exercício 3: Escreva as matrizes identidade de ordem 2 , 4 e 5. I2 I4 I5 Matriz transposta: a matriz transposta relativa a matriz Amxn é definida através da seguinte relação: aij ajiT, para todo i e todo j. 4 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Exemplo.: Seja a matriz A 1 5 8 0 2 3 1 4 2 6 4 2 , então sua transposta será AT 1 2 2 5 3 6 8 1 4 0 4 2 . Propriedade: ATT A Exercício 4: Usando as matrizes do exercício 1, determine: a) Os elementos da diagonal principal da matriz D. b) O traço da matriz de D. c) BT d) CT Matriz simétrica: é uma matriz quadrada cujos elementos obedecem a seguinte relação: aij aji, isto é, AT A. Exemplo: A matriz A 7 1 4 1 2 5 4 5 3 3x3 é simétrica, pois A AT.Verifique encontrando a matriz transposta de A, AT . Propriedade: AT é simétrica. 5 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Matriz anti-simétrica: a matriz anti-simétrica relativa a matriz Anxn é definida através da seguinte relação: aji aijT para i j 0 para i j isto é, A AT. Exemplo: Seja a matriz A 0 1 4 1 0 5 4 5 0 3x3 é uma matriz anti-simétrica. Observe que os elementos da diagonal principal de uma matriz anti-simétrica devem ser todos nulos. Por quê??? Exercícios 5: Quais das matrizes são simétricas ou anti-simétricas ou nenhuma das duas? Por quê? A 3 4 4 1 B 3 4 4 0 C 4 3 0 3 5 2 0 2 1 D 0 0 1 0 0 2 1 2 0 E 0 3 6 3 0 7 6 7 0 Matriz triangular Inferior: Uma matriz quadrada na qual todos os elementos acima da diagonal principal são zeros é chamada de matriz triangular inferior. Exemplo: A 7 0 0 5 2 0 8 7 4 3x3 Um elemento qualquer de uma matriz triangular inferior é dado por: aij 0 se i j d se i j onde d R. Matriz triangular Superior: Uma matriz quadrada na qual todos os elementos abaixo da diagonal principal são zeros é chamada de matriz triangular superior. Exemplo: B 7 4 3 0 2 6 0 0 4 3x3 Um elemento qualquer de uma matriz superior é dado por: bij 0 se i j d se i j onde d R. 6 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Propriedades: 1. A transposta de um matriz triangular inferior é uma matriz triangular superior. Exemplo: 2 0 0 3 5 0 4 1 6 T 2 3 4 0 5 1 0 0 6 2. A transposta de um matriz triangular superior é uma matriz triangular inferior. Exemplo: 2 3 1 0 2 6 0 0 5 T 2 0 0 3 2 0 1 6 5 3. O produto de duas matrizes triangulares inferiores é uma matriz triangular inferior. Exemplo: 2 0 0 3 5 0 4 1 6 3 0 0 2 4 0 2 7 1 6 0 0 19 20 0 2 38 6 4. O produto de duas matrizes triangulares superiores é uma matriz triangular superior. Exemplo: 2 3 1 0 2 6 0 0 5 3 5 1 0 2 3 0 0 4 6 4 7 0 4 18 0 0 20 7 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Operações com Matrizes Igualdade de matrizes Duas matrizes A e B são iguais, se e somente se aij bij, elemento por elemento. Exemplo: 3 5 1 3 5 1 3 4 6 1 2 3 3 4 6 1 2 3 0 0 0 Exemplo: Se A B e A 3 x 2 5 2 e B 3 4 5 2 , então x 6. Exercício 6: Dadas as matrizes A 2 1 3 x 3 e B 2 1 3 5 . Qual o valor de x para que A B? Exercício 7: Calcule os valores de x ,y e z para que as matrizes A e B sejam iguais. A x2 5x 7 8 2 y2 1 e B 6 z 8 2 9 1 É possível que a matriz C x2 5x 7 2 y2 seja igual a matriz A para algum valor de x e de y? Justique a sua resposta. 8 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Soma e Subtração de Matrizes A soma de duas matrizes A e B só será possível se as duas matrizes tiverem a mesma dimensão e é definida como c ij aij bij, onde C é matriz obtida da soma das matrizes A e B. A subtração de duas matrizes A e B é definida de modo análogo, onde c ij aij bij. Exemplo: Considere as matrizes A 2 1 0 3 1 0 2 4 5 2 7 6 e B 4 3 5 1 2 2 0 1 3 2 4 5 .Calcule A B e A B. A B 2 1 0 3 1 0 2 4 5 2 7 6 4 3 5 1 2 2 0 1 3 2 4 5 2 4 5 4 1 2 2 3 8 0 3 11 A B 2 1 0 3 1 0 2 4 5 2 7 6 4 3 5 1 2 2 0 1 3 2 4 5 6 2 5 2 3 2 2 5 2 4 11 1 A A 2 1 0 3 1 0 2 4 5 2 7 6 2 1 0 3 1 0 2 4 5 2 76 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 03x4 Obs: Matrizes de dimensões diferentes não podem ser somadas ou subtraídas. Propriedades: Sejam A, B e C matrizes de mesma ordem. 1) (A B) C A (B C) (associativa) 2) A B B A (comutativa) 3) A 0 0 A A (0 é a matriz nula e elemento neutro da adição) 4) A-A 0 5) A BT AT BT 6) trA B trA trB 7) Se A e B são matrizes simétricas de mesma ordem e se k é um constante real qualquer, então: A B é simétrica. Exemplo: 3 5 1 5 6 2 1 2 1 2 2 4 2 3 5 4 5 7 5 7 3 7 9 3 3 3 8 Exercício 8: Dadas as matrizes A 2 3 3 5 0 1 e B 4 6 1 8 9 3 . Calcule A B , A B, A BT e AT BT. 9 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Multiplicação por uma constante Multiplicar uma matriz por uma constante (k) implica em multiplicar todos os elementos da matriz pela constante, isto é, um elemento qualquer da matriz C k A será c ij k aij para todo i e j. Exemplo: Seja a matriz A 2 1 0 3 1 0 2 4 5 2 7 6 .Calcule 2A, 12 A e A. 2A 2 2 1 0 3 1 0 2 4 5 2 7 6 4 2 0 6 2 0 4 8 10 4 14 12 1 2 A 1 2 2 1 0 3 1 0 2 4 5 2 7 6 1 12 0 3 2 12 0 1 2 5 2 1 7 2 3 A 2 1 0 3 1 0 2 4 5 2 7 6 2 1 0 3 1 0 2 4 5 2 7 6 Exercício 9: Dadas as matrizes A 2 3 3 5 0 1 e B 4 6 1 8 9 3 . Calcule 2A 3B e 13 A 2B. 10 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Multiplicação de matrizes Para multiplicar duas matrizes é sempre necessário que o número de colunas da primeira matriz seja igual ao número de linhas da segunda matriz. A matriz resultante do produto de duas matrizes terá sempre o mesmo número de linhas da primeira matriz e o mesmo número de colunas da segunda matriz, ou seja, a multiplicação Amxn.Bnxp terá como resultado uma matriz Cmxp. A multiplicação de matrizes é definida como sendo: Amxn Bnxp Cmxp Um elemento qualquer da matriz resultante C é dado por: c ij k1 n aik bkj, para i 1, . . . ,m e j 1, . . . ,p. Exemplo: Dadas as matrizes A 1 6 5 0 8 7 e B 1 3 5 8 9 7 6 5 . Qual é a dimensão da matriz C, onde C A B? Qual é a dimensão da matriz D, onde D B A? Então, só será possível encontrar a matriz C, que será: C A B 1 6 5 0 8 7 1 3 5 8 9 7 6 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Obs: A multiplicação de matrizes não é comutativa, ou seja, A B B A, em geral. Propriedades Sejam A e B matrizes de mesma ordem e um escalar. 1) A B A B 2) A A 3) A B A B 4) A A A 5) k AT k AT, para k uma constante real. 6) Se A e B são matrizes simétricas de mesma ordem e se k é um constante real qualquer, então k A é simétrica. 7) trk A k trA 11 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Multiplicação de matriz por vetor Esta operação segue a mesma regra da multiplicação de matrizes, uma vez que um vetor é um caso particular de uma matriz e dá como resultado uma matriz. Multiplicação de vetores É feita de maneira análoga a multiplicação de matrizes. No caso da multiplicação de um vetor linha por um vetor coluna, o resultado será um número. Propriedades: Sejam e dois números reais e A, B, C matrizes ( ou vetores) de ordem que permitam realizar as operações. 1) A B C A B C (associativa) 2) A B C A B A C (distributiva à esquerda) 3) A B C A C B C (distributiva à direita) 4) I A A I A (I é matriz identidade e elemento neutro) 5) A A A 6) A B 0 para A 0 e B 0 (0 é a matriz nula) Exemplo: 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 7) A 0 0 A 0 8) O produto de matrizes triangulares inferiores é superior. 9) O produto de matrizes triangulares superiores é inferior. 10) A BT BT AT 11) Se AB AC com A 0, não implica que B C, isto é, não vale a lei do cancelamento. Exemplo: Sejam A 1 2 3 6 , B 3 8 2 3 e C 5 2 1 3 . Verifique que AB AC, apesar de B C. 12) Não é verdade, em geral, que o produto de matrizes simétricas é uma matriz simétrica. 13) O produto de uma matriz e sua transposta é uma matriz simétrica, isto é, AT A e A AT são simétricas. Potenciação Se A é uma matriz quadrada, definimos: A0 I A1 A A2 A A An n vezes A A A A, com n 0 12 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Exemplo: Seja A 2 5 1 3 . Calcule A2. Está completamente errado fazer:A2 22 52 12 32 4 25 1 9 Maneira correta de realizar a potenciação: A2 2 5 1 3 2 5 1 3 4 5 10 15 2 3 5 9 9 5 1 14 Propriedades Seja A uma matriz quadrada de ordem n e r e s números inteiros, então: 1) Ar As Ars 2) Ars Ars Exercício 10: Sejam as matrizes A 1 2 3 2 1 1 , B 2 0 1 3 0 1 , C 1 2 4 e D 2 1 Encontre: a) A B b) A C c) B C d) C D e) D A 13 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP f) D B g) A h) D i) 2A 3B j)CT AT Exercício 11: Sejam as matrizes A 2 1 1 0 e B 0 2 2 0 . Encontre: a) AT BT b) BT AT c) A2 d) B2 14 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP e) AB f) A BA B Exercícios de Fixação 1. Suponha que A, B, C, D e E sejam matrizes das seguintes ordens: A4x5 B4x5 C5x2 D4x2 E5x4 Determine qual das seguintes expressões matriciais estão definidas. Para as que estão definidas, dê a ordem da matriz resultante. a) B A b) A C D c) A E B d) A B B e) E A B f) E A C g) ET A h) AT E D Resp:não é possível fazer: a, c, d, g, b) 4x2 e) 5x5 f) 5x2 h) 5x2 2. Considere as matrizes: A 3 0 1 2 1 1 , B 4 1 0 2 , C 1 4 2 3 1 5 , D 1 5 2 1 0 1 3 2 4 , E 6 1 3 1 1 2 4 1 3 Calcule (quando possível) a) D E b) D E c) 5 A d)7C e) 2 B C f) 4 E 2 D g) 3 D 2 E h) A A i) trD j) trD 3 E k) 4 tr7 B l) trA m) 2AT C n) 12 C T 14 A o) D TET EDT p) BTCCT ATA q) B2 Resp: . não é possível fazer: e, L Resp: a) 7 6 5 2 1 3 7 3 7 , b) 5 4 1 0 1 1 1 1 1 c) 15 0 5 10 5 5 d) 7 28 14 21 7 35 f) 22 6 8 2 4 6 10 0 4 g) 39 21 24 9 6 15 33 12 30 h) matriz nula i) 5 j) 25 k) 168 15 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP m) 7 2 4 3 5 7 n) 14 3 2 9 4 0 3 4 9 4 o) matriz nula p) 40 72 26 42 q) 16 6 0 4 16 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Exercícios de Aplicação 1. Um construtor tem contratos para construir 3 estilos de casa: moderno, mediterrâneo e colonial. A quantidade de material empregada em cada tipo de casa é dada pela matriz: Ferro Madeira Vidro Tinta Tijolo Moderno 5 20 16 7 17 Mediterrâneo 7 18 12 9 21 Colonial 6 25 8 5 13 a) Se ele vai construir 5,7 e 12 casas dos tipos moderno, mediterrâneo e colonial, respectivamente, quantas unidades de cada material serão empregadas? Resp: 146 526 260 158 388 b) Suponha agora que os preços por unidade de ferro, madeira, vidro, tinta e tijolo sejam, respectivamente, 15, 8,5,1 e 10 reais. Qual é o preço unitário de cada tipo de casa? Resp: 492 528 465 c) Qual o custo total do material empregado? Resp: 11736 2. Existem três marcas de automóveis disponíveis no mercado: A, B,e C. O termo aij da matriz A abaixo é a probabilidade de que um dono de carro da linha i mude para o carro da coluna j, quando comprar um carro novo. De A B C Para A. . . B. . . C. . 0,7 0,2 0, 1 0,3 0,5 0, 2 0,4 0,4 0, 2 Os termos da diagonal dão a probabilidade aii de se comprar um carro novo de mesma marca. A2 representa as probabilidades de se mudar de uma marca para outra depois de duas compras. Calcule A2 e interprete. Resp: 0.7 0.2 0. 1 0.3 0.5 0. 2 0.4 0.4 0. 2 2 0.59 0.28 0. 13 0.44 0.39 0. 17 0.48 0.36 0. 16 17 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP AvaliaçãoDiversificada Teoria dos Grafos Existem várias situações nas quais é importante poder modelar o inter-relacionamento entre um conjunto finito de objetos. Por exemplo, poderíamos querer descrever vários tipos de rede (estradas ligando cidades, rotas aéreas ligando cidades, conexões de comunicação ligando satélites etc). ou relações entre grupos ou indivíduos (relações de amizade em uma sociedade, relações caçador-caça em um ecossistema, relações de dominância em um esporte, etc). Grafos são usados para modelagens de tais redes e relacionamentos, e matrizes são uma ferramenta muito útil para o estudo deles. Aqui veremos de maneira simplificada e somente uma pequena introdução. Para um pouco mais de detalhes, consulte o livro de Álgebra Linear, autor David Poole, páginas 210 a 214. Aqui não iremos desenhar um grafo, somente fazer a relação com uma matriz. Definição: A matriz de um grafo, A aij, é chamada de matriz de vértices e seus elementos são definidos por: aij 1 se existir uma relação de i para j 0 se não existir relação de i para j Definição: A matriz A2 representa o número de caminhos disponíveis para ir de i para j com um único intermediário. Definição: A matriz A3 representa o número de caminhos disponíveis para ir de i para j com dois intermediários. Definição: A matriz An representa o número de caminhos disponíveis para ir de i para j com n 1 intermediários. Exemplo: Sejam A a matriz dos vértices A 0 1 1 1 1 1 0 1 1 0 0 1 0 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 1 0 e 18 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP A2 c ij onde A2 1 1 2 3 1 0 2 2 2 2 1 0 2 1 1 0 1 0 2 0 0 0 1 0 1 . O elemento c13 a11a13 a12a23 a13a33 a14a43 a15a53 0.1 1.1 1.0 1.1 1.0 2 significa que existe dois caminhos possíveis para ir de 1 para 3 com umo único intermediário: Primeiro caminho saindo de 1 para 3 e passando por 2, que está representado pelo termo a12a23 de c13. Segundo caminho saindo de 1 para 3 e passando por 4, que está representado pelo termo a14a43 de c13. Obs: Os termos nulos em An significam que não há relação entre os termos i e j. Os termos iguais a 1 em An significam que só há um único caminho para ir de i para j com um único intermediário. Os termos maiores que 1 em em An significa que m caminhos para ir de i para j com n 1 intermediários. Definição: A A2 representa o número total de caminhos para ir de i para j diretamente e com um intermediário. A A2 A3 representa o número total de caminhos para ir de i para j diretamente e com 1 e 2 intermediários. Obs: Se a matriz A for simétrica significa que há relação de ida e volta entre i e j. Exercício: Uma rede de comunicação tem cinco locais com transmissores de potências distintas. Estabelecemos que aij 1, na matriz abaixo, significa que a estação i pode transmitir diretamente à estação j, aij 0 significa que a transmissão da estação i não alcança a estação j. Observe que a diagonal principal é nula significando que uma estação não transmite diretamente para si mesma. A 0 1 1 1 1 1 0 1 1 0 0 1 0 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 1 0 Qual seria o significado da matriz A2 A A? Seja A2 c ij . Calculemos o elemento c42 k1 5 a4k ak2 0 0 1 0 0 1. Note que a única parcela não nula veio de a43 a32 1 1. Isto significa que a estação 4 19 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP transmite para a estação 2 através de uma retransmissão pela estação 3, embora não exista uma transmissão direta de 4 para 2. 20 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP a) Calcule A2. Resp: 0 1 1 1 1 1 0 1 1 0 0 1 0 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 1 0 2 1 1 2 3 1 0 2 2 2 2 1 0 2 1 1 0 1 0 2 0 0 0 1 0 1 b) Qual o significado de c13 2? c) Discuta o significado dos termos nulos, iguais a 1 e maiores que 1 de modo a justificar a afirmação: "A matriz A2 representa o número de caminhos disponíveis para se ir de uma estação a outra como uma única retransmissão". d) Qual o significado das matrizes A A2,A3 e A A2 A3? e) Se A fosse simétrica, o que significaria? Gabarito 10. a) 1 2 4 5 1 0 b) 15 4 c) 6 1 d) 2 1 4 2 8 4 e) 0 3 7 f) 7 0 1 g) 1 2 3 2 1 1 h) 2 1 i) 8 4 3 5 2 5 j) 15 4 11 a) 2 4 0 2 b) 2 0 4 2 c) 1 6 2 3 d) 5 2 2 1 e) 4 0 0 4 21 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP DETERMINANTES O determinante de uma matriz quadrada A, de ordem n, onde: A a11 a12 . . . a1n a21 a22 . . . a2n . . . . . . . . . . . . an1 an2 . . . ann nxn é denotado por detA ou |A|, e é definido como sendo o número obtido pela soma algébrica dos n! (n fatorial) produtos possíveis constituídos por um elemento de cada linha e de cada coluna de A multiplicado por 1 ou por -1, de acordo com a seguinte regra : “Seja o produto escrito na seguinte forma: a1i a2j a3k . . . (n termos). Se a seqüência dos índices i , j, k é um permutação par em relação a 1,2, 3, . . . . ,n, então o produto deve ser multiplicado por 1; do contrário, o produto deverá ser multiplicado por -1”. Entenda-se por permutação, o número de trocas necessárias para se ordenar uma seqüência i, j,k. . .n. Dessa forma, o determinante de uma matriz quadrada de ordem 2: A a11 a12 a21 a22 2x2 será definido pelo produto: detA a11 a12 a21 a22 a11 a22 a12 a21 E o determinante de uma matriz quadrada de ordem 3: A a11 a12 a13 a21 a22 a23 a31 a32 a33 3x3 será definido pelo produto: detA a11 a12 a13 a21 a22 a23 a31 a32 a33 a11a22a33 a21a32a13 a31a23a12 a13a22a31 a23a32a11 a33a21a12 Quando |A| 0, a matriz A é dita singular. 22 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Exercício 1: Calcule os determinates: 1. 3 4 1 3 2. 5 1 0 3 3. 3 1 2 4 5 6 0 1 0 4. 1 0 1 2 5 0 1 2 2 Propriedades As seguintes propriedades permitem facilitar o problema do cálculo de determinantes: 1. O determinante é nulo, se todos os elementos de uma linha ou coluna da matriz são nulos; Exemplo: 2 6 7 0 0 0 5 4 8 4 3 0 5 9 0 1 10 0 2. O determinante não se altera se todas as linhas i são permutadas com todas as colunas i, isto é, detA detAT. Exemplo: Seja a matriz A 1 3 2 1 0 3 4 3 2 com detA 1 3 2 1 0 3 4 3 2 Trocando a linha 1 pela coluna 1, linha 2 pela coluna 2 e linha 3 pela coluna 3, isto é, calculando a matriz transposta de A: AT 1 1 4 3 0 3 2 3 2 . Então, o determinante de AT 1 1 4 3 0 3 2 3 2 23 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP 3. O determinante muda de sinal se uma linha da matriz é permutada com outra linha, ou se uma coluna é permutada com outra coluna; Exemplo: Seja a matriz A 1 3 2 1 0 3 4 3 2 . Trocando a linha 2 com a linha 3, temos B 1 3 2 4 3 2 1 0 3 . Então, o determinante de B 1 3 2 4 3 2 1 0 3 27 4.Se os elementos de uma linha ou coluna são multiplicados por um número, o determinante fica também multiplicado por este número; Exemplo: Seja a matriz A 1 3 2 1 0 3 4 3 2 Multiplicando a linha 2 da matriz A por -2, temos B 1 3 2 2 0 6 4 3 2 e 1 3 2 2 0 6 4 3 2 2 detA Multiplicando a coluna 3 da matriz A por 3, temos C 1 3 6 1 0 9 4 3 6 e 1 3 6 1 0 9 4 3 6 3 detA Multiplicando a matriz A por 2, isto é, cada linha ou coluna será multiplicada por 2, temos: D 2 6 4 2 0 6 8 6 4 , então o detD 2 2 2 detA 24 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP De uma forma geral, detk A kn detA, onde k é uma constante real. 25 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP 5. O determinante é nulo se os elementos de duas linhas ou duas colunas são iguais ou proporcionais entre si; Exemplo: 2 4 2 3 0 3 2 7 2 1 2 3 3 2 7 2 4 6 Duas colunas iguais Duas linhas proporcionais 6. Se A é uma matriz triangular (triangular superior ou inferior ou diagonal) de ordem n, então detA é o produto dos elementos da diagonal principal da matriz, ou seja, detA a11 a22 . . . ann. Exemplo: 2 3 5 0 2 7 0 0 1 3 0 0 5 2 0 8 9 4 3 0 0 0 2 0 0 0 4 7. O determinanteda matriz identidade é 1 seja qual for a sua ordem, isto é, detIn 1. Exemplo: 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 8. O determinante não se altera se somarmos aos elementos de uma linha ou coluna os respectivos elementos de outra linha ou coluna multiplicados por um número. Exemplo: Seja a matriz A 1 3 2 1 0 3 4 3 2 .Substituindo a linha 2 pela soma da linha 2 mais o três vezes a linha 1, isto é, L2 L2 3 L1, temos: 1 3 2 2 9 9 4 3 2 . Então, 1 3 2 2 9 9 4 3 2 26 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP 9.detA B detA detB, em geral. Exemplo: Sejam as matrizes A 3 2 4 5 e B 0 1 3 5 Calcule detA 3 2 4 5 detB 0 1 3 5 A B 3 2 4 5 0 1 3 5 detA B 10. detA B detA detB detBA Exemplo: Sejam as matrizes A 3 2 4 5 e B 0 1 3 5 , as matrizes do exemplo anterior. Calcule A B 3 2 4 5 0 1 3 5 detA B 11) detAn detAn Exemplo: Seja a matrizes A 3 2 4 5 . Calcule 3 2 4 5 Calcule A2 3 2 4 5 3 2 4 5 e detA2 e detA2 Exercício 2: Calcule os determinantes, procurando usar as propriedades. Especifique a propriedade utilizada. 1. 1 1 1 3 0 2 2 2 2 27 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP 2. 3 1 0 0 2 5 0 0 4 3. 0 0 1 0 5 2 3 1 4 4. 2 3 4 1 3 2 1 5 2 5. 1 2 3 0 4 1 1 6 4 6. 4 1 3 2 0 2 5 4 1 7. 1 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 1 8. 0 2 0 0 3 0 0 0 0 0 0 4 0 0 1 0 9. 1 0 1 0 0 1 0 1 1 1 0 0 0 0 1 1 28 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Menores: O menor de um elemento aij de uma matriz A de ordem n é definido como sendo o determinante da submatriz Mij gerada pela retirada de i-ésima linha e da j-ésima coluna desta matriz. Notação: |Mij |. Exemplo: Seja A uma matriz de ordem 3: A 4 1 2 3 0 5 6 1 7 . O menor do elemento a21 é o determinante da submatriz M21 gerada pela retirada da linha 2 e coluna 1, isto é, |M21 | 1 2 1 7 9. Uma matriz de ordem n possui nxn menores, cada um associado a um elemento desta matriz. Cofatores: O cofator de um elemento aij de uma matriz A de ordem n é definido como sendo o "menor com sinal" de aij e é dado pela seguinte relação: Cofaij 1 ij |Mij| Exemplo: Em relação ao exemplo anterior: Cofa21 121 |M21| 19 9. Matriz de Cofatores: é definida como sendo a matriz cujos elementos são os cofatores dos elementos da matriz original, ou seja: Se A a11 a12 . . . a1n a21 a22 . . . a2n . . . . . . . . . . . . an1 an2 . . . ann nxn , então a matriz dos cofatores é dada por: CofA cofa11 cofa12 . . . cofa1n cofa21 cofa22 . . . cofa2n . . . . . . . . . . . . cofan1 cofan2 . . . cofann nxn Matriz Adjunta: é definida como sendo a matriz de cofatores transposta, ou seja, AdjA CofAT. 29 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Exemplo: A matriz dos cofatores de A 4 1 2 3 0 5 6 1 7 . é Exemplo: E a matriz adjunta de A 4 1 2 3 0 5 6 1 7 é: Calculando Determinantes ao longo de linhas ou colunas O determinante de uma matriz quadrada de ordem n pode ser expandido em função de cofatores, mediante uma das seguintes expressões: |A| k1 n aikcofaik,desenvolvendo através da linha i,ou |A| k1 n akjcofakj,desenvolvendo através da coluna j. Exemplo: Seja A uma matriz de ordem 3: A 2 3 5 6 7 5 1 10 11 . O determinante calculado ao longo da primeira coluna é dado por: detA 2 111 7 5 10 11 6 121 3 5 10 11 1 131 3 5 7 5 O determinante calculado ao longo da segunda linha é dado por: 30 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP detA 6 121 3 5 10 11 7 122 2 5 1 11 5 123 2 3 1 10 Seja qual for a linha ou coluna utilizada para calcular o determinante, o resultado será o mesmo: det 2 3 5 6 7 5 1 10 11 136 DICA: Calcular o determinante ao longo da linha ou coluna que tenha o maior número de zeros. Exercício 3: Usando expansão de cofatores por qualquer linha ou coluna que pareça conveniente. 1. 5 2 2 1 1 2 3 0 0 2. 1 1 1 2 0 1 3 2 1 3. 4 1 3 2 2 4 1 1 0 4. cos sen tg 0 cos sen 0 sen cos (lembrando que cos2 sen2 1) 5. 1 1 0 3 2 5 2 6 0 1 0 0 1 4 2 1 6. 2 0 3 1 1 0 2 2 0 1 1 4 2 0 1 3 Resp: 1) 6 2) 7 3) -12 4) cos 5) 4 6) 8 31 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Exercícios de Fixação 1. Calcule os determinantes: a) a b 0 0 a b a 0 b b) 0 a 0 b c d 0 e 0 c) 0 0 0 a 0 0 b c 0 d e f g h i j d) 1 0 0 0 cos sen 0 sen cos Respostas: 1) ab2 a2b b 0 c) abdg d 1 2. Resolva a equação x 5 7 0 x 1 6 0 0 2x 1 0. Resp; x 0 ou x 1 ou x ½. 3. Encontre os determinantes, assumindo que a b c d e f g h i 4. a) 2a 2b 2c d e f g h i b) 3a b 2c 3d e 2f 3g h 2i c) d e f a b c g h i d) a g b h c i d e f g h i e) 2c b a 2f e d 2i h g Resp: a) 8 b) -24 c) -4 d) 4 e) -8 32 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Exercícios de aplicação 1. Calcule a área do paralelogramo determinado pelos pontos: a) (-2,-2), (0,3), (4,-1) e (6,4) b) (0,0), (5,2), (6,4), (11,6) c) (0,0), (-1,3), (4,-5), (3,-2) Resp: a) 28 b) 8 c) 7 2. Calcule a área do triângulo de vértices: a) (0,0), (3,4), (-2,3) b) (2,-1), (3,3), (-2,5) c) (-3,-1), (1,4), (3,-2) Resp: a) 17/2 b) 11 c) 17 3. Determine o volume do paralelepípedo que tem os seguintes vértices: a) (0,0,0), (1,0,-2), (1,2,4) e (7,1,0) b) (0,0,0), (1,4,0), (-2,-5,2) e (-1,2, -1) Resp: a) 22 b) 15 4) Determine a equação da reta que passa pelos pontos dados: a) (2,0) e (0,3) b) (2,3) e (-1,0) c) (1,2) e (4,3) d) (-2,1) e (4,3) Resp: a) y 3-3x/2 b) y 1x c) yx/35/3 d) y-5/3-4x/3 33 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP MATRIZ INVERSA Matriz Inversa: Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Se detA 0, então existe uma matriz B, tal que a seguinte relação seja satisfeita : A B B A I (I é a matriz identidade) A matriz B é chamada de matriz inversa de A e representada por B A1. Logo, temos: A A1 A1 A I Observe que a operação de multiplicação com a matriz inversa é comutativa. Se detA 0, dizemos que a matriz A é não-inversível ou singular. Cálculo da Matriz Inversa A matriz inversa é calculada pela seguinte relação: A1 1 detA AdjA. Exemplo: Calculando a matriz inversa de A 2 3 5 6 7 5 1 10 11 Calculando-se o determinante da matriz A: 2 3 5 6 7 5 1 10 11 136 A matriz de cofatores é calculada como sendo: CofA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A matriz adjunta é ,a matriz dos cofatores A transposta: 34 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP AdjA CofAT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Com isso temos: A1 1 detA AdjA 1136 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 136 1 8 5 34 61136 1 8 5 34 53 136 1 8 1 34 . Obs: Uma matriz triangular é inversível, se e somente se seus elementos na diagonal principal são todos não-nulos. Exercício 1: Calcule a matriz inversa de A, se possível: a) A 3 1 1 1 b) 6 3 2 1 Propriedades 1) A inversa de uma matriz triangular inferior é uma matriz triangular inferior. 2) A inversa de uma matriz triangular superior é uma matriz triangular superior. 3) Se A B é inversível, então A B1 B1 A1. 4) A é inversível, então A11 A. 5) An A1n n fatores A1 A1 A1. 5) An é inversível e An1 A1n para n 0,1, 2, . . . 6) Para qualquer k constante real, a matriz k.A é inversível e k A1 1k A 1. 7) Se A é uma matriz inversível, então AT também é inversível e AT1 A1T. 8) Se A é uma matriz simétrica inversível, então A1 é simétrica. 9) Se A é uma matriz inversível, então A AT e AT A são também inversível. 10) detA1 1 detA , se detA 0. 35 ProfªAna Paula Chiaradia - UNESP Exercício 2: Seja A 4 7 1 2 . Calcule: a) A3 b) A3 c) A2 2 A I, onde I é a matriz identidade 36 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Exercício de Fixação 1. Encontre a matriz inversa de cada matriz dada, se possível: a) A 3 4 3 5 5 6 2 3 Resp:é singular b) 2 2 2 2 2 2 Resp: 1 5 2 1 5 2 25 2 1 10 2 c) cos sen sen cos Resp: cos sen sen cos 2. Mostre que a matriz 1 0 0 0 cos sen 0 sen cos é inversível para todos os valores de . Em seguida, encontre a sua inversa. Resp: 1 0 0 0 cos sen 0 sen cos . 3. Dada A 2 1 1 1 . Calcule:a) A2 b) A2 c) A2 3 A I Resp: a) 5 3 3 2 b) 2 3 3 5 c) matriz nula 4. Dadas as matrizes A 2 3 1 1 e B 2 0 4 1 . Calcule: a) A B1 b) A BT c) A A1 I d) 2 B1 Resp: a) 1 2 3 2 3 8 b) 16 6 3 1 c) 0 d) 1 4 0 1 12 37 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Exercício de aplicação Uma maneira de codificar uma mensagem é através de multiplicação por matrizes. Vamos associar as letras do alfabeto aos números, segundo a correspondência abaixo: A B C D E F G H I J L M N O P Q R S T U V W X Y Z 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 Suponhamos que a nossa mensagem seja "PUXA VIDA". Podemos formar uma matriz 3x3 assim: P U X A V I D A , que usando a correspondência numérica fica . 15 20 23 1 0 21 9 4 1 M Agora seja C uma matriz qualquer 3x3 inversível, por exemplo: C 1 0 1 1 3 1 0 1 1 . Multiplicamos nossa matriz da mensagem por C, obtendo M C 15 20 23 1 0 21 9 4 1 1 0 1 1 3 1 0 1 1 5 83 58 1 21 22 5 13 14 Transmitimos esta nova matriz (na prática, envia-se a cadeia de números -5 83 58 1 21 22 5 13 14). Quem recebe a mensagem decodifica-a através da multiplicação pela inversa MC.C1 M) e posterior transcrição dos números para letras. C é chamada a matriz chave para o código. a) Você recebeu a mensagem: -12 48 23 -2 42 26 1 42 29. Utilizando a mesma chave, traduza a mensagem. b) Aconteceu que o inimigo descobriu sua chave. O seu comandante manda você substituir a matriz chave por C 1 1 1 1 1 0 0 0 2 . Você transmite a mensagem "CRETINO" a ele (codificada, naturalmente!). Por que não será possível a ele decodificar sua mensagem? c) Escolha uma outra matriz-chave que dê para codificar palavras até 9 letras. Codifique e descodifique à vontade! 38 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Equações matriciais Exercício 1: Ache X, dadas A 1 2 3 4 e B 1 0 1 1 . 1) X 2A 3B 0 2) 2X A B 3) 2A 2B 3X 4) 2A B X 3X A 39 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Exercício 2: Resolva a seguinte equação matricial em X (assuma que as matrizes são tais que as operações indicadas estão definidas) 1) ABX C 2) CAXT C 3) AX2C AXBC 4) ADX ABC 5) DXT DC 40 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP 6) ABCX2D2 ABCXD 7) D1XD AC 8) CX 2B 3B Exercício de Fixação Resolva a seguinte equação matricial em X (assuma que as matrizes são tais que as operações indicadas estão definidas) 1) XA2 A1 2). AXB BA2 3). A1X1 AB2A1 4) ABXA1B1 I A 5) A1BX1 A1B32 Resp: 1) X A3 2) X A1BA2B1 3) X AB2 4) X AB1BA A 5) X B4AB3 41 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP 42 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Sistemas de Equações Lineares Equação Linear Qualquer linha reta no plano xy pode ser representada algebricamente por uma equação da forma: a1 x a2 y b onde a1, a2 e b são constantes reais e a1 e a2 não são ambas nulas. Uma equação desta forma é chamada de equação linear nas variáveis x e y. De forma geral, uma equação linear nas n variáveis x1, x2, ..., xm como uma equação que pode ser expressa na forma: a1 x1 a2 x2 am xm b onde a1, a2, ..., am e b são constantes reais. As variáveis de uma equação linear são, muitas vezes, chamadas incógnitas. Exemplo: São equações lineares: x 3y 7 y 12 x 3z 1 x1 2x2 3x3 2 x4 33 Não são equações lineares: x 3 y 5 3x 2y z xz 4 y senx Exercício 1:Quais das seguintes equações são lineares: 1. x1 5x2 2 x4 1 2. x1 3x2 x2x3 2 3. x1 7x2 3x3 4. x1 2 2x2 3x3 5 5. x1 3 5 2x2 x3 4 6. x1 2 x2 34 x3 0 Exercício 2: Sabendo que k é uma constante, quais das seguintes equações são lineares? 1. x1 2x2 3x3 senk 2. kx1 2k x2 9 3. 2kx1 7x2 x3 0 Sistemas de equações lineares Um sistema de n equações lineares e m incógnitas tem a seguinte representação algébrica: 43 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP a11 x1 a12 x2 a1m xm b1 a21 x1 a22 x2 a2m xm b2 an1 x1 an2 x2 anm xm bn onde aij são coeficientes conhecidos, bi são constantes dadas e x j são as incógnitas do sistema. Uma equação genérica i do sistema poderia ser representada usando a notação (somatório) da seguinte maneira: n j ijij bxa 1 Para se representar todas as equações do sistema, basta fazer: n j ijij miparabxa 1 ,,2,1 Deseja-se agora, representar o sistema usando notação matricial. Pode-se reescrevê-lo da seguinte maneira: n m nm m m nn b b b x a a a x a a a x a a a 2 1 2 1 2 2 22 12 1 1 21 11 Definindo-se os vetores: nnm m m m nn b b b b a a a A a a a A a a a A 2 1 2 1 2 22 12 2 1 21 11 1 podemos reescrever o sistema de equações da seguinte forma: A1 x1 A2 x2 . . . .Am xm b. Finalmente se definirmos a matriz A e o vetor x na forma: mnmnn m m x x x x aaa aaa aaa A 2 1 21 22221 11211 44 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP podemos representar o sistema matricialmente como: A x B ou seja, B n x m A nmnn m m b b b x x x aaa aaa aaa 2 1 2 1 21 22221 11211 Nesta notação matricial. A é denominada matriz de coeficientes, x é denominado matriz das variáveis e B é denominado matriz dos termos independentes. Exemplo: Seja o sistema de equações lineares 3 x1 4 x2 2 x3 0 4 x1 2 x2 1 2 x2 x3 3 2 x1 3 x3 2 . Este sistema tem 4 equações e 3 incógnitas. Na forma matricial, tem-se: A 3 4 2 4 2 0 0 2 1 2 0 3 4x3 X x1 x2 x3 3x1 B 0 1 3 2 Matriz Aumentada: A matriz aumentada é obtida pela adjunção de b a A como a última coluna. nnmnn m m baaa baaa baaa bA 21 222221 111211 Exemplo: Usando o último exemplo, a matriz aumentada deste sistema fica: 3 4 2 0 4 2 0 1 0 2 1 3 2 0 3 2 4x4 45 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Exercício 3: Encontre a matriz aumentada de cada um dos seguintes sistemas de equações lineares: a) 3x 2y 1 4x 5y 3 7x 3y 2 b) 2x 4z 1 3x y 4z 7 6x y z 0 c) x1 2x 2 x4 x5 1 3x2 x3 x5 2 x3 7x4 1 d) x1 1 x2 2 x3 3 Exercício 4: Encontre o sistema de equaçõe lineares correspondendo à matriz aumentada: a) 2 0 0 3 4 0 0 1 1 b) 3 0 2 5 7 1 4 3 0 2 1 7 c) 7 2 1 3 5 1 2 4 0 1 d) 1 0 0 0 7 0 1 0 0 2 0 0 1 0 3 0 0 0 1 4 Tipo de sistemas Um sistema de equações lineares (SEL) tem solução quando existem valores para x1,x2, . . . ,xn que sastifazem, simultaneamente, todas as equações do sistema. 46 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Quanto a existência de soluções: Sistema Impossível (SI): Um sistema de equações que não possui solução Sistema Possível (SP): Se existir pelo menosuma solução do sistema, dizemos que ele é possível. Obs: Todo sistema de equações lineares tem ou nenhuma solução, ou exatamente uma, ou então uma infinidade de soluções. Quanto ao número de soluções: Um sistem possível pode ter um única solução ou infinitas soluções. Quando possui uma única solução, dizemos que o sistema é possível e determinado(SPD). E quando possuir infinitas soluções, dizemos que o sistema é possível e indeterminado (SPI). Pode ser classificado de acordo com a matriz B: Sistema Homogêneo: Um sistema linear é dito homogêneo, se a matriz B do sistema é nula, isto é, bj 0 para qualquer j. a11 x1 a12 x2 a1m xm 0 a21 x1 a22 x2 a2m xm 0 an1 x1 an2 x2 anm xm 0 Se pelo ao menos um bj 0, então o sistema é dito não-homogêneo. O sistema homogêneo sempre tem solução, pois têm x1 0,x2 0, . . . ,xn 0 sempre como uma solução. Esta solução é chamada de solução trivial ou solução nula; se há outras soluções estas soluções são chamadas não-triviais. Como um sistema linear homogêneo sempre tem solução trivial, só existem duas possibilidades para suas soluções: - O sistema tem somente a solução trivial; - O sistema tem infinitas soluções além da solução trivial. O sistema homogêneo tem infinitas soluções sempre que o sistema tiver mais incógnitas que equações. Exercício 5: Classifique os sistemas abaixo em relação a matriz B: a) 3x 2y 1 4x 5y 3 7x 3y 2 47 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP b) 2x 4z 0 3x y 4z 0 6x y z 0 c) x1 2x 2 x4 x5 0 3x2 x3 x5 0 x3 7x4 1 d) x1 x2 0 x1 x2 0 x1 x2 x3 0 Resolver um SEL Resolver um SEL é encontrar a solução deste sistema, isto é, encontrar os valores das incógnitas que sastifaçam, simultaneamente, todas as equaçõe do sistema. Lembrando que nem todo sistema tem solução. A partir de agora, veremos alguns métodos que nos permitirá resolver o SEL. Mas antes disto, veremos as operações que podemos realizar para encontrar uma solução. Operações Elementares O método básico de resolver um sistema de equações lineares é substituir o sistema dado por um sistema novo que tem o mesmo conjunto-solução, mas que é mais simples de resolver. Este sistema novo é geralmente obtido numa sucessão de passos aplicando a matriz aumentada os seguintes três tipos de operações para eliminar sistematicamente as incógnitas: - Multiplicar uma linha inteira por uma constante. (Li k Li, onde ké um constante real 0); Exemplo: 8200 17431 10422 17431 8200 10422 32 LL - Trocar duas linhas entre si.(Li Lj); Exemplo: 2 2 4 10 0 4 4 24 0 0 2 8 4 2 2 2 4 10 0 1 1 6 0 0 1 4 2 2 3 3 L L L L - Somar um múltiplo de uma linha a uma outra linha (Lj Lj k Li, onde ké um constante real 0); 48 Profª Ana Paula Chiaradia - UNESP Exemplo: 17431 8200 10422 2 17431 9311 10422 212 LLL Estas três operações são chamadas operações elementares sobre linhas. Matriz escalonada: Uma matriz está na forma escalonada reduzida por linhas, ou simplesmente, forma escalonada reduzida, se: 1. Se uma linha não consistir só de zeros, então o primeiro número não –nulo da linha é um 1, chamado de pivô. 2. Se existirem linhas constituídas somente de zeros, elas estão agrupadas juntas nas linhas inferiores da matriz. 3. Em quaisquer duas linhas sucessivas que não consistem somente de zeros, o pivô da linha inferior ocorre mais à direita que o pivô da linha superior. 4. Cada coluna que contém um pivô tem zeros nos demais elementos. Dizemos que uma matriz que tem as 3 primeiras propriedades está na forma escalonada por linhas, ou simplesmente, em forma escalonada.Assim, uma matriz em forma escalonada reduzida por linhas necessariamente está em forma escalonada, mas não reciprocamente. Observe que uma matriz na forma escalonada tem zeros abaixo do pivô, enquanto que uma matriz em forma escalonada reduzida por linhas tem zeros abaixo e acima do pivô. Exemplo: Matrizes estão na forma escalonada as matrizes A, C, D e na forma escalonada reduzida as matrizes B, C, D. A 1 2 0 4 0 1 0 7 0 0 1 1 B 0 0 0 0 C 0 1 2 0 1 0 0 0 1 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 D 1 0 0 0 1 0 0 0 1 Exemplo: Matrizes que não estão na forma escalonada: A 1 0 0 4 0 0 0 7 0 0 1 1 B 1 0 0 2 C 0 1 2 0 1 0 0 0 1 3 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 D 1 0 0 0 0 0 0 0 1 49
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