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Resenha "uma prova de amor"

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UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL 
 CURSO DE MEDICINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Isabela Terra Raupp 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 RESENHA CRÍTICA DO FILME “UMA PROVA DE AMOR” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Cruz do Sul 
 2020 
O impacto da doença terminal em uma família é sempre devastador, 
especialmente quando a patologia é de uma criança. Isso porque, perder um filho 
altera a ordem “natural” da vida. Durante os períodos finais, a família vivencia uma 
ruptura em sua estrutura e funcionamento na qual os pais percebem perder o poder 
sobre a criança. Isso é demostrado no filme e até lembrado pela personagem Anna, 
que revela que a organização da família se alterou depois que sua irmã adoeceu, 
considerando sua família disfuncional. Isso deixa claro que, apesar de ter um 
suporte familiar, teve um adoecimento da família e da relação familiar perante a 
doença. 
É perceptível, também, o acontecimento da “compensação” da família 
perante a doença da filha mais velha. Os outros filhos se sentem deixados de lado 
e, mesmo que ocorram diversas conversas entre os familiares, fica claro que o foco 
da atenção dos pais é a filha doente. 
Além disso, a mãe de Kate, talvez por reação de negação a gravidade da 
doença, por tentativa de adiar o inevitável e por ansiedade de que isso possa levar 
a morte de sua filha, acaba submetendo Anna a diversos procedimentos afim de 
tentar salvar a vida da irmã. Também é notório que a mãe se sente desconfortável 
quando o médico tenta falar sobre o mal prognostico da doença. Nesse caso, seria 
necessário que a equipe hospitalar trabalhasse de forma multidisciplinar, visando 
minimizar o sofrimento da família e trabalhar o processo de luto, dando suporte aos 
períodos de raiva e culpa. 
Nessa mesma cena, o médico comunica a Kate que ela teria poucos dias de 
vida. Pareceu que a equipe teria uma boa relação médico-paciente e que pudesse 
fazer a paciente entender a situação de sua doença, de maneira adequada e tendo 
cuidado de respeitar o limite de até onde ela pode e quer saber. Isso é importante, 
porque por pior que seja o prognóstico da doença, é sempre melhor que a realidade, 
dentro de seus limites, seja exposta, do que fantasias. Desse modo, mostrou a 
importância que os médicos tem de esclarecer os benefícios e malefícios do 
tratamento, bem como o real prognóstico da doença. 
Uma cena que me chamou a atenção foi em uma conversa em que falam 
para a mãe de Kate que mais cedo ou mais tarde ela terá que aceitar o que está 
acontecendo e ela responde que não pode aceitar. Isso mostra novamente um 
mecanismo de defesa contra a depressão e desanimo perante a doença da filha de 
negação da realidade. Isso porque, a repressão do que realmente está sentindo é 
passageira, podendo uma hora causar prejuízo a saúde mental da mãe. 
O desejo emancipação médica dos pais pelos direitos ao corpo, porque tem 
que doar parte do corpo para sua irmã com leucemia. Há uma relação de 
culpabilização da filha mais nova por não querer ser submetida aos procedimentos, 
como se a filha fosse culpada pela morte da irmã. Quando a realidade de que o 
processo foi todo feito para que Kate pudesse morrer sem mais prolongação de seu 
sofrimento. 
Se percebe um certo conflito entre os pais, uma desintegração da família 
perante decidir o que seria melhor para todos e principalmente a filha. Conflitos 
familiares, até comentários sobre o divórcio são comuns em episódios de doença 
grave, talvez por sobrecarga dos pais diante da situação vivenciada. 
Em uma das cenas finais da vida de Kate, sua mãe admite um sentimento 
de raiva, com choros, como se estivesse passando para outra fase de luto. Ao final 
do filme, após sua morte, percebe-se uma certa aceitação com redução da angústia 
familiar, com valorização dos bons momentos vividos com Kate. 
Diante do filme e das aulas expositivas sobre a criança internada, fica claro 
que é uma situação delicada e que tanto a criança quanto seus familiares se tornam 
doentes. Cabe aos profissionais da saúde estabelecer um vínculo envolvimento 
com os acompanhantes na tomada de decisões no tratamento da criança, bem 
como explicar informações sobre o estado clínico geral, desenvolvendo relações 
de confiança durante o processo de hospitalização. A habilidade de lidar e ter 
empatia com a dor da perda e o luto da família, também é parte da tarefa que deve 
ser lidada pela equipe assistencial da criança para garantir que saúde da família 
pela perda.

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