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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU CURSO: PSICOLOGIA Aluna: Shirley Alcântara da Silva Matrícula:01198148 Psicoterapia Humanista e Fenomenológica-Existencial Profa.: Tatiana Nunes Cavalcanti RECIFE 2020 CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU CURSO: PSICOLOGIA Shirley Alcântara da Silva GESTALT Trabalho apresentado pela aluna Shirley Alcântara da Silva à Professora Ms. Tatiana Nunes, como requisito parcial para obtenção de créditos referentes à disciplina Psicoterapia Humanista e Fenomenológica Existencial, do curso de Psicologia da Faculdade Maurício de Nassau. RECIFE 2020 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho, consta sobre a teoria, os principais fundamentos e como e como é realizado a psicoterapia de abordagem Gestalt, possibilitando refletir acerca da prática clínica. O que se entende pela palavra "Gestalt?" O substantivo alemão "Gestalt", desde a época de Goethe, apresenta dois significados algo diferentes: a forma; uma entidade concreta que possui entre seus vários atributos a forma. É o segundo significado que os gestaltistas do grupo, que posteriormente vai se chamar de Berlim, utilizam. É por isso que a tradução da palavra "Gestalt" não se acha nas outras línguas e a melhor maneira encontrada pelos próprios gestaltistas ao escrever em idiomas diferentes é simplesmente mantê-la (Engelmann, 1978c; Köhler, 1929/1947.) A Gestalt, que tem seu berço na Europa, surge como uma negação da fragmentação das ações e processos humanos, realizada pelas tendências da Psicologia científica do século 19, postulando a necessidade de se compreender o homem como uma totalidade. A Gestalt é a tendência teórica mais ligada à Filosofia. Os primeiros estudos da escola da Gestalt foram realizados na organização da parte perceptiva consciente. Em 1914, Wertheimer discutindo no Congresso da Sociedade de Psicologia Experimental com Benussi, um membro de outra linha gestáltica, achou que, diante dos principais fatores perceptivos, havia uma lei que os subordina e que denominou de pregnância. Por lei da pregnância entende-se uma organização psicológica que pode sempre ser tão boa quanto as condições o permitirem. O termo "bom" permanece não definido. Abarca propriedades como regularidade, simetria, simplicidade e outros. (Ash, 1995; Koffka, 1935/1975; Wertheimer, 1923/1938b.) A teoria da Gestalt, também conhecida como Psicologia da Gestalt ou Psicologia da Boa Forma, faz parte dos estudos da percepção humana, que começaram a se desenvolver entre o final do século XIX e os primeiros anos do século XX. Os pioneiros desta doutrina e formuladores das Leis da Gestalt foram os psicólogos Kurt Koffka, Wolfgang Köhler e Max Werteimer. A Gestalt surgiu como uma doutrina de oposição ao Atomismo, uma filosofia que acreditava ser possível a percepção do todo apenas após a compreensão das diferentes partes. De acordo com o psicólogo austríaco Christian von Ehrenfels, a percepção humana é formada a partir da junção de duas características das formas: as sensíveis (relativo ao objeto em si) e as formais (os ideais e visões de mundo particulares de cada indivíduo). Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Kõhler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1941), baseados nos estudos psicofísicos que relacionaram a forma e sua percepção, construíram a base de uma teoria eminentemente psicológica. Eles iniciaram seus estudos pela percepção e sensação do movimento. Os gestaltistas estavam preocupados em compreender quais os processos psicológicos envolvidos na ilusão de ótica, quando o estímulo físico é percebido pelo sujeito como uma forma diferente da que ele tem na realidade. (ANA BOCK 2018) É o caso do cinema. Quem já viu uma fita cinematográfica sabe que ela é composta de fotogramas estáticos. O movimento que vemos na tela é uma ilusão de ótica causada pela pós-imagem retiana (a imagem demora um pouco para se "apagar" em nossa retina). Como a ótica causada pelas imagens vão -se sobrepondo em nossa retina, temos a sensação de movimento. Mas o que de fato está na tela é uma fotografia estática, retiniana. Gestalt é uma abordagem psicoterapêutica centrada no cliente. Essa abordagem ajuda os clientes a se concentrarem no presente. Eles passam a entender o que realmente está acontecendo em suas vidas agora. Dentro da terapia Gestalt, o cliente tem espaço para explorar com segurança suas experiências sem medo de julgamento. De fato, os clientes são encorajados a não simplesmente falar sobre suas emoções ou experiências, mas trazê-los para a sala. Dessa forma, elas podem ser processadas em tempo real com o terapeuta. Ou seja, a gestalt terapia é uma abordagem que se concentra mais na experiência “aqui e agora” do cliente. https://www.vittude.com/blog/fala-psico/como-lidar-com-a-inseguranca-emocional/ https://www.vittude.com/blog/medo-como-superar/ https://www.vittude.com/blog/conheca-as-emocoes/ 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Segundo Ana Bock (2018) A percepção é o ponto de partida e também um dos temas centrais da teoria Gestaltica.. Os experimentos com a percepção levaram os teóricos da Gestalt ao questionamento de um princípio implícito na teoria behaviorista - que há relação de causa e efeito entre o estímulo e a resposta - porque, para os gestaltistas, entre o estímulo que o meio fornece e a resposta do indivíduo, encontra-se o processo de percepção. O que o indivíduo percebe e como percebe dos importantes para a compreensão do comportamento. O confronto Gestalt/Behaviorismo pode ser resumido na ação que cada uma das teorias que assume diante do objeto da psicologia - o comportamento, pois tanto a Gestalt quanto a Psicologia definem como a ciência que estuda o comportamento. Na visão dos gestaltistas, o comportamento deriva parte do todo nos seus aspectos mais globais, levando em considerações que alteram a percepção do estímulo. Para justificar, essa postura eles se baseavam na teoria do isomorfismo, que suponha uma unidade no universo, onde a parte está sempre relacionada ao todo. Quando eu vejo uma parte de um objeto, ocorre uma tendência à restauração do equilíbrio da forma, garantindo o entendimento do que estou percebendo. Esse fenômeno da percepção é norteado pela busca do fechamento, simetria e regularidade dos pontos que compõem uma figura (objeto). O Behaviorismo, dentro de sua preocupação com a objetividade, estuda o comportamento através da relação Mista, procurando isolar o estímulo que corresponderia à resposta esperada e desprezando os “conteúdos de consciência", pela impossibilidade de controlar cientificamente essas variáveis. A Gestalt irá criticar essa abordagem, por considerar o comportamento, quando estudado de maneira isolada de um texto mais amplo, pode perder seu significado (o seu entendimento) para o psicólogo.( ANA BOCK 2018) O objetivo da terapia gestáltica é que o cliente colabore com o terapeuta para aumentar a sua conscientização pessoal. O indivíduo é convidado a desafiar ativamente os seus bloqueios. Nesta abordagem de terapia centrada no cliente, o terapeuta Gestalt entende que ninguém pode ser totalmente objetivo. Entende-se que somos influenciados pelo nosso ambiente e nossas experiências. O psicólogo tem espaço para seus clientes compartilharem sua verdade. Não ha imposição de julgamento e aceita-se a verdade das experiências de seus clientes. A Gestalt encontra nesses fenômenos da percepção as condições para a compreensão do comportamento humano. A maneira como percebemos um determinado estímulo irá desencadear nosso comportamento. Ana Bock (2018) em sua obra fala que o comportamento é determinado pela percepção do estímuloe, portanto, estará submetido à lei da boa forma. O conjunto de estímulos determinantes do comportamento é denominado meio ou meio ambiental. São conhecidos dois tipos de meio: o geográfico e o comportamental. O campo psicológico é entendido como um campo de força que nos leva a procurar a boa forma. Funciona figurativamente como um campo eletromagnético criado por um imã (a força de atração e repulsão). Esse campo de força psicológico tem uma tendência que garante a busca da melhor forma possível em situações que não estão muito estruturadas. Esse processo ocorre de acordo com os seguintes princípios: 1. Proximidade - os elementos mais próximos tendem a ser agrupados. Vemos três colunas e não três linhas na figura. 2. Semelhança - os elementos semelhantes são agrupados: Vemos três linhas e não quatro colunas. 3. Fechamento - ocorre uma tendência de completar os elementos faltantes da figura para garantir sua compreensão. Vemos um triângulo e não alguns traços. Kurt Lewin (1890-1947) trabalhou durante 10 anos com Wertheimer, Koffka, Kõhler na Universidade de Berlim, e dessa colaboração com os pioneiros da Gestalt nasceu a sua Teoria de Campo. Entretanto não podemos considerar Lewin como um gestaltista, já que ele acaba seguindo um outro rumo. Lewin parte da teoria da Gestalt para construir um conhecimento novo e genuíno. Ele abandona a preocupação psicofisiológica (limiares de percepção) da Gestalt, para buscar na Física as bases metodológicas de sua psicologia. O principal conceito de Lewin é o do espaço vital, que ele define como "a totalidade dos fatos que determinam o comportamento do indivíduo num certo momento". O que Lewin concebeu como campo psicológico foi o espaço de vida considerado dinamicamente, onde se levam em conta não somente o indivíduo e o meio, mas também a totalidade dos fatos coexistentes e mutuamente interdependentes. Segundo Garcia-Roza (1972), o "campo não deve, porém, ser compreendido como uma realidade física, mas sim fenomênica. Não são apenas os fatos físicos que produzem efeitos sobre o comportamento. O campo deve ser representado tal como ele existe para o indivíduo em questão, num determinado momento, e não como ele é em si. Para a constituição desse campo, as amizades, os objetivos conscientes e inconscientes, os sonhos e os medos são tão essenciais como qualquer ambiente físico". A realidade fenomênica em Lewin pode ser compreendida como o meio comportamental da Gestalt, ou seja, a maneira particular como o indivíduo interpreta uma determinada situação. Entretanto, para Lewin, esse conceito não está se referindo apenas à percepção (enquanto fenômeno psicofisiológico), mas também a características de personalidade do indivíduo, a componentes emocionais ligados ao grupo e à própria situação vivida, assim como a situações passadas e que estejam ligadas ao acontecimento, na forma em que são representadas no espaço de vida atual do indivíduo. A terapia gestáltica sugere que, inerentemente, as pessoas lutam por auto- regulação e crescimento. No entanto, às vezes são desenvolvidos técnicas para sobreviver emocionalmente a experiências infelizes e dolorosas. Como Perls sugere, tornar-se consciente de nós mesmos é a cura. Durante nosso processo de terapia, podemos descobrir e curar partes foram perdidas por algum tempo, descobrir partes do eu que ainda não tiveram a oportunidade de prosperar e adquirir um senso maior de si ao longo do caminho. REFERÊNCIAS BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: Uma Introdução ao Estudo de Psicologia. 15ª Edição 2018. GARCIA-ROZA, Luiz Alfredo. Psicologia estrutural em Kurt Lewin. Petrópolis, Vozes, 1972. KOHLER, Wolfgang. Psicologia da Gestalt. Belo Horizonte, Itatiaia, 1968. LEWIN, Kurt. Princípios de Psicologia topológica. São Paulo, Cultrix/USP, 1973. Problemas de dinâmica de grupo. São Paulo, Cultrix, 1978.Teoria dinâmica da personalidade. São Paulo, Cultrix, 1975 MARX, Melvin H. e HILLIX, William A. Sistemas e teorias em Psicologia. São Paulo, Cultrix, 1976. Psicologado.com VIANA, Iury. https://psicologado.com/abordagens/humanismo/gestalt-leis-da-gestalt https://psicologado.com/abordagens/humanismo/gestalt-leis-da-gestalt ANEXOS
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