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Piotórax em Cães e Gatos

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PIOTÓRAX 
ETIOLOGIA 
Exsudato séptico na cavidade pleural é referido como piotórax. É, em geral, de origem idiopática, 
particularmente em gatos. Piotórax pode ser resultado de corpos estranhos, ferimentos perfurantes na 
parede torácica, rupturas no esôfago (normalmente pela ingestão de corpos estranhos) e extensão de 
infecção pulmonar. Corpos estranhos torácicos são, normalmente, talos de grama que migram. Eles são 
raros em gatos e são mais comuns em cães de raças esportivas em estados onde há grande concentração 
de gramíneas do tipo capim-cauda- de-raposa (p. ex., Califórnia). 
ASPECTOS CLÍNICOS 
Cães e gatos com piotórax apresentam sinais clínicos atribuíveis a efusão pleural e formações de 
abscessos. Os sinais podem ser agudos ou crônicos. Taquipneia, diminuição dos sons pulmonares e 
aumento dos movimentos abdominais são típicos de efusão pleural. Além disso, febre, letargia, anorexia 
e perda de peso são comuns. Os animais podem se apresentar em choque séptico ou podem demonstrar 
sinais de síndrome da resposta inflamatória sistêmica. 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico de piotórax é estabelecido por meio de radiografia torácica e avaliação citológica do líquido 
pleural. Radiografias torácicas são utilizadas para confirmar a presença de efusão pleural e determinar se 
o distúrbio é localizado, uni ou bilateral. Na maioria dos animais o líquido está presente em todo o espaço 
pleural. O encontro de um acúmulo localizado de líquido indica a possível presença de fibrose pleural, 
massa ou torção de lobo pulmonar. Radiografias torácicas são realizadas novamente após a remoção do 
líquido para avaliação do parênquima pulmonar e evidência de doença de base (p. ex., pneumonia 
bacteriana, corpo estranho) que pode ter causado o piotórax. Ultrassonografia também é útil para 
identificar aderências ou bolsas de líquido. 
A identificação de exsudato séptico na análise do líquido pleural estabelece o diagnóstico de piotórax. 
Inflamação supurativa séptica é um achado consistente no líquido pleural examinado citologicamente, 
exceto em animais que estiverem recebendo antibióticos. O líquido pleural deve também ser 
adicionalmente examinado com coloração de Gram e culturas para bactérias aeróbias e anaeróbias. Esses 
exames podem identificar organismos não aparentes por coloração citológica de rotina e podem 
promover informações valiosas para a seleção de antibiótico. 
Anaeróbios estão normalmente presentes no líquido e, em muitos cães e gatos, mais de um tipo de 
bactéria está presente. Nem todos os tipos de bactéria envolvidos podem crescer no laboratório, 
independentemente da evidência citológica da sua presença, possivelmente por causa da competição 
entre organismos ou de um efeito inibitório do líquido exsudativo. Organismos como Actinomyces e 
Nocardia particularmente não crescem bem se as amostras forem cultivadas usando-se procedimentos 
de rotina. Ausência de crescimento bacteriano não exclui o diagnóstico de piotórax. A avaliação do estado 
sistêmico do paciente pode revelar evidência de inflamação ativa, síndrome da resposta inflamatória 
sistêmica ou sepse. Um leucograma normal não descarta a possibilidade de piotórax. 
TRATAMENTO 
Tratamento médico para piotórax inclui antibióticos, drenagem da cavidade pleural e tratamento de 
suporte apropriado (p. ex., fluidoterapia). No início, antibióticos selecionados empiricamente são 
administrados por via intravenosa. Resultados da coloração de Gram e cultura e antibiograma são úteis 
na seleção de antibióticos. Normalmente, anaeróbios e Pasteurella (um isolado comum de gatos com 
piotórax) são sensíveis a amoxicilinaclavulanato. 
Outros organismos gram-negativos costumam ser sensíveis a amoxicilina-clavulanato, mas sua 
sensibilidade aos antibióticos é imprevisível. Como esse fármaco não está disponível para administração 
intravenosa, ampicilina com sulbactam, um inibidor da β-lactamase diferente, é utilizado (22 mg/kg de 
ampicilina a cada 8 h). Outros antimicrobianos que têm boa ação contra organismos anaeróbios são 
metronidazol e clindamicina. Se for utilizado metronidazol ou clindamicina, é necessária cobertura gram-
negativa adicional e é obtida pela adição de um antibiótico fluoroquinolona ou aminoglicosídeo ao 
tratamento. A adição de um desses antibióticos pode ser necessária em pacientes recebendo ampicilina 
com sulbactam que falhem em mostrar melhora na condição clínica, no hemograma completo e na 
citologia do líquido nos primeiros dias do tratamento. 
Antibióticos orais são utilizados uma vez que é notada uma melhora significativa, normalmente por volta 
do tempo da remoção do dreno torácico. Amoxicilina-clavulanato (cães, 20-25 mg/kg a cada 8 h; gatos, 
10-20 mg/kg a cada 8 h) é usada em pacientes que responderam à ampicilina com sulbactam. 
Antibioticoterapia oral é continuada por 4 a 6 semanas adicionais. 
A drenagem do exsudato séptico é uma parte essencial do tratamento do piotórax. Embora o tratamento 
somente com antibióticos normalmente resulte em uma melhora inicial dramática na condição clínica do 
animal, os sintomas em geral recorrem, e é mais provável a ocorrência de complicações decorrentes de 
infecção prolongada, tais como fibrose ou abscessos. A fixação de drenos torácicos promove melhor 
drenagem e pode ser usada para prevenir o acúmulo de exsudato durante os dias iniciais de 
antibioticoterapia. Cães e gatos que apresentam condições críticas são estabilizados por meio do uso de 
toracocentese com agulha para retirada de líquido e terapia agressiva, antes da colocação de dreno 
torácico. 
Toracocentese intermitente é minimamente efetiva para a drenagem da cavidade pleural e não é 
recomendada para o tratamento a não ser que o proprietário não possa arcar com os custos da colocação 
e cuidados com o dreno torácico. 
Toracotomia exploratória é indicada para a remoção de um foco suspeito de infecção e para aqueles 
animais que não respondem ao tratamento médico. 
PROGNÓSTICO 
Reservado a bom

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