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03/11/2017 1 AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS Estimativa de preço através de determinação técnica O resultado técnico é o laudo, onde são apresentados todos os elementos esclarecedores e as suas conclusões da avaliação O QUE É A AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS? OBJETIVO Determinação de valor para: - Garantia de operações - Compra e venda - Locação - Ações judiciais - Valores de impostos prediais, territoriais, de transmissão - Planta de valores genéricos - Decisão sobre investimentos - Seguros - Fusões ou cisões de empresas - Servidões de passagem 5 CLASSIFICAÇÃO DOS IMÓVEIS URBANOS Classificação dos imóveis urbanos Q u a n to a o u s o Residencial Comercial Industrial Institucional misto • Terreno (lote ou gleba) • Apartamento • Casa • Escritório (sala ou andar corrido) • Loja • Galpão • Vaga de garagem • Misto • Hotéis e motéis • Hospitais • Escolas • Cinemas e teatros • Clubes recreativos • Prédios industriais Quanto ao tipo de imóvel 1 03/11/2017 2 • Loteamento • Condomínio de casas • Prédio de apartamentos • Conjunto habitacional (casas prédios ou mistos • Conjunto de salas comerciais • Prédio comercial • Conjunto de prédios comerciais • Conjunto de unidades comerciais • Complexo industrial Quanto ao agrupamento dos imóveis Classificação dos imóveis urbanosClassificação dos imóveis urbanos 2 Classificação dos imóveis urbanosClassificação dos imóveis urbanos3 Quanto aos bens tangíveis (identificados materialmente): - Imóveis - Máquinas - Equipamentos - Veículos - Mobiliário - Matérias-primas e outras mercadorias - Infra-estruturas - Instalações - Recursos naturais e recursos ambientais - Culturas agrícolas Classificação dos imóveis urbanosClassificação dos imóveis urbanos4 Quanto aos intangíveis (não identificados materialmente): - Empreendimentos de base imobiliária, industrial ou rural - Fundos de comércio - Marcas - Patentes CONCEITOS BÁSICOS Termo utilizado para a quantidade inicial que se pede, oferece ou paga por um bem ou serviço O preço que se paga pode ou não ter relação com o valor que se atribui aos bens ou serviços - Geralmente é indicativo de um valor relativo que o comprador e/ou vendedor dão aos bens ou serviços Preço 12 Custo Quantidade requerida para criar ou produzir o bem ou o serviço - Custo Direto de Produção: Gastos com insumos, inclusive mão de obra, na produção de um bem - Custo Indireto de Produção: Despesas administrativas e financeiras, benefícios e demais ônus e encargos necessários à produção de um bem 03/11/2017 3 13 CUSTO DE REEDIÇÃO: custo para de reprodução, descontada a depreciação do bem, tendo em vista o estado em que se encontra 14 CUSTO DE REPRODUÇÃO: gasto necessário para reproduzir um bem, sem considerar eventual depreciação Avaliador utiliza o CUB, dando-lhe um acréscimo arbitrário por estimativa dos custos não incidentes (alguns avaliadores dão um acréscimo de 40 a 50% ao CUB, dependendo da situação) 15 VALOR É um conceito econômico e não um fato É uma estimação do preço que se pagará pelos bens ou serviços em um dado momento, de acordo com uma finalidade particular da avaliação para uma data de referência 16 UTILIDADE É um termo relativo ou comparativo e não uma condição absoluta que reflete o potencial de uso e vocação de um bem. Pode ser refletido em leis de usos e ocupação de planos urbanos, e mensurados em zonas homogêneas de ocupação 17 UTILIDADE Exemplo: Um terreno agrícola se mede normalmente por sua capacidade de uso de solo, mensurado nas notas agronômicas, e seus valores, em condições normais, se aterão as suas capacidades de uso. Um terreno urbano, seu potencial estará refletido na capacidade de ocupação e uso definidos pelas leis vigentes, e por sua vocação definida pelo mercado, como consequência, o valor do terreno se estabelece avaliando sua utilidade em termos dos fatores legais, físicos, funcionais, econômicos e ambientais que define sua capacidade produtiva 18 LAUDO DE AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS 03/11/2017 4 19 O Laudo de Avaliação de Imóveis é um documento diferente do Laudo de Perícia OBJETIVO - Avaliação de um bem imóvel - Estabelecer um preço - Baseando-se nos custos (reprodução ou reedição), entre outros fatores - Apontar possíveis utilidades para o bem 20 O Laudo deverá conter os seguintes títulos: INTERESSADO Pessoa física ou jurídica que encomenda a avaliação PROPRIETÁRIO Quando for possível a sua identificação. OBJETIVO DO TRABALHO INDIVIDUALIZAÇÃO DO OBJETO DA AVALIAÇÃO - Plantas, memoriais descritivos, notas fiscais, documentação fotográfica. - Demais elementos que influem no valor total do bem (Fatores valorizantes ou desvalorizastes decorrentes) VISTORIA 21 O Laudo deverá conter os seguintes títulos: CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO - Relevo, solo, subsolo, ocupação, meio ambiente CLASSIFICAÇÃO DO IMÓVEL - Acessos, serviços, melhoramentos públicos - Utilização atual, potencial, econômica BENFEITORIAS METODOLOGIA A metodologia escolhida deve ser compatível com a natureza do bem avaliando, a finalidade da avaliação e os dados de mercado disponíveis PESQUISA DE VALORES 22 O Laudo deverá conter os seguintes títulos: DETERMINAÇÃO DO VALOR FINAL Os dados devem ser tratados para obtenção de resultado confiável de acordo com a metodologia escolhida CONCLUSÕES Com os fundamentos resultantes da análise final DATA - Da vistoria e do laudo - Nome e assinatura ANEXOS - Plantas, documentação fotográfica, pesquisa de valores, etc. 23 METODOLOGIAS PARA AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS 24 MÉTODO EVOLUTIVO MÉTODO INVOLUTIVO MÉTODO DA CAPITALIZA ÇÃO DA RENDA MÉTODO COMPARATIVO DIRETO Métodos para identificar o valor de um bem 03/11/2017 5 25 Escolha da metodologia - Natureza do bem avaliando - Finalidade - Disponibilidade - Qualidade e quantidade de informações colhidas no mercado Escolha deve retratar o comportamento do mercado e o convencimento do valor 26 avaliar uma igreja que deverá ser desapropriada para atender à execução de uma obra pública; Uma igreja é um imóvel que não produz renda, então o método da renda não poderá ser aplicado. O método comparativo direto de dados de mercado não poderá ser aplicado porque nunca houve igrejas a venda para servirem de comparação. Fica assim definido o plano de trabalho, que só poderá ser encaminhado pelo método da quantificação do custo. Stolz, 2017 Escolha da metodologia Exemplo: 27 1- Método Comparativo Direto O valor é determinado por meio de tratamento técnico dos atributos dos elementos comparáveis. Este método é adotado para bens imóveis (terrenos, lojas, apartamentos,etc .) e bens móveis, como máquinas, objetos, veículos automotores, entre outros Para sua aplicabilidade é necessário uma população suficiente no respectivo mercado 28 1- Método Comparativo Direto CONFEA/RJ 29 1- Método Comparativo Direto IDENTIFICAÇÃO DAS VARIÁVEIS DO MODELO CONFEA/RJ 30 03/11/2017 6 31 Geralmente utilizado para a avaliação de glebas suscetíveis de urbanização - para fins urbanos 2- Método Involutivo 32 Apuração da receita total auferida com a GLEBA URBANIZÁVEL: - extensão de terreno passível de receber obras de infraestrutura urbana, visando o seu aproveitamento eficiente, através de loteamento, desmembramento ou implantação de empreendimento - venda de todas as unidades - deduzindo-se todos os gastos diretos e indiretos envolvidos na execução do empreendimento - assim como os lucros respectivos, e involuindo-se até o custo inicial do bem cujo valor se deseja determinar 2- Método Involutivo 33 Considerar os seguintes aspectos: a) a viabilidade legal da implantação do parcelamento do solo simulado, respeitadas as restrições da Lei n° 6766, e das leis estaduais e municipais - averiguar os parâmetros físicos e urbanísticos exigidos para o loteamento - percentual máximo de áreas vendáveis - infraestruturamínima - declives máximos, etc. 2- Método Involutivo 34 b) a possibilidade de desmembramentos parciais, com frente para vias ou logradouros públicos oficiais, desde que legalmente viáveis c) deve-se considerar o estado dominial e eventuais gravames sobre a gleba, tais como a existência de direitos reais e possessórios, informados pelo contratante d) quando houver dúvidas sobre a viabilidade da urbanização da gleba, recomenda-se verificar o seu valor por meio de seus frutos, tais como locação, arrendamento etc. 2- Método Involutivo 35 2- Método Involutivo Várias maneiras para aplicação deste método - modo mais simplificado: obtenção do valor aproximado é o que adota os valores das parcelas intervenientes ao processo - estimar (de forma aproximada ou por comparação) - a revista “Construção” (editora Pini) divulga a seguinte tabela mensalmente: 36 2- Método Involutivo Exemplo: Uma gleba com área total de 300.000,00 m2, na qual projeta-se a implantação de 420 lotes com 500,00 m². 03/11/2017 7 37 3- Método Evolutivo Identifica o valor do bem pelo somatório dos valores de seus componentes Indicado para estimar o valor de mercado no caso de inexistência de dados amostrais semelhantes ao avaliando. É o caso de residências de alto padrão, galpões, entre outros 38 3- Método Evolutivo 39 3- Método Evolutivo Caso a finalidade seja a identificação do valor de mercado, deve ser considerado o fator de comercialização. Fator de Comercialização: Razão entre o valor de mercado de um bem e o seu custo de reedição ou de substituição, que pode ser maior ou menor do que 1 (um). 40 3- Método Evolutivo Exemplo: Aproveitando o valor do terreno do exemplo anterior, igual a R$ 51.840,00 e que sobre o imóvel exista uma casa nova com 200 m²de área construída, e considerando: - O valor da edificação apontada nas revistas especializada é de R$ 600,00/m² - Fator de Comercialização: 0,90 Valor Total= (R$ 51.840,00 + R$ 600/m2 x 200 m2) x 0,90 Valor Total do Bem = R$ 154.656,00 41 4- Método da Capitalização de Renda Identifica o valor do bem, com base na capitalização presente da sua renda líquida prevista, considerando-se cenários viáveis - a apuração é feita como se o valor fosse aplicado no mercado normal, mediante a utilização de taxas convenientes de renda e de operação Utilizado nas avaliações de empreendimentos de base imobiliária (hotéis, shopping centers e outros). 42 4- Método da Capitalização de Renda Também pode ser utilizado na determinação do valor de mercado, em situações onde não existam condições da aplicação do método comparativo direto ou evolutivo, ou, alternativamente, quando a finalidade da avaliação seja a identificação do valor econômico. Investidores Imóveis para locação 03/11/2017 8 43 4- Método da Capitalização de Renda Exemplo: Um determinado bem produz renda perpétua de R$ 850,00 ao mês ao proprietário, através de contrato de locação. Se por hipótese a taxa de capitalização no mercado for de 1 % ao mês, não sendo considerado a vacância e eventuais depreciações no imóvel, tem-se: 44 MÉTODO DA COMPARAÇÃO DIRETA DE CUSTOS MÉTODO DA QUANTIFICAÇÃO DO CUSTO Métodos para identificar o custo de um bem 45 1- Método da Comparação direta de custos Identifica o custo do bem por meio de tratamento técnico dos atributos dos elementos comparáveis, constituintes da amostra X 46 2- Método da Quantificação de custos Identifica o custo do bem ou de suas partes por meio de orçamentos sintéticos ou analíticos a partir das quantidades de serviços e respectivos custos diretos e indiretos 47 AVALIAÇÃO DE BENFEITORIAS 48 BENFEITORIA: Qualquer melhoramento, incorporado permanentemente, que não pode ser retirado sem destruição, fratura ou dano A avaliação de benfeitorias é feita através da estimativa do custo de reedição (reprodução seguida de depreciação) dos componentes da edificação ou obra Avaliação de benfeitorias normalmente é feita pelo Custo Unitário Básico de Construção (CUB), em R$/m² - publicado mensalmente por revistas especializadas como A CONSTRUÇÃO ou no site do SINDUSCON (www.sinduscon-mg.org.br) http://www.sinduscon-mg.org.br/ 03/11/2017 9 49 Avaliação de benfeitorias através do CUB Para avaliação de benfeitorias através do CUB pode ser seguido o seguinte procedimento: (a) Vistoria - Examinar as especificações dos materiais aplicados, estimar o padrão construtivo, verificar o estado de conservação e idade aparente do imóvel - Os dados recolhidos devem ser confrontados com as informações documentais contidas em plantas, escrituras, etc. 50 (b) Padrão construtivo - A NBR 14.653 define padrão construtivo como a qualidade das benfeitorias em função das especificações dos projetos, materiais, execução e mão de obra efetivamente utilizados na construção 51 (d) Cálculo da área construída Também conhecida como área equivalente, deve ser calculada de acordo com a NBR 12.721 52 (d) Fração ideal - Em condomínios, é a razão entre a área equivalente de construção da unidade e a área equivalente total, fornece a fração ideal correspondente à unidade - Essa fração ideal, multiplicada pela área do terreno fornece a quota da parte de terreno pertencente à unidade (e) Área privativa e Área útil - Área privativa estão incluídas as paredes internas e externas (exceto 50% das divisórias com outras unidades) - Área útil, não estão consideradas as paredes, correspondendo basicamente à área de piso (também chamada “área de vassoura”) 53 (g) Estimativa do custo unitário final - Os custos publicados geralmente abrangem as despesas mais comuns da edificação, não estando incluídas despesas com projetos, elevadores, fundações especiais, instalações especiais (centrais de gás, antena coletiva, etc.) - Esses custos complementares são abrangidos através do seguinte modelo: 54 03/11/2017 10 55 Influência do Fator de comercialização Após o cálculo do custo de reedição das benfeitorias, deve-se considerar a vantagem da coisa feita ou fator de comercialização - é o acréscimo de valor que tem um determinado imóvel pela sua vantagem de estar construído e pronto para ser utilizado, em relação à outro semelhante, mas ainda por construir - Aplicação do Método Evolutivo 56 DEPRECIAÇÃO DE IMÓVEIS 57 DEPRECIAÇÃO: Perda de sua aptidão em atender o fim a que foi destinada - pode ser de ordem física ou funcional - física: desgaste de suas partes constituintes (uso constante durante os anos) ou por causas acidentais - funcional: provocada - inadequação: uma casa em que se é obrigado a atravessar um dormitório para se chegar a outro - superação: desenvolvimento de novas técnicas e materiais – cerâmica no banheiro no lugar de tinta à óleo 58 Cálculo da depreciação Para avaliar a depreciação deve-se inicialmente analisar a idade aparente do imóvel avaliando, sua vida útil e valor residual Existem tabelas sugerindo valores para essas grandezas O valor residual de um bem é o valor de sucata ou de demolição que resta desse bem ao fim de sua vida útil 59 Cálculo da depreciação Para avaliar a depreciação deve-se inicialmente analisar a idade aparente do imóvel avaliando, sua vida útil e valor residual Existem tabelas sugerindo valores para essas grandezas 60 Métodos de cálculo da depreciação (a) Método da linha reta Nesse método, a depreciação é função da idade do bem, com variação uniforme ao longo de sua vida útil. O fator depreciação é calculado por: 03/11/2017 11 61 (b) Método da parábola de KUENTZLE Considera menores depreciações na fase inicial e maiores na fase final, o que é compatível com o desgaste progressivo dos componentes de um edifício 62 (c) Método de HEIDECKE Calcula a depreciação considerando exclusivamente a conservação do imóvel Os valores de depreciação propostos por HEIDECKEsão calculados pela tabela a seguir: 63 AUTOS DE AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS 64 Definição Auto de avaliação é um relatório circunstanciado opinativo de valor de um bem, baseado em elementos obtidos a partir da análise de um profissional capacitado e legalmente habilitado 65 Requisitos Gerais 1) Descrição das condições do imóvel - Vistoria 66 Requisitos Gerais 2) Apresentar imagens/registros fotográficos 03/11/2017 12 67