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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E EXATAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL II Prática nº 6: IODAÇÃO DA ACETONA Alunas: Alice Visentini e Tâmie Duarte 25 de setembro de 2019 Santa Maria/RS SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.......................................................................... ................................. 2. OBJETIVO.................................................................................................................. 3. MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................................ 3.1 Equipamentos............................................................................................................... 3.2 Reagentes...................................................................................................................... 3.3 Procedimento experimental........................................................................................ 4. RESULTADOS............................................................................................................... 5. CONCLUSÃO................................................................................................................. Referências.......................................................................................................................... 3 4 4 4 4 4 5 9 9 1. INTRODUÇÃO É comum no nosso cotidiano, analisarmos se existem reações químicas mais lentas e outras mais rápidas. Por vezes queremos mudar a velocidade da reação e para acelerá-la utilizamos uma panela de pressão e para desacelerá-la usamos uma geladeira, por exemplo. A cinética química nos oferece ferramentas para estudar as velocidades das reações químicas em nível macroscópico e em nível atômico. Em nível atômico, ela permite a compreensão da natureza e dos mecanismos das reações químicas. Em nível macroscópico, as informações da cinética química permitem a modelagem de sistemas complexos, como os que acontecem no corpo humano e na atmosfera. Definimos como velocidade de reação a variação da concentração de um dos reagentes ou produtos pelo tempo o qual a mudança leva para ocorrer [1,2]. Muitos fatores influenciam na velocidade de uma reação, são eles: Concentração dos reagentes: geralmente quanto mais concentrado mais rápido é a velocidade; Temperatura: normalmente a velocidade das reações aumenta com o aumento da temperatura. Um aumento de 10°C chega a dobrar a velocidade de uma reação; Estado físico dos reagentes: devido ao aumento da superfície específica, normalmente a velocidade segue a seguinte ordem: gases > soluções > líquidos puros > sólidos. Catalizador ou inibidor (concentração e forma física); Luz: a presença de luz de certo comprimento de onda também pode acelerar certas reações químicas. A velocidade de uma reação é diretamente proporcional às concentrações dos reagentes [1]. Dada uma reação: aA + bB → cC + Dd Temos como Lei de Velocidade da reação: v = k [A] α [B] β Onde: v = velocidade da reação; k = constante característica de cada reação; α e β = expoentes determinados experimentalmente. 2. OBJETIVO Acompanhar a cinética e determinar a ordem de uma reação química por meio de técnica fotocolorimétrica. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Equipamentos 4 Tubos de ensaio (com tampa) 4 Pipetas graduadas (1 mL, 2 mL, 5 mL, 10 mL) 2 Cubetas de vidro Cronômetro Espectrofotômetro 3.2 Reagentes Água destilada Acetona Ácido clorídrico 1,0471 M Solução saturada de iodo 3.3 Procedimento experimental Ligou-se o espectrofotômetro e esperou-se que se estabilizasse. Enquanto isso, em 4 tubos de ensaio foram adicionados as seguintes quantidades de reagentes: Tubo Água (mL) Acetona HCl 1,0471 M (mL) 1 9,3 0,2 1,5 2 9,1 0,4 1,5 3 8,9 0,6 1,5 4 8,7 0,8 1,5 Preparou-se o espectrofotômetro com o “branco” (cubeta com água) e ajustou-se o zero de absorbância para acima de 500 nm (visto que as concentrações eram muito altas para 410 nm). Adicionou-se 2 mL de iodo no tubo 1, agitou-se e rapidamente colocado em uma outra cubeta para fazer a leitura da absorbância. Com a reação química ocorrendo, anotou-se a absorbância de 30 em 30 segundos, num total de 3 minutos. Fez-se o mesmo procedimento para os tubos 2, 3 e 4, com a mesma quantidade de iodo (2 mL). 4. RESULTADOS Nesta prática estudamos a reação da acetona com iodo em solução aquosa, catalisada por ácido, a fim de determinar seus parâmetros cinéticos: A expressão da velocidade para esta reação é: Onde k é a constante de velocidade (depende da temperatura) e [acetona], [H + ] e [I2] são as concentrações molares da acetona, do íon hidrogênio e do iodo, respectivamente. Os expoentes a, b e c são as ordens da reação com relação à acetona, ao íon hidrogênio e ao iodo, respectivamente. O mecanismo desta reação envolve três etapas: A equação 1 é complexa e apresenta sete incógnitas. Entretanto, sabendo-se que a etapa lenta da reação (etapa I) não depende de [I2] (ou seja, c= 0), a equação 1 pode então ser simplificada. Assim podemos usar I2 como reagente limitante e medir o tempo necessário para o desaparecimento de sua cor amarela. Como a concentração de I2 é pequena e a acetona e o íon hidrogênio estão em excesso, a mudança da concentração de acetona e do íon hidrogênio podem ser negligenciadas. Isto nos permite escrever a equação 1 da seguinte forma: Onde [I2] é a concentração inicial de iodo e t o tempo necessário para o desaparecimento da cor amarela. Para determinação da ordem de reação, muitas vezes é associado ao método de isolamento – o método das velocidades iniciais – no qual a velocidade é medida no início da reação, com diferentes concentrações de um dos reagentes, o qual se deseja determinar a ordem de reação, mantendo-se constante as concentrações dos outros reagentes. Em relação à acetona, a equação 1 fica: v = kobs [acetona] n Sendo: kobs = a constante cinética observada; n = a ordem de reação em relação à acetona. Os valores encontrados de absorbância em cada tubo de ensaio em seus respectivos tempos foram: ABSORBÂNCIA Tempo (s) Tubo 1 Tubo 2 Tubo 3 Tubo 4 0 0,857 0,934 0,842 0,836 30 0,848 0,922 0,813 0,768 60 0,844 0,911 0,791 0,744 90 0,841 0,895 0,765 0,719 120 0,833 0,881 0,74 0,697 150 0,825 0,873 0,718 0,674 180 0,821 0,859 0,693 0,646 No gráfico absorbância x tempo de reação, obtém-se a velocidade inicial da reação pela inclinação da reta: Tubo vi 1 0,0004 2 0,0002 3 0,0008 4 0,001 Para calcular a concentração final da acetona tem-se: Densidade acetona: 0,784 g mL -1 Massa molar (MM) acetona: 58 g mol -1 Concentração inicial acetona: d= m/V -> 58 g mol -1 / 0,2 x 10 -3 L = 13,52 mol L -1 Com esses dados é possível calcular a concentração final nos 4 tubos: TUBO 1 C1V1=C2V2 13,52 mol L -1 x 0,2 10 -3 L = C2 x 13 10 -3 L C2 = 0,208 mol L -1 y = -0,0004x + 0,9343 R² = 0,9961 y = -0,0002x + 0,8561 R² = 0,9844 y = -0,0008x + 0,8397 R² = 0,9991 y = -0,001x + 0,8125 R² = 0,9571 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 0 50 100 150 200 A b so rb â n ci a Tempo (s) Tubo 1 Tubo 2 Tubo 3 Tubo 4 TUBO 2 C1V1=C2V2 13,52 mol L -1 x 0,4 10 -3 L = C2 x 13 10 -3 L C2 = 0,416 mol L -1 TUBO 3 C1V1=C2V2 13,52 mol L -1 x 0,6 10 -3 L = C2 x 13 10 -3 L C2 = 0,624 mol L -1 TUBO 4 C1V1=C2V2 13,52 mol L -1 x 0,8 10 -3 L = C2 x 13 10 -3 L C2 = 0,832 mol L -1 No gráfico log vi x log [acetona]f, pode-se obter a ordem de reação pela inclinação dareta e o kobs pelo log do coeficiente linear: vi log vi [acetona]f log [acetona]f 0,0004 -3,3979 0,208 -0,6819 0,0002 -3,6989 0,416 -0,3809 0,0008 -3,0969 0,624 -0,2048 0,001 -3 0,832 -0,0798 y = 0,7593x - 3,0427 R² = 0,3931 -4 -3,5 -3 -2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0 lo g v i log [acetona] Logo: n = 0,7593 (ordem de reação 1) log kobs = -3,0427 kobs = 10 -3,0427 kobs = 9,0635 x 10 -3 s -1 5. CONCLUSÃO Nesse trabalho, concentrações de iodo foram utilizadas em excesso para o fator determinante ser a concentração de acetona (em temperatura ambiente). Foi possível calcular a ordem de reação e a constante de equilíbrio da reação, porém os resutados não foram muito satisfatórios provavelmente em virtude de termos tido dificuldade para fazer a técnica, visto que o espectrofotômetro estava com alguns problemas no início do experimento. Percebeu-se, porém, que em cada tubo a absorbância foi diminuindo com o passar do tempo e que quanto maior a concentração de iodo, maior a velocidade. Referências [1] RAMPOM, D. Cinética Química, p. 1-30, 2016. Disponível em: <http://www.quimica.ufpr.br/mparaujo/CQ092/Aula%2013%20-%20Revis%C3%A3o.pdf>. Acesso: 20 de setembro de 2019. [2] ATKINS, P. e JONES, P. Físico - Química: Fundamentos. LTC. 5ª ed., 2011. http://www.quimica.ufpr.br/mparaujo/CQ092/Aula%2013%20-%20Revis%C3%A3o.pdf
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