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Prática Jurídica IV - Princípios Formadores dos Juizados Especiais

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Prática Jurídica IV 
@piluladc 
Princípios Formadores 
Dos Juizados Especiais 
 
 
 
Características Gerais 
 
Como os JECs se formaram - 
Lei 9099/1995 
 
Ideia de um acesso ao judiciário simpli-
ficado. Houve influência do direito es-
trangeiro também. 
 
1982 - Criação dos Conselhos de Con-
ciliação e Arbitramento 
 
Formado por algumas pessoas seleci-
onadas com conhecimento mais apro-
fundado. Se organizou de forma bas-
tante burocrática, com seu regula-
mento, e isso chamou a atenção da 
justiça brasileira, chamado de Juizado 
de Pequenas Causas. Fomentavam a 
conciliação dos conflitos de forma ex-
trajudicial e informal. Começou a se or-
ganizar de forma bastante burocrática. 
 
De 1965 a 1984. Lei 7284 - Pequenas 
Causas 
Havia o teto do valor que você poderia 
levar pra dar entrada. Na CRFB teve a 
mudança do nome e a competência se 
ampliou, para causas de menor com-
plexidade também, em razão da matéria 
e econômica. 
 
No que esta lei for omissa, pode ser 
complementada pelo CC. 
 
Os Princípios Formadores dos JECs es-
tão no Art 2o. 
 
“Art. 2º O processo orientar-se-
á pelos critérios da oralidade, simplici-
dade, informalidade, economia proces-
sual e celeridade, buscando, sempre 
que possível, a conciliação ou a tran-
sação.” 
 
Há um aumento exponencial do número 
de processos, mesmo em período de 
recesso, em julho, com a pandemia. 
 
Oralidade - princípio da simplificação, 
a regra é serem feitos de forma oral, e 
o essencial deve estar escrito. 
 
Art 13. 
“§ 3º Apenas os atos considera-
dos essenciais serão registrados resu-
midamente, em notas manuscritas, da-
tilografadas, taquigrafadas ou estenoti-
padas. Os demais atos poderão ser 
gravados em fita magnética ou equiva-
lente, que será inutilizada após o trân-
sito em julgado da decisão.” 
 
c/c art 36 
“Pode ser registrada por filma-
gem ou gravação. 
” 
c/c Enunciado 85 FONAJEF 
 
“Não é obrigatória a degravação, 
tampouco a elaboração de resumo, 
para apreciação de recurso, de audiên-
cia gravada por meio magnético ou 
equivalente, desde que acessível ao ór-
gão recursal. (Aprovado no IV FONA-
JEF)” 
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Mandato do Adv. pode ser verbal. 
 
Art 9o. 
“§ 3º O mandato ao advogado 
poderá ser verbal, salvo quanto aos po-
deres especiais.” 
 
Forma da petição inicial, que pode ser 
feita oralmente à secretaria do JEC, 
com as provas necessárias, você vai 
até lá, eles anotam seu pedido, e dão 
início à ação. Pode ser inclusive via fi-
cha ou formulário. 
 
Art. 14 
“§ 3º O pedido oral será reduzido 
a escrito pela Secretaria do Juizado, 
podendo ser utilizado o sistema de fi-
chas ou formulários impressos.” 
 
Separado em fase de conhecimento, 
que é a fase de constituição e depois a 
fase de execução, onde se executa o 
direito. Realiza os atos executivos para 
ter o valor da dívida transferido ao cre-
dor. 
 
Art 52 inciso IV 
“IV - não cumprida voluntaria-
mente a sentença transitada em jul-
gado, e tendo havido solicitação do in-
teressado, que poderá ser verbal, pro-
ceder-se-á desde logo à execução, 
dispensada nova citação;” 
 
FONAJEF e FONAJE 
 
Encontros feitos por magistrados e es-
tudiosos do JEC em que eles criam al-
guns enunciados, informações sintéti-
cas, que traduzem uma orientação para 
quem atua nessa área. Não é norma ju-
rídica e não tem força de lei, mas é in-
teressante seguir. 
 
 
Princípio da simplicidade 
Ideia de que deve haver desoneração 
das etapas consideradas complexas, 
próprias do procedimento comum do 
processo civil. 
 
“Art. 46. O julgamento em se-
gunda instância constará apenas da 
ata, com a indicação suficiente do pro-
cesso, fundamentação sucinta e parte 
dispositiva. Se a sentença for confir-
mada pelos próprios fundamentos, a 
súmula do julgamento servirá de acór-
dão.” 
 
Portanto, dispensa relatório, é mais su-
cinto. 
 
Enunciado 92 do FONAJE - também 
dispensa nos tribunais recursais 
 
“ENUNCIADO 92 – Nos termos do 
art. 46 da Lei nº 9099/1995, é dispen-
sável o relatório nos julgamentos pro-
feridos pelas Turmas Recursais (XVI 
Encontro – Rio de Janeiro/RJ).” 
 
Princípio da informalidade 
A realização da justiça deve ser feita de 
forma simples e objetiva. Ideia de pas 
de nullité sans grief. Não deve haver 
nulidade se não houver prejuízo à parte. 
 
“Art. 13. Os atos processuais se-
rão válidos sempre que preencherem as 
finalidades para as quais forem realiza-
dos, atendidos os critérios indicados no 
art. 2º desta Lei. 
§ 1º Não se pronunciará qualquer 
nulidade sem que tenha havido preju-
ízo.” 
 
Exemplos: 
Réu pode fazer o contraposto sem que 
tenha apresentado a contestação. 
 
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“Art. 17. Comparecendo inicial-
mente ambas as partes, instaurar-se-
á, desde logo, a sessão de conciliação, 
dispensados o registro prévio de pe-
dido e a citação. 
Parágrafo único. Havendo pedi-
dos contrapostos, poderá ser dispen-
sada a contestação formal e ambos se-
rão apreciados na mesma sentença.” 
 
“Art. 18. A citação far-se-á: 
I - por correspondência, com 
aviso de recebimento em mão própria; 
II - tratando-se de pessoa jurí-
dica ou firma individual, mediante en-
trega ao encarregado da recepção, que 
será obrigatoriamente identificado;” 
 
Princípio da economia processual 
(e gratuidade em primeiro grau de juris-
dição) 
 
Concentração de vários atos na própria 
audiência, para que ela seja a mais efi-
ciente possível. 
 
“Art. 54. O acesso ao Juizado 
Especial independerá, em primeiro grau 
de jurisdição, do pagamento de custas, 
taxas ou despesas. 
Parágrafo único. O preparo do 
recurso, na forma do § 1º do art. 42 
desta Lei, compreenderá todas as des-
pesas processuais, inclusive aquelas 
dispensadas em primeiro grau de juris-
dição, ressalvada a hipótese de assis-
tência judiciária gratuita.” 
 
“Art. 55. A sentença de primeiro 
grau não condenará o vencido em cus-
tas e honorários de advogado, ressal-
vados os casos de litigância de má-fé. 
Em segundo grau, o recorrente, ven-
cido, pagará as custas e honorários de 
advogado, que serão fixados entre dez 
por cento e vinte por cento do valor de 
condenação ou, não havendo conde-
nação, do valor corrigido da causa. 
Parágrafo único. Na execução 
não serão contadas custas, salvo 
quando: 
I - reconhecida a litigância de 
má-fé; 
II - improcedentes os embargos 
do devedor; 
III - tratar-se de execução de 
sentença que tenha sido objeto de re-
curso improvido do devedor.” 
 
No processo civil comum, pra propor 
tem que recolher as custas, que tem um 
percentual da causa estabelecido nor-
malmente, taxas e despesas importan-
tes. 
No JEC não, no primeiro grau. 
No segundo tem o preparo do recurso, 
que é tudo que não foi recolhido no pri-
meiro e mais as do segundo. 
 
Princípio da celeridade 
 
Precisa ser rápido, o que não acontece 
na justiça comum. 
 
• Concentração de atos na própria 
audiência 
 
“Art. 15. Os pedidos menciona-
dos no art. 3º desta Lei poderão ser al-
ternativos ou cumulados; nesta última 
hipótese, desde que conexos e a soma 
não ultrapasse o limite fixado naquele 
dispositivo.” 
 
“Art. 16. Registrado o pedido, in-
dependentemente de distribuição e au-
tuação, a Secretaria do Juizado desig-
nará a sessão de conciliação, a reali-
zar-se no prazo de quinze dias.” 
 
“Art. 17. Comparecendo inicial-
mente ambas as partes, instaurar-se-
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á, desde logo, a sessão de conciliação, 
dispensados o registro prévio de pe-
dido e a citação.” 
 
• Vedação da intervenção de ter-
ceiros e assistência. 
• Denunciação da lide, mas pode 
ter o litisconsórcio ativo/passivo 
- vários autores ou réus. 
• Não tem prazo dilatado para ins-
tituições públicas também.

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