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Universidade Federal de São Carlos Centro de Ciências Agrárias Departamento de Ciências da Natureza, Matemática e Educação Profª Drª Elma Carrilho Análise Instrumental I VOLUMETRIA DE COMPLEXAÇÃO vs. ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA COM CHAMA (FAAS)- DETERMINAÇÃO DE CÁLCIO EM CALCÁRIO Aluna: Larissa Santos Fernandes RA: 728624 ARARAS – SP 2018 1.Introdução A análise química consiste na aplicação de um processo ou série de processos de forma a se extrair informações químicas ou físicas, sobre uma amostra ou sobre algum componente de uma amostra. A análise química quantitativa pode ser classificada segundo a maneira de executar a análise, ou seja, por métodos tradicionais denominados métodos clássicos ou por técnicas modernas chamadas de métodos instrumentais (SKOOG, 2008). Esta classificação é em grande parte histórica pois os métodos clássicos, às vezes chamados de métodos de via úmida, precederam por um século ou mais os métodos instrumentais (SKOOG, 2008). No método clássico o analito era determinado por medidas gravimétricas e volumétricas, caracterizadas por uma medida padrão (massa ou volume), relacionando-as diretamente com a quantidade de matéria. Embora sejam análises descobertas nos primeiros anos de química, ainda são empregados em muitos laboratórios. Com a constante pesquisa e desenvolvimento nos estudos de química, iniciou-se a ampliação de métodos mais precisos, mais amigáveis ambientalmente, com menor consumo de reagentes e produção de rejeitos tóxicos e por menor gasto de energia e tempo, isto é, métodos instrumentais começaram a ser criados. Assim os métodos instrumentais se baseiam no uso de instrumentos que medem uma propriedade do analito na amostra, ocasionando um sinal analítico que será processado e comparado com uma curva de calibração, de maneira a chegar ao valor de quantidade de matéria. A constante evolução dos métodos instrumentais deve-se ao desenvolvimento da eletrônica e da computação. Um método clássico muito utilizado é a volumetria de complexação com EDTA (ácido diaminotetraacético), sendo este um ótimo reagente -entretanto um pouco seletivo- que complexa com vários íons, incluindo metais pesados e alcalino terrosos, formando estruturas estáveis. A exatidão deste método está relacionado com a eficácia de se detectar o ponto final da titulação e de se eliminar interferências; este ponto deve refletir da melhor maneira o ponto de equivalência. Ponto de equivalência é um ponto na titulação quando a quantidade de reagente padrão adicionada é exatamente equivalente à quantidade do analito. (SKOOG, 2008). A seletividade pode ser obtida com a escolha da faixa de pH e do uso de indicadores específicos a cada elemento, lembrando que para ser utilizado, é necessário que a estabilidade do complexo metal-indicador seja menor que a estabilidade do complexo metal-EDTA. O uso de indicadores são de grande importância, sendo estes usados para indicar a total complexação de determinados íons, antes ligados a estes, pelo EDTA, como mostra abaixo. M-Ind + EDTA M-EDTA + Ind Mn+ + Y4- MY n-4 O ponto final da titulação é indicada pela mudança de cor devido a passagem do complexo ao seu estado livre. Um método instrumental para análise elementares em mg/l, é a espectrometria de absorção atômica com chama (FAAS). Na qual seu princípio essencial é o elemento metálico de interesse em estado atômico de vapor, para absorção da radiação em um certo comprimento de onda, pela transição dos elétrons para um nível mais energético. A quantidade de radiação absorvida está diretamente relacionada a concentração de átomos no estado fundamental. A maioria dos espectrômetros de absorção atômica apresentam uma chama como atomizador, a lâmpada de catodo oco como fonte de radiação (específica para o elemento a ser analisado), um monocromador para selecionar o comprimento de onda de interesse e a válvula multiplicadora para transformar a energia da radiação eletromagnética não absorvida em sinal elétrico. A escolha do método a ser utilizado na determinação de um elemento, previamente necessita ser levado em consideração a exatidão, tempo, seletividade, custo operacional, consumo de reagentes, precisão, sensibilidade, liberação de resíduos, entre outros. 2. Objetivo Determinação do elemento Ca2+ através do método clássico de volumetria de complexação e pelo método instrumental Espectrometria de absorção atômica com chama, para fins comparativos. 3. Determinação de Cálcio (Ca 2+) em Calcário 3.1 Preparo da amostra Antes da análise, ela deve ser antes preparada e digerida. Nesse processo será utilizado ácido clorídrico (HCl). Deve-se pesar uma quantidade de rocha carbonatada finamente moída, transferi-la para um erlenmeyer, e acrescentar HCl e aguardar até cessar a reação. Depois aquecê-la até a ebulição, adicionar água destilada e filtrar através de papel de filtro. Após filtrar, transferir para um balão volumétrico, esperar esfriar o conteúdo do balão a fim de completar seu volume com água destilada. 3.2 Titulação da amostra com EDTA Transferir uma alíquota da solução preparada para um frasco de Erlenmeyer, adicionar água destilada, acrescentar, pela ordem, e seguida de agitação, solução NaOH a 20%, gotas de trietanolamina, solução de KCN a 5% e solução de Calcon a 0,5% (a solução adquire cor rósea-violeta). Titular a solução contida no Erlenmeyer com uma solução de EDTA 0,01 mol L-1, até obtenção da cor azul puro estável. Anotar o volume da solução de EDTA consumido. 3.3 Análise por Espectrometria de absorção atômica com chama (FAAS) A preparação da amostra será a mesma (3.1). A chama utilizada será o ar- acetileno, e o comprimento será ajustado para 422,7 nm (comprimento de onda específico para o Ca). Inicialmente deve elaborar-se a curva analítica utilizando a solução padrão, e logo após a amostra pode ser levada para a análise. 4. Comparação do método clássico e método instrumental O método de titulação complexométrica, é de fácil manuseio, baixo custo em relação a materiais e operacional, porém a desvantagem é não apresentar sensibilidade para detecção de concentrações de Ca entre 50 e 1 mg kg-1, mais lento em relação a frequência de análise, grande consumo de reagente e por consequência produção de rejeitos não amigáveis ao ambiente. O método FAAS apresenta vantagens como maior sensibilidade para as menores concentrações de Ca, maior rapidez por conta da frequência de análise e avaliação automática de dados pelos softwares, menor consumo de reagentes e formação de rejeitos, mas suas desvantagens são em relação ao custo operacional, manutenção e energia que utiliza. Em geral, o custo de uma análise depende de inúmeros fatores relacionados ao processo analítico, como o trabalho humano, utilização de instrumentos, de insumos químicos, e de energia. Alguns dos custos são diretamente relacionados ao equipamento ou a metodologia de uma determinação (custos fixos). Os custos fixos envolvem o custo do equipamento, o serviço de manutenção e diversos padrões de calibração. E os custos variáveis estão em função do número de determinações feitas no período de tempo considerado. Ambos métodos se situam dentro do intervalo de confiança ou esperado e portanto exatos. E a precisão dependerá dos valores procedente da repetibilidade das medidas. Nos métodos pode também ocorrer interferência em tais; o uso de EDTA na solução do cátion metálico fornece resultados satisfatórios (se o uso de indicadores e soluções forem corretos) na eliminação e redução de interferências por ânions, complexando o metal a ser determinado, e no FAAS os efeitos podem ser reduzidos por agentes supressores, que eliminam a ionizaçãode um analito e/ou a interferência espectral. Entretanto apresentam a desvantagem de que a exatidão e a sensibilidade podem ser baixadas, e em alguns casos a composição correta da amostra e a natureza das interações devem ser bem conhecidas. Por consequente a escolha do método apropriado para análise deverá passar por questionamentos, “Qual a quantidade de amostra disponível?”, “Que exatidão e precisão são necessárias?”,” Qual intervalo de concentrações do analito?”, “Quantas amostras serão analisadas”, “Quais recursos disponíveis?”, e assim por diante. 5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SKOOG, D. A.; HOLLER, F. J.; NIEMAN, T.A. Princípios de análise instrumental. 6. ed Porto Alegre: Bookman, 2009. SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH. Fundamentos de Química Analítica, tradução da 8ª edição norte-americana: Thomson, 2006. EWING, G. W. Métodos Instrumentais de Análise Química. 9. Ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2004. KRUG , F.A; NÓBREGA, J. A.; OLIVEIRA, P.V. Espectrometria de absorção atômica. Universidade de São Paulo e Universidade Federal de São Carlos, 2004. CAMPOS, A.C.; SOARES, R.; ESCALEIRA, V. Circular Técnica Embrap-, Rio de Janeiro, 2003. Demars K. R., Chaney R.C. Geotechnical Properties, Behavior, and Performance of Calcareous Soils. Phi ladelphia,1981.
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