Prévia do material em texto
ESCARLATINA EPIDEMIOLOGIA - A escarlatina é uma das manifestações clínicas provocadas pelo estreptococo beta hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes). - mais encontrada em pré-escolares e escolares, na faixa etária de 3 a 15 anos. - mais frequentemente associada à faringite e com piodermite ou ferida cirúrgica infectada (raro). - infecção estreptocócica é incomum no período neonatal e na fase de lactentes (passagem de anticorpos protetores maternos). ETIOLOGIA - Os tipos 1, 3, 5, 6, 18, e 24 (cepas reumatogênicas) associados à febre reumática. - Os tipos 49, 55, 57 e 60 (cepas nefritogênicas) associados à piodermite e à GNDA. - distinção de sorotipos com base nas diferenças bioquímicas da proteína M, um antígeno de parede celular, e nas P fímbrias, estruturas filamentosas que se projetam p/ fora da parede celular. - A proteína M confere à bactéria maior poder de virulência, pois atua dificultando a sua fagocitose. - As fímbrias auxiliam na fixação da bactéria ao epitélio função no processo de infecção. - desenvolvimento da imunidade é determinado com a produção de anticorpos específicos contra um tipo específico de proteína M proteção imune é sorotipo-específica, não havendo reação cruzada entre imunoglobulinas e proteínas M diferentes ocorrência de diversas infecções estreptocócicas em um mesmo indivíduo, desde que as bactérias causadoras possuam proteínas M diferentes. - Os estreptococos do grupo A responsáveis pelo desenvolvimento do exantema típico da escarlatina produzem uma toxina => toxina eritrogênica, que pode ser do tipo A, B ou C anticorpos produzidos são tbm toxina-específicos criança pode apresentar escarlatina mais de uma vez, desde que sejam provocadas por exotoxinas diferentes. - homem: reservatório natural do estreptococo do grupo A. - os estreptococos residentes têm menor quantidade de proteína M, conferindo-lhe menor virulência os portadores não adoecem e não desenvolvem complicações não supurativas, como febre reumática e glomerulonefrite aguda. - transmissão da infecção do trato respiratório ocorre através de gotículas de saliva e de secreções nasais eliminadas pelo doente bactérias se fixam à mucosa da oro e da nasofaringe, iniciando a colonização e infecção. - aglomeração e o contato próximo são fatores epidemiológicos que favorecem a infecção (creches, escolas, quartéis militares e residências com grande n° de pessoas) propagação bacteriana é maior. - infectado deixa de transmitir a infecção 24 horas após o início de tto com antibiótico adequado. - o contato próximo pessoa-pessoa, insetos ou fômites sejam formas de carreamento da bactéria até a pele infecção ocorre sempre que existe uma lesão de continuidade com perda da integridade cutânea (trauma local, escoriação, coçadura ou picada de inseto). - unhas e a região perianal são locais preferenciais p/ a colonização pelo estreptococo do grupo A. - fatores de risco p/ infecção invasiva (ex.: bacteremia, síndrome do choque tóxico, fasciíte necrotizante) pelo Streptococcus pyogenes: varicela, infecção pelo HIV, diabetes mellitus, pneumopatia crônica e cardiopatia crônica. - período de incubação do Streptococcus pyogenes para o surgimento de faringite: 2 a 5 dias e de impetigo é de 7 a 10 dias. FISIOPATOLOGIA QUARO CLÍNICO - início: febre alta (39ºC a 40ºC), calafrios, vômitos, cefaleia, prostração, amigdalite e dor abdominal. - exantema surge após 24 a 48 horas aspecto eritematoso e micropapular textura áspera semelhante à “lixa”. - rash se inicia no tórax > pescoço e membros, poupando palmas e plantas. - face, a fronte e as bochechas hiperemiadas + região perioral pálida (Sinal de Filatov). - regiões flexurais (prega poplítea, axilas, prega cubital) exantema é mais intenso linhas transversais (Sinal de Pastia). - rash começa a desaparecer após a 1ª semana, iniciando-se pela face e pescoço descamação fina pés e as mãos são os últimos a descamar e mais intenso. - processo se completa ao final de 3 semanas em média. - amígdalas edemaciadas, hiperemiadas e recobertas por um exsudato. - úvula hiperemiada, com petéquias, e edemaciada com aspecto gelatinoso. - OMS: critérios clínicos definidores de faringite estreptocócica mal-estar, vômitos, febre elevada, exsudato purulento com petéquias e linfonodos cervicais dolorosos. - tosse, coriza, rouquidão e conjuntivite etiologia viral para a faringite. - língua, no 1º dia da infecção “morango branco” em função das papilas hipertrofiadas e exsudato branco recobrindo a superfície 3º dia, a língua “morango vermelho” ou “framboesa” - exsudato desaparece e as papilas linguais avermelhadas. DIAGNÓSTICO - clínico - testes laboratoriais - cultura de orofaringe em meio ágar-chocolate através da realização de swab método padrão-ouro - testes rápidos de detecção de antígeno - aumento nos títulos dos anticorpos estreptocócicos (ASO e anti-DNAse B) entre a fase aguda e a fase de convalescença - aumento de duas vezes ou mais na titulação entre a fase aguda e a fase de convalescença é um indício favorável à ocorrência da infecção. - ASO é um bom exame p/ detecção da infecção faríngea, tendo pouca utilidade para o diagnóstico de impetigo. - anti-DNAse B - correlação para infecção de faringe e de pele. - Leucocitose com desvio para a esquerda (inespecífico). DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL TRATAMENTO - objetivos: encurtar o tempo de doença, reduzir a probabilidade de transmissão da bactéria pessoa-pesrativas (ex.: otite média, abscessos) e não supurativas, como a febre reumática. - ATB de escolha é a penicilina mantida por 10 dias - Cerca de 24 horas após o início da terapia, a criança não é mais infectante. - esquemas possíveis são: 1) Penicilina G benzatina 2) Amoxicilina 3) Alérgicos à penicilina eritromicina ou claritromicina ou ainda, azitromicina 4) Cefalosporinas: outros casos de alergia e em crianças que não toleram a eritromicina, uma cefalosporina oral de pequeno espectro poderá ser tentada por dez dias. PROFILAXIA - Vacinas não estão disponíveis. - febre reumática a profilaxia é feita com penicilina.