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Período antropocêntrico da Antiguidade: Séc. IV-III a.C Os filósofos e as verdadeiras raízes psicológicas Os sofistas Eram professores ambulantes que percorriam as cidades, ensinando as ciências e as artes aos jovens com finalidade prática. Tentavam substituir a educação tradicional que visava formar guerreiros e atletas por uma educação direcionada à formação do cidadão. Criticavam a Cosmologia, mestres da Oratória e Retórica, arte da persuasão. Formar bons oradores.... Os filósofos clássicos Sócrates (436-336 a.C) de Atenas, Grécia, é muitas vezes confundido com os sofistas. Ensinava que o conhecimento do meio que nos cerca é imperfeito, porque nos vem através dos sentidos, via sujeita a ilusões. Acreditava que um único tipo de conhecimento podia ser obtido: o do próprio eu . Esse conhecimento é o único necessário, pois permite ao homem levar uma vida virtuosa. “Conhece-te a ti mesmo” é o seu princípio e um método filosófico (introspecção). A consciência da ignorância é o começo da Filosofia 5 Para Sócrates, o fim da filosofia é a educação moral do homem. O reto conhecimento das coisas leva o homem a viver de acordo com os preceitos morais, pois quem sabe o que é bom também o pratica. Dessa forma, o sábio não erra. Assim, tanto a filosofia como a psicologia socrática estão intimamente relacionadas com a ética. 6 Assim Sócrates, da ordem e da finalidade do mundo, deduz a existência de Deus como um ser uno, com suprema inteligência, sábio, onipotente, bom e generoso provedor, mas não se preocupa em dar uma definição mais além de Deus, pois basta-lhe o conhecimento de Deus que faz o homem trabalhar moralmente. 7 Sócrates, apoiado neste conhecimento de um Deus bom e provedor, não só fazia um certo otimismo antropológico como vimos anteriormente, mas também um otimismo cosmológico: este mundo é o melhor e não traz nada de mau em si mesmo. 8 A pedagogia de Sócrates não abusava da técnica da palavra e da retórica e não impunha ideias, mas através do diálogo crítico procurava descobrir a verdadeira essência das coisas. Foi um crítico das tradições, dos usos e costumes, da democracia, da religião, da antiga ciência física. Platão (427-347 a.C) de Atenas, Grécia. Assim como Sócrates, acreditava, que o conhecimento que nos vem dos sentidos é imperfeito e acrescenta a esse conceito a existência de um reino das ideias, que é o permanente e o perfeito, o qual existe fora do homem e é independente dele. Embora essas ideias pertencessem a um outro mundo, seriam inatas no homem. Platão explica que a alma antes de encarnar contemplou esse mundo das ideias, mas , ao unir-se ao corpo esquece-se delas, pois o corpo é um obstáculo ao conhecimento. A experiência, deve trazê-las de volta à consciência , cuja responsabilidade do processo seria da educação. Só chego ao conhecimento verdadeiro ( o mundo das idéias) através da dialética, do diálogo Conhecer seria um processo de lembrar o que está dentro e não de aprender o que está fora. Distingue no homem, um mundo imaterial que seria a mente. O homem seria um ser dualista composto de mente x corpo. Essa visão é considerada a raiz mestra da história da psicologia. Depois de estabelecer a distinção entre mente e matéria, Platão associou a esses dois termos um conjunto de valores opostos. A mente foi identificada com o belo e o bem, enquanto a matéria representava a parte inferior do homem e do universo. A alma seria imortal, mas unida ao corpo, teria três partes: uma sensual, ligada as necessidades corpóreas; outra ligada aos afetos, impulsos e emoções, e a terceira, a racional, que inclui a inteligência e a vontade livre. Como consequência desse princípio, Platão descreveu em seu livro: A República” a sociedade ideal, que teria três categorias de homem: a) A dos servos ou escravos: onde estariam incluídos os industriais, os comerciantes e os agricultores, responsáveis pelo sustento, ocuparia a parte inferior da sociedade, b) A dos soldados: homens da emoção, da coragem e do coração, ocuparia o segundo lugar na escala social c) A dos intelectuais, o homem das ideias e da razão, esse é o que deveria governar, seria o soberano, para isso deveria ter sabedoria e prudência, sem esquecer a justiça. A filiação a essas classes seria determinada pela educação. A esta caberia o papel de descobrir e desenvolver as aptidões do indivíduo, filiando-o à classe que a natureza o destinou. A tendência de supervalorizar o intelectual e desvalorizar o que é material trouxe repercussões sérias para toda a sociedade. Nessa época, ainda não tinham resolvido o problema da interação corpo x alma, daí a visão fragmentada da ação humana. Dessa visão dualista da filosofia platônica, identificando dois mundos – um perfeito, o mundo das ideias e o outro imperfeito, o mundo material, o corpo, o desejo, os sentidos; surgiram duas grandes correntes filosóficas e pedagógicas. A primeira é da essência tem como função realizar o que o homem deve ser, ou vir a ser. A educação é o meio para levá-lo à participar do mundo ideal, daquilo que define a sua essência verdadeira. A pedagogia da essência desenvolve-se ao longo da história. Tem como antítese a pedagogia da existência, que concebe o homem concreto, individualizado, exatamente como é e não como deverá ser. Seu objetivo é a busca da felicidade. A concepção de Platão sobre a existência de ideias inatas tem seguidores, os nativistas, em oposição aos empiristas de Aristóteles. Aristóteles (384-322 a.C) de Estagira, Macedônia. Não acreditava na existência de ideias inatas e nem no mundo das ideias. A criança ao nascer, não traz nenhuma bagagem de conhecimento. É através da experiência que irá adquirir conhecimento, pois nada hát na inteligência que não tenha passado pelos sentidos. “ Não preciso ir para um mundo superior ( metafísico) para captar a essência das coisas”. A essência está no próprio objeto, basta verificar o próprio. Identifica os primeiros degraus na escala da aquisição do conhecimento: os órgãos dos sentidos e as sensações. Os órgãos dos sentidos, quando estimulados, provocam reações, ou seja, impressões, de bem estar, gustativas, visuais, etc. Estas impressões são o que se denomina de sensações. Elas seriam o elemento mais simples e primitivo do conhecimento. Esta ideia foi bem desenvolvida, na Idade Moderna, por John Locke e é denominada de empirismo em oposição ao nativismo platônico. Ultrapassou o dualismo mente x corpo. Para ele a mente e o corpo são indivisíveis. Ideia que foi retomada por São Tomás de Aquino, na Idade Média. A ação educativa deve atuar, tendo em vista a forma humana que se pretende alcançar, buscando a sua essência. É por isso que a concepção aristotélica constitui um dos fundamentos da pedagogia da essência. Admitia que a alma era imortal, era uma espécie de intelecto ativo, imaterial. Foi o primeiro homem a escrever tratados sistemáticos de psicologia. Em sua obra : A respeito da mente , escreve sobre os sentidos, memória, sono, velhice, vida, morte, respiração. Destes estudos, a memória foi o mais significativo para a psicologia. Durante a maior parte da história da humanidade, o bem-estar e o interesse dos governantes têm predominado sobre o bem-estar e o interesse dos governados. Os gregos foram os primeiros a experimentar a democracia, isto é, regime político em que os cidadãos são livres e o governo é exercido pela coletividade para atender ao bem-estar e ao interesse de todos, e não só de alguns. Aristóteles refletiu sobre essa experiência e concluiu que a finalidade da atividade política é: Evitar a injustiça e permitir aos cidadãos serem virtuosos e felizes. Outros filósofos Nos últimos séculos da Idade Antiga, desenvolveram-se duas correntesfilosóficas defendidas pelos estoicos e pelos epicuristas. O estoicismo foi uma doutrina pregada pelo filósofo grego Zenão e teve vários seguidores, tanto gregos como romanos. Os estoicos defendiam que a virtude, deveria ser cultivada como valor intrínseco, seguindo a linha da pedagogia da essência. Com esse objetivo, o desejo deveria se submeter à razão. Seguindo a linha platônica, sugeriram que a virtude é superior aos desejos materiais, considerados parte inferior na escala da evolução do homem. Com essa visão, prepara o advento da ética cristã. O epicurismo é a doutrina pregada por Epicuro, filósofo grego, e por seus seguidores. Contrário à escola platônica e aristotélica, buscava uma filosofia prática. Valorizava a natureza do ser humano, meio para se conseguir a felicidade e a tranquilidade. O supremo bem era a obtenção do prazer em toda a atividade humana. Era preciso viver o presente sem ambições nem projetos. No entanto, os prazeres mais duradouros eram os do espírito. Os discípulos de Epicuro deturparam sua visão e atiraram-se aos gozos materiais e à dissolução moral. Esse foi o período fundamental para a história da psicologia, pois nele brotaram as principais raízes do seu desenvolvimento. Questões como: nativismo x empirismo// o dualismo corpo x alma // memória / / filosofia e a pedagogia da essência e da existência.
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