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RESENHA - A TEORIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

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1 
 
A TEORIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL: UMA RESENHA* Reinaldo 
Gonçalves** 
RESUMO O texto apresenta uma resenha da teoria do comércio internacional. 
São elencados, de forma didática, os principais elementos dessa que é uma 
das mais antigas áreas do pensamento econômico. Também é destacada a 
inexistência seja de uma teoria geral, seja de uma nova teoria do comércio 
internacional. 
INTRODUÇÃO O objetivo deste texto é o de apresentar um panorama das 
diferentes teorias de comércio internacional. Na verdade, este é um campo de 
estudos que desenvolveu-se a tal ponto que não é possível tratá-lo num único 
artigo. Pode-se listar, entre seus tópicos, a teoria “pura” do comércio 
internacional; o comércio internacional e a concorrência imperfeita; os teste 
empíricos da teoria; a teoria e a prática da proteção; a economia política do 
comércio internacional; políticas comerciais estratégicas; comércio, 
crescimento e desenvolvimento; integração econômica internacional; 
comércio de serviços; comércio e produção internacional; negociações 
comerciais multilaterais; e comércio internacional e a macroeconomia 
aberta. Na realidade, cada um destes tópicos implica em um campo de 
estudos específico. Não é nosso objetivo apresentar uma resenha exaustiva da 
literatura sobre a teoria do comércio internacional e suas aplicações. Este 
trabalho limita-se a mostrar apenas uma visão panorâmica a respeito da teoria 
pura do comércio internacional, concentrando-se nos seus determinantes 
básicos. Trata-se de uma resenha que procura facilitar o estudo tanto de 
estudantes como os profissionais que não encontram livrostexto, trabalhos ou 
artigos que apresentem o núcleo duro da teoria do comércio internacional. 
Traduzido do original, “The Theory of International Trade: back to basics”, por 
José Deolindo Menck. Texto publicado em Economia Ensaios, Volume 12, No. 
1, dezembro 1997, p. 3-20. 
** * Professor Titular de Economia Internacional na Universidade Federal do 
Rio de Janeiro 1 
 
2 
 
Só para ilustrar, podemos dizer que não apenas tem havido um exagero na 
importância (e na “novidade”) dos modelos mais recentes que lidam com 
economias de escala e com concorrências imperfeita, mas também tanto 
os analistas como os profissionais têm tido uma tendência a sobrevalorizar a 
influência de variáveis específicas, tais como a tecnologia. Parece-nos que 
teria sido mais apropriado que, ao invés de se falar tanto em uma “nova teoria” 
do comércio internacional, se falasse apenas a respeito de “novos modelos”. O 
desenvolvimento do pensamento econômico a respeito do comércio 
internacional não pode ser sumariado aqui. Por ora, basta dizer, mesmo 
correndo o risco de uma simplificação exagerada, que os recentes 
desenvolvimentos e elaborações poderiam ser convenientemente 
classificados dentro dos seguintes grupos: teorias neofatoriais; teorias 
neotecnológicas; economias de escala; estrutura de mercado; e 
influências de demanda. Ao longo do texto faremos referência apenas aos 
principais estudos pioneiros em cada grupo. Para aprofundamento e para 
referências à literatura, vale recorrer às notas de rodapé e ao apêndice. Não se 
pode esquecer que o argumento básico subjacente a esta pesquisa é a 
inexistência de uma teoria geral do comércio internacional, tal como Jacob 
Viner salientou a, aproximadamente, meio século atrás. De fato, dada a 
complexidade dos temas e a influência de variáveis heterogêneas, não é 
possível obter-se uma teoria geral e única do comércio internacional. É de 
suma importância, portanto, ter-se um balanço em termos da importância 
relativa dos diferentes determinantes do comércio internacional. 1. O 
PRINCÍPIO DAS VANTAGENS COMPARATIVAS A maior parte da teorização 
sobre comércio internacional trata dos determinantes básicos dos padrões de 
comércio de bens e das implicações do comércio sobre o bem-estar. As 
principais teorias de comércio internacional baseiamse, em sua maioria, 
no princípio da vantagem comparativa, ou seja, supõem serem as trocas 
internacionais de bens o resultado das diferenças entre os países em 
termos de custos relativos e, conseqüentemente, de preços relativos. O 
princípio da vantagem comparativa significa enfocar os determinantes do 
comércio internacional pelo lado da oferta. Contudo, o papel da demanda 
foi reconhecido pela escola clássica inglesa na medida em que fatores pelo 
lado da 
3 
 
demanda sejam de importância especial na determinação dos preços relativos. 
Modelos de comércio internacional que se apartem do princípio das vantagens 
comparativas e que lidem com as influências da demanda mais diretamente 
também são discutidos neste trabalho. Como regra geral, qualquer país 
tenderá a exportar produtos nos quais tenha vantagem comparativa. O 
problema teórico básico é, por conseguinte, a explicação dos determinantes 
primeiros das diferenças entre os países em relação aos custos comparativos. 
2. A TEORIA RICARDIANA OU O MODELO CLÁSSICO Na origem do 
princípio das vantagens comparativas está o modelo ricardiano de 
comércio internacional, baseado na teoria clássica do valor trabalho. De 
acordo com este modelo, os custos comparativos são determinados pela 
produtividade relativa do trabalho. Variações nessa produtividade entre 
os países adviriam principalmente de diferenças tecnológicas entre eles. 
A análise ricardiana começa com uma crítica ao princípio das vantagens 
absolutas de Adam Smith, ou seja, de que o comércio internacional seja 
determinado por diferenças absolutas na produtividade do trabalho. Em seu 
modelo, Ricardo supôs que as funções de produção são diferentes entre 
países e que elas apresentam retornos constantes de escala. O modelo 
clássico do comércio internacional tem, provavelmente, seu melhor resumo 
numa nota de pé de página na principal obra deste autor: “Parece-nos, 
portanto, que um país que possua vantagens consideráveis em maquinaria e 
qualificação [do trabalho], e que, por isso mesmo, esteja apto à manufatura de 
bens com muito menos trabalho que seus vizinhos possa, em troca por tais 
bens, importar uma parte dos cereais necessários ao seu consumo, mesmo 
que sua terra seja mais fértil e que os cereais pudessem ser cultivados com a 
utilização de menos trabalho do que no país do qual ele é importado”. 1 
Inúmeras tentativas têm sido feitas para testar a teoria do comércio 
internacional2. O teste empírico mais conhecido 1 do modelo clássico é o de G. 
David Ricardo, On the Principles of Political Economy and Taxation, 1817, 
Cambridge, University Press (Sraffa’s edition), 1951. Para uma análise da 
teoria do comércio internacional, ver D.P. O’ Brien, The Classical Economists, 
Oxford, Clarendon Press, 1975, cap. 7, pp. 136 e segs. Uma pesquisa recente 
é a de E. L. Leamer, “Testing Trade Theory”, em D. Greenaway e L. Alan 
4 
 
Winters, Surveys in International Trade, Oxford, Basil Blackwell Ltda, 1984, pp. 
66-106. 
 MacDougall, que examinou as exportações britânicas e estadunidenses para 
outros mercados. De acordo com seus testes, existia uma correlação positiva 
entre a produtividade relativa do trabalho e o desempenho relativo das 
exportações dos dois países. Tais resultados garantiram evidências em favor 
das hipóteses indicadas no modelo ricardiano3. A variável independente no 
teste de MacDougall foi a razão do produto estadunidense por trabalhador 
sobre a mesma variável britânica, sua variável dependente foi a razão de 
quantidade exportada pelos Estados Unidos sobre a exportada pelo Reino 
Unido (sempre para terceiros mercados). Sua amostra incluía 25 grupos de 
produtos e seus dados referiam-se a 19374. Uma das principais críticas 
levantadas contra o teste de MacDougall é que, ao concentrar sua análise na 
produtividade do trabalho, ele colocou de lado a influência dos outros fatores 
de produção. As diferenças de produtividade entre os países associam-se a 
variações nos padrõesde comércio, mas tais diferenças representam a 
produtividade total dos fatores, que depende da interação do trabalho com os 
outros fatores de produção. 
3. A TEORIA DE HECKSCHER-OHLIN OU O MODELO NEOCLÁSSICO Um 
século após Ricardo ter estabelecido o princípio das vantagens comparativas, 
Eli Heckscher combinou os “preços dos agentes de produção” com o comércio 
internacional, seguindo a tradição da escola neoclássica5. Parece-nos 
justificada a inserção, aqui, de uma citação retirada do trabalho pioneiro de 
Heckscher: “Deve-se enfatizar aqui que o termo “fator de produção” não se 
refere simplesmente às amplas categorias de terra, capital e trabalho, mas às 
diferentes G. D. A . MacDougall, “British and American Exports: A Study 
Suggested by The Theory Of Comparative Costs”, Economic Journal, vol. 61, 
n.º 244, dezembro de 1951, reimpresso em R. E. Caves e H.G Johnson (eds.), 
Readings in International Economics, Londres, George Allen and Unwin, 1968, 
pp. 553-578. Para uma crítica ao trabalho de MacDougall, ver J. Bhagwati, “The 
Pure Theory of International Trade: A survey”, Economic Journal, vol. 74, março 
de 1964, pp. 1-84, reimpresso com um adendo em J. Bhagwati, Trade, Tariffs 
and Growth , Londres, Weidenfeld and Nicolson, 1969, pp. 3-122. Ver o 
5 
 
prefácio de Heckscher à edição inglesa de seu artigo publicado originalmente 
na Suécia em 1919: “The Effect of Foreign Trade on the Distribution of Income”, 
em H. S. Ellis e L. A . Metzler (eds.), Readings on the Theory of International 
Trade, Londres, George Allen and Unwin Ltd, 1950, pp. 272-300. 5 4 3 4 
qualidades de cada uma destas. O número dos fatores de produção, portanto, 
é praticamente ilimitado”. Neste sentido, a versão simplificada da teoria 
neoclássica, que termina em modelos do tipo 2x2x2 (dois fatores, dois produtos 
e dois países) parece se constituir em um rompimento importante com a 
concepção original de Heckscher sobre os determinantes do comércio. Na 
verdade, as teorias neofatoriais sobre comércio internacional voltam a esta 
concepção original, como será mostrado abaixo. Ao incorporar outros fatores 
de produção (além da terra, trabalho e capital) em sua análise, Heckscher 
ampliou o modelo ricardiano, no qual os preços relativos refletiam a 
produtividade relativa do trabalho. Contudo, é a suposição de uma igualdade 
internacional de tecnologia que gera as bases para as propostas principais do 
modelo neoclássico do comércio exterior (o modelo de Heckscher - Ohlin). Em 
verdade, no seu artigo, Heckscher se preocupa principalmente com a relação 
entre o comércio internacional e a distribuição de renda. A esse respeito ele 
discute a hipótese de eqüalização dos preços relativos dos fatores de 
produção6. Tal hipótese foi desenvolvida, posteriormente, por Samuelson no 
final dos anos 40 e início dos anos 50 7. Além disso, o modelo de Heckscher foi 
reformulado por Ohlin em sua tese de doutorado em 1924, que foi publicada 
em inglês poucos anos depois8. Por isso, a análise neoclássica do comércio 
internacional tornou-se conhecida como a teoria de Heckscher-Ohlin ou a teoria 
de Heckscher-Ohlin-Samuelson. No modelo neoclássico, as diferenças de 
dotações de fatores entre países é o principal determinante das vantagens 
comparativas. As diferenças de escassez relativa de fatores de produção 
afetam os custos relativos e, por conseguinte, os padrões de comércio. 
Conseqüentemente, o teorema neoclássico básico do comércio internacional é 
que qualquer país tende a exportar mercadorias que usam quantidades 
relativamente altas de seus fatores de produção mais abundantes. Os padrões 
de vantagens comparativas são, portanto, determinados pela escassez relativa 
dos fatores de produção de tal forma que, por exemplo, os países mais ricos 
6 
 
em capital tendem a exportar produtos intensivos em capital. 6 7 Ibid., p. 287 A 
. P. Samuelson, “International Trade and Equalization of Fator Prices”, 
Economic Journal, vol. 58, junho de 1948, pp. 163-84. 8 B. Ohlin, Interregional 
and International Trade, Harvard University Press, 1933. 5 
Com relação aos testes empíricos do modelo de Heckscher-Ohlin, o estudo de 
maior impacto foi realizado por Wassily. Leontief e analisou o comércio 
internacional dos Estados Unidos9. Sua análise das exigências de capital e 
trabalho domésticos das exportações e das importações estadunidenses 
baseou-se na matriz de insumo-produto da economia norte-americana de 1947 
e em uma desagregação de 200 setores de atividades. Nesse estudo ficou 
claro que as exportações embutiam menos capital por trabalhador que as 
importações, ou seja, num país industrial, rico em capital, as exportações eram 
mais intensivas em trabalho que as importações. Este resultado, que era 
contrário ao esperado do modelo de Heckscher-Ohlin, ficou conhecido como o 
Paradoxo de Leontief, e estimulou o desenvolvimentos de estudos teóricos e 
análises empíricas do comércio internacional10. 
4. AS TEORIAS NEOFATORIAIS As teorias do neofatoriais seguem o modelo 
Heckscher-Ohlin no sentido de que a vantagem comparativa de um país 
seria o resultado das diferenças internacionais nas dotações de fatores. 
Este modelo leva em conta, explicitamente, a influência dos recursos naturais e 
do “capital humano” como determinantes da vantagem comparativa e do 
comércio internacional. A influência das diferenças nas dotações de recursos 
naturais é especialmente importante para que se explique os padrões de 
vantagens comparativas nos produtos intensivos nesses fatores11. Estudos 
empíricos têm tratado também da complementaridade dos recursos naturais 
com relação aos demais fatores de produção. Além disso, vale a pena observar 
a influência dos manufaturados intensivas nesses recursos no caso das 
exportações de países em desenvolvimento. Deve-se levar em conta, 
entretanto, que há um certo viés na literatura sobre comércio internacional na 
medida em que ela tende a minimizar a influência dos recursos naturais. Por 
exemplo: no bem conhecido W. W. Leontief, “Domestic Production and Foreign 
Trade: The American Capital Position Reexamined”, Proceedings of the 
American Philosophical Society, vol. 97, 1953, reimpresso em J. Bhagwati, 
7 
 
International Trade, Harmondsworth, Penguin Books Ltd, pp. 93-139. Resenhas 
da literatura encontram-se em J. Bhagwati, op. cit.; R. M. Stern. “Testing Trade 
Theories”, em International Trade and Finance, Frontiers from Research, 
Cambridge University Press, 1975, pp. 3-49; e A . V. Deardoff, “Testing Trade 
Theories and Predicting Trade Flowes”, em R. W. Jones and P.B. Kenen (eds.), 
Handbook of International Economics, vol.1, Elsevier Publishers B.V., 1984, pp. 
467-517. Ver, por exemplo, J. Vanek, The Natural Resource Content of United 
States Foreign Trade, 18701955, Cambridge, MIT Press, 1963. 11 10 9 6 
estudo de Hufbauer, a amostra de 24 países foi escolhida excluindo, 
explicitamente, aqueles que apresentavam algum grau de especialização em 
manufaturas baseadas em tais recursos12. A hipótese da influência do “capital 
humano”, associado ao trabalho qualificado, como um determinante importante 
da vantagem comparativa tem, também, recebido uma atenção especial em 
estudos empíricos, o que tem gerado evidência em favor desta hipótese13. A 
esta altura vale a pena mencionar que Ricardo reconheceu a importância do 
trabalho qualificado em sua análise do comércio exterior. Nos “Princípios”, ele 
explicitamente argumentou sobre sua influência nas relações entre o comércio 
internacional e o valor do dinheiro14. Por outro lado, vista no contexto do 
modelo Heckscher-Ohlin, a inclusão do capital humano nos testes empíricos 
tem sido particularmente útil para a explicação dos padrões de comércio de 
países altamente industrializados, nos quais este fator seria relativamente mais 
abundante do que o capital físico e que o trabalho não-qualificado15. 
5. TEORIAS NEOTECNOLÓGICAS No querespeita à influência da tecnologia 
no comércio internacional, pode-se mencionar o modelo da “defasagem 
tecnológica” (technology gap) desenvolvido durante os anos 6016. De 
acordo com esse modelo, o processo de inovação tecnológica gera 
vantagens comparativas e influencia o padrão de comércio internacional 
do país. Por um lado, a criação de vantagens tecnológicas específicas em 
um dado país faz surgir o comércio; por outro, leva os produtores de fora 
do país (competidores em potencial), a responderem através da imitação 
à inovação. Conseqüentemente, o desempenho das exportações basear-se-á 
nas diferenças de custos comparativos G.C. Hufbauer, “The Impact of National 
Characteristics and Technology on the Commodity Composition of Trade in 
8 
 
Manufactured Goods”, em R. Vernon (ed.), The Technology Factor in 
International Trade, Nova Iorque, National Bureau of Economic Research, 
1970, pp. 145-231. Ver, por exemplo, D. Keesing, “Labour Skill and 
International Trade: Evaluating Many Trade Flowes With a Single Measuring 
Device”. Review of Economics and Statistics, Vol. 47, agosto, 1965, pp. 28794. 
14 15 13 12 Ver Ricardo, op. cit., pp. 142-5. Um resumo de diversos estudos 
que tratam da influência do capital humano associado a especializações sobre 
os padrões de comércio encontra-se na obra de Stern de 1975, op. cit., pp. 12-
6. Ver, por exemplo, o estudo pioneiro de M. V. Posner, “International Trade 
and Technical Change”, Oxford Economic Papers, Vol. 13, n.º 3, outubro de 
1961, pp. 323-41. 16 7 
induzidos pela mudança tecnológica e dependerá do tempo em que durar a 
defasagem para a imitação. A idéia de que padrões de vantagens comparativas 
possam alterar-se ao longo do tempo foi melhor elaborada no modelo do “ciclo 
de vida do produto”, no qual, contudo, o foco da análise centra-se na 
diferenciação de produtos17.Neste modelo, o desempenho das exportações de 
um país em relação a um produto específico se alterará ao longo do ciclo de 
vida do produto. O ciclo de vida divide-se em três fases, a saber: inovação, 
maturidade e padronização. Na primeira, a localização da produção fica 
confinada aos mercados de altas rendas e substancial capacidade tecnológica 
substancial e as exportações são orientadas para os países com níveis de 
renda e gostos similares. Na segunda fase, a produção de uma mercadoria em 
maturação pode ser direcionada para outros países, na medida em que os 
custos de produção, como determinantes da competição nos mercados 
internacionais, começam a ser mais importantes do que as características do 
bem. Na terceira fase, a produção de um produto padronizado pode até ser 
transferida para os países nos quais os custos da mão-de-obra são 
significativamente mais baixos do que os dos locais responsáveis pela 
inovação. Testes empíricos sobre a influência das variáveis relacionadas à 
tecnologia sobre os padrões de comércio têm dado suporte a estas teorias. A 
maioria dos estudos tem tratado dos casos de setores ou países 
específicos18.Com relação aos estudos empíricos, vale a pena salientar que “é 
9 
 
difícil distinguir-se a evidência que coloca a tecnologia da que coloca o capital 
humano ou o trabalho qualificado como determinantes do comércio”19. 
6. ECONOMIAS DE ESCALA E CONCORRÊNCIA IMPERFEITA R. Vernon, 
“International Investment and International Trade in the Product Cycle”, 
Quarterly Journal of Economics, Vol. 80, maio de 1966, reimpresso em J. H. 
Dunning, International Investment, Harmondsworth, Penguin Books Ltd., 1972, 
pp. 305-25. Uma série de estudos sobre indústrias e países com relação a esse 
modelo encontra-se em L.T. Wells, Jr. (ed.), The Product Life Cycle and 
International Trade, Boston, Graduate School of Business Administration, 
Harvard University, 1972. Ver, também, a reelaboração, feita por R. Vernon, 
“The Product Cicle Hypothesis in a New International Environment”, Bulletin of 
Economics and Statistics, Vol. 41, novembro de 1979, pp. 25567. O efeito da 
tecnologia sobre os padrões de comércio é analisado por Hufbauer (1970), op. 
cit., pp. 184-97. 19 18 17 Deardoff (1984), op. cit., p. 499. 8 
Na abordagem que trata do impacto das economias de escala sobre o 
comércio internacional, o argumento básico é bem simples: quando as 
funções de produção exibem retornos de escala crescentes, os padrões 
de comércio e o desempenho das exportações dependem do tamanho 
absoluto do mercado doméstico. Conseqüentemente, os países maiores 
terão vantagens comparativas em setores com economias de escala 
significativas. Neste sentido, as economias de escala podem ser importantes 
em produtos finais homogêneos e diferenciados, bem como em bens 
intermediários, através da especialização intra-setorial. Aqui é importante 
mencionar que os pioneiros da teoria do comércio internacional (Ohlin, por 
exemplo) já chamavam a atenção para as influências das economias de 
escala20. Todavia, em versões simplificadas do modelo neoclássico (de 
Heckscher-Ohlin), supõe-se que as funções de produção exibam retornos 
constantes de escala e que os fatores de produção têm uma produtividade 
marginal decrescente. Também deve ser dito que as economias de escala 
foram discutidas até como uma variável importante no contexto das 
exportações de manufaturados dos países em desenvolvimento21. Entretanto, 
a conclusão básica é que “a pesquisa empírica sobre a importância das 
economias de escala no padrão do comércio internacional tem tido resultados 
10 
 
variados”22. No passado recente, o argumento das economias de escala tem 
sido associado principalmente com os modelos de comércio baseados em 
estruturas de mercado imperfeitamente concorrenciais23. Uma das 
conclusões básicas destes modelos é que “em um mundo no qual os 
retornos crescentes existem, a vantagem comparativa resultante das 
diferenças entre os países não é a única razão para a existência do 
comércio. As economias de escala criam um incentivo adicional e gerarão 
comércio mesmo se os países forem idênticos em gostos, tecnologias e 
dotações de fatores”24. 20 21 Ohlin (1933), op. cit., capítulos III (pp. 54-8) e 
VI (pp. 106-8) R. Vernon, “Problems and Prospects in the Export of 
Manufactured Goods from Less-developed countries”, Proceedings of the 
United Nations Conference on Trade and Development, Geneva, 23 de março a 
16 de junho de 1964, Vol. IV, pp. 200-10. 22 23 Deardoff (1984), op. cit., p. 511. 
Ver, por exemplo, os modelos de comércio desenvolvidos por E. Helpman e P. 
R Krugman, Market Structure of Foreign Trade, Increasing Returns, Imperfect 
Competition and International Economy, The MIT Press, 1985. 24 Ibid., p. 261. 
Para uma resenha da literatura , ver A. Jacquemin, “Imperfect Market Structure 
and International Trade Some Recent Research”, Kyklos, Vol. 35, nº 1, 1982, 
pp. 75-93; E. Helpman, 9 
Vale a pena mencionar que a idéia dos retornos crescentes também se 
relaciona à acumulação de experiência, ou seja, às economias da 
aprendizagem. A este respeito, economias de escala dinâmicas do tipo “curva 
de aprendizagem” criam uma vantagem comparativa para uma firma ou setor, 
que pode afetar a estrutura nacional de vantagens comparativas25. 
7. AS TEORIAS PELO LADO DA DEMANDA A influência da demanda na 
determinação do comércio internacional foi reconhecida pela escola inglesa de 
economia clássica26.Porém, é na análise dos ciclos de negócios e na mais 
recente literatura sobre comércio que se pode encontrar teorias que tratam da 
demanda como um importante determinante dos padrões e desempenho do 
comércio. Primeiramente, pode-se mencionar a hipótese da “pressão de 
demanda” que tem sido particularmente importante na especificação das 
funções de exportação. O argumento básico é que a pressão da demanda 
interna tenderá a deslocar os bens que antes eram destinados ao 
11 
 
mercado externo, trazendo-os para si27. Neste sentido, o desempenho 
das exportações e ospadrões de comércio dependem do nível de 
absorção doméstica. No contexto de “excesso” de demanda interna, o 
desempenho das exportações e a estrutura do comércio exterior 
dependem não apenas da dotação de fatores, tecnologia, etc., mas 
também da combinação (mix) e da natureza das medidas de política 
macroeconômica. Em segundo lugar, a abordagem da “similaridade de 
preferências” diz que a semelhança de padrões de demanda também pode 
constituir-se numa base para o “Increasing Returns, Imperfect Markets and 
Trade Theory”, em Jones e Kenen, op. cit., cap. 7; e A. Smith, “Imperfect 
Competition and International Trade”, Greenaway e Winters, op. cit., pp. 43-65. 
Ver P.R. Krugman, “Import Protection as Export Promotion: International 
Competition in the Presence of Oligopoly and Economics of Scale”, em H. 
Kierzkowski (ed.), Monopolistic Competition and International Trade, Oxford, 
Clarendon Press, 1984, pp. 180-93. J.S. Mill introduziu o conceito de demanda 
recíproca para explicar as condições de equilíbrio do comércio. Ver seus 
Principles of Political Economy, (1848), Londres, The Standard Library 
Company, Livro III, cap. 18. Para uma breve revisão do argumento tradicional 
relacionado à hipótese de pressão da demanda, ver I.S. Mintz, Cyclical 
Fluctuations in the Exports of the United States Since 1879, National Bureau of 
Economic Research, Nova Iorque, 1967, pp. 10-8. A maior parte da discussão 
sobre a relação entre demanda doméstica e o desempenho das exportações foi 
feita em relação à experiência do Reino Unido. Ver, por exemplo, R. A. Cooper, 
Export Performance and the Pressure of Demand. A Study of Firms, Londres, 
George Allen and Unwin Ltd., 1970. 27 26 25 10 
comércio28. Dado que a renda é desigualmente distribuída no interior de cada 
país, os consumidores de diferentes níveis terão padrões de demanda 
diversos, por exemplo, em termos de “qualidade” do produto. Por outro lado, os 
consumidores com níveis de renda similares, mesmo considerando-se países 
distintos, tenderão a apresentar padrões de demanda semelhantes. No 
contexto de economias de escala e mercados de produtos diferenciados, os 
padrões de demanda superpostos tenderão a gerar diferenças entre países em 
termos de vantagens comparativas e, portanto, influenciarão o comércio 
12 
 
internacional. Finalmente, a terceira teoria de comércio internacional orientada 
para a demanda está relacionada à diferenciação de atributos ou 
características dos produtos. De acordo com esta visão, os consumidores 
maximizariam uma função objetivo cujos elementos seriam as características 
dos bens e não sua quantidade, dada a restrição orçamentária. 
Conseqüentemente, a quantidade de bens consumidos seria determinada 
através da maximização de uma função utilidade composta das características 
ou atributos dos bens29. Dadas as difusões de gostos semelhantes entre 
países, as diferenças entre estes com relação ao tamanho de seus mercados e 
os retornos crescentes de escala, pode ser que os consumidores de 
determinado país demandem bens que incorporem um conjunto de atributos 
que só podem ser produzidos eficientemente e a um baixo custo em algum 
outro país30. Portanto, a diversidade de preferências em relação aos atributos 
dentro de cada país pode criar uma certa base para comércio internacional. 8. 
CONCLUSÕES É importante chamar a atenção do leitor para alguns aspectos-
chaves relacionados à discussão acima sobre os determinantes básicos do 
comércio internacional. 28 S. B. Linder, An Essay on Trade and 
Transformation, Nova Iorque, John Wiley & Sons, 1961. Existem muitas 
implicações da hipótese de Linder. Para uma discussão dessas implicações e 
para referências à literatura, ver Deardoff (1984), op. cit. ,pp. 504-6. K. J. 
Lancaster, “A New Approach to Consumer Theory”, Journal of Political 
Economy, Vol. 74, abril de 1966, pp. 132-57. 29 K.J Lancaster, “Intra-Industry 
Trade Under Perfect Monopolistic Competition”, Journal of International 
Economics, Vol. 10, 1980, pp. 151-75. 30 11 
Para começar, inexiste uma teoria geral sobre comércio internacional, no 
sentido de que o poder explicativo das existentes é limitado a produtos, setores 
e países específicos. Por isso é que Jacob Viner, baseando-se em sua análise 
da teoria clássica do comércio internacional, disse: “É por causa deste (tão 
complexo) mundo que não há nem pode haver alguma teoria geral 
relevante”31. Ao lado disso, deve-se ter em mente que explicações teóricas 
estão incrustadas em seu próprio tempo e só podem ser entendidas num 
contexto histórico. Isto quer dizer que, para determinado país, certa teoria pode 
explicar um fluxo de comércio particular em determinado momento. Contudo, 
13 
 
com todas as alterações ao longo do tempo nos processos de industrialização, 
acumulação de capital, inovações tecnológicas, estratégias e crescimento das 
empresas no país em questão e em todo o mundo, é provável que haja 
variações no poder explicativo de qualquer teoria. Este fenômeno é 
particularmente importante para os países em desenvolvimento que têm 
passado por rápidos processos de transformação econômica. Além disso, as 
estratégias das grandes corporações transnacionais também influenciam esse 
comércio (direção, volume, composição e termos de troca). Não há dúvida de 
que, dadas a heterogeneidade e a complexidade dos determinantes do 
comércio trocas internacional (elementos de oferta e de demanda, influências 
econômicas, determinantes específicos relativos ao produto, empresa, setor de 
atividades ou país), não é possível ter-se uma teoria geral que possa ser 
aplicada a todos os casos e a qualquer momento! Conseqüentemente, a 
abrangência de cada uma das teorias ou modelos de comércio que tente 
explicar casos reais é bastante limitada. De acordo com Joan Robinson, “não 
há ramo da economia no qual exista uma lacuna maior entre a doutrina 
ortodoxa e os problemas reais do que na teoria do comércio internacional”32. É 
interessante citar uma observação de um especialistas a respeito da evidência 
empírica: “Obviamente, boa parte dos esforços ao longo dos anos têm sido 
gasto na tentativa de testar as teorias do comércio. Embora seus resultados 
raramente tenham sido conclusivos, muitos, com certeza, têm sido sugestivos, 
mas, de qualquer maneira, 31 32 J. Viner, International Economics, Glencoe, 
Illinois, Free Press, 1951, p. 16. J. Robinson, “The Need a Reconsideration of 
the Theory of International Trade”, em M. B. Connely e A . K. Swoboda (eds.), 
International Trade and Money, Londres, George Allen and Unwin Ltd., 1971, p. 
15. 12 
todos eles têm conseguido estimular o avanço da teoria em direções mais 
consistentes com a realidade empírica”33. Além do mais, deve-se salientar que 
as mais recentes teorias de comércio internacional têm sido, de modo geral, 
orientadas para a explicação dos padrões e desempenho dos países altamente 
industrializados34. A dinâmica subjacente ao desempenho das exportações e 
aos padrões de comércio é muito complexa e, embora os modelos básicos 
tenham proporcionado um entendimento geral dos problemas, isto não deve 
14 
 
deixar de fora a análise dos fatores que influenciam o comércio internacional e 
que ficam, em geral, além da abrangência das teorias tradicionais. Neste 
sentido, pode-se mencionar as políticas macroeconômicas, por exemplo, as 
taxas de câmbio, juros, tributos e salários) e a orientação estratégica (e.g., as 
prioridades em relação à alocação de recursos e as definições de objetivos). 
Por fim, cabe assinalar que não há uma “nova” teoria do comércio internacional 
assentada em economia de escala, diferenciação do produto e concorrência 
imperfeita. Nos anos 80 houve uma onda de modelos de comércio internacional 
que, de uma forma ou de outra, formalizaram a influência destas variáveis e 
chegaram a resultados que há eram conhecidos, seja na teoria de comércio 
internacional, seja nateoria do desenvolvimento econômico. Neste ponto vale 
apresentar a opinião de um dos mais destacados especialistas norte-
americanos em comércio internacional (Kindleberger, 1993, p. 56) sobre a 
importância relativa das contribuições recentes de um dos expoentes dos 
novos modelos de comércio internacional35 : “Eu confesso alguma irritação 
com a defesa de Krugman de que sua teoria do comércio internacional é nova 
somente porque oferece em forma de equação uma verdade já bastante 
usada.” APÊNDICE 33 34 Deardoff (1984), op. cit., p. 511. Ver F. Stewart. 
“Recent Theories of International Trade: Some Implications for the South”, em 
Kierzkowski (1984), op. cit., pp. 84-108. Charles P. Kindleberger, “How ideas 
spread among economists: Examples from International Economics”, em D. 
Colander e A. W. Coate, (orgs.), The Spread of Economic Ideas, Cambridge, 
Cambridge University Press, 1993, pp. 43-60. 35 13 
Neste apêndice tem-se uma lista de alguns estudos e pesquisas recentes que, 
ao lado dos mencionados nas notas de pé de página, podem ajudar os leitores 
a aprofundarem o entendimento dos assuntos relacionados ao comércio 
internacional. Aqueles que são bastante usados nos países desenvolvidos 
estão marcados com um asterisco. Com dois estão marcados os livros 
importantes que lidam com o comércio no contexto da economia política 
internacional e, com três, os estudos recentes que têm o escopo de uma 
resenha. Todas essas referências são em inglês ou francês, e para um livro-
texto recente tratando da teoria pura do comércio internacional, ver: 
REINALDO GONÇALVES, RENATO BAUMANN, LUIS CARLOS PRADO E 
15 
 
OTAVIANO CANUTO, A Nova Economia Internacional. Uma Perspectiva 
Brasileira, Rio de Janeiro, Ed. Campus, 1998. BALDWIN, R. E., "Are 
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1989, pp. 1225-50.(***) CHIPMAN, J. S., "International trade", em The New 
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922-54.(***) DEARDOFF, A. V., "Testing trade theories and predicting trade 
flows", em R. W. JONES E P. B. KENEN (ed.), Handbook of International 
Economics, Vol. I, Elsevier Science Publishers B.V., 1984.(***) ETHIER, W. J., 
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1994, pp. 9-42.(***) GILPIN, R., The Political Economy of International 
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16 
 
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to International Political Economy, New York, Basil Blackwell, 1988.(**) 15

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