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Partograma: Ferramenta de Avaliação do Trabalho de Parto

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Alice Bastos 
Partograma 
Introdução 
O partograma é a representação gráfica do trabalho de 
parto; 
É um instrumento que permite documentar a evolução 
do parto, diagnosticar alterações e indicar 
intervenções apropriadas para a correção desses 
desvios; 
 Assim, evita a adoção de condutas 
desnecessárias na assistência à parturiente; 
É para uso em qualquer serviço de assistência 
obstétrica, porém com diferentes funções a depender 
do nível dessa assistência; 
 Centros de parto: função de alertar, 
precocemente, os profissionais que assistem 
parturientes, sobre anormalidades na 
progressão do trabalho de parto e indicar 
transferência da mulher para uma unidade 
hospitalar; 
 Hospitais: em casos de distocia, serve para 
intensificar a vigilância materno-fetal e indicar 
instituição de intervenções que visem à sua 
correção; 
Deve ser utilizado por profissionais de saúde com 
treino adequado para conduzir um trabalho de parto 
normal, que saiba realizar toques vaginais e avaliar 
corretamente a dilatação cervical e que tenha 
conhecimento de como preencher essa ferramenta. 
Componentes do partograma 
O modelo de partograma mais utilizado é o da OMS 
(figura 1); 
 É dele que derivam os vários modelos 
existentes; 
No Brasil, o partograma mais usado é o preconizado 
pelo MS, que tem semelhanças com o da OMS e é de 
mais fácil preenchimento; 
(Trarei características dos dois modelos – MS e OMS – 
durante o resumo) 
 
O partograma contém três partes: progressão do 
trabalho de parto, condições fetais e condições 
maternas 
Parte 1: progressão do trabalho de parto 
É uma seção do partograma destinada à avaliação da 
progressão do trabalho de parto e compreende o 
preenchimento do cervicograma e a avaliação das 
contrações uterinas maternas; 
 No cervicograma se faz o registro da dilatação 
cervical e a altura da apresentação, em função 
do tempo. 
 
 Fase de dilatação 
Essa fase é dividida em latente e ativa, a depender da 
velocidade com que a dilatação ocorre; 
Fase latente: 
 Se inicia com o diagnóstico do trabalho de 
parto, ou seja, com a associação de pelo menos 
duas contrações rítmicas em 10 minutos e 
dilatação cervical de 2 a 3 cm, e se estende até 
4 cm de dilatação; 
 É a fase mais longa, com duração média de 8 
horas, mas podendo ter até 20 horas; 
Fase ativa: 
 Se inicia com dilatação de 4 cm e termina com 
a dilatação completa do colo; 
 A velocidade de dilatação aumenta nessa fase 
e é de 1 cm por hora (em média); 
 Nessa fase é possível estabelecer os 
diagnósticos de distocias; 
Considerando as características das duas fases (latente 
e ativa), ao analisar a progressão do parto, a fase de 
interesse para aplicação do partograma é a fase ativa 
da dilatação; 
O partograma deve ser iniciado no momento em que a 
parturiente apresenta dilatação cervical de 4 cm; 
A abertura do partograma na fase latente implicaria 
intervenções desnecessárias; 
Alice Bastos 
 Observações clínicas realizadas nessa fase, 
caso a parturiente seja internada nesse 
momento, devem ser anotadas em outro local; 
Figura 1: curva de evolução da dilatação cervical durante o trabalho 
de parto 
O cervicograma é documentado em papel 
quadriculado; 
 Na abscissa (eixo X), coloca-se o tempo; 
 OMS: cada divisória corresponde a 
meia hora; 
 MS: cada divisória corresponde a 1 h; 
 Nas ordenadas (eixo y): 
 OMS: dilatação cervical e a descida 
fetal são representadas à esquerda; 
 MS: a dilatação é representada à 
esquerda e a descida da apresentação 
à direita; 
 Em ambos (OMS e MS), cada divisória 
corresponde a 1 cm; 
 Ao representar a descida fetal, considera-se 
como plano zero de DeLee (ou plano III de 
Hodge) aquele das espinhas ciáticas; 
 Acima desse ponto estão os valores 
negativos e abaixo, os positivos de 
DeLee; 
Existem duas linhas diagonais no cervicograma (linha 
de alerta e de ação); 
 Linha de alerta: o trabalho de parto deve 
acompanhar a linha, por isso, se a 
representação do parto ultrapassar essa linha, 
a paciente será classificada como de maior 
risco para distocia e demanda melhor 
observação clínica; 
 Linha de ação: quando essa linha é 
ultrapassada, mostra a necessidade de 
intervenção (não necessariamente cesárea); 
No cervicograma do partograma do MS, a dilatação 
cervical é representada por um triângulo colocado na 
linha que representa quantos centímetros a paciente 
apresenta no momento de sua avaliação, 
imediatamente à esquerda da linha de alerta; 
 A apresentação fetal é representada por um 
desenho que demonstra a variedade de 
posição; 
No partograma da OMS, a dilatação cervical é 
representada por um “X” na intersecção da linha de 
alerta com a linha que representa quantos centímetros 
a parturiente apresenta; 
 Em trabalhos de parto com progressão normal, 
as marcações ficarão na linha ou à sua 
esquerda; 
O intervalo que a paciente é submetida a toques 
vaginais para o preenchimento do cervicograma varia 
de 2 a 4 horas, a depender da parturiente e evolução 
de seu trabalho de parto. 
Figura 2: partograma da OMS 
Alice Bastos 
Figura 3: partograma do MS 
 Período expulsivo 
É a segunda fase clínica do parto; 
O tempo máximo (considerado como normal) de 
período expulsivo é de aproximadamente 2 horas em 
nulíparas e 1 hora em multíparas; 
 Existem divergências sobre esse tempo: a 
American College of Obstetricians and 
Gynecologists (ACOG), por exemplo, sugere 
que esse período pode durar pelo menos 3 
horas em nulíparas e 2 horas em multíparas; 
Durante esse período, são realizadas observações 
referentes às contrações a cada hora; 
 Devem ser anotadas quantas contrações 
ocorrem em 10 minutos e qual é a intensidade; 
No partograma, cada contração é representada por um 
quadrado; 
 Contrações fortes: quadrados totalmente 
preenchidos; 
 Contrações moderadas: quadrados 
preenchidos pela metade ou hachurados; 
 Contrações fracas: quadrados vazios ou 
preenchidos por fino pontilhado. 
A presença de mais de cinco contrações em 10 minutos 
caracteriza condição de anormalidade (taquissistolia). 
Parte 2: condições fetais 
É a seção utilizada para documentar condições fetais 
evolutivas importantes durante o trabalho de parto; 
É possível avaliar a vitalidade fetal por meio de ausculta 
fetal eletrônica intermitente, integridade das 
membranas corioamnióticas e, quando rotas, as 
características do líquido amniótico e fenômenos 
plásticos do polo cefálico. 
 Ausculta fetal 
Os valores de linha de base considerados como 
normais são 110 a 160 bpm; 
Partograma da OMS: há espaço para anotações a cada 
30 minutos; 
Partograma do MS: há espaço para avaliação horária; 
Auscultas adicionais, bem como mudanças na forma de 
ausculta e demais condutas, devem ser anotadas em 
outro local. 
 Características do líquido amniótico 
No local destinado para documentar esse parâmetro, 
deve-se colocar: 
 Letra I: para membranas íntegras; 
 C: para líquido claro (em caso de rotura); 
 M: para mecônio (em caso de rotura); 
 S: para líquido tinto de sangue (em caso de 
rotura); 
 A: ausência de líquido (em caso de rotura). 
 
 Amoldamento do crânio fetal 
Esse parâmetro pode ser representado por: 
 0: se os ossos estão separados e as suturas são 
facilmente palpadas; 
 (+): se os ossos estão justapostos; 
 (++): se os ossos se sobrepõem; 
 (+++): se a sobreposição dos ossos for muito 
relevante. 
Parte 3: condições maternas 
Há espaços no partograma da OMS para: 
Alice Bastos 
 Documentação; 
 Contrações uterinas; 
 Sinais vitais; 
 Intervenções importantes na condução do 
trabalho de parto (temperatura, pressão 
arterial, frequência cardíaca e tipos e 
posologias de fluidos e/ou drogas que 
porventura estejam sendo administrados); 
Há espaços no partograma do MS para: 
 Documentação do uso de fluidos, ocitocina 
e/ou outras medicações; Dados sobre analgesia de parto (farmacológica 
ou não). 
Diagnóstico de distocias no 
partograma 
Com o uso correto do partograma, podem ser 
diagnosticadas: distocias de dilatação (fase ativa) e de 
descida (período expulsivo). 
Distocias de dilatação 
São distocias diagnosticadas antes da dilatação 
completa do colo uterino e independem da altura da 
apresentação fetal. 
 Fase ativa prolongada 
É diagnosticada quando a dilatação cervical é 
progressiva, em toques sucessivos, porém se dá em 
velocidade inferior a 1 cm por hora; 
 No partograma, a curva de dilatação cervical 
cruza a linha de alerta; 
A principal causa dessa anormalidade é a presença de 
contrações em número ou qualidade insuficiente para 
promover a dilatação do colo uterino. 
Figura 4: fase ativa prolongada representada no cervicograma do 
MS 
 
 Parada secundária da dilatação 
É definida como ausência de progressão da dilatação 
em dois exames cervicais sucessivos, com intervalo 
maior de 2 horas, na presença de contrações uterinas 
adequadas; 
É causada pela desproporção cefalopélvica, que na 
maioria dos casos, é relativa e secundária a 
apresentações fetais defletidas ou em variedades de 
posição transversas ou posteriores. 
Figura 5: parada secundária de dilatação (cervicograma do MS) 
 Parto taquitócico ou precipitado 
Distocia diagnosticada, frequentemente de maneira 
retrospectiva, quando o período que se estende do 
início da fase ativa da dilatação e a expulsão é de 4 
horas ou menos; 
O padrão de contrações é de taquissistolia; 
A principal causa dessa intercorrência é o uso 
exacerbado de ocitocina; 
Está associada a maiores riscos de hemorragia 
puerperal, tanto por atonia uterina quanto por 
lacerações de trajeto, e sofrimento fetal agudo; 
No partograma: a curva de dilatação se distancia da 
linha de alerta para a esquerda. 
Distocias de descida 
São diagnosticadas após dilatação completa do colo 
uterino e estão relacionadas à velocidade de 
progressão do feto pelo trajeto, durante o período 
expulsivo. 
 Período expulsivo prolongado 
É quando a expulsão fetal não se dá no tempo máximo 
de período expulsivo estabelecido (2 horas para 
nulíparas e 1 hora para multíparas); 
Alice Bastos 
 Se a parturiente estiver sob efeito de analgesia 
farmacológica, é recomendado o acréscimo de 
mais 1 hora ao período expulsivo; 
É uma distocia frequentemente associada a contrações 
deficientes; 
No partograma: a descida da apresentação é 
progressiva, porém ocorre em velocidade inferior à 
esperada para a paridade e condições clínicas da 
paciente. 
Figura 6: período expulsivo prolongado (cervicograma do MS) 
 
 Parada secundária da descida 
É a ausência de progressão da descida em dois exames 
cervicais sucessivos, com intervalo de 1 hora ou mais; 
A principal causa é a desproporção cefalopélvica. 
Figura 7: parada secundária da descida (cervicograma do MS) 
Referências 
MARCOLIN, C. A.; DUARTE, G. Partograma: do conceito 
ao uso. In: FEBRASGO. Tratado de obstetrícia 
Febrasgo. 1. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. p. 2715-
2745. 
LIAO, A. W. et al. Intercorrências obstétricas: doença 
hipertensiva específica da gestação. In: ZUGAIB, M.; 
FRANCISCO, R. P. V. Zugaib obstetrícia. 3. Ed. Barueri: 
Manole, 2016. p. 632-665. (Referência de Hanna)

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