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Menopausa e Climatério

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1 Tutoria III – M1 P7 Gabriella Almeida XXIV 
PROBLEMA 7 “A CHAMA SE APAGOU” 
 Isabelita, 49 anos, promotora de vendas de uma grande rede de cosméticos, está muito preocupada com seu 
casamento. Tudo sempre foi bem em seu casamento, não tinha queixas sobre sua vida sexual. Mas, nos últimos 
meses, parece que essa “chama da paixão” vem se apagando. Queixa-se de ondas de calor e suor noturno, muito 
frequentemente, não conseguindo dormir com este “cobre e descobre” durante toda a noite. Isto a tem deixado 
muito irritada e cansada, no dia seguinte, atrapalhando a convivência familiar e no trabalho. Além disto, e para 
piorar ainda mais a situação, Isabelita vem apresentando dificuldades em suas relações sexuais, referindo redução 
da lubrificação vaginal e muita dor durante o ato sexual. Seu marido já está reclamando, e as brigas têm sido 
constantes. Preocupada, Isabelita conversa com Joana, uma colega de trabalho. Joana aconselha-a para o uso de 
isoflavona, um derivado da soja, pois foi muito bom para ela. Com medo da indicação da amiga, Isabelita resolve 
procurar seu ginecologista. 
 
Objetivos: 
1. Descrever a Menopausa, Climatério e Perimenopausa (o que é, características, sinais e sintomas, 
diagnóstico, anamnese, exames); 
2. Citar as doenças relacionadas à Menopausa e ao Climatério; 
3. Caracterizar a Reposição Hormonal (tipo, indicações, contraindicações, mecanismos de ação, efeitos 
colaterais); 
4. Caracterizar a Fitoterapia (tipo, indicações, contraindicações, mecanismos de ação, efeitos colaterais). 
 
Referências: 
• Tratado de Ginecologia – FREBASGO 
• Tratado de Ginecologia – Berek & Novak 
• Manual de Atenção à Mulher no Climatério/Menopausa – Ministério da Saúde 
 
 
1. DESCREVER A MENOPAUSA, CLIMATÉRIO E PERIMENOPAUSA 
PERIMENOPAUSA: 
 Intervalo entre o início dos sintomas de irregularidade menstrual até o final do primeiro ano após a 
menopausa. 
CLIMATÉRIO: 
 Fase de transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo da mulher, caracterizado por uma gama 
de modificações endócrinas, biológicas, e clínicas, compreendendo parte da menacme (fase reprodutiva da 
mulher) até a menopausa (último período menstrual identificado após 12 meses de amenorreia). 
 Essa e outras etapas da vida reprodutiva feminina são regidas pela função ovariana e sua produção hormonal. 
 Sua classificação é fundamental do ponto de vista clínico e científico. 
 A classificação compreende a vida reprodutiva feminina desde a menarca e é dividida em três principais 
categorias (reprodutiva, transição menopausal e pós-menopausa) e suas subdivisões, totalizando 10 
categorias descritas por uma terminologia-padrão. 
 A base para diagnóstico e classificação nos estágios reprodutivos são mudanças observadas no ciclo 
menstrual. 
 Sintomas apresentados e critérios de apoio como contagem de folículos antrais, dosagem de hormônio 
antimülleriano (AMH), inibina B e hormônio folículo-estimulante (FSH) não são utilizados como critérios 
diagnósticos para mulheres saudáveis. Já para portadoras de síndromes de ovários policísticos e insuficiência 
 
2 Tutoria III – M1 P7 Gabriella Almeida XXIV 
ovariana primária ou para aquelas submetidas a procedimentos cirúrgicos capazes de alterar o ciclo 
menstrual sem determinar o esgotamento total dos hormônios ovarianos (ablação endometrial, 
ooforectomia unilateral ou histerectomia), o diagnóstico e a classificação devem ser realizados baseando-se 
nos critérios de suporte e sintomatologia, já que as mudanças no ciclo menstrual podem ser explicadas pela 
patologia de base. 
 O diagnóstico do climatério é clínico e não há necessidade de dosagens hormonais para confirmá-lo quando 
há irregularidade menstrual ou amenorreia e quadro clínico compatível. 
 Níveis acima de 40 mUI/mL e estradiol (E2) menores que 20 pg/mL são característicos do período pós-
menopáusico. 
 
 
Fonte: Tratado de Ginecologia - FREBASGO 
MENOPAUSA: 
 Evento fisiológico e inevitável que ocorre devido ao envelhecimento ovariano e consequente perda 
progressiva de função. 
 Geralmente, ocorre de forma natural no final da quarta e início da quinta década de vida, com variações por 
etnia, região, ambiente e comportamentais, como o tabagismo. 
 A idade geral da menopausa no mundo foi descrita como 48,78 anos, variando entre 46 e 52 anos. 
 Quando a menopausa ocorre antes dos 40 anos de maneira espontânea ou artificial é chamada menopausa 
precoce. 
 Elementos tóxicos para o ovário costumam provocar menopausa precoce; em fumantes, a menopausa 
costuma ocorrer mais cedo, assim como muitas mulheres expostas à quimioterapia ou radioterapia pélvica. A 
cirurgia do ovário ou histerectomia, ainda que haja preservação dos ovários, pode acarretar menopausa 
precoce. 
 Sua classificação é fundamental do ponto de vista clínico e científico. 
 No Brasil, segundo dados do IBGE, de 2015, a expectativa de vida ao nascer para as mulheres é de 79,1 anos, 
determinando aproximadamente metade da vida no período peri e pós-menopáusico. 
 A insuficiência ovariana prematura, definida como a menopausa antes dos 40 anos de idade, ocorre em cerca 
de 1% das mulheres, pode ser idiopática (espontânea) ou associada à exposição tóxica, anormalidade 
cromossômica ou distúrbio autoimune. 
 A menopausa é um evento ovariano secundário à atresia fisiológica dos folículos primordiais, sua 
ocorrência pode ser natural ou artificial, após procedimentos clínicos ou cirúrgicos que levem à parada da 
produção hormonal ovariana. 
 A produção de folículos ovarianos se inicia a partir da 8ª semana de vida intrauterina por meio da rápida 
multiplicação das células germinativas. Já o envelhecimento do sistema reprodutivo feminino inicia-se pouco 
 
3 Tutoria III – M1 P7 Gabriella Almeida XXIV 
tempo depois, ativando o processo de apoptose celular após atingir o número máximo de folículos 
primordiais – cerca de 7 milhões –, por volta da 20ª semana de gestação. Até o nascimento, cerca de 70% do 
pool folicular será perdido por meio desse processo, e ao chegar à puberdade, fase em que os ovários se 
tornarão funcionalmente ativos, restarão em média 300 a 500 mil folículos. 
 Até que o número de folículos se esgote na pós-menopausa, os folículos crescem e sofrem atresia de forma 
contínua → Processo irrecuperável e ininterrupto, independentemente de situações como gravidez ou de 
períodos de anovulação. 
 Apenas cerca de 400 dos milhões de folículos terão seu crescimento resultando em ovulação durante o 
menacme, o restante é perdido pelo processo de atresia. 
 O declínio paralelo da quantidade e qualidade dos folículos contribui para a diminuição da fertilidade. Além 
disso, o consumo do pool folicular com o passar dos anos determina alterações hormonais importantes, 
responsáveis pelas alterações fisiológicas do período peri e pós-menopáusico. 
 A transição menopausal é caracterizada pela irregularidade do ciclo menstrual devido à variabilidade 
hormonal e ovulação inconstante. 
 A diminuição maciça do número de folículos ovarianos resulta na queda gradual da inibina B (peptídeo 
derivado da célula da camada da granulosa, com função de retroalimentação na hipófise: secretada na fase 
folicular e estimulada pelo FSH – age inibindo a síntese e liberação do FSH), que, por sua vez, desativa o 
feedback negativo sobre a hipófise, liberando a secreção de FSH na tentativa de aumentar o recrutamento 
folicular. O resultado dos níveis aumentados de FSH é a aceleração da depleção folicular até seu 
esgotamento. 
 A contínua perda de reserva folicular diminui os níveis de estradiol que não são mais suficientes para 
estimular o pico de LH, encerrando, assim, os ciclos ovulatório. Sem a ovulação propriamente dita, não há 
produção de corpo lúteo e consequentemente de progesterona, além dos níveis de estradiol não serem 
suficientes para estimular o endométrio, levando à amenorreia. 
 Na pós-menopausa,na tentativa de estimular uma adequada produção de estradiol pelos ovários, a 
hipófise é ativada por picos de hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) e secreta grandes 
quantidades de gonadotrofinas, levando às mulheres a um estado de hipogonadismo hipergonadotrófico. 
Devido à redução da resposta ovariana às gonadotrofinas, os níveis de FSH e LH são marcadamente 
elevados nos primeiros anos após a menopausa, decrescendo com o envelhecimento. 
Diminuição do número de folículos → Queda gradual de inibina B → Desativação do feedback negativo sobre a 
hipófise → Liberação da secreção de FSH (tentativa de aumento do recrutamento folicular) → Aceleração da 
depleção folicular até seu esgotamento → Diminuição dos níveis de estradiol → Não ocorre picos de LH → Encerram-
se os ciclos ovulatórios → Não há produção de corpo lúteo e consequentemente de progesterona → Amenorreia → 
Ativação da hipófise por picos de GnRH na tentativa de estimular a produção de estradiol pelos ovários → Secreção 
de grandes quantidades de gonadotrofinas. 
 O eixo ovariano-hipotalâmico-hipofisário mantém-se intacto durante a transição da menopausa; assim, os 
níveis de FSH aumentam em resposta à insuficiência ovariana e à ausência de feedback negativo do ovário. 
 O AMH (produzido por pequenos folículos ovarianos), marcador do número de folículos ovarianos 
(experimental?) em crescimento, diminui para níveis indetectáveis na pós-menopausa (preditor do 
envelhecimento ovariano). 
 A diminuição da massa folicular leva a um relativo aumento no estroma ovariano, porção responsável pela 
produção de testosterona e androstenediona. A síntese dos esteroides androgênicos está diminuída, mas a 
produção remanescente é suficiente para manter os ovários ativos. Esses androgênios, principalmente a 
androstenediona, servem como substrato para a aromatização periférica (A aromatase é uma enzima 
responsável por realizar a conversão do excesso de testosterona em estrogênio). 
 A mulher pós-menopáusica não é totalmente desprovida de estrogênio, que segue sendo sintetizado em 
níveis muito menores. 
o No ovário, a produção de estradiol é quase nula. 
o Por meio da aromatização periférica da androstenediona no tecido adiposo, a produção da estrona é 
mantida e, mesmo em pequenas concentrações circulantes, passa a ser o principal estrogênio na pós-
menopausa. 
 
4 Tutoria III – M1 P7 Gabriella Almeida XXIV 
 Não há mais produção de progesterona. 
 A produção ovariana de androgênio continua após a transição da menopausa, pois o estroma é preservado, 
mas as concentrações de androgênio são menores que na idade reprodutiva. 
 Níveis acima de 40 mUI/mL e estradiol (E2) menores que 20 pg/mL são característicos do período pós-
menopáusico. 
 Em mulheres submetidas a histerectomia, a instalação da menopausa ocorre artificialmente, embora os 
ovários mantenham seu funcionamento. Já nas situações de ooforectomia bilateral, a menopausa pode ser 
acompanhada das manifestações clínicas do hipoestrogenismo, ocorrendo com mais frequência e intensidade 
do que na menopausa natural. 
 
Fonte: Manual de Atenção à Mulher no Climatério 
Epidemiologia: 
 Idade da menopausa: 
o A idade da ocorrência da menopausa parece geneticamente programada para cada mulher, pelo 
número de folículos ovarianos, mas pode ser influenciada por fatores, como: 
1. Fatores socioeconômicos → Mulheres que têm longas jornadas de trabalho e exercem 
atividades estressantes têm mais chances de entrar na menopausa mais cedo. 
2. Paridade → Mulheres nulíparas têm menopausa mais precocemente, enquanto o aumento da 
paridade correlaciona-se à menopausa mais tardia. 
3. Tabagismo → Estudos de caso-controle, relacionando tabagismo e antecipação da menopausa, 
mostram que a idade da instalação da menopausa é antecipada de 12 a 18 meses. A antecipação 
em fumantes tem sido explicada pela deficiência estrogênica causada diretamente pelo tabaco, 
podendo não só antecipar o aparecimento de sintomas da menopausa, mas também das 
doenças estrógeno-relacionadas, como a osteoporose e as cardiovasculares. 
4. Altitude → Mulheres que vivem em países de altitudes maiores podem apresentar a menopausa 
em idade mais precoce. 
5. Nutrição → Nutrição deficiente e baixo peso levam à ocorrência precoce da idade da 
menopausa. 
 
SINAIS E SINTOMAS 
Consequências do Hipoestrogenismo: 
 Pele, ossos, vasos, coração, diversas regiões do 
cérebro, mama, útero, vagina, uretra e bexiga 
possuem receptores estrogênicos em diferentes 
concentrações. 
 A redução dos níveis de estrogênio circulante gera 
efeitos variados. As características individuais de 
cada mulher determinam perfis diferentes de 
biodisponibilidade de estrogênios com 
repercussões próprias no metabolismo e quadro 
clínico-laboratorial de cada paciente, podendo 
resultar no comprometimento da qualidade de 
vida. 
 
5 Tutoria III – M1 P7 Gabriella Almeida XXIV 
 Apenas cerca de 15% das mulheres não apresentarão sintomas no período do climatério. 
 
 Alterações no Ciclo Menstrual: 
o Irregularidade menstrual, com alteração do fluxo, na duração ou da frequência da menstruação. 
o Ciclos anovulatórios cada vez mais comuns. 
o Essa irregularidade reflete os ciclos anovulatórios cada vez mais comuns e, com o encurtamento dos 
ciclos, ocorrem alterações no padrão de secreção de estrogênio e de progesterona, progredindo para 
períodos de amenorreia cada vez mais longos até a parada total. 
o A amenorreia prolongada é característica de deficiência de estrogênio. 
o O padrão de fluxo menstrual também pode variar, sendo comum sangramento aumentado. 
o Nessa fase, o desenvolvimento de patologias orgânicas como miomas e pólipos é favorecido e, nos 
casos de sangramento uterino intenso, é importante a investigação e exclusão de patologias 
endometriais, com atenção às hiperplasias endometriais e ao carcinoma de endométrio. 
 
 Sintomas Vasomotores: 
o Episódios de fogachos e suores noturnos (sintoma mais comum da transição menopausal e pós-
menopausa inicial, referido por mais de 80% das mulheres). 
o Fogacho: Súbita sensação de calor intenso que inicia na face, pescoço, parte superior dos troncos e 
braços e se generaliza; seguida por enrubescimento da pele e subsequente sudorese profusa. 
o Devido ao aumento do fluxo sanguíneo cutâneo: taquicardia, aumento da temperatura da pele 
devido à vasodilatação e, eventualmente, palpitações. 
o Os sintomas vasomotores parecem estar associados ao aumento de risco cardiovascular, ósseo e 
cognitivo. 
o A fisiopatologia exta do fogacho não é conhecida, mas sabe-se que redução dos níveis séricos 
estrogênicos provoca alterações em neurotransmissores cerebrais causando instabilidade no centro 
termorregulador hipotalâmico, tornando-o mais sensível a pequenos aumentos da temperatura 
corporal relacionados a alterações intrínsecas e ambientais. Podem estar relacionados também as 
alterações nas concentrações hormonais e nos sistemas serotoninérgico, noradrenérgico, opioide, 
adrenal e autonômico. 
o Cada episódio dura cerca de 2 a 4 minutos e ocorre diversas vezes no decorrer do dia. 
o Comum à noite, prejudicando a qualidade do sono e consequentemente a capacidade de 
concentração. 
o Duração média dos sintomas vasomotores a partir da transição menopausal: 7,4 anos (4,5 anos desse 
total são vivenciados no período pós-menopáusico). 
o A maior duração dos sintomas pode estar relacionada com o índice de massa corporal (IMC) elevado, 
tabagismo, grau de sensibilidade aos sintomas, ansiedade, percepção de estresse e sintomas 
depressivos. 
o Os sintomas vasomotores afetam até 75% das mulheres na perimenopausa; na maioria delas, duram 
de 1 a 2 anos após a menopausa, mas em outras podem persistir por 10 anos ou mais. 
 
 Alterações no Sono: 
o Distúrbios do sono: 
▪ Menor duração; 
▪ Aumento nos episódios de despertar noturno; 
▪ Menor eficácia do sono; 
▪ Interferência dos fogachos.▪ Alterações no padrão sonográfico. 
o A menor duração do sono é responsável por sequelas orgânicas como aumento da prevalência de 
hipertensão e diabetes mellitus. 
o Consequências psicológicas são evidentes, acarretando cansaço e prejudicando as atividades diárias. 
Depressão e ansiedade também estão correlacionadas. 
 
 
6 Tutoria III – M1 P7 Gabriella Almeida XXIV 
 Alteração do humor: 
o Sintomas depressivos; 
o Perda da capacidade reprodutiva e o próprio envelhecimento propiciam distúrbios psicológicos 
associados, que também podem contribuir para o quadro depressivo ou ansiolítico. 
 
 Alterações cognitivas: 
o Queixas referentes ao declínio das funções cognitivas, com ênfase nas queixas de diminuição da 
atenção a alterações da memória. 
o O estrogênio tem papel modulatório nos sistemas neurotransmissores, influenciando o desempenho 
nas tarefas de aprendizagem e memória. Aparentemente, o efeito da deficiência estrogênica na 
memória e outras funções cognitivas não são permanentes nas mulheres após a menopausa natural. 
 
 Alterações em pele e fâneros: 
o O padrão de distribuição da gordura passa de ginecoide para androide, propiciando o acúmulo na 
região abdominal. A quantidade de gordura visceral também aumenta. A circunferência abdominal 
retrata a quantidade de gordura visceral e subcutânea e se correlaciona com o risco de doença 
cardiovascular e dislipidemia. 
o Na pele: declínio do colágeno e espessura da pele, com ênfase para os primeiros 5 anos após a 
menopausa, resultando no aumento da flacidez e das rugas e diminuição da elasticidade da pele. 
o O cabelo passa a ser mais fino e pode aumentar o padrão de queda relacionada à transição 
menopausal e o status pós-menopáusico. 
o Síndrome do olho seco: caracterizada por irritação ocular, secura, pressão, sensação de corpo 
estranho, aspereza e queimação, assim como fotofobia (esses sintomas parecem estar relacionados à 
redução dos níveis de estrogênio e de androgênios). 
 
 Alterações atróficas: 
o Síndrome geniturinária na menopausa (SGM) ou atrofia vulvovaginal (AVV), compreende alterações 
histológicas e físicas da vulva, vagina, trato urinário baixo devidas à deficiência estrogênica. É uma 
condição comum que acomete metade das mulheres na menopausa e tem caráter progressivo se não 
houver tratamento adequado, afetando a saúde, a sexualidade e a qualidade de vida das mulheres 
acometidas. O quadro atrófico decorre dos baixos níveis sistêmicos do estrogênio. 
o A vulva perde tecido adiposo dos grandes lábios e a pele está mais fina e plana, com rarefação dos 
pelos. Os pequenos lábios perdem tecido e pigmentação; quando intensa, a atrofia pode resultar em 
coalescência labial. 
o A vagina passa a ser mais curta e estreita, diminuindo suas rugosidades, principalmente na ausência de 
atividade sexual. O epitélio vaginal torna-se fino, e a lubrificação resultante de estímulo sexual está 
prejudicada em decorrência da diminuição da secreção glandular. Também se apresenta bastante 
friável, com sangramento ao toque e vulnerável a traumas. O pH vaginal fica alcalino, reduzindo o 
número de lactobacilos na flora, propiciando infecções e vaginite atrófica. A uretra é hiperemiada e 
proeminente. 
o Sintomas genitais: 
▪ Ressecamento 
▪ Ardência 
▪ Irritação 
o Sintomas sexuais: 
▪ Ausência de lubrificação 
▪ Desconforto ou dor – dispareunia, piora da função sexual 
o Sintomas urinários: 
▪ Urgência miccional 
▪ Disúria 
▪ Infecções recorrentes do trato urinário 
▪ Piora da continência urinária preexistente 
 
7 Tutoria III – M1 P7 Gabriella Almeida XXIV 
o Devido à deficiência estrogênica, o agravamento das distopias genitais é facilitado. 
o Disfunção sexual devida à dispareunia e ressecamento vaginal. 
o Efeitos psicológicos. 
o A aplicação vaginal tópica de baixas doses de estrogênio é um tratamento eficaz e seguro do 
ressecamento vaginal, da dispareunia e de alguns sintomas urinários. 
 
 Alterações Ósseas e Articulares: 
o A osteoporose é uma doença sistêmica caracterizada pela diminuição da densidade óssea e alterações 
em sua microarquitetura, levando à fragilidade e predispondo a fraturas por baixo impacto. 
o O equilíbrio entre formação e reabsorção óssea é afetado, resultando em perda de massa óssea de 
forma acelerada. O hipoestrogenismo tem papel importante nesse mecanismo. 
o Ocorre em alta frequência. 
o Graves consequências relacionadas às fraturas osteoporóticas – altos custos, dor crônica, 
deformidades, limitações na mobilidade, consequências psicológicas e morte. Sua prevalência e 
incidência aumentam de forma exponencial com a idade. 
o Fatores de risco envolvidos: 
▪ Sexo feminino 
▪ Idade avançada 
▪ Etnia branca ou oriental 
▪ Baixo IMC 
▪ Histórico pessoa ou familiar de fratura 
▪ Baixa densidade mineral óssea (DMO) 
▪ Uso de glicocorticoide oral 
▪ Tabagismo 
▪ Abuso de bebidas alcoólicas 
▪ Sedentarismo 
▪ Baixa ingestão de cálcio. 
o As fraturas mais comuns nas mulheres pós-menopáusicas são do rádio distal (fratura de Colles), coluna 
vertebral e do fêmur proximal. 
o Ocorrem também queixas de alterações articulares. 
o Receptores de estrogênio nas articulações protege a estrutura biomecânica, porém ainda é 
controversa a associação da insuficiência estrogênica com a evolução das doenças que envolvem as 
cartilagens e as articulações. 
o É importante aconselhar as mulheres a modificarem os fatores de risco que possam ser alterados, 
tanto para a prevenção quanto para o tratamento da osteoporose. Muitas vezes, a alimentação é 
deficiente em cálcio e vitamina D e é possível obter benefícios com a modificação da dieta e 
administração de suplementos. Recomenda-se a dose diária de 1.000 a 1.500mg de cálcio e de 400 a 
800 UI de vitamina D. 
 
 Alterações cardiovasculares e metabólicas: 
o Doenças Cardiovasculares (DCV), especialmente o infarto do miocárdio (IM), são as principais causas de 
morte em mulheres com mais de 50 anos no Brasil e no mundo. 
o Os principais fatores de risco para DCV incluem: 
▪ Presença de aterosclerose de grandes vasos; 
▪ História familiar de DCV; 
▪ Hipertensão Arterial (HAS); 
▪ Tabagismo; 
▪ Diabetes; 
▪ Síndrome Metabólica (SM) – obesidade central; 
▪ Resistência à insulina; 
▪ Hipertrigliceridemia; 
▪ Dislipidemia. 
 
8 Tutoria III – M1 P7 Gabriella Almeida XXIV 
o No período pós-menopáusico, devido ao hipoestrogenismo, o perfil hormonal das mulheres passa a ser 
androgênico e a prevalência da SM aumenta, o que pode explicar de forma parcial o aumento da 
incidência de DCV após a menopausa. Devido ao novo perfil hormonal, perde-se a atividade protetora 
do estrogênio para eventos endoteliais e há o desenvolvimento de componentes da SM. Observa-se 
aumento da adiposidade central (linha abdominal), mudança para um perfil lipídico e lipoproteico mais 
aterogênico, com o aumento da concentração de colesterol total à custa da lipoproteína de baixa 
densidade (LDL), dos triglicerídeos (TG) e da redução de lipoproteína de alta densidade (HDL), o 
principal preditor para eventos isquêmicos cardíacos. Também se observa aumento da glicemia e dos 
níveis de insulina. A transição menopáusica por si só é fator de risco para a síndrome, 
independentemente de idade, hábitos de vida e composição corporal. 
 
ABORDAGEM CLÍNICA (Manual de Atenção à Mulher no Climatério/Menopausa) 
 A avaliação clínica da mulher no climatério deve ser voltada ao seu estado de saúde e pregresso. 
 A atenção precisa abranger além da promoção de saúde, prevenção de doenças, assistência aos sintomas 
clínicos e possível dificuldades dessa fase cabendo ao ginecologista o papel de clínico geral. 
 A importância de ESCUTAR a mulher nessa fase é fundamental para um diagnóstico e acompanhamento 
adequados. 
 É necessária a atenção para não considerar que todas as mulheres apresentarão sintomas ou agravos 
relacionados com o hipoestrogenismo,também não se deve perder a oportunidade de identificar doenças 
que se tornam cada vez mais comuns com o avançar da idade, como Diabetes mellitus e hipertensão arterial 
ou realizar encaminhamentos que se façam necessários. 
 Na ausência de intercorrências, a consulta ginecológica da mulher no climatério deve ser realizada a cada 
ano, principalmente em função dos exames preventivos e orientações de promoção da saúde, assim como de 
acompanhar a evolução desta fase. 
 Na presença de intercorrências, cada caso necessita de avaliação individualizada. 
 
Anamnese: 
 História semelhante à colhida na menacme + aspectos importantes da fase. 
 Queixas clínicas: 
o Fogachos, insônia, irritabilidade, artralgia, mialgia, palpitações, diminuição da memória e do interesse 
pelas atividades de rotina, da libido, dispareunia, astenia, sintomas urinários relacionados com a 
hipotrofia das mucosas. 
 Importante o registro da data da menarca e DUM. 
 Avaliação dos antecedentes pessoais, familiares, menstruais, sexuais e obstétricos. 
 Investigar os métodos de anticoncepção, DSTs/aids, sobre os exames preventivos do câncer do colo do útero 
e de detecção precoce do câncer de mama. 
 Informações sobre o sistema urinário e funcionamento gastrointestinal. 
 Investigar hábitos alimentares (ingestão de fibras, gorduras, alimentos com cálcio e carboidratos simples), 
atividades físicas (tipo, regularidade e duração), patologias concomitantes, uso de medicações, alergias e 
problemas pessoais, no relacionamento amoroso ou familiar. 
 
Exame Físico: 
 Exame físico geral, com atenção voltada para alguns aspectos específicos deste grupo etário. 
 IMC 
 Pressão Arterial 
 A simples medida da circunferência abdominal (> 80cm nas mulheres), associada a outros fatores, indica a 
atenção para a avaliação da síndrome metabólica e risco cardiovascular. 
 Inspeção 
 Saúde bucal (condição dos dentes, gengivas e língua e orientar a mulher para adoção de hábitos saudáveis e 
consulta regular ao dentista). 
 
9 Tutoria III – M1 P7 Gabriella Almeida XXIV 
 Exame ginecológico (mama, expressão papilar, axilar e cadeia ganglionar). 
 Palpação abdominal e da pelve direcionada à investigação de anormalidades na parede e na cavidade, como 
dor ou alterações nas características dos órgãos internos, seja na sua localização, volume, consistência, 
mobilidade etc. 
 Inspeção da vulva, com atenção para a ocorrência de alterações de trofismo, coloração ou adelgaçamento da 
pele e mucosa. 
 Exame especular: avaliação da rugosidade da mucosa e da lubrificação do colo e vagina podem refletir 
nitidamente o status hormonal. 
 
Exames Complementares: 
 Avaliação laboratorial; 
 Mamografia e ultrassonografia mamária (de acordo com as diretrizes de rastreamento para o câncer de 
mama); 
 Exame preventivo do câncer do colo do útero; 
 USG transvaginal; 
 Densitometria óssea. 
 A rotina básica de exames na primeira consulta da mulher no climatério consta de exames para prevenção de 
doenças, detecção precoce ou mesmo para a avaliação da saúde em geral. Deve ser repetida com 
regularidade (semestral, anual, bianual, trianual) de acordo com os protocolos específicos em vigor, o que 
pode ser modificado na presença ou não de intercorrências ou alterações. 
 
Exames Laboratoriais: 
 
Fonte: Manual de Atenção à Mulher no Climatério/Menopausa 
Rastreamento Mamário: 
 A detecção precoce é a principal estratégia para controle do câncer de mama. 
 Ações Recomendadas: 
o Exame Clínico das Mamas 
o Mamografia 
 
Preventivo Ginecológico: 
 A coleta do material para citopatologia deve abranger a ectocérvice e endocérvice, e nas mulheres 
histerectomizadas, o fundo-de-saco vaginal. 
 
Investigação Endometrial: 
 Métodos não invasivos: 
o Teste de Progesterona 
o USG pélvica: possibilita a mensuração e observação do aspecto endometrial. 
 
 
10 Tutoria III – M1 P7 Gabriella Almeida XXIV 
Rastreamento ovariano: 
 O rastreio de patologias ovarianas é feito por meio da anamnese e do exame físico, que indicam as 
manifestações clínicas sugestivas de patologia ovariana, assim como de antecedentes familiares positivos que 
acrescentam risco a essas mulheres, o que requer avaliação dirigida. 
 A USG transvaginal associada ou não à dopplerfluxometria e à dosagem do CA 125 são exames indicados na 
investigação de patologias ovarianas. 
 
Avaliação Óssea. 
 
 
2. CITAR AS DOENÇAS RELACIONADAS À MENOPAUSA E AO 
CLIMATÉRIO 
 Indisposição 
 Hipotireoidismo 
 Doenças Cardiovasculares (DCV) 
 Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) 
 Obesidade 
 Diabete Mellitus (DM) 
 Transtornos Psicossociais 
 Alterações Gastrointestinais 
 Alterações Urogenitais 
 Incontinência Urinária 
 Alterações da Saúde Bucal 
 
3. CARACTERIZAR A REPOSIÇÃO HORMONAL 
 A terapêutica hormonal (TH) da menopausa envolve uma gama de hormônios, diferentes vias de 
administração e doses e esquemas diversos. 
 Apesar das controvérsias, a TH é considerada o tratamento mais eficaz para os sintomas vasomotores 
decorrentes da falência ovariana, e os benefícios superam os riscos para a maioria das mulheres sintomáticas 
com menos de 60 anos de idade ou dentro do período de 10 anos da pós-menopausa. 
 Os riscos e benefícios diferem entre as mulheres. 
 O início da TH em mulheres com mais de 10 anos de pós-menopausa pode associar-se ao aumento no risco 
de doença cardiovascular (DCV), mas se iniciada na peri e pós-menopausa inicial, a TH pode diminuir o risco 
cardiovascular, conceito conhecido como “janela de oportunidade”. 
 A prescrição da TH exige a existência clara da indicação e a ausência de contraindicações. 
 
Benefícios da Terapêutica Hormonal: 
 Tratamento de sintomas vasomotores e da atrofia vulvovaginal e prevenção da osteoporose e fraturas 
osteoporóticas (indicações consagradas). 
 Evidências sugerem outros benefícios da TH sobre os sistemas geniturinários, distúrbios da função sexual e na 
redução da DCV e diabetes, além de melhora da qualidade de vida em mulheres na pós-menopausa. Esses 
benefícios, embora reconhecidos, não são considerados suficientes para iniciar o uso da TH na ausência das 
indicações consagradas. 
 Sistemas Vasomotores: 
o A TH é considerada o tratamento mais efetivo para o alívio dos sintomas. 
o Foi demonstrado que a estrogenoterapia reduz em 75% a ocorrência e 87% a intensidade dos 
sintomas, redução do número de ondas de calor com o uso de estradiol (E2) transdérmico (-22,4 
 
11 Tutoria III – M1 P7 Gabriella Almeida XXIV 
fogachos por semana), de estrogênios conjugados – ECs (19,1 fogachos por semana) e de 17-β-
estradiol oral (-12,8 fogachos por semana). 
 Atrofia vulvovaginal: 
o O principal objetivo do tratamento é o alívio dos sintomas, principalmente o ressecamento vaginal. 
o As terapias de primeira linha para sintomas leves incluem hidratantes vaginais e lubrificantes. 
o Para sintomas moderados a severos, as preparações de baixa dose de estrogênio vaginal são eficazes e 
geralmente seguras. 
o A terapêutica estrogênica promove o crescimento celular vaginal, a maturação celular e a 
recolonização com lactobacilos, aumenta o fluxo sanguíneo vaginal, diminui o pH vaginal para os 
valores da menacme, melhora a espessura e a elasticidade vaginal e a resposta sexual, com 
repercussões positivas para a saúde vaginal e sexual. 
 Perda de massa óssea: 
o A TH é eficaz na prevenção da perda óssea associada à menopausa e na redução da incidência de todas 
as fraturas relacionadas à osteoporose, incluindo fraturas vertebrais e de quadril. 
o Evidências indicam que a prevenção da perda de DMO existe tanto para TH em doses convencionais 
quanto para baixas doses, por via oral (ECs e 17-β-estradiol) e transdérmica (17-β-estradiol). 
o Consensos internacionais consideram que a TH pode ser indicada para prevenir e tratar a osteoporose 
em mulheres de elevado risco antes dos60 anos de idade ou dentro dos primeiros anos de pós-
menopausa. 
o Entretanto, iniciar a TH com o único propósito de prevenir fraturas em mulheres após os 60 anos de 
idade não é recomendado. 
 Sintomas Geniturinários: 
o A TH pode ter efeito benéfico sobre os sintomas de urgência urinária, bexiga hiperativa e risco de 
infecção urinária recorrente em mulheres com atrofia urogenital, pois apresenta efeito proliferativo no 
epitélio uretral e da bexiga. 
o Os estrogênios parecem ser mais efetivos que o placebo na diminuição da frequência miccional, na 
urgência miccional e no aumento da capacidade vesical, assim como o estrogênio tópico apresenta 
melhor benefício que o estrogênio sistêmico. 
o Mulheres na pós-menopausa que apresentam infecção urinária de repetição poderiam se beneficiar do 
uso da TH local com estrogênios vaginais. 
 
 Função Sexual: 
o A TH sistêmica ou estrogenioterapia local pode melhorar a satisfação sexual por aumentar a 
lubrificação vaginal, o fluxo sanguíneo e a sensibilidade da mucosa vaginal e melhorar a dispareunia. 
o Se a TH sistêmica está indicada para alívio do sintomas vasomotores e a paciente relata diminuição da 
libido, as formulações transdérmicas são preferidas à via oral, pois esta aumenta a globulina 
carreadora dos hormônios sexuais (SHBG) e reduz a biodisponibilidade da testosterona endógena 
 Sistema Cardiovascular: 
o Entre as principais medidas de prevenção, estão a perda de peso, a redução da pressão arterial, o 
exercício físico regular, a cessação do tabagismo e o controle do diabetes e do perfil lipídico. O TH tem 
potencial para melhorar o risco cardiovascular por meio dos seus efeitos benéficos sobre a função 
vascular, os níveis lipídicos e o metabolismo da glicose. 
o Os benefícios da estrogenioterapia isolada ou associada ao progestagênio superam os seus riscos, com 
menos eventos da DCV em mulheres saudáveis na peri e pós-menopausa inicial. 
o Um estudo de revisão da Cochrane Library demonstrou que a TH empregada em mulheres com menos 
de 10 anos após o início da menopausa diminuiu a DCC e reduziu a mortalidade geral por todas as 
causas, mas aumentou o risco de TEV. 
 Diabetes: 
o O risco de diabetes tipo 2 parece diminuir com uso da TH, pela redução da resistência à insulina não 
relacionada ao índice de massa corpórea (IMC). 
 
 
 
12 Tutoria III – M1 P7 Gabriella Almeida XXIV 
 Qualidade de vida: 
o As mulheres que são sintomáticas no momento inicial dos ensaios clínicos mostram melhora 
significativa com uso da TH na qualidade de vida, enquanto nenhuma melhora significativa é observada 
em mulheres pouco assintomáticas. 
o A TH pode melhorar a qualidade de vida em mulheres na peri e pós-menopausa sintomáticas em 
resposta à melhora obtida com tratamento sobre os sintomas vasomotores e as desordens da função 
sexual, do sono e do humor. 
 
Riscos da Terapêutica Hormonal: 
 O uso da TH estroprogestativa é limitado pelo aumento do risco de câncer de mama em três a cinco anos, 
enquanto a terapia estrogênica isolada teria maior período de uso com segurança. 
 “Janela de oportunidade” (Avaliação do perfil de risco individual de cada mulher). 
 Câncer de Mama: 
o O efeito da TH sobre o risco de câncer de mama pode depender do tipo de TH, da dose, duração do 
uso, regime, via de administração, exposição prévia e características individuais. 
o Podem existir diferenças potenciais no risco de câncer de mama com estrogenioterapia isolada ou 
associada à progestagênios. 
 Tromboembolismo venoso: 
o Embora raro em mulheres até 60 anos de idade, o risco relacionado à TH para eventos 
tromboembólicos venosos graves aumenta com a idade e está associado positivamente com obesidade 
e trombofilias. 
o Para as mulheres que iniciaram TH com idade inferior a 60 anos, o risco absoluto de TEV foi raro, mas 
aumentava significativamente com a idade. 
 Doenças da Vesícula Biliar: 
o O uso da TH por via oral aumenta o risco de doenças da vesícula biliar. 
o A colelitíase, a colecistite e a colecistectomia ocorrem mais frequentemente em mulheres que usam 
estrogenioterapia por via oral, presumivelmente pelo efeito hepático da primeira passagem após a 
ingestão oral. 
o Os estrogênios aumentam a secreção e a saturação do colesterol biliar, promovem a precipitação do 
colesterol na bile, e reduzem a motilidade da vesícula biliar, com aumento da cristalização biliar. 
o A via de administração transdérmica parece apresentar menor risco de doença da vesícula biliar. 
 
Contraindicações à terapia hormonal: 
o Cânceres de mama ou endométrio suspeitos ou confirmados; 
o Sangramento genital anormal não diagnosticado; 
o Doença cardiovascular (inclusive coronariopatia, doença cerebrovascular e distúrbios 
tramboembólicos); 
o Doença ativa do fígado ou da vesícula biliar. 
 As contraindicações relativas são situações de alto risco para os distúrbios supracitados. 
 
REGIMES TERAPÊUTICOS: 
 Terapêutica Estrogênica Isolada: 
o Empregada em mulheres 
histerectomizadas 
 Terapêutica Estroprogestacional 
(terapêutica combinada). 
 
 
 
 
13 Tutoria III – M1 P7 Gabriella Almeida XXIV 
4. CARACTERIZAR A FITOTERAPIA 
 Desde a Declaração de Alma-Ata, em 1978, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem expressado a sua 
posição a respeito da necessidade de valorizar a utilização de plantas medicinais no âmbito sanitário, 
considerando que 80% da população mundial utiliza essas plantas nos seus cuidados básicos com a saúde. 
 A OMS publicou, em maio de 2005, o documento “Política Nacional de Medicina Tradicional e 
Regulamentação de Medicamentos Fitoterápicos” (“National Policy on Traditional Medicine and Regulation of 
Herbal Medicines”) onde apresenta e discute a situação mundial a respeito das políticas e regulamentação 
nessa área, onde se incluiu o Brasil. 
 Conceitualmente, fitoterápico é todo medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas 
ativas vegetais. É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela 
reprodutibilidade e constância de sua qualidade. A sua eficácia e segurança são validadas por meio de 
levantamentos etnofarmacológicos de utilização, documentações técnico-científicas em publicações ou 
ensaios clínicos fase 3. 
 Não se considera medicamento fitoterápico aquele que, na sua composição, inclua substâncias ativas 
isoladas, de qualquer origem, nem as associações destas com extratos vegetais (RDC 48, 16/3/2004/Anvisa). 
 As plantas medicinais e/ou fitoterápicos podem ser utilizados em um ou mais dos seguintes produtos: planta 
medicinal in natura, planta medicinal seca, fitoterápico manipulado e fitoterápico industrializado. 
 As plantas medicinais, in natura ou secas, podem ser utilizadas na forma de sucos, chás, emplastros etc. e são 
geralmente de uso popular. 
 
A Fitoterapia e o Climatério: 
 Para o climatério descompensado, particularmente, existem fitoterápicos com propriedades estimulantes 
sobre os receptores hormonais específicos (receptores beta), melhorando assim, as manifestações clínicas 
apresentadas. 
 Diferencial: baixíssimos índices de efeitos colaterais. 
 É necessário, para otimizar os efeitos dos fitoterápicos, que ao início do tratamento seja corrigida eventual 
disbiose, caracterizada por má digestão, má absorção dos alimentos, constipação e gases intestinais. 
Principais fitoterápicos utilizados no Climatério: 
 Soja (Glycine max): A soja contém isoflavonas, que são as substâncias com maior quantidade de estudos para 
o climatério e que estão indicadas às mulheres que desejam conduzir esta fase utilizando terapias baseadas 
em plantas medicinais, em detrimento da terapia hormonal, pelos efeitos colaterais que estes apresentam ou 
ainda nos casos em que há contraindicações ao uso da hormonioterapia. Sua ação é predominantemente 
estrogênica-símile para os sintomas do climatério, bem como para a melhora do perfil lipídico. 
 
 
 Trevo Vermelho(Trifolium pratense): É um fitocomplexo que tem na sua composição várias isoflavonas, 
além de outros componentes da planta. Vem sendo utilizado por longa data para diversas finalidades, sendo 
útil para os sintomas do climatério devido a sua forte ação estrogênica-símile. Pesquisas têm mostrado 
também uma boa perspectiva para a manutenção dos perfis ósseo e lipídico, assim como ação antineoplásica, 
inflamatória, cicatrizante e cumarínica, diminuindo a 
coagulabilidade sanguínea e a perfusão periférica. No 
entanto, os produtos registrados pela Anvisa se referem à 
padronização e dosagem específicas para ao alívio dos 
“fogachos”. 
 
 Cimicífuga (Cimicifuga racemosa): É utilizado para o tratamento dos sintomas do climatério, tendo ação 
central (hipotalâmica) e periférica, nos receptores. Está 
indicado principalmente para os sintomas 
neurovegetativos do climatério (fogachos) e age na 
melhora da atrofia da mucosa vaginal (ação periférica). 
 
14 Tutoria III – M1 P7 Gabriella Almeida XXIV 
 Hipérico (Hiperico perforatum): É uma planta de reconhecidas propriedades antidepressivas e calmantes, 
podendo ser indicada para quadros leves a moderados de depressão não endógena. Atua no SNC inibindo a 
recaptação de vários neurotransmissores, entre eles a serotonina relacionada ao equilíbrio emocional e ao 
humor. 
 
 
 Valeriana (Valeriana officinalis): Conhecida mundialmente pelo seu efeito sedativo, alívio da ansiedade e 
insônia. 
 
 
 Melissa (Melissa officinalis): Pode ser utilizada para o alívio de ansiedade, insônia e algumas desordens 
digestivas como cólicas intestinais, flatulência, dispepsia, além de outras indicações, principalmente quando 
associada à valeriana. 
 
 
Considerações Sobre a Fitoterapia: 
 Orientações sobre uso de TH e fitoterapia: A TH poderá ser associada à fitoterapia durante a transição de 
uma terapia à outra, assim como o uso de medicações para ansiedade, insônia e depressão concomitante ao 
uso de hormônios. A utilização de medicamentos para a osteoporose pode ser feita em associação à 
fitoterapia. A mudança do regime terapêutico de TH para fitoesteróides, quando indicada, deve ser gradativa, 
com introdução imediata e diária da dose efetiva de fitoterápicos e retirada gradual dos hormônios: um 
comprimido em dias alternados no primeiro mês, um a cada três dias no segundo mês e um a cada quatro 
dias no terceiro mês. Os mesmos cuidados devem ser tomados em relação ao rastreamento de neoplasias 
hormônio-dependentes. 
 Tempo de uso e acompanhamento: Exames regulares (bioquímica do sangue, exames preventivos do câncer, 
mamografia, USG da pelve, densitometria óssea) devem ser solicitados respeitando a mesma rotina. Não 
existe um limite definido para o término da terapêutica, desde que não sejam detectadas contraindicações 
ou complicações associadas.

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